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EM SEU LUGAR - CAPÍTULO 38 (ÚLTIMAS SEMANAS)



Capítulo 38 (Últimas Semanas)

 

Cena 01 – Presídio Feminino Santa Luzia [Interna/Tarde]

(Alba tentava entender o que Ulisses estava dizendo, pois, a sensação que tinha era de que ele não atinava nada com nada).

 

DIRETORA ALBA: A Amanda não é filha de quem? Eu não entendo o que está dizendo, nada parece fazer sentido.

ULISSES: Não parece, mas faz! Agora faz... Está aqui, tudo está bem aqui!

DIRETORA ALBA: Mas afinal, do que o senhor está falando? (Questiona).

ULISSES: A ficha criminal da Amanda foi superada e nem a senhora seria capaz de prevê o próximo passo dela. Acredito que está aqui o possível motivo do mal súbito da antiga diretora. Eu não sei como, mas a Amanda deve ter conseguido uma cópia desses arquivos, ou pelo menos ela leu.

DIRETORA ALBA: E porque o senhor acha isso?

ULISSES: Porque nesse momento, ela está se fazendo passar pela neta de Marion Assumpção e administra toda a fortuna da família, enquanto a Cristina trabalha como auxiliar de serviços gerais e garçonete. Além de estelionatária, a Amanda é uma impostora.

DIRETORA ALBA: Santo Deus! (Reclina-se na cadeira completamente surpresa).

ULISSES: Diretora, eu sei que esses arquivos são confidenciais, mas eu preciso de uma cópia. Alguém precisa deter a Amanda e contar a verdade a Cristina. Ela tem sonhado por anos em ter uma família e a família estava bem ao lado dela.

DIRETORA ALBA: Claro, pode ficar com essa cópia. Se é para frear essa bandida, faça o que tiver de fazer. (Conclui).

 

Cena 02 – Indústrias Assumpção [Interna/Tarde]

Música da cena: Amarelo, Azul e Branco – ANAVITÓRIA, Rita Lee

(Imagens aéreas sobrevoam a Ponte Octávio Frias de Oliveira, mostrando o fluxo de veículos. Em seguida surge a Rua 25 de Março, onde ambulantes abordam fregueses. Em seguida surge a fachada da fábrica de Marion. Amanda estava na sala da presidência, quando Jacqueline bateu na porta e adentrou).

 

JACQUELINE: Com licença, desculpe-me o incomodo, mas é que a senhora tem visitas.

AMANDA: Visitas? Como visitas? Eu disse para você falar que eu não estava para ninguém. Será que nem para dar um recado você serve?

JACQUELINE: Eu sei, mas acontece que eles disseram que eram seus pais, então pensei que gostaria de recebe-los.

AMANDA: Pois então sinto muito em lhe dizer, mas você pensou errado. Já que você já se deu ao trabalho, mande-os entrar.

JACQUELINE: Pois não, senhora!

AMANDA: Ah e Jacqueline, antes que eu me esqueça... Devo lhe lembrar que aqui, você é paga unicamente para trabalhar e não para pensar. Ficou claro?

JACQUELINE: Como água! (Responde ironicamente e em seguida sai da sala).

(Após Jacqueline sair da sala, Antônio e Marina entram após alguns segundos e se deparam com Amanda na cadeira de Marion).

ANTÔNIO: (Percorre toda a sala com o olhar) Então foi por tudo isso que você nos trocou? Por dinheiro e poder?

AMANDA: (Sorri de forma irônica) Olá para você também, papai.

MARINA: Minha filha, você desapareceu! Não atende mais as ligações, não responde as nossas mensagens, não vai nos visitar. Você está magoada conosco?

AMANDA: Ai gente, eu não estou entendendo! O que vocês vieram fazer aqui? Me cobrarem? Eu tenho andado ocupada, ou vocês acham que administrar uma empresa é tão fácil como fazer salgados ou consertar carros? Isso aqui sim, é um trabalho de verdade. Eu estou realizada, vocês não percebem?

MARINA: Amanda! (Diz surpresa com a frieza dela).

ANTÔNIO: Por mais que você renegue o que tenhamos feito das nossas vidas, a vida é o que é nada, nem ninguém pode mudar isso. Se hoje você despreza as suas próprias origens, não se esqueça que se não fosse por conta do que aconteceu, você teria sido criada por um pai mecânico e por uma mãe quituteira.

AMANDA: Pois então eu devo agradecer a minha avó, pois eu teria morrido de vergonha ter sido criado em meio à tanta mediocridade. (Responde secamente).

MARINA: Mas o que você está dizendo? Você tem vergonha da sua mãe? Da sua própria mãe? (Repete).

AMANDA: Acho que interpretar não é muito o seu forte, talvez o excesso de gordura tenha afetado o seu cérebro. Tudo bem, eu vou dizer em alto e bom som. Sim, eu tenho vergonha de vocês e jamais aceitaria continuar naquela pobreza podendo ter tudo isso aqui.

ANTÔNIO: Eu não permito que você ofenda a sua mãe na minha frente! (Grita).

AMANDA: Você não entendeu ainda? Aqui quem decide o que é conveniente ou não sou eu. Aliás, já acabaram? Eu preciso fazer algumas coisas importantes e vocês estão me atrapalhando. Por favor, quando saírem fechem a porta.

MARINA: (Encara Amanda com lágrimas nos olhos).

ANTÔNIO: Vamos Marina, não temos mais nada o que fazer aqui!

MARINA: Não, nós não podemos ir. Eu não posso aceitar que a minha própria filha nos despreze dessa maneira. Isso vai contra tudo, até contra a lei da natureza...

ANTÔNIO: Vamos Marina, já disse! (Segura a mão de Marina e a leva para fora, batendo a porta logo em seguida).

AMANDA: (Sorri com desdém da cena e em seguida volta a ler alguns relatórios).

 

Cena 03 – Mansão Assumpção [Interna/Tarde]

(Com a transição de cenas, surge a fachada da mansão de Marion. No quarto principal da propriedade, Amália continuava surpresa após Marion ter aberto os olhos).

 

AMÁLIA: Senhora, pode me ouvir? Consegue me entender?

MARION: (Olha para Amália, mas não consegue sussurrar e só balbucia algo, que não se consegue entender).

AMÁLIA: Eu não consigo entender, santo Deus... O que eu faço, será que chamo um médico ou a senhorita Amanda? (Questiona a si mesmo).

MARION: N... (Tenta falar, porém não consegue e ergue a mão trêmula).

AMÁLIA: Santo Deus, como vou entender o que quer me dizer? (Para e pensa um pouco). – Já sei, uma vez vi uma coisa na novela e talvez funcione. Senhora, se estiver me ouvindo e me entendendo, pisque seus olhos. Uma vez para “sim” e duas vezes para “não”. Vamos lá, a senhora consegue me ouvir?

MARION: (Pisca os olhos uma vez).

AMÁLIA: (Surpreende-se) Virgem Santíssima, a senhora despertou! A senhora quer que eu chame alguém, um médico, a senhorita Amanda?

MARION: (Pisca os olhos duas vezes).

AMÁLIA: Não quer que eu chame ninguém, mas nem a Amanda? Ela não saiu do seu lado nos últimos tempos.

MARION: (Novamente, pisca os olhos duas vezes e fica agitada).

AMÁLIA: Está bem, já entendi que não quer vê-la, mas alguém precisa saber que está reagindo!

MARION: (Pisca os olhos duas vezes).

AMÁLIA: Que coisa esquisita, senhora. Não quer que ninguém saiba que está reagindo?

MARION: (Pisca os olhos uma vez).

AMÁLIA: Está bem, será o nosso segredo! (Diz ao segurar a mão de Marion e tentar acalma-la).

 

Cena 04 – Hospital Paulo Toledo [Interna/Tarde]

Música da cena: Resposta - Skank

(Sozinha no quarto, Letícia colocava Théo para dormir, quando ela recebeu duas visitas).

 

CRISTINA: Será que nós podemos entrar? (Sussurra ao lado de Murilo Neto).

LETÍCIA: (Sorri ao vê-los) Claro, entrem! Ele acaba de dormir, nem acredito que ele não vai precisar ficar na incubadora.

CRISTINA: Ai, ele é lindo. Muito lindo! Dá vontade de morder... Será que eu posso segurar?

LETÍCIA: É claro que pode! (Diz ao entregar o bebê para que Cristina segure).

CRISTINA: Parece um anjinho! Mesmo não sendo nada de vocês de sangue, eu quero o bem desse menino como se ele fosse meu. Ele pode me chamar de titia? (Questiona).

LETÍCIA: É claro que pode, eu adoraria que você realmente fosse tia dele. Aliás, a partir de agora você é! (Responde sorridente).

MURILO NETO: (Acaricia a cabeça do menino, que segue no colo de Cristina) Ele é lindo mesmo, se parece com você. (Diz olhando para Letícia).

LETÍCIA: (Observa Murilo e permanece em silêncio após o elogio).

 

Cena 05 – Rodovia [Externa/Tarde]

(Após passar dos grandes portões do presídio, Ulisses se despediu das carcereiras que fecharam os portões logo após. Em seguida, o advogado deu alguns passos, destravou o alarme do carro e entrou no veículo. Ulisses deu mais uma olhada nos arquivos e em seguida os colocou cuidadosamente em cima do banco do passageiro, quando seu celular começou a tocar).

 

ULISSES: (Olha na tela do celular e percebe que se trata de Amanda) Eu preciso encontrar a Cristina e não você! (Diz ao rejeitar a chamada).

 

Cena 06 – Ruas de São Paulo [Interna/Noite]

Música da cena: Não Sai Da Minha Cabeça – Flávio Ferrari, Gabriel Nandes

(Imagens externas apresentavam as ruas do bairro do Bixiga, com a transição de cenas, surge a fachada da casa de Marina e Antônio. Atrás de uma árvore, Kátia observava a movimentação da rua).

 

KÁTIA: Aqui! Eu posto que aqui eu consigo a pista para chegar até essa Cristina, a verdadeira neta da velha! Ah, Amanda... Você não perde por te esperar. Eu vou te depenar e em seguida vou te jogar na cadeia, só que dessa vez por uma temporada bem longa. (Sorri sarcasticamente após pensar em voz alta).


 

Cena 07 – Hospital Paulo Toledo [Interna/Noite]

(Após a visita, Cristina despediu-se de Letícia e saiu do quarto. Ao caminhar pelo corredor, voltou a encontrar Ulisses).

 

CRISTINA: (Finge que não viu e passa por ele sem falar).

ULISSES: Cristina, espere! (Diz ao se aproximar dela).

CRISTINA: (Vira-se) Nós não temos mais nada para conversarmos, Ulisses. Tudo o que tínhamos para dizer, já foi dito. Agora se me permite, eu tenho que ir para o bar.

ULISSES: (Segura o braço de Cristina) Espera, é importante!

CRISTINA: E o que seria tão importante ao ponto de você não querer me largar? (Questiona olhando nos olhos de Ulisses).

(Ao sair do elevador, Amanda dá de cara com Ulisses e Cristina juntos).

AMANDA: Mas será possível que nem em um hospital você deixa o meu namorado em paz? (Questiona ao se colocar diante os dois).

CRISTINA: Quer dizer que já são namorados? (Ironiza).

AMANDA: Sim e você deveria ter um pouco mais de dignidade. Deixo-o livre, o Ulisses me ama e vai ficar comigo. Entendeu?

CRISTINA: (Furiosa, Cristina empurra Amanda e beija Ulisses na boca).

AMANDA: (Puxa Amanda e a afasta de Ulisses) Solte-o, sua ordinária!

ULISSES: (Permanece em silêncio, sem esboçar reação).

CRISTINA: Viu? Isso é para você entender que se eu quiser eu fico com o Ulisses ou com quem quiser. Não é você e nem ninguém que vai decidir o meu destino.

AMANDA: Vagabunda! (Grita).

CRISTINA: (Acerta uma bofetada no rosto de Amanda).

 

Cena 08 – Hospital Paulo Toledo [Interna/Noite]

(Furiosa após o tapa, Amanda tentou partir para cima de Cristina, porém foi contida por Ulisses).

 

AMANDA: Desgraçada! Eu vou te mostrar que você nunca mais vai colocar as suas mãos em cima de mim...

ULISSES: (Segura Amanda) Chega, Amanda! Não faça mais escândalos. Você está fazendo papel ridículo, todos estão olhando para cá.

AMANDA: Eu não me importo com isso, que vejam quem é essa sonsa...

CRISTINA: (Dá uma risada e aperta o botão do elevador) Ai Amanda, eu realmente tenho pena de quem você se tornou. Vocês dois se merecem, eu já disse, mas é sempre bom repetir para que fique gravado. (Em seguida entra no elevador e vai embora).

ULISSES: Viu o que você fez? Parece uma louca! (Diz ao soltar Amanda).

AMANDA: Você também vai ficar do lado dela? Ela te beijou na minha frente, como você queria que eu reagisse?

ULISSES: Com a verdade, mas isso você jamais conseguirá usar. Eu vou de escada! (Diz ao ir embora).

AMANDA: Com a verdade? O que ele quis dizer com isso? (Repete ao ficar sozinha, sem entender nada).

 

Cena 09 – Casa de Marina e Antônio [Externa/Noite]

(Kátia continuava observando a casa de Marina e Antônio, quando de repente viu Daniel se preparando para sair e resolveu se aproximar).

 

DANIEL: (Fecha o portão sem perceber a aproximação de Kátia).

KÁTIA: Boa noite, desculpe interromper... Sabe dizer se estamos muito longe da Rua Francisco Jobim?

DANIEL: Um pouquinho, mas se a senhora tomar um ônibus que fica numa parada aqui próximo, a senhora chega bem rapidinho. Eu estou indo lá perto, se a senhora quiser, eu posso te mostrar no caminho! (Responde).

KÁTIA: Eu agradeço muito, meu filho. Sabe o que é? É que eu acabei de chegar de Campinas, não conheço muita coisa aqui. Tenho uma amiga que veio morar aqui na cidade, mas acabei perdendo o contato dela. Ela é uma mocinha, jovenzinha assim como você. O nome dela é Cristina!

DANIEL: (Sorri pela coincidência) Olha que engraçado, minha irmã tem uma amiga de Campinas com o mesmo nome e coincidentemente ela trabalha no mesmo lugar que eu. É um barzinho bem bacana aqui do Bixiga.

KÁTIA: Ah, é? Não diga! Seria muita coincidência se fosse ela. Você se importaria em me dizer o nome ou endereço desse barzinho? Posso ir lá qualquer dia desses e me certificar se ela e minha amiga são a mesma pessoa.

DANIEL: Bom, não custa nada! É um barzinho bem conhecido aqui na região, não tem como errar. O bar se chama “Donna Sô”.

KÁTIA: Donna Sô! (Repete). – Pode deixar que eu não vou esquecer! Bem, podemos ir para a parada de ônibus agora? No caminho, vamos conversando mais sobre essa sua amiga. Algo me diz que ela é a mesma pessoa a quem me refiro.

DANIEL: Vamos! (Responde ao começar a caminhar na companhia de Kátia pela avenida onde morava).


Cena 10 – Ruas de São Paulo [Externa/Noite]

Música da cena: Vício – Glória Groove

(Jacqueline caminhou pela rua após descer do ônibus, sem perceber que estava sendo seguida. Ao chegar na portaria de seu prédio, foi surpreendida).

 

VAVO: Jacqueline? (Chama ao se aproximar).

JACQUELINE: Vavo? O que você está fazendo aqui? (Estranha a presença do malandro).

VAVO: Eu sei que vim sem avisar, mas acontece que eu não consegui parar de pensar no que você me disse. Eu quero muito ficar com você, eu não sei o que você fez comigo, mas algo aqui mudou e eu não consigo parar de pensar em você, não consigo mesmo.

JACQUELINE: Bem, eu já fui bem realista. Algo me diz que você não está metida em coisa boa, principalmente envolvida com alguém como a Amanda. Eu não quero ficar com alguém que vai me decepcionar e me largar emocionalmente depois.

VAVO: Mas eu não vou te deixar, eu quero você!

JACQUELINE: Pois então tudo bem, você quer mesmo entrar na minha vida? Então comece me dizendo quem você realmente é e aí eu decido se vamos continuar juntos ou não. E então, você aceita?

VAVO: (Olha para os dois lados, respira fundo e enfim, responde) Sim, eu aceito. Eu aceito tudo o que você quiser.

JACQUELINE: Pois então, vamos subir. Não sei porque, mas eu acho que temos muito o que conversar! (Responde ao abrir a porta do prédio).


Cena 11 – Hospital Paulo Toledo (Cafeteria) [Interna/Noite]

(O movimento na cafeteria do hospital estava tranquilo. Em uma das mesas, Ulisses e Murilo Neto conversavam).

 

MURILO NETO: Então quer dizer que a Cristina é a minha prima e não a Amanda?

ULISSES: Cara, ao que tudo indica eu estou praticamente certo, mas antes de explodirmos essa bomba, precisamos ter muita cautela.

MURILO NETO: Esperar? A gente precisa tirar a Amanda da cadeira da presidência e coloca-la atrás das grades.

ULISSES: Não sem antes tirarmos a última prova, um teste de DNA. Contar para a sua tia sem ter 100% de certeza, seria uma total imprudência e isso magoaria demais uma família que já está ferida.

MURILO NETO: Tudo bem, você tem razão. Eu estou aflito, é isso... Acabo não atinando nada com nada. Mas como vamos conseguir esse exame de DNA sem que as pessoas desconfiem?

ULISSES: Enquanto eu estava na estrada, bolei um plano e vou precisar da sua ajuda. Bem, o porto de partida será dado quando amanhã... (Ulisses começa a contar o que planejou, enquanto Murilo Neto o escuta atentamente).


Cena 12 – Hospital Paulo Toledo [Interna/Noite]

(Leticia estava dormindo, quando despertou ao ouvir o som da porta).

 

LETÍCIA: O que você está fazendo aqui seu desgraçado? Veio conferir se o seu serviço deu certo? (Questiona furiosa).

ANDRÉ: Como o que eu estou fazendo aqui? Eu sou o seu marido, tenho os meus direitos.

LETÍCIA: Não por muito tempo! Estamos deixando de ser, não vou continuar com um homem capaz de atentar contra a vida do próprio filho. Você percebe que por pouco não matou duas pessoas hoje? (Grita).

ANDRÉ: Eu não sou nenhum assassino. Se eu fiz o que fiz, a culpa foi sua que me tirou do sério!

LETÍCIA: Cala a boca, André. Eu não quero mais te ver aqui, vai embora se não eu vou começar a gritar e você vai ver uma mulher completamente louca na sua frente.

ANDRÉ: Duvido você fazer isso, eu acabo com você!

LETÍCIA: Depois que eu virei mãe, eu mudei... Eu acordei e você não vai mais me humilhar. Você está duvidando? Então veja! Enfermeira... Enfermeira, enfermeira! (Começa a gritar).

ANDRÉ: O que você pensa que está fazendo? Cala a boca sua cretina!

(Nesse momento, dois enfermeiros surgem no quarto após ouvirem os gritos).

ENFERMEIRO: Algum problema, senhora? (Diz ao olhar para Letícia e André).

LETÍCIA: Sim, eu quero que esse cara saia do meu quarto e ele se recusa a sair.

ENFERMEIRA: Se o senhor não sair, vamos ter que chamar a segurança!

ANDRÉ: Vocês não podem fazer isso comigo, eu sou o marido dela...

LETÍCIA: Não é mais, seu covarde! (grita).

ENFERMEIRO: (Se aproxima de André com um olhar ameaçador) E então, você vai sair por bem ou eu vou precisar chamar a segurança?

ANDRÉ: Eu vou, mas isso não vai ficar assim, Letícia. Não vai! (Responde ao sair do quarto, sentindo-se intimidado pelo enfermeiro).

ENFERMEIRA: (Se aproxima de Leticia e tenta acalma-la) Fique tranquila, vamos informar aos seguranças, esse homem não vai mais entrar aqui.

 

Cena 13 – Casa de Marina e Antônio [Interna/Noite]

Música da cena: Because You Loved Me – Cláudia Rezende

(Sozinha, Marina entrou no quarto onde as filhas dormiam antes de sair de casa e sentou na cama de Amanda).

 

MARINA: (Pega o travesseiro de Amanda e sente o perfume, em seguida começa a chorar) Porque, meu Deus? Porque tinha que ser assim? (Questiona a si mesma).

 

Cena 14 – Donna Sô (Café Bar) [Interna/Noite]

(O bar de Sofia estava quase encerrando o expediente após uma noite agitada. Rodrigo observava Cristina trabalhar, quando de repente lhe veio uma ideia em sua mente e ele levantou do lugar de onde estava sentado).

 

CRISTINA: (Organiza algumas mesas, quando observou a área externa e notou que Rodrigo estava recolhendo as cadeiras da calçada) O que você está fazendo? Esse trabalho daí é meu! (Disse ao se aproximar carregando uma bandeja).

RODRIGO: Eu estava ali sem fazer nada e de repente essas cadeiras começaram a me chamar, daí eu não resisti. Resolvi atender ao chamado delas e vim te ajudar. Estou fazendo errado?

CRISTINA: (Sorri da situação) Não, pelo contrário. Você está fazendo tudo certinho! Acontece que não é de bom tom colocarmos uma visita para trabalhar.

RODRIGO: Não precisa fazer cerimônia, amigos são pra essas coisas, não são?

CRISTINA: São, são sim! (Responde). – Bem, eu vou levar esses copos lá pra dentro e daqui a pouco volto para te ajudar... (Ao se virar, Cristina esbarra em uma mesa e derruba alguns copos). – Droga, que desastrada que eu sou! (Agacha para recolher os cacos de vidro).

RODRIGO: Eu te ajudo! (Disse ao encostar a cadeira ao lado da mesa e se agachar para ajudar Cristina). – Eu te ajudo, você pode se cortar...

CRISTINA: Não precisa se incomodar, você já está fazendo demais, esse é o meu trabalho... (De repente, Cristina olha nos olhos de Rodrigo e parece se perder).

Música da cena: In the Silence – Leroy Sanchez

RODRIGO: (Olha Cristina nos olhos e obedecendo ao impulso, beija Cristina, que corresponde).

CONTINUA!


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