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EM SEU LUGAR - CAPÍTULO 51 (ÚLTIMA SEMANA)

 



Capítulo 51 (Última Semana)

 

 

Cena 01 – Castro & Rios – Advogados Associados [Interna/Tarde]

(Ulisses e a secretária estavam completamente horrorizados em ver André agonizando).

 

ANDRÉ: Eu vou morrer por culpa daquela cadela! (Grita ao cair no chão enquanto tenta abrir a camisa para respirar melhor).

ULISSES: Não, você não vai morrer... Eu não vou deixar, eu vou chamar uma ambulância agora e você vai para um hospital ser atendimento. (Fala ao se agachar e se aproximar de André).

SECRETÁRIA: Eu vou chamar uma ambulância! (Diz ao ligar para a emergência do celular).

ANDRÉ: Não vai dar tempo... (Fala ofegante). – Ulisses, você não pode deixar aquela vagabunda solta. Eu quero falar o que sei...

ULISSES: Falar o que você sabe? (Questiona).

ANDRÉ: É, eu quero que você grave um vídeo do que eu vou dizer, antes que seja tarde demais...

ULISSES: (Tira o celular do bolso, desbloqueia e aponta a câmera para André) Está bem, está bem... Aqui está, pode falar!

ANDRÉ: (Olha para a câmera do celular) Eu me chamo André Rios, sou brasileiro, advogado e em posse de minhas plenas faculdades mentais, gostaria de fazer uma denúncia. Eu fui envenenado por Amanda dos Santos, uma estelionatária, assassina e ladra muito perigosa. Assim como eu fui sua vítima, ela também envenenou Gustavo Silveira Montalvão, conhecido como Vavo. Ele conhecia todos os seus podres, por isso ela queria tirar ele de seu caminho... Prendam essa desgraçada, ela é muito perigosa... (Começa a agonizar e morre nos braços de Ulisses).

SECRETÁRIA: Meu Deus! (Desespera-se ao perceber que André morreu).

ULISSES: Não, não, não... André, fala comigo... André! (Grita).

 

Cena 02 – Escola Ribeiro Alves [Interna/Tarde]

(Ao reconhecer Cristina, Caio titubeou, mas resolveu se aproximar).

 

CRISTINA: Você lembra de mim? Sou eu, a Cristina...

CAIO: Eu sei quem você é! Você é a cúmplice no assassinato da minha mãe! (Responde ao chegar perto das grades).

CRISTINA: Não, eu não fiz nada disso e já foi provado em tribunal. Eu sei que é difícil acreditar, mas nessa história eu sou tão vítima quanto a sua mãe... (Responde cobrindo a barriga).

CAIO: Eu não acredito em você, sua mentirosa... Eu nem deveria ter vindo até aqui! (Dá as costas e começa a caminhar).

CRISTINA: Espera, eu vim falar com você sobre o seu pai...

CAIO: (Para de caminhar ao ouvir Cristina).

CRISTINA: Eu sei que você não gosta de mim, mas você não está sendo justo com ele. Ele te ama muito e se esforçou para manter as coisas no lugar mesmo quando a sua mãe não estava mais aqui. Isso que vocês estão fazendo com ele está acabando com a vida dele. O que você quer para voltar a ficar com ele? Que eu desapareça pra sempre da vida de vocês? Eu desapareço, mas não o despreze!

CAIO: (Vira-se para Cristina e volta a se aproximar) Eu amo o meu pai, eu só não aceito ter uma madrasta, ninguém pode ocupar o lugar da minha mãe.

CRISTINA: Eu nunca quis roubar o lugar da mãe de vocês, a mãe de vocês é única e sempre fará parte das nossas vidas e memórias. A única coisa que eu quis, foi amar o seu pai e ser amiga de vocês. Eu entendo que você não goste de mim e você não é realmente obrigado a gostar, mas não duvide de quem sempre te amou. O seu pai nunca vai te amar menos que a sua avó!

(Nesse momento o celular de Cristina toca).

CRISTINA: (Abre a bolsa e retira o celular) Espera, só um minuto que eu já falo com você... (Fala para em seguida atender). – Alô? Ulisses! O que aconteceu? Sério? Isso é ótimo, eu vou passar em casa e vou pra lá em seguida, não vou perder esse momento por nada. Claro, até lá! (Responde ao desligar).

CAIO: (Observando Cristina, Caio nota a barriga dela, mas não comenta nada).

CRISTINA: Caio, eu tenho que ir agora. Me prometa que vai pensar no que eu te disse, ok?

CAIO: Pode deixar! (Responde secamente).

CRISTINA: Então tá... Adeus! (Fala ao se despedir e sair pela rua com os olhos marejados, indo embora).

 

Cena 03 – Mansão Assumpção [Interna/Tarde]

Música da cena: Bandida - Cleo

(Após entrar em seu quarto, Amanda foi até o guarda-roupas e retirou uma mala de seu interior. Em seguida ela a jogou em cima da cama e começou a esvaziar os armários).

 

AMANDA: Eu preciso dar um jeito de desaparecer, porque com a morte do traste do André, podem ser que liguem os fatos e suspeitem de mim. Eu não posso ser presa, não posso. Não vou dar esse gostinho aquela mosca morta. (Pensa em voz alta enquanto coloca seus pertences dentro da mala).

(Enquanto isso, viaturas começam a cercar a casa com as sirenes desligadas para não chamarem a atenção).

INVESTIGADOR GARCIA: Vocês quatro, vão para os fundos. Os demais monitorem todas as portas e janelas, a Amanda não pode fugir, entenderam? Vão e sejam discretos! (Diz orientando a equipe).

 

Cena 04 – Escola Ribeiro Alves [Externa/Tarde]

Música da cena: Não Sai Da Minha Cabeça – Flávio Ferrari, Gabriel Nandes

(Com o encerramento das aulas, os alunos saíam eufóricos da escola, entre eles, Caio e Mia conversavam).

 

MIA: Eu acho que você deveria dar uma chance ao seu pai, ele tem o direito de refazer a vida dele com quem quiser, você não pode definir isso. Você gostaria que ele tentasse comandar a sua vida e escolher com quem você se relaciona?

CAIO: Não, claro que não! (Responde instantaneamente).

MIA: Então porque você se sente no direito em fazer o mesmo com ele? Lembre-se que essa moça já foi inocentada, você está absorvendo um ódio que não é seu e sim da sua avó. Bom, agora eu tenho que ir... Até amanhã! (Diz ao beijar o rosto e Caio, indo embora em seguida).

CAIO: (Pensativo, observa Mia ir embora e em seguida decide agir. Ele retira o celular do bolso e resolve ligar para Rodrigo) Alô, pai? Sou eu! (Fala ao ouvir a voz de Rodrigo do outro lado da linha).

(Caio não consegue concluir a ligação, pois nesse momento alguém se aproxima por trás e lhe arranca o aparelho).

BÁRBARA: Você não vai falar com esse homem, só quando eu quiser! (Fala segurando o celular).

CAIO: A senhora não pode fazer isso, devolve o meu celular agora! (Responde aborrecido).

BÁRBARA: Vamos ver se eu posso ou não! (Conclui ao encerrar a chamada).

 

Cena 05 – Mansão Assumpção [Interna/Tarde]

(Com a transição de cenas, surge a fachada da mansão. Sozinha no interior da propriedade, Amanda arrastava a mala pela escada ao descer).

 

ULISSES: Está indo a algum lugar, Amanda? (Fala ao entrar na casa).

AMANDA: Ulisses, meu amor... O que está fazendo aqui?

MURILO NETO: Nós viemos te visitar, afinal a família é pra isso, não? (Ironiza).

AMANDA: (Estranha a chegada de Murilo Neto) Eu não estou entendendo, que brincadeira é essa? (Pergunta nada amigável).

JACQUELINE: Brincadeira? Ela está apenas começando, sua maldita assassina. (Grita).

AMANDA: Mas que circo é esse? Eu não autorizei a entrada de ninguém, saiam agora mesmo da minha casa. Saiam! (Grita parada no final da escada).

ANTÔNIO: E você tem certeza de que essa casa é sua, Amanda? (Pergunta ironicamente ao sair do escritório).

AMANDA: (Olha para Antônio e surpreende-se).

 

Cena 06 – Hospital Paulo Toledo [Interna/Tarde]

(Ao sair do quarto, enfermeiros conduziam uma maca onde Sofia estava deitada e vestida com a roupa para o centro cirúrgico).

 

SOFIA: Vocês estão aqui, meus amores! (Fala ao avistar Tiago, Daniel e Murilo no corredor).

TIAGO: É claro que sim, mãe. Onde mais estaríamos agora se não com você? (Responde ao segurar a mão de Sofia).

DANIEL: Vai dar tudo certo, sogrinha. Vamos ficar aqui todo o tempo que for preciso!

SOFIA: Obrigada, meu lindo. Eu sei que vocês não gostam quando eu falo essas coisas, mas eu quero que me prometa que se acontecer alguma coisa comigo e eu não voltar do centro cirúrgico, eu quero que cuide do Tiago e o faça muito feliz, vocês serão uma linda família.

TIAGO: Mamãe... (Responde com os olhos marejados).

DANIEL: Eu prometo! (Responde sereno).

MURILO: Agora chega de falar dessas coisas. (Fala ao se debruçar, ficando próximo a ela). – Não fale sobre morte, pois a vida está aqui e você é a nossa vida. Volta pra gente, tá? (Beija Sofia).

ENFERMEIRO: Eu não quero interromper, mas agora nós temos que ir mesmo. (Fala sem jeito).

SOFIA: Eu amo vocês! Podemos ir... (Responde após o beijo).

(Os enfermeiros empurram a maca pelo corredor do hospital, enquanto Tiago, Murilo e Daniel observam de longe).

 

Cena 07 – Mansão Assumpção [Interna/Tarde]

(Nada confortável com a presença de tantos inimigos, Amanda estava se sentindo acuada, porém não dava o braço a torcer).

 

AMANDA: Eu tenho pena de vocês! Vieram até aqui, se deram ao trabalho de tentar me amedrontar. Lamento dizer que não funcionou... Eu sou invencível!

JACQUELINE: Não, você não passa de uma assassina... Você matou o Vavo! (Grita).

AMANDA: Eu não sei do que você está falando, sua secretariazinha de meia tigela. O Vavo morreu do coração, coitadinho... Teve um ataque e estrebuchou diante uma plateia. Eu posso te processar por isso! (Diz encarando Jacqueline).

ULISSES: Eu não teria tanta certeza disso, Amanda. Eu encontrei com o André hoje, antes dele morrer e ele me contou tudo o que sabia a seu respeito. Assim como você envenenou o Vavo, você também fez com ele. Era esse o meu destino? Morrer envenenado como todos os seus amantes? (Pergunta em tom de acusação).

AMANDA: Não, meu amor! Você eu realmente amei... (Fala ao se aproximar e acariciar o rosto de Ulisses).

ULISSES: (Afasta Amanda para longe dele) Você não ama ninguém, a não ser você mesma. Maldita hora que eu caí na sua teia!

AMANDA: Você não pode falar assim comigo, Ulisses... Você não! (Responde chocada).

ANTÔNIO: Não adianta mais, Amanda. Todos nós já sabemos dos seus crimes. Assassinato por envenenamento e o incêndio na minha oficina...

AMANDA: (Muda a expressão de choro para riso rapidamente) Vocês não podem provar nada, eu sempre fui muito mais esperta que vocês... Eu envenenei sim o idiota do Vavo e o palerma do André. Os dois iriam me entregar e eu não podia permitir, mas me certifiquei de usar um veneno que não deixa rastros. Resumindo, eu venci! (Debocha).

JACQUELINE: Sua desgraçada, eu vou te matar... Você matou o meu amor! (Grita ao tentar avançar em Amanda, porém é contida por Murilo Neto).

AMANDA: Meu! Meu Vavo... Você nunca foi mulher o suficiente para ele, era comigo que ele tinha prazer. Quanto ao incêndio da sua oficina de fundo de quintal, papaizinho... Isso é apenas uma acusação infundada, agora se me permitem, eu preciso sair! (Diz ao pegar a mala e caminhar em direção à porta).

MARION: Não Amanda, você não vai sair antes de ouvir uma historinha como aquelas que costumava me contar quando eu estava acamada. (Responde ao entrar em sua própria casa com o apoio de uma muleta). – Era uma vez uma amiga muito cruel, que foi capaz de roubar a vida de sua melhor amiga, a quem ela dizia considerar uma irmã!

AMANDA: Eu vou sair daqui agora! (Fala ao se aproximar da porta).

(Nesse momento, Cristina e Marina entram).

AMANDA: Amiga, eles querem me matar... Não deixa eles me fazerem mal! (Abraça Cristina aos prantos).

CRISTINA: Eu disse que iria te ver na cadeia, não disse? Esse é o seu fim da linha! (Responde ao se desvencilhar de Amanda). – Pode levar, investigador!

INVESTIGADOR: Opa, é agora que eu entro? (Responde ao algemar Amanda).

AMANDA: Não, vocês não podem fazer isso comigo... Me soltem, me soltem! (Grita enquanto é retirada da mansão).

(Amanda é colocada dentro da viatura, enquanto todos a observam).


 

Cena 08 – Apartamento de Ulisses [Interna/Tarde]

Música da cena: Diferença Mara - Juliette

(Imagens aéreas apresentam os grandes edifícios da cidade, quando surge a fachada do prédio onde Ulisses morava com a família).

 

IRMÃ JANICE: Já vai, já vai... Eu já estou indo! (Disse enquanto caminhava pela sala de estar após ouvir a campainha tocar).

PORTEIRO: Boa tarde, senhorita. É que estou entregando as correspondências dos apartamentos e essa aqui é de vocês! (Fala quando Janice abre a porta do apartamento).

IRMÃ JANICE: Está bem, obrigada! (Responde ao receber os envelopes e em seguida fechar a porta).

(Janice caminha pelo interior do apartamento e vai até o sofá, onde se senta e começa a separar as correspondências).

IRMÃ JANICE: Vovó, vovó... Ulisses, Vovó, Ulisses, Ulisses... (Fala consigo mesma enquanto separava as cartas). – Convento do Carmo? (Se assusta ao ver uma correspondência para ela mesma e em seguida resolve abrir o envelope para ler o conteúdo da carta). – Eles definiram a data dos votos! (Pensa em voz alta).

 

Cena 09 – Indústrias Assumpção [Interna/Tarde]

Música da cena: Jura Secreta – Lucinha Lins

(Com a transição de cenas, surge a fachada da fábrica de Marion. Quando as portas do elevador se abriram no andar da presidência, Marion e Murilo Neto surgiram naquele andar).

 

MARION: Que saudade que eu estava desse lugar! (Responde olhando ao redor).

MURILO NETO: Vó, a senhora tem razão de que quer ficar mesmo por aqui? Acho melhor irmos para casa, a senhora acabou de passar por um momento muito delicado... Não sei se é apropriado!

MARION: Esse lugar é o meu remédio! Essa empresa me mantém viva... Eu precisava deste momento! Eu vou até a minha sala, você vem comigo?

MURILO NETO: Eu vou ao banheiro primeiro e daqui pouco eu te encontro lá...

MARION: Está bem!

(Ao abrir a porta da sala da presidência, Marion adentrou emocionada e permaneceu parada enquanto recordava de toda a sua vida).

JOAQUIM: Lembranças do passado? (Diz ao surgir atrás de Marion).

MARION: Joaquim? (Surpreende-se).

 

Cena 10 – Hospital Paulo Toledo [Interna/Noite]

Música da cena: With You – Sam Bailey

(Imagens aéreas percorrem a cidade e mostram os grandes edifícios da cidade. Em seguida surge a fachada do hospital, na recepção, Tiago, Murilo e Daniel aguardavam por notícias quando Virgínia saiu do centro cirúrgico).

 

TIAGO: A doutora está vindo, ela está vindo! (Responde ao ficar de pé).

MURILO: E então doutora, como foi a cirurgia? (Pergunta ao se aproximar da médica).

DRA. VIRGÍNIA: Felizmente correu tudo bem, conseguimos remover todos os tumores no útero e nos ovários. A partir de agora após o processo de recuperação, a Sofia precisará fazer mais algumas sessões de radioterapia e aí sim, poderemos atestar se a cirurgia foi um sucesso ou não.

TIAGO: Graças a Deus! (Abraça Daniel, emocionado).

DANIEL: Eu falei que daria tudo certo, não falei? A sua mãe está bem!

MURILO: E quando poderemos vê-la, doutora?

DRA. VIRGÍNIA: Agora ela está na sala de recuperação e deverá permanecer lá por mais algumas horas e depois vai pro quarto, aí ela poderá receber visitas. Eu volto para dar mais notícias, ela está bem. Não se preocupem! Com licença... (Conclui ao sair).

 

Cena 11 – Casa de Bárbara [Interna/Noite]

Música da cena: Tudo de Novo – Negra Li

(Imagens externas mostram a cidade iluminada com suas luzes, o trânsito segue intenso. Em seguida surge a fachada da casa de Bárbara).

 

BÁRBARA: (Entra na sala de jantar e encontra Cissa e Caio sentados à mesa) Pontuais? Assim que eu gosto! (Responde ao se sentar).

(Deprimida com saudades do pai, Cissa não responde enquanto, Caio ignora a avó).

BÁRBARA: (Começa a jantar, mas logo se irrita com o desprezo dos netos) Agora chega, vocês já encheram toda a minha paciência! (Grita assustando os dois). – Saiam da mesa e vão agora mesmo para o quarto...

CISSA: Mas eu ainda não acabei, vovó!

BÁRBARA: Eu não quero saber, pouco me importa se você acabou ou não. Desapareçam da minha frente!

CAIO: A senhora não pode falar assim com ela, ela é uma criança...

BÁRBARA: Saiam! (grita).

(Furioso, Caio se levanta e conduz a irmã para longe da sala de jantar).

 

Cena 12 – Indústrias Assumpção [Interna/Noite]

(Surpresa após reencontrar Joaquim, Marion havia ficado estática diante dele).

 

JOAQUIM: Eu pensei muito se devia vir te procurar depois daquele outro dia, mas você sabe como é o coração, ele é quem manda, então eu resolvi vir.

MARION: Eu não estava esperando, fiquei surpresa... Entre, sente-se!

JOAQUIM: Você realmente nunca espera nada dos outros, não é mesmo?

MARION: Eu não entendi, o que você quer dizer com isso?

JOAQUIM: O que eu quero dizer com isso? Que eu não consigo entender como você conseguiu viver todos esses anos depois de tudo o que você me fez, Marion. Você me abandonou!

MARION: Eu não quero mais falar sobre esse assunto, já fazem praticamente cinquenta anos que tudo aconteceu, o tempo passou e a vida seguiu.

JOAQUIM: Ah, pra você é tudo muito fácil. É sempre muito fácil! Pisar, magoar, ferir as pessoas e tudo porque? Dinheiro! Dinheiro! (Grita).

MARION: Chega! (Grita). – Você não tem o direito de falar assim comigo...

(Nesse momento, Murilo Neto entra na sala da presidência e estranha a presença de Joaquim).

MURILO NETO: Vovó, está tudo bem? (Pergunta ao se aproximar de Marion).

MARION: Está sim, meu amor... Eu apenas fiquei nervosa!

MURILO NETO: Quem é esse senhor? O que ele faz aqui? (Questiona).

MARION: Ele já estava de saída, não é? (Pergunta olhando para Joaquim).

JOAQUIM: Eu vou, mas essa conversa não acabou. Eu vou voltar! (Conclui ao ir embora, deixando Marion nervosa e Murilo Neto sem entender nada).

 

Cena 13 – Delegacia [Interna/Noite]

(Arrastada pela delegacia contra sua própria vontade, Amanda gritava furiosa).

 

AMANDA: Me solta sua infeliz!

POLICIAL: Pronto, bem-vinda ao seu hotel cinco estrelas, nojentinha... (Diz ao empurrar Amanda para o interior da cela).

AMANDA: Me tira daqui, vocês não podem fazer isso comigo... Volta aqui! (Grita).

(Ao olhar para trás, Amanda percebe a presença de um grupo de presas).

PRESA 1: Hum... Carne nova no pedaço! (Fala ao se aproximar de Amanda).

PRESA 2: E cheirosa! Parece um copo de leite de tão branquinha... Vem vê, Lucilene! (Fala ao se referir a líder do grupo).

LUCILENE: Parece uma princesinha, dessas de novela... Gostei do vestido, eu quero pra mim!

AMANDA: (Se afasta das presas com desdém) Saiam de perto de mim, suas nojentas. Eu não vou te dar vestido coisa nenhuma! Você sabe quanto custa um desses? Isso aqui é grife, coisa de luxo... Coisa que você jamais conseguiria mensurar nesses seus roubos de ladra pé-de-chinelo...

PRESA 2: Ih, Lucilene... Ela vai te ofender, essa não tem noção do perigo!

PRESA 1: Melhor tu baixar a bola, que aqui quem comanda é a Lucilene. Fica na tua, que é melhor!

AMANDA: Eu não tenho medo de ninguém, me deixem em paz. (Grita).

LUCILENE: Já vi que essa vai precisar de um corretivo, ela precisa aprender quem é que manda aqui... Eu tô pouco me lixando se você tem dinheiro ou não, aqui você é presa como qualquer uma, ô vagaba! Segurem ela, eu vou ficar com o vestido e vai ser agora...

(As duas presas seguram Amanda e Lucilene avança em cima dela. Alguns instantes depois, Lucilene surge usando o vestido de Amanda, enquanto Amanda veste a roupa velha de Lucilene).

LUCILENE: Mais pra baixo, mais pra baixo... Isso! (Fala orientando para que a presa abaixe um pouco mais a posição do espelho, para que ela se veja melhor). – Fiquei a maior gata nesse vestido, não foi?

PRESA 1: Ficou mesmo, esse vestido foi feito pra você...

AMANDA: Nem se você estivesse vestida de ouro, sua morta de fome! (Debocha).

LUCILENE: Tu ainda não aprendeu com o corretivo, vagaba? Tu agora vai limpar a cela, pra aprender a ocupar a mente e ficar calada. Pega o balde a e escova!

PRESA 2: (Pega o balde e o escovão, em seguida ela joga sorridente aos pés de Amanda) É pra já, amiga!

AMANDA: Eu não vou limpar nada! Eu não nasci para limpar privada para um bando de mulher nojenta como vocês três!

PRESA 1: Lucilene, eu vou quebrar a cara dessa cachorra...

LUCILENE: Não, tu não vai fazer nada! (Lucilene se aproxima de Amanda). – Quer dizer que tu não vai pegar o balde e o escovão, porque tu não nasceu pra limpar privada pra mulher como a gente?

AMANDA: Já vi que inteligência não é o seu forte, querida. Por isso eu vou repetir. Se quer privada limpa, limpe você mesma! Cretina... (Cospe na cara de Lucilene).

LUCILENE: (Encara Amanda nos olhos por um breve momento e em seguida lhe dá um soco no rosto) É, você tem mesmo razão! Você não vai mais lavar a privada com esse balde e nem com esse escovão... Tu vai lavar com a tua cara, vagaba! (Diz ao pegar Amanda pelo cabelo).

AMANDA: Me solta, sua nojenta! (Esbraveja tentando se desvencilhar de Lucilene).

LUCILENE: Eu vou te amansar, tu vai aprender que não vai falar assim comigo aqui... (Diz ao arrastar Amanda pela cela). – Tu vai limpar essa privada é agora! (Lucilene enfia a cara de Amanda na privada, enquanto as outras presas riem).

 

 

Cena 14 – Cobertura de Rodrigo [Interna/Noite]

Música da cena: In The Silence – Leroy Sanchez

(Distraído, Rodrigo observava a lua através da janela).

 

VILMA: Eu posso mandar servirem o jantar, menino? (Pergunta ao se aproximar).

RODRIGO: Eu não estou com fome, Vilma. Pode ir descansar, eu não preciso de mais nada essa noite.

VILMA: Mas Rodrigo...

RODRIGO: É sério, pode ir!

VILMA: Está bem, boa noite. (Diz ao se despedir).

(Rodrigo observa Vilma se afastar e em seguida olha para o telefone).

RODRIGO: (Pega o telefone disca um número).

(Ao ouvir o telefone tocar na sala de casa, Cristina se apresenta e atende).

CRISTINA: Alô?

RODRIGO: Que saudade eu estava de ouvir a sua voz! (Responde ao perceber que é Cristina).

CRISTINA: Rodrigo? É você? (Pergunta emocionada).

RODRIGO: Você não sabe o quanto eu tenho sentido a sua falta. Eu te amo tanto, tanto, tanto... Que não cabe em mim!

CRISTINA: (Permanece em silêncio, enquanto chora).

RODRIGO: Não precisa falar nada, só me escuta... Eu sei que você está longe de mim pelos últimos acontecimentos, mas saiba que eu não vou desistir de você. Eu não paro de pensar em você um segundo sequer da minha vida e quando isso tudo acabar, pode ter certeza de que a gente não vai mais ficar longe um do outro. Eu prometo! (Conclui).

 

Cena 15 – Casa de Marina e Antônio [Externa/Noite]

Música da cena: A Primera Vista – Pedro Aznar

(Imagens externas mostram as grandes avenidas da cidade. Transitamos entre a Avenida Paulista, Ipiranga e São João. Em seguida, cruzamos pelo Beco do Batman e MASP. Com a transição de cenas, as ruas do bairro do Bixiga surgem como plano de fundo e a fachada da casa de Marina e Antônio. Do lado de fora da casa e encostado em seu carro, Ulisses aguardava por alguém. Foi nesse momento que Cristina saiu e abriu o portão).

 

CRISTINA: Eu vim assim que você ligou, tem certeza de que não quer entrar? Você janta conosco, meus pais e meus irmãos gostam muito de você.

ULISSES: Não, eu não quero incomodar. Na realidade, eu quis vir até aqui para te dar um presente pessoalmente. (Diz segurando uma pasta consigo).

CRISTINA: Presente? Do que se trata? (Pergunta curiosa).

ULISSES: (Entrega a pasta para Cristina) Aí está a conclusão do seu processo, a partir de agora você é uma mulher com a sua ficha limpa novamente. Apesar de ter morrido, o Vavo conseguiu te inocentar e a juíza lavrou esse documento.

CRISTINA: Isso é o melhor presente que você poderia me dar! (Abraça Ulisses emocionada). – Eu nem sei como te agradecer por tudo o que tem feito por mim nos últimos tempos.

ULISSES: Na verdade tem sim! Nada me faria mais feliz se você me aceitasse de volta. Eu faria tudo por você, eu te daria todo o meu amor e ao seu bebê, ele seria como se fosse meu, se você me perdoasse...

CRISTINA: Ulisses, Ulisses... Não dá! (Diz ao interromper o advogado). – Eu sei o que você sente por mim e respeito em nome do que já vivemos, mas infelizmente já passou o nosso tempo. Eu acredito sim que o amor se transforma e o que eu sentia por você, virou carinho. Hoje eu te vejo como um amigo muito querido. Acho que jamais poderíamos voltar a nos envolver. A minha filha já tem pai, apesar dele não saber da existência dela ainda, um dia isso vai mudar e provavelmente a gente se acerte. Eu não sei do amanhã, por isso não me interprete mal, por hora vamos ser apenas bons amigos. Combinado? (Questiona).

ULISSES: Combinado! (Responde triste).

 

Cena 16 – Passagem de Tempo [Externa/Manhã]

Música da cena: Amarelo, Azul e Branco – ANAVITÓRIA, Rita Lee

(O dia amanhece e anoitece rapidamente, carros e pessoas percorrem as grandes avenidas da cidade. Os grandes edifícios aparecem como plano de fundo).

 

- Amanda é maltratada na prisão e as presas a obrigam a limpar privada;

- Cristina prepara o enxoval de sua filha;

- Rodrigo visita os filhos sob supervisão judicial;

- Marion e Murilo trabalham intensamente para levantar a empresa;

- Jacqueline instrui a equipe;

- Irmã Janice e Beto passeiam;

- O bar de Sofia continua sendo o point do bairro;

- Letícia e Murilo Neto ajudam Théo a dar os primeiros passos;

- Daniel tenta sentir o bebê através da barriga de Tiago;

- Marina e Antônio acordam felizes e apaixonados;

- Cristina pensa em Rodrigo e ele sofre com a falta dela;

 

ALGUM TEMPO DEPOIS...

 

Cena 17 – Hospital Paulo Toledo [Interna/Tarde]

Música da cena: Sem Ar – Gabi Luthai

(Com a transição de cenas, surge a fachada do hospital. Em seguida, dentro de um dos quartos surge Tiago após dar à luz, ao lado de Daniel, enquanto ambos admiravam o bebê recém-nascido).

 

DANIEL: Ele é lindo, não acha? (Comenta sussurrando para não acordar o bebê).

TIAGO: É sim! O nosso Vicente! (Sussurra de volta enquanto observa o menino, completamente encantado por ele).

DANIEL: Nosso Vicente! (Conclui).

 

Cena 18 – Casa de Bárbara [Interna/Noite]

(Caio estava com sede quando percebeu que a garrafa com água em seu quarto estava vazia, foi nesse momento que ele resolveu ir até a cozinha enchê-la, ao se aproximar da sala de estar, ele percebeu que sua avó estava ao telefone).

 

BÁRBARA: Sim, eu sei que já faz muito tempo! (Responde ao telefone). – Em poucos dias dinheiro não será mais problema, eu estou prestes a conseguir a guarda definitiva dos meninos, com isso eu ganho acesso as contas bancárias, as propriedades e administro todos os bens. É, o menino ficará maior de idade em pouco tempo, mas ele é influenciável, eu vou conseguir arrancar um bom dinheiro dele e logo me tornarei a dona absoluta de tudo. Pra minha sorte, ele e o pai se detestam, foi tudo muito fácil. (Diz em meio ao riso).

CAIO: (Ouve tudo às escondidas e completamente surpreso com o fingimento da avó).

 

Cena 19 – Indústrias Assumpção [Interna/Manhã]

Música da cena: Jura Secreta – Lucinha Lins

(O auditório da empresa estava lotado de funcionários e pela imprensa quando Marion subiu ao palco. Recuperada após meses de fisioterapia, Marion caminhava apenas se apoiando em uma bengala, quando foi imensamente aplaudida).

 

MARION: (Aproxima-se do púlpito, coloca seus óculos e estende um papel para começar a ler seu discurso) Bom dia a todos e a todas! Sejam muito bem-vindos. É com imensa felicidade que anuncio que estamos livres de uma era obscura e turbulenta que não só a empresa, mas toda a nossa família atravessou nos últimos tempos.  Com isso, pudemos ir além e entender o quanto é importante atuar em conjunto, com humildade e respeito, não podendo esquecer e nem deixar de mencionar o quanto o poder da família é transformador. Por muitos anos eu estive cheia de soberba e ressentimentos, não tenho vergonha de admitir isso publicamente, pois hoje me considero uma nova mulher. Por conta disso, precisei amadurecer novamente, quando achei que já era uma mulher madura e pude compreender a vida através de outros ângulos. Uma das pessoas responsáveis por isso, hoje passa a ser um membro importante em nossa empresa e dinastia familiar. Eu peço uma salva de palmas para a minha neta e futura sucessora, Cristina Medeiros Assumpção! (Diz ao anunciar Cristina).

(Todos aplaudem na plateia).

CRISTINA: (Surge caminhando um pouco devagar, devido a barriga com oito meses de gravidez. Ao se aproximar de Marion as duas se abraçam).

 

Cena 20 – Fórum [Interna/Manhã]

(Em uma sala do fórum, Bárbara estava acompanhada de um novo advogado, enquanto em sua frente e do outro lado da mesa estavam Rodrigo e Maria Paula, foi quando o juiz entrou).

 

JUIZ: Bom dia a todos, podem tomar assento. (Diz ao se sentar em sua cadeira). – Vamos dar início a audiência definitiva para a guarda dos menores Caio Trajano Ferretti e Maria Cecília Trajano Ferreti. (Diz enquanto lê a ata do processo). – Todos os interessados de ambas as partes estão presentes? (questiona).

ADVOGADO: (Orienta Bárbara ao sussurrar em seu ouvido para em seguida responder) Sim, excelência.

MARIA PAULA: (Olha para Rodrigo e em seguida responde) Sim, excelência.

RODRIGO: (Encara Bárbara).

 

CONTINUA!


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