-CAPÍTULO 10-
UMA NOVELA DE MÁRIO TEIXEIRA.
ADAPTADA POR MATEUS HENRIQUE.
NÚMERO DE CAPÍTULOS: 70.
CENA 1/RUA DA CASA DE TIRADENTES/INT./MANHÃ.
Rosa está muito emocionada e chora, enquanto visualiza a ruína da casa de seu pai.
Rosa (emocionada)- A casa de meu pai! Meu pai, amado!
Virgínia desce da carruagem e vem até ela.
Virgínia- Aqui foi onde viveu o líder da inconfidência: “TIRADENTES”.
Rosa (emocionada)- O meu pai.
Virgínia (emocionada)- Sim, o seu pai!
Rosa (emocionada)- Cada ruína dessa casa é uma parte do sofrimento do povo que tem que lutar contra a coroa.
Virgínia- Mas, fale isso baixo! Ninguém pode te escutar. E acho que já estamos tempo demais aqui! Vamos?
Rosa (emocionada)- Vamos!
Elas vão embora.
CORTA:
CENA 2/CARRUAGEM/INT./MANHÃ.
Rosa e Virgínia conversam.
Rosa- Você conheceu Tiradentes?
Virgínia- Conheceu. Muitas pessoas tem medo de chamá-lo pelo nome, mas muita gente nunca esqueceu ele!
Rosa- Sim. Eu nunca vou esquecê-lo! Tenho poucas lembranças da minha infância, mas o dia do... (ELA PARA).
Virgínia- Não precisa dizer!
Rosa (emocionada)- Eu nunca vou me esquecer!
CLOSE EM VIRGÍNIA.
CLOSE EM ROSA.
CORTA:
CENA 3/MINA DA TRAVESSIA/MANHÃ/EXT./PEDRAS.
Rubião e Tolentino vão até onde está Inácio, Raposo e Malveira. Rubião conversa com Raposo.
Rubião- Ele tá morto?
Raposo- Não sei!
Rubião- Parece que o senhor bateu muito nele?!
Raposo- Ele me roubou!
Rubião- Mas, agora pode deixar ele comigo! Vou levá-lo.
Rubião acena para Tolentino pegar Inácio. Malveira entra na frente de Tolentino. Raposo acena para Malveira liberar a passagem para Tolentino.
CORTA:
CENA 4/LAGO/EXT./MANHÃ.
Rosa e Virgínia conversam.
Rosa- Você suspeita que o meu pai possa ser o delator?
Virgínia- Não! Não! O seu pai pode ter os maiores defeitos do mundo, mas traidor ele nunca é e nunca foi!
Raposo grita ao ver Rosa com Virgínia:
Raposo (gritando)- Mas, o que você pensa que está fazendo aqui Rosa? Com essa meretriz!
Virgínia (se levantando junto com Rosa)- Tenha mais respeito, seu velho!
Raposo (gritando)- Tenha mais respeito você. Você só pode estar louca não é Rosa?
Rosa- E por que estaria? A companhia de Virgínia é adorável!
Raposo (gritando)- Adorável? A companhia de uma alcoviteira?
Rosa (nervosa)- Olha aqui, meu pai! Tenha mais respeito por ela. Eu não me importo de estar na presença dela!
Raposo (gritando, puxando-a pelo braço)- Mas, nós vamos embora daqui agora.
Rosa (nervosa)- Espera aí, pai! Te vejo depois, Virgínia!
CLOSE EM VIRGÍNIA, SORRINDO.
CORTA:
CENA 5/CASA DE XAVIER/INT./MANHÃ.
Celeste varre o chão. Ela vê comida em cima da mesa e corre até lá e pega. Brites passa nesse momento e sem ela perceber e lhe dá uma vassourada.
Celeste (gemendo)- O que é isso, sinhá?
Brites (nervosa)- Roubando comida?! Sua desgraçada.
Celeste (com medo)- Eu tô com fome, sinhá!
Celeste corre de Brites depois dela começar a lhe dar vassouradas. Xavier chega nesse momento e arranca a vassoura da mãe.
Xavier (firme)- Chega mãe! Não vai bater mais nessa pobre mulher.
CENA 6/CASA DE DIONÍSIA/INT./MANHÃ/COZINHA.
Bertoleza entra furiosa na cozinha. Ela entra com seu vestido nas mãos e reclama:
Bertoleza (nervosa)- Você sabe o que é isso?
Luanda- Um vestido?!
Bertoleza- Sim! Um vestido, que você ainda não lavou.
Blandina vai até ela.
Blandina- Pode deixar, sinhá! Eu lavo.
Bertoleza- O meu vestido tem que ser lavado todos os dias.
Luanda (rindo)- Nunca vi, uma preta vestindo vestido!
Bertoleza se aproxima de Luanda.
Bertoleza (firme)- Luanda, seu nome não é? (PAUSA)- Luanda, eu sou forra. Conquistei a minha liberdade, então não fique fazendo piadas não!
Bertoleza saí.
CLOSE EM LUANDA, RINDO.
CORTA:
CENA 7/CASA DE DIONÍSIA/INT./MANHÃ/SALA DE ESTAR.
Dionísia e Raposo conversam sentados no sofá. Rosa e Bertoleza passam ali para sair.
Raposo- Vai sair de novo?
Rosa- Vou sair com Bertoleza!
Raposo- Você não sossega mesmo?
Rosa sorri e balança a cabeça. Em seguida saí com Bertoleza.
Raposo- Com certeza vai se encontrar com aquela alcoviteira.
Dionísia- Você tá perdendo o controle da sua filha, Raposo. Daqui à alguns dias ela vai estar freqüentando o bordel.
Raposo tosse.
CLOSE EM RAPOSO, NERVOSO.
Raposo (nervoso)- Você só pode estar brincando não é?
Dionísia- Do jeito que ela é não duvido! Você tem que dar um jeito nessa alcoviteira.
Raposo- Eu não bato em mulher.
Dionísia- Pode deixar que eu vou dar um jeito nisso. Não se preocupe com aquela alcoviteira.
CLOSE EM RAPOSO.
CORTA:
CENA 8/MERCADO DE ESCRAVOS/INT./MANHÃ.
Celeste passa mal e caí. Xavier a acode.
Xavier (preocupado)- Celeste, por favor, me diga o que você tem?!
Celeste (pálida)- Tem 2 dias que eu não ponho água na boca, sinhozinho.
Xavier- Vou pegar alguma coisa para você comer.
Rosa e Bertoleza entram no mercado de escravos.
Bertoleza (triste)- Por que me trouxe aqui, Rosa?
Rosa- Pra você ver como essa gente vive. Muitos são vendidos, são tratados como animais são espancados e outros até mortos.
Bertoleza (triste)- Esse lugar me traz uma tristeza.
Rosa percebe Celeste caída no chão e vai até ela.
Rosa (preocupada)- Meu Deus. Essa senhora está passando mal.
Celeste (clamando)- Por favor, comida!
Rosa- Pegue comida para ela!
Bertoleza pega um pouco de comida. Em seguida, entrega Rosa.
Rosa (entrega a Celeste)- Tome.
Xavier vem nesse momento.
Rosa (indignada)- O senhor não tem vergonha não? O senhor é um calhorda!
CLOSE EM XAVIER.
CLOSE EM ROSA, FIRME.
CORTA:
CENA 9/MERCADO DE ESCRAVOS/INT./MANHÃ.
Rosa discute com Xavier.
Rosa- O senhor é desumano. Não vê que ela está com fome!
Xavier- Eu vim...
Rosa (interrompendo-o, nervosa)- O senhor é um monstro mesmo. Ela está aqui quase morrendo de fome!
Xavier (nervoso)- Olha aqui, sua pirralha mimada. Olha como você fala comigo!
Rosa (nervosa)- Se eu fosse um homem eu lhe dava uma boa de uma surra.
Xavier- Pois tente!
Rosa (nervosa)- Estarei a sua disposição!
Rosa e Bertoleza saem.
AGORA SERÁ UM CONJUNTO DE CENAS VOLTADAS PARA ROSA E XAVIER.
CENA 10/TAVERNA/INT./MANHÃ.
Rosa e Bertoleza conversam.
Rosa- Eu queria ver se ele sabia empunhar uma espada.
CORTA:
(NO MERCADO DE ESCRAVOS).
Xavier- Uma princesinha da corte!
(NA TAVERNA).
Rosa- Um fanfarrão!
(NO MERCADO DE ESCRAVOS).
Xavier- Uma filhinha de papai!
(NA TAVERNA).
Rosa- Inconsequente!
Bertoleza ri.
CLOSE EM ROSA.
CORTA:
CENA 11/CASA DE DIONÍSIA/INT./MANHÃ/SALA DE ESTAR.
Rosa e Bertoleza entram.
Rosa- Mequetrefe!
Blandina entra nesse momento e entrega um bilhete a Rosa.
Blandina- Mandaram entregar isso pra senhora, sinhá.
Rosa- Obrigada, Blandina!
Rosa lê o bilhete.
CLOSE EM ROSA.
CORTA:
CENA 12/IGREJA/MANHÃ/INT.
Virgínia explica a Rosa que a luta de Tiradentes não foi em vão.
Rosa (impressionada)- O que você quer que eu faça?
Virgínia- Quero que você nunca esqueça de quem é filha!
CLOSE EM ROSA, IMPRESSIONADA.
CORTA:
CENA 13/BORDEL DE VIRGÍNIA/INT./NOITE.
O bordel está cheio. Virgínia bebe em um canto. Raposo entra nesse momento. Ele pega Virgínia pelo braço. Xavier o desafia:
Virgínia (ameaçadora)- Me solta!
Xavier (ameaçador)- Me solte, e vamos até lá fora que eu vou te ensinar como se trata uma dama!
CLOSE EM RAPOSO, QUE SE VIRA E ENCARA XAVIER.
CORTA:
CENA 14/RUA/EXT./NOITE.
Xavier e Raposo começam a batalhar. Xavier avança sobre Raposo que o agarra.
Raposo- Você é bom! Com quem você aprendeu?
Xavier lhe dá um murro.
Xavier- Acho que o senhor não esperava por isso, não é?
Raposo lhe fere o braço.
Raposo (sorrindo)- Digo o mesmo!
Em seguida, Xavier avança sobre Raposo que parte totalmente sua espada.
Raposo- Dê uma espada pra ele, Omar!
Omar dá uma espada a Xavier. Xavier avança sobre Raposo e fere seu braço.
CLOSE EM RAPOSO.
CORTA:
CENA 15/LAGO/INT./MANHÃ.
Rosa nada no lago. Ela conversa com Bertoleza. Blandina e Luanda também estão ali.
Rosa (sorrindo)- Está tão gostoso aqui!
Algumas mulheres passam por ali, mas vão embora. Rosa estranha.
CLOSE EM ROSA, ESTRANHANDO A SITUAÇÃO.
CORTA:
CENA 16/RUA/EXT./MANHÃ.
Pelas ruas, Rosa vê alguns papéis pregados na parede. Ela pega um dos papéis, lê e se assusta.
CLOSE EM ROSA.
Congela com uma tinta vermelha que pinta o rosto de Joaquina (Rosa).
CORTA:
FIM DO DÉCIMO CAPÍTULO...
Obrigado pelo seu comentário!