CAPÍTULO 9
Uma novela de Crisley
Personagens deste capítulo (ordem de aparição):
Chris
Caio
Maria
Sara
André
Teresa
Danilo
Carminha
Felipe
Carol
Sílvia
Karen
Danilo
Bruno
Participações especiais:
Professor
Professora
CENA 1: LANCHONETE/ EXT./ NOITE
Já do lado de fora, Maria, Chris, Caio e Sara conversam.
MARIA — Foi muito bom lanchar com vocês. Eu amei demais! Ainda mais a companhia do Chris. (faz cara de boba)
CHRIS — Ei! Que isso! Já eu gostei da companhia de todo mundo, até de quem fez o barraco.
CAIO — Você não deveria gostar de brigas.
CHRIS — Ué? Por que não? Adoro treta.
CAIO — Você é o líder da sua sala.
CHRIS — Lá na escola eu sou mesmo, mas nem queria ser.
SARA — Eu também gostei da companhia de vocês. Então a gente se despede assim.
Sara vai em direção a Caio, mas, na hora que vai beijá-lo, ele a abraça. Ao sair do abraço, Sara fica sem entender. Olhando para Caio, Chris também abraça Maria.
CHRIS — Então... Tchau!
CAIO — Tchau pra vocês!
MARIA — Tchau!
SARA — Até amanhã!
Caio e Chris saem dali em direções opostas.
MARIA — Eu já entendi, Sara. Eu acho que o Caio fez isso pra não deixar o Chris desconfortável. Ele sabe que o Chris não me beija.
SARA — Acho que é isso mesmo. A gente sempre se beija e agora ele me abraça. Enfim. Vamos ir embora juntas, então?
MARIA — Com certeza!
As duas cruzam seus braços e saem andando.
Corta para:
CENA 2: AEROPORTO/ INT./ NOITE
O avião pousa na pista. Corte descontínuo para: Os passageiros estão no aeroporto. André e Teresa entram ali abraçados.
Corte descontínuo para:
CENA 3: CASA DE ANDRÉ/ SALA/ INT./ NOITE
André e Teresa chegam em casa. O motorista traz as malas deles.
ANDRÉ — Minha mala pode deixar aí mesmo. Amanhã eu subo as coisas.
TERESA — Não vai ficar cansado?
ANDRÉ — É só a escola, mãe. Claro que não vou ficar cansado.
TERESA — Então tá bom.
ANDRÉ — Agora vou dormir porque tô com muito sono. Boa noite!
TERESA — Boa noite!
André sobe.
Corte descontínuo para:
CENA 4: CASA DE ANDRÉ/ QUARTO/ INT./ NOITE
André olha para seu uniforme na cama e sorri.
ANDRÉ — Amanhã eu começo a estudar.
Corta para:
CENA 5: ESCOLA MARA TÂNIA/ EXT./ MANHÃ
Amanhece. Todos estão entrando na escola. O carro de André chega e ele desce. Ele vai andando em direção à escola.
Corte descontínuo para:
CENA 6: ESCOLA MARA TÂNIA/ SALA B/ INT./ MANHÃ
André está em pé ao lado do professor.
PROFESSOR — Esse é o André. O novo aluno da sala. André, se apresenta aí e depois senta que a gente tá com pressa.
ANDRÉ — Meu nome é André e eu cheguei agora em São Paulo.
PROFESSOR — Pode se sentar.
ANDRÉ — Ok.
André se senta e alguns alunos comentam.
CHRIS — Professor tá emburrado hoje.
DANILO — Será que essa cara do professor é por causa daquela atividade?
CHRIS — Que atividade?
DANILO — Como “que atividade”? Aquela que cê saiu da sala sem terminar.
CHRIS — Ai! Como eu esqueci disso? Me dá aí! Deixa eu copiar.
DANILO — Anda logo, então. Ele só chama no final, então dá tempo.
Chris começa a copiar o caderno de Danilo. Carminha chega na sala.
CARMINHA — Com licença, professor.
PROFESSOR — Toda.
CARMINHA — André e Danilo. Podem vir comigo?
DANILO — Eu?
CARMINHA — Não, o coelhinho da Páscoa.
Todos riem. André e Danilo saem da sala.
CHRIS — Quê que será que o Danilo fez?
FELIPE — Mas chamou o novato também.
CHRIS — Mas o que um tem a ver com o outro?
FELIPE — Nada. Copia logo isso aí.
Corta para:
CENA 7: ESCOLA MARA TÂNIA/ DIREÇÃO/ INT./ MANHÃ
Todos sentados em seus lugares.
CARMINHA — Os chamei aqui porque tenho que dizer uma coisa.
DANILO — Olha, diretora, eu nem conheço ele. Primeira vez que tô vendo esse moleque na minha vida. Se ele me meteu em algum problema, é invenção da cabeça dele. Eu não fiz nada.
CARMINHA — Calma, Danilo. Mas você não fez nada mesmo e nem ele. Eu chamei aqui porque, como o André é novato e perdeu algumas aulas, queria que você auxiliasse ele com isso. Pode ser?
DANILO — Ô, diretora, sério mesmo? Logo eu?
CARMINHA — Sim, logo você.
ANDRÉ — Não precisa, diretora.
CARMINHA — Claro que precisa. Danilo, vai auxiliar ele ou não?
DANILO — Olha, melhor chamar outra pessoa.
CARMINHA — Sabe, Danilo, eu vi suas notas. Antes de ir lá na sala chamar alguém, passei o olho em tudo. Mas se você não puder auxiliar o André, tudo bem. Eu posso chamar outra pessoa com uma nota mais baixa pra dar essa força pro aluno novo e ainda ganhar 10% da nota final.
DANILO — (abre um sorrisão) Quando começo!?
CARMINHA — Agora! Tudo que você tiver, já vai ajudando o André. Se puder ficar uns minutos após a aula, vai ser muito bom. Agora voltem pra sala, senão vão perder mais tarefas ainda.
André e Danilo se levantam e saem dali.
Corta para:
CENA 8: ESCOLA MARA TÂNIA/ SALA C/ INT./ MANHÃ
A professora segura uma caixa na mão.
PROFESSORA — Não sei se vocês sabem, mas, desde o primeiro dia, a líder dessa sala pediu transferência. Ela não estuda mais aqui. Então, eu vou abrir uma nova votação. Pra votar, tira um pedaço de papel, coloque seu nome e pra quem vai o seu voto. Não vou revelar os votos e, depois, vou queimar todos esses papeis. Que comece a votação.
Carol sorri. Cortes descontínuos: Todos os alunos escrevem nos papeis e colocam na urna. A professora conta os votos. A professora guarda os papeis novamente na urna.
Corte descontínuo para:
A professora se levanta.
PROFESSORA — Votação concluída e todos os alunos votaram. O novo líder da sala é:
Carol, já contando com a vitória, vai se levantando aos poucos.
PROFESSORA — A nova líder é a Karen.
Alguns alunos aplaudem. Carol, que estava quase se levantando, senta-se novamente. Karen se levanta.
PROFESSORA — Parabéns, Karen! Vai segurar o rojão?
KAREN — Vou fazer o melhor pela nossa sala.
PROFESSORA — Muito bem!
Karen se senta. Muda o ponto da cena. Carol fica chateada. Sílvia se aproxima dela.
SÍLVIA — Ela venceu porque se espalhou que a mãe dela é dona de um monte de loja de roupa.
CAROL — Esse povo não sabe votar mesmo. Que ódio!
SÍLVIA — Não vai ficar humilhando ela mais, hein. Eu também vou parar.
CAROL — Por quê?
SÍLVIA — Pode ter benefício, ué. A nossa família é do marketing. Vai que dá certo, sei lá, uma parceria.
Karen é paparicada. Carol fica olhando com ódio para Karen.
Corta para:
CENA 9: ESCOLA MARA TÂNIA/ REFEITÓRIO/ INT./ MANHÃ
Sozinhos, André e Danilo estão sentados lado a lado.
DANILO — E é isso aí. Vamos terminar por agora? Eu quero muito jogar com meus amigos.
ANDRÉ — Tudo bem. Eu agradeço muito essa força.
DANILO — Depois cê agradece pra diretora. Bora lá no ginásio.
ANDRÉ — Ok.
Eles recolhem o material.
Corte descontínuo:
CENA 10: ESCOLA MARA TÂNIA/ GINÁSIO/ INT./ MANHÃ
Danilo e André chegam no ginásio. Danilo entra direto no jogo. André, na arquibancada, de longe, observa Danilo. André não consegue tirar os olhos de Danilo jogando. Danilo corre em direção a André.
CHRIS — (de longe, grita) Danilo! Tá doido!?
DANILO — (grita) Pera aí! (para André) André, bota teu número aqui no meu celular pra eu te por no grupo da sala. (entrega o celular a André)
ANDRÉ — Sério?
DANILO — Sério. Vou voltar lá.
ANDRÉ — Ok.
André, sorridente, coloca seu número no celular de Danilo. André continua assistindo Danilo jogar. Toca o sino.
Corta para:
CENA 11: REFEITÓRIO/ INT./ MANHÃ
Todos se sentam e comem. Bruno se senta sozinho. Suado, Danilo se senta ao lado dele.
DANILO — Tenho uma dúvida.
BRUNO — Cê tá suado.
DANILO — Tava jogando. Me responde minha dúvida.
BRUNO — Tá suado e veio até o refeitório.
DANILO — É, mas isso não interessa. Vai responder minha pergunta ou não?
BRUNO — Que pergunta?
DANILO — Me fala quem cê gosta?
BRUNO — Quê?
DANILO — Eu quero saber de quem cê gosta.
BRUNO — Mas por que você quer saber isso?
DANILO — Porque tá todo mundo comentando.
FELIPE — (sentando-se) E aí, já descobriu?
BRUNO — Cês são é doido!
Bruno se levanta e sai do refeitório. Chris o vê saindo dali e vai atrás.
Corta para:
CENA 12: SALA B/ INT./ MANHÃ
Bruno entra na sala vazia. Ele se senta e pega o celular. Bruno olha as mensagens trocadas com Chris novamente.
BRUNO — (para si mesmo) Seria tão bom se você ficasse comigo. (guarda o celular no bolso) Eu não sei o que tá acontecendo comigo...
Chris entra na sala e se senta ao lado de Bruno, que fica um pouco nervoso.
CHRIS — E aí.
BRUNO — Oi. Cê também tá suado, né.
CHRIS — É. Eu tava jogando...//
BRUNO — Eu sei. Seus amigos também tavam jogando.
CHRIS — É. Eu vi que os meninos tava te incomodando. Por que cê não conta logo o que eles querem saber?
BRUNO — E o que eles querem saber?
CHRIS — Cê sabe. Não foi o Danilo que disse que todo mundo tá comentando? Então é só dizer e acabar logo com isso.
BRUNO — Mas eu não tenho nada pra contar.
CHRIS — Tem sim. Cê gosta de alguém. Se você gosta de alguém, eu quero saber, ué.
Bruno fica nervoso e seu coração bate forte. Ele fica olhando para Chris.
FIM DO CAPÍTULO
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