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A Razão de Amar - Capítulo 29 (Reprise)

  

   CAPÍTULO 029


Novela de João Marinho 

Escrita por: 

João Marinho 


Personagens deste capítulo

Afonso Valadares                                   Cecília Valadares                                                                                                          

Branca Valadares                     Otávio Duarte                                                                                  Atendente                                                   Eduardo Valadares

Celso Correia                                             Olga Duarte

Jorge Correia.                                         

Madalena Correia.                                                             

Marta Correia                                          

Olímpio Vasconcelos.                            

Radialista.                                                

Letícia Fernandes

CENA 01/ FAZENDA VALADARES/ SALA DE JANTAR/ INT./ NOITE 

Continuação imediata da última cena do capítulo anterior. Depois de ter proferido o discurso e percebendo o silêncio de todos na mesa, Afonso repete a pergunta. 

AFONSO (P/Carcará) – Aceita ser meu empregado? Vou te pagar muito bem e ainda assim não vai ser suficiente para te recompensar pelo que você fez pela a minha filha. 

No momento em que Carcará ia falar, Otávio interrompe. 

OTÁVIO – Eu acho isso tudo um exagero. (Fica de pé). O rapaz salvou Cecília? Salvou! Foi gentil e generoso com ela? Foi! Mas isso deveria parar por aí. Ninguém sabe a sua origem. Para todos os efeitos, ele é um estranho e que mal se veste direito. É um matuto, um jeca, que sobrevive sabe de lá do que. Não precisa desta cerimônia para contratar um serviçal. 

AFONSO (Sério/ P/Otávio) – Se não fosse por esse jeca, a sua futura esposa não estava aqui jantando conosco. Pelo visto, você não pensa que Cecília poderia está morta agora. Esse rapaz teve a coragem que você não teve. 

CARCARÁ (Tímido) – Eu não queria causar tudo isso. 

Carcará se levanta e ameaça sair, mas Afonso impede. 

AFONSO – A fazenda é minha. Eu convido quem eu quero. (Olhando fixamente para Otávio). Se o Otávio não está satisfeito com o jantar, que saia ele. 

Otávio se acalma e se senta na mesa, assim como Carcará. Vilma cochicha no ouvido do filho. 

VILMA – Não precisa agir desta forma. Mantenha os bons modos. 

Afonso, de pé, retoma o que havia dito quando começou a discursar. 

AFONSO – Voltando ao que interessa. (P/Carcará). Aceita a minha proposta? Eu ficaria muito feliz se você aceitasse. 

O silêncio toma conta da sala. Carcará não demora muito tempo e responde a pergunta do Coronel. 

CARCARÁ – Eu aceito a proposta do senhor. Mas não precisa me pagar mais e me dá alguma recompensa por eu ter salvado a filha do senhor. Eu não quero ser tratado diferente dos outros criados. 

AFONSO – A escolha é toda sua. Fico muito satisfeito que você é muito humilde e reconhece que todos os criados devem ser tratados da mesma forma. 

Afonso levanta a taça de vinho e todos brindam. Em seguida, todos se servem e apreciam o jantar. 

Corta para: 

CENA 02/ MANSÃO DA FAMÍLIA DUARTE/ SALA DE ESTAR/ INT./ NOITE 

Algumas horas depois.

Horácio, Vilma e Otávio entram em casa. Horácio vai na direção do escritório, mas antes não hesita em questionar o filho. 

HORÁCIO – Você não gostou nada do jantar, não é, filho? 

OTÁVIO – O jantar foi péssimo. Afonso, tão esperto que é, foi cair na conversa daquele matuto. 

HORÁCIO – O que foi que aquele rapaz ingênuo fez de tão grave? 

OTÁVIO – Eu que não acho que ele está se aproveitando de tudo isso para querer cortejar a minha namorada. Não gostei dele desde a primeira vez que o vi. Estou com a sensação muito ruim de que algo vai atrapalhar o meu relacionamento com Cecília. 

VILMA (Interrompe) – Nada vai atrapalhar, meu filho. Você está tendo uma crise de ciúmes. 

OTÁVIO – Seja lá o que for que eu estou sentindo, a minha intuição nunca falha. 

HORÁCIO (Interrompe) – Eu vou para o escritório descansar um pouco. 

Horácio entra no escritório, enquanto Vilma vai para cozinha e Otávio fica pensativo na sala. 

Corta para: 

CENA 03/ PENSÃO DO ELIAS/ QUARTO DE CARCARÁ/ INT./ NOITE 

Carcará está demonstrando uma grande felicidade ao mesmo tempo que está demonstrando grande preocupação. Elias percebe que o inquilino está frenético.

ELIAS – Pelo visto, o jantar na fazenda dos Valadares foi muito proveitoso. 

CARCARÁ (Feliz) – Eu vou trabalhar na família Valadares. O Coronel Afonso insistiu para que eu aceitasse. Não tive como recusar. 

ELIAS – É muito mais confortável trabalhar naquela fazenda imensa do que trabalhar o dia todo engraxando sapato. 

CARCARÁ – Quem não gostou nada de eu trabalhando lá na fazenda foi o namorado de Cecília. Ele não gosta de mim, me chama de jeca e matuto. Me tratou muito mal. Enquanto Cecília é uma pessoa muito amável.

ELIAS – Muita sorte em seu novo emprego. Vou sentir de você lá na estação de trem. 

CARCARÁ – Algo me diz que a minha vida vai começar melhorar agora. 

Enquanto Carcará conversa, Elias sai do quarto. 

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CENA 04/ MANSÃO DA FAMÍLIA FERNANDES/ EXT./ NOITE 

Jorge se aproxima da fachada da casa. Carregando um violão, ele para por um segundo e questiona. 

JORGE – Será que eu acertei a casa agora? 

Ele não hesita e começa a cantar uma serenata. Alguns segundos se passam até que Letícia aparece na varanda. Ela sorri para Jorge, que retribui o gesto. Letícia não fala nada e fecha às cortinas, deixando Jorge cantarolando sozinho. Ele para por um segundo e seguida sai. 

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CENA 05/ FAZENDA VALADARES/ SALA DE ESTAR/ INT./ MANHÃ

Letreiro mostra: 10 dias depois. 

Um silêncio toma conta da fazenda. Eduardo e Olga entram sem fazer barulho. 

EDUARDO – Chegamos de viagem. 

Focar na expressão de surpresa do Coronel.

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CENA 06/ FAZENDA VALADARES/ SALA DE ESTAR/ INT./ MANHà

Coronel Afonso fica surpreso e feliz com a chegada de Eduardo. No mesmo instante, Carcará entra na sala. 

EDUARDO  (surpreso) – Não sabia que o senhor estava de empregado novo? E eu não sabia que era esse daí. 

AFONSO – Ag, meu filho, aconteceu tanta coisa depois que você viajou. A sua irmã quase morre afogada. Quem salvou ela foi esse rapaz. Ele estava no local certo e na hora certa. 

EDUARDO – A gente se conheceu através de um acidente. (Rindo). Eu ia atropelei ele. Quem o socorreu foi Olga. 

OLGA (Interrompe) – Como o mundo é pequeno, não é? 

Olga e Carcará se cumprimentam com um singelo sorriso. 

EDUARDO – Cadê a minha irmã? 

AFONSO – Está no quarto com Otávio. 

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CENA 07/ FAZENDA VALADARE/ QUARTO DE CECÍLIA/ INT./ MANHÃ

Cecília e Otávio se beijam e trocam carícias.

OTÁVIO (Interrompe) – Eu não quero que nada atrapalhe nossa relação. 

CECÍLIA – Nada vai atrapalhar. 

Eles continuam a se beijar. Eduardo e Olga entram e interrompem o momento romântico dos dois. 

EDUARDO e OLGA (Juntos) – Estamos atrapalhando os dois pombinhos? 

Cecília e Otávio riem.

OLGA – Viemos saber como estão? 

OTÁVIO (P/ Eduardo e Olga) – Como foi a lua de mel? 

OLGA e EDUARDO (juntos) – Inesquecível! 

Os quatro se abraçam. 

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CENA 08/ PALMEIRÃO DO BREJO/ CAREO DE OTÁVIO/ INT./ NOITE

Alguns minutos depois.

Otávio e Eduardo estão no carro conversando. Eles vão para a mansão Duarte. Os dois estão muito felizes. 

EDUARDO – Você e minha irmã estão cada dia mais apaixonados. 

OTÁVIO – Passamos por alguns momentos delicados. O afogamento, ela conheceu esse jeca que t não vou muito com a cara dele. É muito cínico. 

EDUARDO – Já está tendo crise de ciúmes, meu amigo? 

OTÁVIO – Estou com pressentimento ruim e com algo que não está me cheirando bem. 

Ele observa que Carcará está entrando em um pensão. 

Focar no olhar fixante de Otávio. 

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CENA 09/ FAZENDA VALADARES/ QUARTO DE CECÍLIA/ INT./ NOITE 

Cecília e Olga tomam café e conversam. 

OLGA – Nossa, que história mais impressionante essa do afogamento. Carcará foi realmente um anjo. Mas ele é uma pessoa de bom coração mesmo. Já atendi ele no hospital. É muito humilde. 

CECÍLIA – Eu senti uma sensação estranha desde que o vi pela primeira vez. Uma sensação estranha e boa. Eu não sei dizer o que é. 

OLGA – Você está apaixonada por esse rapaz. 

CECÍLIA – Não, claro. É muita loucura para a minha cabeça está apaixonada por dois ao mesmo tempo. Digamos que o que eu tenho por ele é gratidão por ter me salvado, mas apaixonada não. 

OLGA – Que você faça o que o seu coração está mandando, minha amiga. 

Elas se abraçam. 

Corta para: 

CENA 10/ ESTAÇÃO DE TREM/ INT./ NOITE 

Tocar a música “dezessete e setecentos”, de Luiz Gonzaga. Elias engraxa alguns sapatos, enquanto um homem faz uma apresentação de dança. As pessoas que passam pelo local colocam moedas na caixinha dele. 

Corta para: 

CENA 11/ PENSÃO DO ELIAS/ SALA DE ESTAR/ INT./ NOITE 

Carcará escuta o rádio. A porta da sala está entreaberta. Algumas pessoas conversam naquele local naquele momento. Ele não consegue escutar nada do que está passando no rádio. A porta da sala se abre. A mãe de Elias gesticula para que os inquilinos façam silêncio. 

OTÁVIO (P/Carcará) – Eu queria falar a sós com você.

Escondendo o que Otávio acabara de dizer, a mãe de Elias pede para que os inquilinos saiam da sala. Em seguida, ela sai também. 

CARCARÁ – Pode falar. 

No instante, Eduardo entra. Otávio dá início à conversa. 

OTÁVIO (P/Carcará) – Eu vou fazer muitos rodeios. Quanto quer para se afastar da minha namorada, da família dela, da minha família? 

Focar na expressão de surpresa de Carcará. 


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