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A Razão de Amar - Capítulo 32 (Reprise)

  

 

-CAPÍTULO 032-

Novela de João Marinho.

Escrita por:
João Marinho

Personagens deste capítulo 
Afonso Valadares                                   Cecília Valadares                                                                                                          
Branca Valadares                     Otávio Duarte              Atendente                
Celso Correia                                          Lola
Jorge Correia.                                       Raul Fernandes  
Madalena Correia.                                   Zilda                           
Marta Correia                                          
Olímpio Vasconcelos.                            
Radialista.                                                
Letícia Fernandes
Débora Valadares
Álvaro Vasconcelos 
Tânia Vasconcelos
Inês Vasconcelos

CENA 01/ MANSÃO DA FAMÍLIA FERNANDES/ SALA DE ESTAR/ INT./ NOITE 
Continuação imediata da última cena do capítulo. Letícia e Lola ficam frente a frente. A filha de Raul não consegue entender o que Lola acabara de dizer. 
LOLA – Você quer que eu repita? (Gritando). Fique longe do meu noivo, senão você vai se ver comigo. 
LETÍCIA (Calma) – Eu não quem é você, entrou em minha casa sem ser convidada e em uma hora bem inapropriada. 
LOLA – O recado foi dado! Fique longe dele.
Enquanto Letícia e Lola discutem, Raul e Zilda tentam contornar a situação. 
RAUL (P/Lola) – Você não entendeu que não é bem-vinda aqui? Vá embora!
Lola sai. 
Letícia se senta no sofá e começa a chorar de raiva. 
Corta para:
CENA 02/ PALMEIRÃO DO BREJO/ RUAS DA CIDADE/ EXT./ MANHà
Tocar a música instrumental “Disfarçando”, de Lado a Lado. 
As ruas da cidade movimentadas. Pessoas lendo o jornal da praça. Mulheres tricotando na frente de casa. Homens acompanhando as notícias no rádio e bebendo nos bares. Ambulando vendendo coisas nas ruas. 
A música para por aqui. 
Corta para:
CENA 03/ HOSPITAL AFONSO VALADARES/ ESCRITÓRIO/ INT./ MANHà
Eduardo e Otávio conversam e riem. 
EDUARDO – Aquele caipira finalmente saiu do nosso caminho.
OTÁVIO – Eu só não estou comemorando mais porque a Olga está desconfiada de eu planejei tudo aquilo. Na verdade, ela tem certeza. Você sabia que ela foi na delegacia falar com ele? 
EDUARDO – Não, ela não a sujeitou a isso.
OTÁVIO – Você tem que ter muito cuidado nela. 
EDUARDO – Eu vou ter uma conversa muito séria com ela. O marido dela sou eu e não ele. 
A secretária entra com uma bandeja de café e coloca sobre a mesa. Em seguida, sai. 
OTÁVIO – Mas pelo menos nós vamos se ver livre daquele caipira, nem que seja por alguns dias, meses ou anos. 
EDUARDO – Agora, eu tenho que ler alguns papeis, assinar. Tem muita coisa atrasada. 
OTÁVIO – Eu vou falar com meu pai agora. 
Otávio sai da sala. 
Corta para:
CENA 04/ FAZENDA CORREIA/ QUARTO DE CECÍLIA/ INT./ MANHà
Olga entra no quarto, no instante em que Cecília está penteando os cabelos em frente ao espelho. A filha de Horácio está muito séria e com lágrimas nos olhos. Cecília se assusta com ela. 
CECÍLIA – Eduardo já foi para o hospital. 
OLGA – É com você mesmo que eu queria falar, minha amiga. Eu descobri algo muito grave. 
CECÍLIA (Apreensiva) – O que foi que aconteceu?
OLGA – O rouba da joia ontem na festa foi uma armação do meu irmão para prejudicar o José Jacinto, Carcará!
CECÍLIA (Intrigada) – Não, ele não pode ter feito isso!
OLGA – Ele fez e não foi tão difícil de descobrir. (Se senta na cama). Eu estava sentindo que tinha algo muito estranho nessa história. Foi até a delegacia e falei com Carcará. Ele me disse que, pouco antes da festa começar, Otávio foi até se desculpar por ter subornado ele e todos os xingamentos que fez a ele. O meu irmão não é de mudar radicalmente com uma pessoa. Ele deve ter aproveitado o momento para colocar a joia no bolso de Carcará. 
CECÍLIA – Eu não consigo acreditar que ele fez isso. 
OLGA – Eu fiquei muito magoada com ela. 
CECÍLIA – Uma pessoa não pode pagar por um crime que não cometeu. 
OLGA – Agora, eu não posso ir lá na delegacia porque eu já estou atrasada para o trabalho, mas você pode e deve ir. 
Elas se abraçam. 
CECÍLIA – Obrigado, minha amiga. 
Olga sai. Cecília fica sorridente e pensativa.
Corta pata:
CENA 05/ HOSPITAL AFONSO VALADADRES/ ESCRITÓRIO/ INT./ MANHà
Eduardo está sozinho no escritório, no instante em que Olga entra. Os dois estão muito sérios e acabam não se cumprimentando. Eduardo ignora a presença da esposa. 
EDUARDO (P/si) – Vou perguntar a Otávio como se faz isso. 
Olga impede que ele sai. 
OLGA – Você não vai a lugar nenhum, até me responder uma coisa. 
EDUARDO – Eu estou muito ocupado agora. 
OLGA – Você não está envolvido com o jogo sujo de Otávio não, está?
EDUARDO (Cínico) – Eu não sei do que você está falando.
OLGA – Otávio armou toda aquela situação ontem para incriminar Carcará. Você sabia disso?
EDUARDO – Antes de tudo, eu queria saber o que você foi fazer ontem lá na delegacia. 
OLGA – Não tente se esquivar do meu questionamento, porque não vai. 
EDUARDO (Exaltado) – Está bem! Eu sabia sim, e da? Nós não gostamos dele e fizemos isso afastá-lo de nossa família. 
OLGA – Como você pôde se deixar levar a um nível tão baixo. Muito decepção com você. 
EDUARDO – Você ainda não respondeu o que foi fazer lá na delegacia. 
OLGA – Saber da verdade! Eu senti no momento que tinha algo muito esquisito nessa história. Que vergonha! É esse o exemplo que você quer dá para seus filhos?
Eduardo fica em silêncio e sai sem dá uma resposta. Senti um mal-estar e senta na cadeira. Ela leva as mãos ao rosto. 
Corta para:
CENA 06/ DELEGACIA/ CELA/ EXT..INT./ MANHà
Cecília se aproxima da cela em que Carcará está. Ele tem um susto, mas seus olhos brilham ao ver a filha do Coronel. 
CARCARÁ – Cecília, eu sou inocente!
CECÍLIA – Eu sei e vim pedir desculpas por todo o constrangimento que fizeram você passar. Sinto muita vergonha do que o Otávio fez. Nunca pensei que ele fosse capaz de fazer uma coisa dessas. Desculpa, desculpa mesmo!
CARCARÁ – Eu não sei o que tanto ele tem raiva de mim. 
CECÍLIA – Ciúmes! Ele tem ciúmes de você. Mas isso não vai acontecer mais. Eu vou dá um basta nisso. 
CARCARÁ – Mas o que você vai fazer?
CECÍLIA – Depois eu te digo. 
Eles se despedem. Em seguida, Cecília sai. 
Corta para:
CENA 07/ IGREJA/ INT./ MANHà
Débora está rezando, no instante em que Álvaro se aproxima dela. 
ÁLVARO – Achei que depois daquele dia nunca mais fossemos nos ver na vida!
DÉBORA – O destino se encarregou de fazer com que nós nos encontrássemos novamente. 
ÁLVARO (Sorridente) – Será que é um aviso? 
DÉBORA – Eu acredito que nada é por acaso. 
Álvaro encosta as suas mãos na dela, que sorri. 
ÁLVARO – Eu acho que você ainda não falou seu nome. 
DÉBORA – Meu nome é Débora! E o seu?
ÁLVARO – Álvaro Vasconcelos!
Enquanto estão de mãos dadas, sentem uma sensação boa e estranha. 
DÉBORA – Me desculpe mais uma vez! Eu estava distraída. 
ÁLVARO – Não precisa se desculpar. (Mudando de assunto). Você aceitaria assistir uma peça hoje à noite no teatro? 
DÉBORA (Feliz) – Aceito sim. 
ÁLVARO – Hoje vai ter uma encenação de Otelo, o Mouro de Veneza...
DÉBORA (Completa) – De Wiliam Shakespeare. 
ÁLVARO – Então, você já conhece!
DÉBORA – Sou professora de literatura!
Eles riem. 
ÁLVARO – Então, você é especialista nisso. (Rindo). Está vendo como nós combinamos? 
DÉBORA – Parece mesmo que estava tudo escrito para que nos encontrássemos um dia. 
Eles se levantam e se abraçam. 
ÁLVARO – Até logo!
Eles saem. 
Corta para:
CENA 08/ FAZENDA VALADARES/ SALA DE ESTAR/ INT./ TARDE 
Afonso sai do escritório, no instante em que Branca está escutando está escutando músicas no rádio. 
AFONSO – Esta casa hoje está vazia. 
BRANCA – Eduardo está no trabalho; Cecília saiu. Não sei onde ela foi. 
No instante em que eles estão conversando, Cecília entra. 
CECÍLIA (P/Afonso) – Eu fui pedir desculpas a Carcará.
AFONSO (Intrigado/ P/Cecília) – Desculpas?
CECÍLIA (P/Afonso) – Não foi ele que roubou a joia. 
AFONSO (P/Cecília) – Como não foi? As joias foram encontradas com ele. 
CECÍLIA (P/Afonso) – Tudo não passou de uma armação de Otávio! Ele que colocou as joias no bolso da calça de Carcará. 
BRANCA (Interrompe) – Que história mais estapafúrdia!
CECÍLIA (P/Branca) – Tudo isso ele fez por ciúme! Mas eu já tomei uma decisão.
AFONSO – É uma história muito absurda para ser verdade. 
CECÍLIA – Mas infelizmente essa é a verdade. 
Cecília sobe para o quarto, enquanto Afonso e Branca ainda estão sem acreditar no que ouviram. 
Corta para:
CENA 09/ MANSÃO DA FAMÍLIA DUARTE/ SALA DE ESTAR/ INT./ NOITE 
Otávio, Olga e Eduardo entram. Olga não consegue olhar apara cara de tão enraivada que está. 
OLGA – Eu vou para o meu quarto. Estou com um pouco de dor de cabeça!
No instante que Olga sobe as escadas, Cecília entra. 
OTÁVIO (P/Cecília) – Estava com saudades de você, meu amor!
CECÍLIA (Séria) – Eu não sei como você consegue viver e agir com naturalidade e frieza, sabendo que uma pessoa está presa injustamente. 
OTÁVIO (Cínico) – O que foi que aconteceu?
CECÍLIA – Está tudo acabado entre nós!
Focar na expressão de raiva de Otávio. 
Corta para:


CENA 10/ MANSÃO DA FAMÍLIA DUARTE/ INT./ NOITE 
Continuação da última cena do bloco anterior. Otávio não consegue acreditar no que a namorada está dizendo. 
OTÁVIO – Nós não vamos terminar nada!
Cecília dá um tapa no rosto de Otávio. 
CECÍLIA (Gritando) – Eu tenho nojo de você, do seu corpo, dos seus beijos. (Otávio tenta pegá-la pelo braço). Não toca em mim. Você é podre por dentro! É veneno que corre em suas veias. Só pode ser. É.... você jogou muito baixo! Não esperava isso de você. 
EDUARDO (P/Cecília) – Calma, minha irmã! Foi um mal-entendido!
CECÍLIA (P/Eduardo) – Fui tudo muito bem entendido. 
Olga desce as escadas. 
OLGA (P/Cecília) – Foi tudo muito bem entendido mesmo, minha amiga! (Apontando para Eduardo e Otávio). Os dois são cumplices! Eles planejaram tudo para incriminar Carcará. 
CECÍLIA (P/Otávio e Eduardo) – Que decepção!
Cecília sai furiosa. 
Corta para 
CENA 11/ FAZENDA VALADARES/ SALA DE ESTAR/ INT./ NOITE 
O delegado Guilherme entra. Branca e Afonso já estão à sua espera. 
GUILHEREME – Mandou me chamar, coronel? 
AFONSO – Tudo ontem não passou de um mal-entendido. O meu filho e o meu genro que fizeram uma brincadeira de muito mau gosto com aquele rapaz. Exijo, como a pessoa mais poderosa da cidade, que ele seja solto. 
GUILHEREME – Tem certeza de que é isso mesmo que o senhor quer? E o seu filho e o seu genro?
AFONSO – Solte o rapaz e esqueça dessa história! Se quiser dinheiro, eu tenho esse envelope. Tome! (Entrega o envelope de dinheiro ao delegado). Não se fala mais nisso.
O delegado concorda com a cabeça, pega o envelope de dinheiro e sai. Afonso se sente aliviado. 
Corta para: 
CENA 12/ FAZENDA CORREIA/ SALA DE ESTAR/ INT./ NOITE 
Leticia entra no instante em que Jorge está sozinho na sala. Eles se abraçam, mas Jorge percebe que Letícia está o repreendendo. 
LETÍCIA – Porque você não me disse que estava noivo. 
Jorge fica intrigado com o que Letícia acabara de dizer. 
JORGE – Mas eu não estou noivo de ninguém! 
LETÍCIA – Você vai continuar mentindo para mim?
JORGE (Intrigado) – Mas eu estou falando a verdade!
LETÍCIA – Então, quem é Lola? Ela foi na minha casa pedir parar eu me afastar de você!
Jorge fica em silêncio por alguns segundos, mas logo entende o que está acontecendo. 
JORGE – Lola foi na sua casa pedir para você se afastar de mim? Eu fui minha namorada, mas não chegamos a ficar noivos. 
LETÍCIA – Eu não sei quem está falando a verdade, mas eu não falo com você, enquanto não resolver isso com ela. Eu quero que você seja verdadeiro comigo. 
Letícia sai. Jorge pega um jarro de planta e joga contra a parede. 
JORGE (Enraivado) – Eu não acredito que aquela golpista fez isso comigo? 
Corta para:
CENA 13/ TEATRO PALMEIRÃO/ PLATEIA/ INT./ NOITE 
Débora, Álvaro, Olímpio, Tânia e Inês terminam de assistir a encenação da peça “Otelo, O Mouro de Veneza”. Todos batem palmas. 
DÉBORA – Peça maravilhosa! 
Álvaro e Débora se beijam. É o primeiro beijo que eles dão. Olímpio e Inês ficam surpresos. Álvaro se ajoelha, tira uma caixinha do bolso. Abre a caixinha e tira um anel de dentro. 
ÁLVARO – Débora, aceita namorar comigo? 
Débora fica surpresa com o pedido. 
DÉBORA (Feliz) – Aceito! 
Eles se beijam novamente. Olímpio, Inês e Tânia batem palmas. 
Corta para:
CENA 14/ PALMEIRÃO DO BREJO/ RUAS DA CIDADE/ EXT./ MANHAà
Letreiro mostra: 2 dias depois. 
Tocar a música “Disfarçando”, da novela Lado a Lado 
Planos da cidade. Carros passando pelas ruas. Pessoas andando pela estação de trem. Pessoas se apresentando na praça, onde pessoas leem jornais. Pessoas entrando na prefeitura. Pessoas entrando na sede do jornal. Mulheres entrando e saindo igreja. Crianças brincando de jogar bola no meio da rua. Crianças andando de bicicleta na rua. Carteiro entregando jornais e correspondências nas casas. 
Corta para:
CENA 15/ DELEGACIA/ CELA/ INT.EXT. / MANHà
O policial abre a cela Carcará sai muito feliz. 
CARCARÁ (P/Carcará) – Eu falei que eu era inocente. 
POLICIAL – Você escapou dessa!
Ele caminha até o exterior da delegacia, onde Elias o espera. Eles dão um forte abraço. 
ELIAS – Eu sabia que você era inocente!
Eles caminham felizes, enquanto conversam.
Corta para:
CENA 16/ FAZENDA VALADARES/ SALA DE ESTAR/ INT./ MANHà
Afonso e Branca estão escutando o rádio, no instante em que Cecília desce as escadas. 
AFONSO (P/si) – Por essas horas Carcará já deve ter saído da cadeia. 
Cecília escuta o que o pai acabara de dizer. 
CECÍLIA – Eu vou falar com ele. Me ajudou quando eu quase morri. Vou retribuir. 
No instante, Eduardo entra na fazenda. 
EDUARDO (P/Cecília) – Como vai, minha irmã? 
CECÍLIA (P/Eduardo) – Muito bem! Não ache que eu esqueci o que você fez. 
EDUARDO (P/Cecília) – Isso já ficou no passado. Ele até já vai ser solto!
CECÍLIA (P/Cecília) – Mas eu não esqueci!
Letícia sai. 
CENA 17/ MANSÃO DA FAMÍLIA DUARTE/ QUARTO DE OTÁVIO/ INT./ MANHÃ
Otávio pega um pequeno baú embaixo da cama. Em seguida, a abre e tira uma pistola de dentro. O carrega com duas balas. 
OTÁVIO – De hoje você não passa, Carcará!
Em seguida, coloca a pistola na cintura e desce. 
Corta para:
CENA 18/ PENSÃO DO ELIAS/ EXT, / MANHà
Elias e Carcará já estavam entrando na pensão quando escutam um grito. Tocar a música “Deusa da minha rua”
CECILIA (Gritando) – Carcará! 
Carcará se vira e vê que é Cecília. A sequência é mostrada em slow motion. Eles correndo para abraço. Eles estão muito felizes. 
CECÍLIA – Eu não consigo ficar longe de você, Carcará! Eu não consigo...Eu nunca consegui me abrir com você, mas a verdade é que eu te amo. 
CARCARÁ – Eu também te amo. Eu só nunca falei por respeito ao seu namoro com Otávio. 
CECÍLIA – Eu não estou mais namorando ele. 
Eles se beijam. Neste instante, Elias entra. Corta para: A câmera filma nos pés de homem, que vai se aproximando Cecília e Carcará. Tocar a música instrumental “Ataque no Escuro”, de Lado a Lado. A câmera vai subindo lentamente a cada passo que ele dá, até que se revela que é Otávio. Ele aponta a pistola para Cecília e Carcará. 
OTÁVIO (P/Cecília) – Se você não é minha, não é de mais ninguém!
Focar em Cecília e Carcará assustados. 
Congelamento preto e branco emoldurado como um retrato. 

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