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A Razão de Amar - Capitulo 44 (Reprise)

  

 

 

                                                                   Capítulo 44

A RAZÃO DE AMAR

 

Novela de João Marinho

 

Escrita por:

João Marinho

 

Personagens deste capítulo

    Otavio Duarte                                                                                  Atendente               

Afonso Correria

Celso Correia                                          Lola

Jorge Correia.                                         Afonso Valadares

Madalena Correia.                                    Miro                        

Marta Correia                                           Carmen

Olímpio Vasconcelos.                              Pablo

Radialista.                                                

Letícia Fernandes

Cecília Valadares

José Jacinto – Carcará

Débora Valadares

CENA 01/ PALMEIRÃO DO BREJO/ EXT./ MANHÃ

Continuação imediata da última cena do capítulo anterior. O Mascarado se vira e retira a máscara lentamente e se revela ser Carcará. Cecília fica surpresa e emocionada, não conseguindo acreditar no que vê.

CECÍLIA (Surpresa) – Carcará?!

CARCARÁ – Eu estava morrendo de saudade de você!

No instante que Caracará fala, Cecília dá um tapa em seu rosto.

CECÍLIA – Canalha! Você está brincando com meus sentimentos!

CARACARÁ – Eu não tive culpa de nada. Eu soube ontem que estava sendo considerado como morto!

CECÍLIA – Aí você fica esses dias todos sem dá notícias e acha que está tudo normal.

CARCARÁ (Gritando) – E você já foi correndo para os braços daquele infeliz, não foi?

CECÍLIA – Você mata uma das minhas grandes amigas, foge, se finge de morto, e eu que estou errada? É isso que você está querendo dizer? Eu não vivo em função de você.... Eu não ia viver a minha vida esperando um milagre acontecer e você ressuscitar!

CARACARÁ (Sorridente) – Mas eu estou aqui, não estou? Eu te chamei aqui para recuperarmos o tempo perdido.

CECÍLIA – Você acha que as coisas se resolvem assim. Da noite para o dia, de uma hora para outra. Você para mim morreu. Vou te denunciar a polícia. Um assassino não pode ficar solto por aí.

CARCARÁ – Ninguém pode ficar sabendo que eu estou vivi. Eu não posso ser preso. Sou inocente!

No instante que Cecília sai, Carcará a puxa pelo braço e a beija na boca.

Corta para:

CENA 02/ MANSÃO DE FAUSTO/ SALA DE ESTAR/ INT./ MANHÃ

Débora estão entrando na estar. A porta está entreaberta e Eduardo entra com um buquê de flores. Eduardo arruma a gravata e o terno. Ele entrega as flores a Débora, que sente o aroma delas. Ela entrega o buquê para a mãe para que esta coloque em um vaso.

EDUARDO – Vim te dá um bom dia e um beijo.

Eles se beijam.

DÉBORA – Estava pensando agora em você.

EDUARDO (Feliz) – A gente poderia sair hoje a noite para jantar. Eu, você, Otávio e Cecília. Vou sugerir isso ao meu amigo.

Eduardo e Débora se beijam mais uma vez e, em seguida, se abraçam. Tereza, mais distante, observa com felicidade as trocas de carinhos entre Eduardo e Débora. O filho de Afonso, em seguida, se despede das duas com um gesto de “Tchau” e sai. Débora vai ao vazo de plantas e sente novamente o aroma das flores dadas por Eduardo, enquanto pensa nele.

Corta para:

CENA 03/ FAZENDA VALADARES/ SALA DE ESTAR/ INT./ MANHÃ

Coronel Afonso, Branca e Otávio estão na sala. O rádio está ligado. Otávio quebra o silêncio. Ele se aproxima do Coronel.

OTÁVIO (P/Afonso) – Para onde Cecília foi?

AFONSO (P/Otávio) – Ele saiu logo cedo. Não sei para onde foi?

OTÁVIO (P/si) – Cecília está muito esquisita. Desde ontem não está me dando tanta atenção. Está muito misteriosa. Ela está me escondendo alguma coisa de mim... E eu vou descobrir.

Afonso acende um charuto. Neste instante, Cecília entra correndo e sobe as escadas com rapidez. Otávio estranha a reação da noiva

Corta para:

CENA 04/ FAZENDA VALADARES/ QUARTO DE CECÍLIA/ INT./ MANHÃ

Cecília entra no quarto desesperada. Neste instante, Otávio entra intrigado com a reação da noiva. Ela o abraça fortemente.

CECÍLIA – Eu te amo!

OTÁVIO – Eu também te amo, meu amor. O que foi que aconteceu?

CECÍLIA (Desconversando) – Eu só quero ficar abraçada com você.

Enquanto abraça o noivo, Cecília relembra o reencontro com Carcará. Inserir o Flashback da cena 01 do capítulo 44:

O Mascarado se vira e retira a máscara lentamente e se revela ser Carcará. Cecília fica surpresa e emocionada, não conseguindo acreditar no que vê.

CECÍLIA (Surpresa) – Carcará?!

CARCARÁ – Eu estava morrendo de saudade de você!

No instante que Caracará fala, Cecília dá um tapa em seu rosto.

Fim do insert.

CECÍLIA (Nervosa) – O que eu vi foi um fantasma! O que eu vi foi um fantasma!

OTÁVIO (Intrigado) – Está tudo bem, minha amada!

Cecília respira fundo. Eles se sentam na cama. Otávio coloca um pouco de água no copo e dá para a amada. Neste instante, Branca e Afonso entram no quarto e abraçam a filha.

Corta para:

CENA 05/ PALMEIRÃO DO BREJO/ RUAS DA CIDADE/ EXT./ TARDE

Tocar a música “Escorregando”. Pessoas andando pelas ruas da cidade. Pais levando os seus filhos para a escola. Freiras entrando na igreja. Crianças brincando na praça. Carros passando pela cidade. Homem vendendo brinquedos na rua.

A música para por aqui.

Corta para:

CENA 06/ MANSÃO DA FAMÍLIA FERNANDES/ SÓTÃO/ INT./ TARDE

Letícia entra no sótão da casa. É a primeira vez, desde a infância, que ela estava naquele cômodo, que estava consumido pela poeira e pela a teia de aranha. No local, tem diversas caixas de madeiras, alguns retratos, algumas cartas consumidas pela poeira, alguns cadernos e dois diários. A filha de Raul abre um dos diários e percebe que se trata do diário de sua mãe. Ela o abre então e começa a ler.

LETÍCIA – “Depois de muito tempo achando que eu não seria feliz, conheci Raul Fernandes. Foi um amor à primeira vista. Não demorou muito e nos casamos. Tudo começou a correr muito bem no nosso casamento. Não era como os casamentos felizes do romantismo, mas estava satisfeita com a vida que estávamos vivendo, até que ele se torna um respeitado advogado. Ao mesmo tempo que foi uma benção, também foi uma desgraça, pois ele começou a me deixar de lado. Me vi encurralada em um casamento sem emoções. A única alternativa que me restava era engravidar. Foi isso que aconteceu. Eu engravidei e dessa gravidez nasceu Leticia. Mas o casamento só fez piorar. Foi então que começou o meu caso com Venâncio Alves Correia. Uma das piores que eu poderia ter feito e não consigo me libertar disso”

Letícia se emociona vendo o relato da mãe e procura mais alguma coisa nas caixas. Ela encontra um vestido de noiva fedendo a mofo e um álbum de fotografia consumido pela poeira e por teia de aranha.

LETÍCIA – Ah, minha mãe, como eu queria você aqui perto de mim... senti o teu cheiro, teus abraços.

Letícia se emociona mais uma vez relembrando a mãe. Em seguida, ela sobe as escadas e fecha o sótão.

Corta para:

CENA 07/ MANSÃO DE FAUSTO/ QUARTO DE DÉBORA/ INT./ TARDE 

Débora está descansando, deitada, devido à gravidez. Neste instante, Cecília entra. Apesar de estar sorridente, Débora percebe que a amiga está apreensiva. A filha de Afonso tenta demonstra a sensação de tranquilidade, mas não consegue.  Cecília se senta ao lado da prima.

DÉBORA – O que foi que aconteceu, Cecília? Te conheço muito bem e sei que você não está bem. Pode desabafar comigo.

CECÍLIA – Ah, minha amiga, a minha vida ultimamente tem um redemoinho a cada dia e eu estou vivendo numa encruzilhada. O Carcará está vivo!

Débora fica surpresa com a revelação de Cecília.

Corta para:


CENA 08/ MANSÃO DE FAUSTO/ QUARTO DE DÉBORA/ INT./ TARDE 

Continuação da última cena do bloco anterior. Débora não consegue acreditar no que a prima acabara de dizer.

DÉBORA (Intrigada) – Como assim? Vivo? Ela tinha morrido em um acidente de carro, não tinha?

CECÍLIA – Eu não sei direito como aconteceu, mas ele está vivo.

DÉBORA – Você tem que denunciá-lo a polícia. Um assassino, como ele, não pode ficar por aí solto.

Cecília se levanta.

CECÍLIA – Eu não tenho coragem. O meu amor por ele é maior. Ele me pediu que eu não o entregasse a polícia.

DÉBORA – Você nunca o esqueceu, mesmo com Otávio.

CECÍLIA – Ele reapareceu justamente no momento em que eu e Otávio estamos no nosso melhor momento. Não podia ter acontecido isso... as vezes eu fico me perguntando porque tudo isso aconteceu na nossa vida.

DÉBORA – A vida é inexplicável. Tudo apareceu com o propósito de nos ensinar alguma coisa. (Mudando de assunto). O Otávio sabe que ele está vivo?

CECÍLIA – Não e nem vou contar. Você também não pode falar para ninguém, minha prima.

Em seguida, elas se abraçam.

Corta para:

CENA 09/ HOSPITAL JOAQUIM VALADARES/ ESCRITÓRIO/ INT./ TARDE

Eduardo assina alguns papeis, enquanto Otávio caminha pela sala pensativo e nervoso, tomando um pouco de café. O filho de Afonso percebe o nervosismo do amigo.

EDUARDO – O que foi que aconteceu, meu amigo?

OTÁVIO – A sua irmã está me escondendo algum segredo. Eu não sei o que é, mas eu vou descobrir. Ela está muito estranha. Chegou hoje na fazenda aos prantos!

EDUARDO – Eu não percebi nada. Para mim, ela está normal. Convidei Débora para jantar comigo. Bem que você Letícia e Você também poderiam ir conosco.

OTÁVIO – Desde ontem no circo quando ela recebeu aquele bilhete. Tem alguma coisa naquele bilhete e que ela não me disse. Deixa para lá.

Otávio se senta na sua cadeira e começa a ler alguns documentos.

Corta para:

CENA 10/ PALMEIRÃO DO BREJO/ RUAS DA CIDADE/ EXT./ NOITE

Tocar a música “Floraux”, de Ernesto Nazareth. Carros passeando pela cidade. Um grupo de pessoas faz uma procissão próxima a igreja, que está iluminada. Letícia toma um pouco de sorvete na praça. Crianças jogando bola na rua. Mulheres fazendo crochê em frente as suas casas. Homem vendendo esculturas de barro.

Corta para:

CENA 11/ HOTEL CASSINO/ RESTAURANTE/ INT./ NOITE

Otávio, Cecília, Eduardo e Débora entram no restaurante e sentam em uma mesa. Eles olham o cardápio. Cecília está mais alegre do que estava pela manhã. Otávio e ela se beijam. O garçom traz uma garrafa de champanhe.

GARÇOM – Trouxe um champanhe. Vocês sempre pedem quando veem aqui.

EDUARDO (P/Garçom) – Obrigado.

Eduardo abre a champanhe e enche a taça de todos, que erguem suas taças.

OTÁVIO – Um brinde ao futuro prefeito, ao futuro vice-prefeito, à futura primeira-dama e à futura segunda-dama.

Todos brindam. Cecília dá uma piscada de olho para Débora. Eduardo percebe e questiona.

EDUARDO (P/Débora e Cecília) – Vocês estão de segredos?

CECÍLIA (P/Eduardo) – Segredos entre mulheres, meu irmão!

OTÁVIO (Interrompe) – As mulheres são um mistério por si só, meu amigo!

Eles continuam a conversar e beber um champanhe.

Corta para

CENA 12/ PALMEIRÃO DO BREJO/ CIRCO/ INT./ NOITE

Miro e Carmem estão organizando o picadeiro para os espetáculos do próximo dia, enquanto Caracará está sentado numa pedra. Ele está pensativo e cabisbaixo. Carmem se aproxima dele.

CARMEM – O que foi que aconteceu, rapaz?

CARCARÁ – Acho que perdi o meu grande amor para sempre. A moça pelo qual eu sou apaixonado, não quer mais me ver. Ela está com muita raiva de mim.

CARMEM – Não vale a pena sofrer por amor assim. Possa ser que o destino esteja te reservando algo melhor para você.

CARCARÁ (Pensativo) – O destino foi muito cruel comigo. Eu só sofro!

CARMEM – Não diga isso!

Eles se abraçam. Carcará chora.

Corta para:

CENA 13/ PALMEIRÃO DO BREJO/ RUAS DA CIDADE/ EXT./ MANHÃ

Letreiro mostra: 2 semanas depois. 

Tocar a música “Escorregando” de Ernesto Nazareth. Mostrar pessoas sentadas na praça lendo folhetos no jornal. Mulheres estendendo roupa na frente de suas casas. Pessoas jogando dominó nas calçadas de suas casas. Pessoas entrando e saindo do trem na estação. Homens a cavalo passeando pela cidade. Carolas entrando na igreja.

A música para por aqui.

Corta para:

CENA 14/ FAZENDA CORREIA/ ESCRITÓRIO/ INT./ MANHÃ

Celso e “Edgar Lopes” estão reunidos no escritório conversando sobre os negócios. O patriarca da família Correia vai ao cofre e pega um envelope de dinheiro. Otávio observa com atenção os movimentos que Celso fax no cofre, enquanto Celso lhe entrega o dinheiro e faz um comentário.

CELSO – Essa sociedade está me consumindo um bocado de dinheiro. Não sabia que precisava de tanto investimento para se fazer isso.

OTÁVIO “Edgar Lopes” – Precisa e muito.

Neste instante, Jorge e Lola entram. Celso fica surpreso.

CELSO (P/Jorge) – Ah, meu filho, que surpresa boa!

Jorge e Lola cumprimentam Celso e “Edgar Lopes”.

JORGE (P/Celso) – Com visitas essas horas, pai?

CELSO (P/Jorge) – Sim, estou resolvendo tudo sobre a sociedade!

Jorge e o pai se abraçam. Em seguida, o filho de Celso sai com a esposa.

Corta para:

CENA 15/ FAZENDA VALADARES/ SALA DE ESTAR/ INT./ MANHÃ

No instante, em que Otávio está entrando, Cecília está de saída. Na sala também estão Afonso, Eduardo e Branca, que percebem o incomodo de Otávio por Cecília está saindo essa hora.

OTÁVIO (P/Cecília) – Você vai para onde essa hora!

CECÍLIA (P/Otávio) – Eu vou falar com Débora.

Cecília sai, em seguida. Otávio, intrigado, descansa um pouco.

OTÁVIO (P/Afonso) – Cecília está mentindo para mim.

Otávio se levanta e sai em seguida.

Corta para:

CENA 16/ PAALMEIRÃO DO BREJO/ CIRCO/ INT.EXT/ MANHÃ

Carcará veste sua fantasia de Mascarado para um ensaio quando é surpreendido por Cecília. Ela se aproxima dele e a abraça.

CECÍLIA – Eu não consigo parar de pensar em você.... É você que eu amo.

CARCARÁ – Eu estava com saudade desse abraço.

A câmera vai se afastando até o exterior do circo. Otávio, dentro do carro, observa Cecília abraçando o Mascarado. Ele não consegue escuta o que eles falam. Mas fica enraivado com a cena que vê.

Focar na expressão de raiva de Otávio.

Congelamento preto e branco emoldurando como um retrato.










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