webnovela criada e escrita por Jonny Nascimento
Capítulo 19 - PENÚLTIMO CAPÍTULO DA PRIMEIRA TEMPORADA.
Em casa, Daniel encontra sua mãe, dona Vera, e lhe dá um abraço muito forte, de felicidade.
VERA - Eita que abraço animado. O que houve para tanta animação?
DANIEL - É ELA MÃE!
VERA (ANIMADA) - AAAAAAAAAA! Minha neta!
DANIEL - Eu tô tão feliz… mal posso esperar para contar pra ela.
VERA - Deus escreve certo por linhas tortas. Você sumiu sem conhecer ela, e o destino trouxe ela até você.
DANIEL - Pois eu vou recuperar o tempo perdido. Inclusive, vou querer a guarda dela.
VERA - Você vai travar uma briga judicial com a Carol?
DANIEL - Mas é claro, aquela louca não tem responsabilidade pra cuidar da minha filha.
VERA - Meu Deus…
DANIEL - Vou tomar um banho pra tirar essas bactérias de hospital do meu corpo. Mas ainda hoje a Gabriele vai saber de tudo.
VERA - Perfeito, vou até fazer uma comida especial pro evento!
Os dois riem e Daniel sai.
VERA (levantando as mãos pro céu) - Oh Deus, obrigado por trazer minha netinha até mim.
Vera volta a preparar o almoço, com um sorriso no rosto.
CENA 2 || Na casa de Íris, um motoboy bate palmas. Íris não atende pois não está em casa. O homem então, arremessa a caixa por cima do muro.
MOTOBOY - Tá entregue.
O homem monta na moto e sai.
CENA 3 || Na escola, Eduarda anda pelo corredor com roupas largas, como de costume, e todos falam dela. Desnorteada, ela tropeça num balde com água e sabão. Íris, que sim, trabalha como faxineira da escola, começa a falar.
ÍRIS (irônica) - Pelo visto esse óculos que você usa não serve pra nada. Mas sua visão deve estar sendo afetada pelo tanto de roupa que você põe pra tapar a banha!
Todos os alunos riem. Eduarda fica sem resposta apenas magoada por dentro.
EDUARDA (triste) - Você não precisa falar assim…
ÍRIS - Você tem que ouvir a verdade. Garota, você é muito esquisita, e usar trezentos casacos não vai te deixar mais magra!
Eduarda começa a chorar, e Bia vê.
BIA (irritada) - O QUE TÁ ACONTECENDO AQUI?
ÍRIS - Chegou quem não devia…
BIA - "Não devia" por que? Por que eu não sou trouxa de não te responder, igual a minha amiga? Pois fique você sabendo que com os meus você não se mete! É você quem não devia trabalhar aqui, tá ocupando a vaga de gente honesta.
ÍRIS - Eita esse fecho matou viu. Sai fora, a esquisita não falou nada porque sabe que é verdade, é o que todos pensam e falam.
BIA - E daí que pensam e falam? São todos faladeiros, querem achar uma vida que não seja a deles, para se meterem. E você é uma dessas pessoas, otária.
ÍRIS - Não entendi porque você tá latindo, nem falei com você. Bom, você precisa entender que não se meter na conversa dos outros é um princípio de educação. Não aprendeu isso no orfanato? Mas entendo, você não teve pais pra te educar.
BIA - Aí, olha, você fala demais! Tua língua deve estar cansada de tanto falar dos outros, suja. Pra te ajudar a lavar sua língua, toma o que você merece!
Bia pega o balde de água e sabão que Íris usa para lavar o chão e joga a água na cara da megera. Todos riem, gravam, e Íris fica furiosa.
ÍRIS - SUA IDIOTA!
BIA - Tua língua tá mais limpa depois desse banho, querida? Beijos.
Bia manda um beijinho pra Íris e sai, abraçada com Eduarda.
CENA 4 || No orfanato, Célia recebe uma notícia desagradável.
CÉLIA - É o que? Suspensa? Bia, o que você fez?
BIA - Aquela vaca da faxineira, a Íris, tava mexendo com a Duda. Fez ela chorar e tudo, então eu me meti.
CÉLIA - Mas você não tinha nada que jogar água nela.
BIA - Mas tia, ela tava falando coisas horríveis. Até jogou na minha cara que eu sou órfã, e eu odeio lembrar disso.
CÉLIA - Tá certo, mas agora você vai ficar de castigo. Não posso deixar passar essa besteira que você fez de jogar água na faxineira.
Bia abaixa a cabeça, triste.
BIA - Desculpa, tia Celinha… não fiz o certo mas eu não ia ficar quieta. Pode castigar mas não me arrependo.
Célia abraça Bia.
CENA 5 || Eduarda conta para Sérgio que sofre bullying na escola.
EDUARDA (chorando) - Eu não aguento mais, eu preciso mudar, pai.
SÉRGIO - Você não tem que mudar, eles é quem tem que aprender a te respeitar.
EDUARDA - Minha mãe já denunciou a Íris, mas não deu em nada. Essa mulher é o cão, vive falando do meu corpo!
SÉRGIO - Se sua mãe não age, eu vou agir, mas isso não vai ficar assim!
Sérgio abraça Eduarda.
CENA 6 || Sérgio aparece na escola da filha. Ao chegar na portaria, conversa com um inspetor.
SÉRGIO - Com licença, posso falar com a faxineira dessa escola, a Íris?
INSPETOR - Vou chamar, com licença.
Algum tempo depois, o inspetor aparece com Íris.
ÍRIS - Oi.
SÉRGIO - É você que anda humilhando minha filha, né?
ÍRIS - Eita, você é o pai da gorda esquisita? Nossa mas é muito gostoso pra ser pai daquele troço.
INSPETOR (espantado) - QUE ISSO? Íris, você enlouqueceu?
ÍRIS - Eu só tô falando o que todos pensam.
SÉRGIO - Eu só vim te avisar que nada do que você fez e falou vai ficar impune. Com a minha filha ninguém mexe, muito menos uma jovenzinha frustrada como você. Tu vai ter o teu merecido, ordinária.
ÍRIS - Me xinga mais, gostosooo!
SÉRGIO - Brinca, pode brincar. Porque esse emprego não vai ser tudo que você vai perder! Quero ver você atrás das grades.
ÍRIS - Nunca verá.
SÉRGIO - Só se eu ficar cego.
ÍRIS - Ai, olha, é fim de expediente, tô saindo viu, até nunca.
Íris vai embora e Sérgio entra na escola, onde pede pra ser atendido na diretoria.
SÉRGIO - Oi, tudo bom? Preciso mostrar umas coisas pra diretora Heloísa, sobre a funcionária dela.
CENA 7 || Num corte seco, vemos Íris chegando em casa. Ao abrir o portão, ela vê uma caixa empacotada.
ÍRIS - Ué, o que é isso?
Íris pega a caixa e entra em casa. Ao abrir o pacote, Íris dá de cara com a arma que comprou na deepweb.
ÍRIS (surpresa) - NÃO CREIO, já tinha até esquecido que comprei isso. É hoje que eu pego a pirralha da Gabriele.
CENA 8 || Rosana recebe uma mensagem de Val.
VAL (na mensagem) - Tô em Tereza da Flor, vim pegar a peste com minhas próprias mãos.
ROSANA - Cadela, me mandou pra cá atoa. Ah mas eu vou responder!
Rosana começa a digitar.
ROSANA (na mensagem) - Sua indigente, me mandou pra cá atoa!
VAL (na mensagem) - Não, vamos agir juntas. Me encontra no Morro da Rosa, agora mesmo.
Rosana topa, e num corte seco vemos ela no alto do Morro da Rosa, um penhasco belíssimo da cidade de Tereza da Flor.
ROSANA (na mensagem / irritadíssima) - Cadê você? Tô te esperando igual uma condenada!
No mesmo instante, uma pessoa encapuzada e vestida de preto empurra Rosana na direção do penhasco, derrubando-a do alto. Após a queda de Rosana, a pessoa tira o capuz, e trata-se de Jorge, o comparsa de Val. No mesmo momento, ele liga para Val.
VAL (no telefone) - Alô.
JORGE - Tá feito!
VAL - É isso que essa cadela merece por aquele contrato. Eu assinei sem ler, mas ainda bem que eu parei pra olhar agora. A infeliz colocou uma cláusula onde eu pago uma indenização milionária quando ela cumprir o favor dela e achou mesmo que eu não ia ver… foi tarde!
JORGE - Agora torce pra ninguém descobrir.
VAL - Não irão Jorge, não irão.
Os dois riem.
CENA 9 || Mais tarde, Vera coloca todas as comidas na mesa. Daniel, Patrício e Gabriele estão sentados em volta da mesa. Vera finalmente se senta.
VERA - Podem se servir.
DANIEL - Antes de comer, eu preciso falar uma coisa.
PATRÍCIO - O que foi, meu filho?
DANIEL - Eu e a mamãe fizemos uma coisa, e queremos compartilhar o resultado com vocês dois.
GABRIELE - Até comigo, que não sou da família?
DANIEL - Você se engana, é mais da família do que você pensa. Bom, eu achei uma tremenda coincidência a história da Gabriele e decidi pedir a ajuda da mamãe. Ela me ajudou a conseguir uns fios de cabelo da Gabi, e eu paguei um exame de DNA.
PATRÍCIO (espantado) - O QUE?
GABRIELE (surpresa) - DNA?
DANIEL - Sim. Hoje saiu o resultado e… Gabriele, você passou tanto tempo sem conhecer seu pai, sem saber o rosto dele, sem ter o abraço dele. Seu pai foi um homem ausente na sua vida, e isso deixou um buraco imenso no seu coração. Me perdoa, Gabi… porque eu sou seu pai!
GABRIELE - O QUÊ?
Todos ficam chocados.
CONTINUA…
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