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Almas Perdidas - Episódio 7

 


CAPÍTULO 07


"O Homem reza para obter o mal, como também reza para alcançar o bem.

O Homem está sempre com dem asiada pressa."


-Corão



17:20 - Proteção



Após refletir por alguns segundos, Luke se virou para Alex.


Luke: Nós não podemos deixá-la aqui nesses corredores. É algo desumano. Vamos levá-la para nosso

local.


Alex cruzou os braços e sorriu para Luke.


Alex: É uma decisão muito nobre, Luke!


Luke se virou para Larissa.


Luke: Muito bem, garota... Você vai vir com a gente. Temos um lugar onde você pode ficar até

decidirmos o que fazer.


Como se não tivesse escolha, Larissa concordou.


Larissa: Tudo... Tudo bem, mas... Quem são vocês?

Luke: Meu nome é Luke Ventura. Eu tenho 27 anos e esse aqui é meu amigo, Alex. Nós éramos

colegas de classe desde a época da escola.


Alex olhou para Larissa e sorriu.


Alex: É um prazer conhecê-la.

Luke: Ãh... Eu... Também fico feliz em conhecê-los...


Luke se virou para o túnel de onde ele e Alex haviam chegado.


Luke: Por enquanto vamos voltar, Alex. Levamos Larissa para nosso lugar, e depois decidimos outra

estratégia.

Alex: De acordo! Os ventos mudaram nosso destino agora que Larissa se uniu ao nosso grupo!


Larissa parecia confusa com a forma como Alex falava. Luke se virou para ela e sorriu.


Luke: Não se preocupe, Larissa! Você está em boas mãos.




17:43 - Luke



Ricardo estava sentado em uma pedra enquanto olhava para um bloco de notas. Assim que ergueu

seus olhos, avistou o grupo se aproximando.


Ricardo: Ei... Vocês voltaram?


Os três se aproximaram. Larissa parecia de certa forma assustada.


Luke: Sim, estamos de volta... Encontramos essa garota no caminho. Ela é uma das crianças que se

perdeu na caverna. – Disse Luke.


Ricardo olhou para Larissa, espantado.


Ricardo: Sério?! E onde estão as outras?

Larissa: Eu... Me perdi deles...


Luke interrompeu.


Luke: Larissa, agora você está com a gente, tudo bem? Esse é meu irmão mais velho, Ricardo. Pode

confiar nele também.


No fundo, Ricardo ainda tinha mais perguntas. Mas por enquanto, apenas sorriu e acenou com a

cabeça para Larissa.


Larissa: O... Obrigada... Mas... O que vocês estão fazendo aqui?


Essa pergunta era difícil. Luke sabia que se disesse a verdade poderia assustar a garota. Mas ao

mesmo tempo, sentia que seria complicado esconder a verdade dela. Ainda mais devido ao fato de

que haviam policiais naquela caverna.


Luke: ...Larissa... Sente-se. Eu vou contar tudo pra você.


Alex e Ricardo se entreolharam. Larissa sentou-se em uma pedra. Luke caminhou até uma das

paredes.


Luke: Tudo começou dez anos atrás... Eu tinha 17 anos e estava no meu último ano de escola. Eu era

um jovem que adorava sair com amigos, se divertir e dar risada com eles. Mas eu não sabia que tudo

isso estava com os dias contados.


Larissa se assustou.


Larissa: O... O que aconteceu?

Luke: Apesar de viver uma vida feliz, minha família sempre teve muita dificuldade, e... Bem, o meu pai

passou a se envolver em algo complicado para conseguir dinheiro. Ele se juntou à um certo grupo.


Larissa parecia pensativa.


Larissa: Um... Grupo?

Luke: Sim. E em uma certa noite, ele e esse grupo inventaram de assaltar um banco.


Larissa se espantou.


Luke: Naquela noite, a polícia foi acionada. Quando os policiais chegaram lá, eles viram meu pai perto

de um cliente que acidentalmente estava no local errado e na hora errada, e... Um dos policiais não

pensou duas vezes e atirou contra ele. Meu pai morreu sem ter a menor chance de se defender.


Larissa baixou a cabeça.


Luke: Mas o pior não foi isso... O bastardo que atirou no meu pai passou a ser considerado um "herói"

na cidade. Ele deu entrevistas em programas de TV, foi ovacionado pela mídia, elogiado pelos

jornalistas por ter supostamente salvo um cidadão... Mas o que a população não sabe é que naquele

momento a minha família foi destruída. Minha mãe passou a viver à base de anti-depressivos.

Eu passei a ser humilhado na escola. Nós só sobrevivemos porque o Ricardo conseguiu um emprego.

Caso contrário, eu não sei o que teria acontecido.


Larissa contiuava ouvindo tudo de cabeça baixa.


Larissa: E... O que você vai fazer?

Luke: Eu não quero vingança. Eu não quero sequer ver a cara daquele monstro que atirou no meu pai.

Mas eu quero deixar a minha marca nessa cidade antes que minha vida acabe. Alex ali conseguiu

comprar explosivos, e eu pretendo causar um certo "caos" na delegacia da cidade. E quando isso

acontecer, vão saber o meu nome.


Larissa olhou para Luke.


Larissa: Você... Realmente não liga mais para sua vida?


Luke baixou a cabeça.


Luke: Não.

Larissa: Isso é triste... Eu não consigo imaginar alguém que possa se desapegar do milagre de estar

vivo.


Luke sentiu um arrepio em sua espinha. Larissa falava como se estivesse enxergando dentro dele.


Luke: Larissa... Eu...

Larissa: Você sabe que todas as pessoas estão vivas por algum motivo. Se você não der importância

para isso... Vai perder a chance de alcançar muitas coisas boas.


Luke ficou em silêncio.


Ricardo: Eu sinto o mesmo que Luke... Mas ao mesmo tempo eu ainda me preocupo com ele. Ele é

parte da minha família afinal.

Luke: Eu também estou muito feliz de ter você ao meu lado, Ricardo... Mas eu não posso perdoar a

atitude de tirarem a vida do nosso pai! É por isso que eu vou até o fim dessa missão, custe o que

custar.


Alex estava encostado em uma das paredes com os braços cruzados e seu lenço até parte do seu

nariz, apenas ouvindo. Aparentemente ele não queria entrar em assuntos de família.


Larissa: Eu consigo entender... Às vezes, nossas almas não conseguem encontrar a paz enquanto

algo não é resolvido.


Depois dessa frase de Larissa, um momento de silêncio se seguiu. Até que Alex resolveu falar.


Alex: Pessoal... Eu não quero interromper esse momento, mas... Nós ainda temos que decidir o que

fazer. Os policiais estão rondando a caverna, não é?


Luke acenou positivamente.


Luke: Está certo... Temos que bolar uma estratégia.






18:00 - Plano B



O grupo se reuniu em um círculo, enquanto Ricardo estava com seu bloco de notas.


Ricardo: Então... Nós ainda não temos certeza se a rota que usamos da entrada da caverna até esse

local é segura, certo?

Luke: Sim... E o policial que eu encontrei antes estava exatamente nesse trajeto.


Alex pensou.


Alex: Não podemos nos arriscar a tentar outra rota. Se nos perdermos, estará tudo acabado.

Ricardo: Isso é verdade... A não ser que...


Ricardo desenhou um pequeno mapa no bloco de notas.


Ricardo: Podemos tentar checar o túnel até algum local que consideramos seguro. Eu notei alguns

cruzamentos no caminho. Se algo surgir em nosso campo de visão, podemos nos esconder em outro

túnel.

Luke: Mas não seria perigoso se os policiais tiverem se dividido pelo caminho?

Alex: Você disse que nocauteou um deles, certo? Eu não acho que eles se arriscariam a andarem

sozinhos.

Luke: Bem, isso é verdade, mas... Nós precisamos mesmo sair daqui antes que os policiais nos

encontrem. E será pior ainda se trouxerem reforços.


Naquele instante, surpreendentemente, Larissa interrompeu.


Larissa: Hum... Eu... Tenho uma ideia...


Todos olharam espantados para ela.


Larissa: A última vez que eu vi o meu irmão, ele e o nosso amigo estavam correndo até o final do túnel

em que nós estamos... Talvez valha a pena checar...

Alex: Você está sugerindo seguirmos o caminho oposto daquele que usamos para chegar até aqui?

Luke: Mas não tem garantia de esse caminho leva até a saída.


Larissa baixou a cabeça.


Larissa: Não, não é isso... É que eu... Eu estou muito preocupada com eles, e pensei que...

Desculpem...


Luke entendeu.


Luke: Você quer que procuremos por eles...?


Larissa ficou em silêncio. Alex cobriu sua boca com o lenço.


Alex: Uma missão secundária... O que vocês acham?

Ricardo: Eu... Eu não sei... Não viemos aqui com o objetivo de salvar alguém, mas...


Luke refletiu por alguns instantes.


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