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Caminhos - Capítulo 12

 

CAMINHOS

novela de MIGUEL VICTOR

direção geral RICARDO WADDINGTON

CAPÍTULO 12

CENA 01. CAFETERIA. INT. NOITE

Cris, Gabriela e Caterine estão sentados em uma mesa conversando animadamente. O

clima é descontraído e amigável.

Cris: Então, Gabriela, o que te fez pensar que você pode ser gênero fluído?

Gabriela: Bom, eu sempre me senti um pouco desconfortável com as expectativas que as

pessoas têm em relação ao meu gênero. Eu não me sinto completamente feminina, mas

também não me identifico como homem.

Caterine: Isso é perfeitamente normal, Gabriela. É importante lembrar que a identidade de

gênero é uma construção social e pode ser diferente de uma pessoa para outra.

Cris: É verdade. Eu me identifico como gênero fluído porque sinto que não me encaixo

completamente em nenhum dos dois gêneros tradicionais.

Gabriela: Eu entendo. Eu sinto que sou uma mistura dos dois, mas ainda não sei como me

definir exatamente.

Caterine: Isso é normal, Gabriela. Você não precisa ter todas as respostas agora. O

importante é que você esteja aberta para explorar sua identidade de gênero e se sentir

confortável consigo mesma.

Gabriela: Sim, eu entendo. Eu só ainda não me sinto pronta para me assumir

completamente como gênero fluído.

Cris: E não tem problema nenhum com isso, Gabriela. Cada pessoa tem o seu próprio

processo e o importante é você se sentir bem consigo mesma.

Caterine: Exatamente. E saiba que estamos aqui para te apoiar e te ajudar no que você

precisar.

Gabriela: Obrigada. Eu me sinto muito grata por ter amigas tão compreensivas e amorosas.

Cris: É isso que os amigos são para, Gabriela. Para apoiar um ao outro e ajudar a

crescermos juntos.

Caterine: E com certeza vamos continuar conversando sobre isso e explorando nossas

identidades de gênero juntas.

CORTE:

CENA 02. CASA CLARA. SALA. INT. NOITE

Clara está sentada no sofá, assistindo a uma reportagem na TV sobre o impacto das IAs na

sociedade. Ela parece concentrada, mas um pouco irritada com o que está vendo.

Reporter: ...e é por isso que muitos especialistas em tecnologia estão preocupados com o

crescente impacto das inteligências artificiais na nossa sociedade. Será que estamos

preparados para lidar com as consequências dessas novas tecnologias?

Clara murmura para si mesma.

Clara: Isso é um absurdo. Essas IAs são criadas para nos ajudar, não para nos prejudicar.

A reportagem continua, mostrando exemplos de como as IAs estão sendo usadas em

diferentes áreas, desde a medicina até a educação.

Reporter: ...e embora as IAs possam trazer muitos benefícios para a nossa sociedade,

também precisamos estar cientes dos riscos envolvidos. Algumas pessoas estão


preocupadas com a possibilidade das IAs se tornarem mais inteligentes do que os seres

humanos, o que poderia ter consequências imprevisíveis...

Clara interrompe a reportagem, irritada.

Clara: Isso é alarmismo barato. Essas máquinas não têm emoções ou desejos, elas só

seguem comandos. Não há motivo para temer as IAs.

Ela desliga a TV, levantando-se do sofá e caminhando em direção à cozinha.

CORTE:

CENA 03. CASA YEDDA. SALA. INT. NOITE

Yedda está sentada no sofá, chorando e olhando fixamente para a parede. Ela se levanta e

caminha de um lado para o outro, soluçando. Ela pega uma foto no seu celular junto a

Milton w suspira.

Yedda: (chorando) Por que as coisas tinham que acabar assim?

Ela começa a caminhar de um lado para o outro novamente.

Yedda: (murmurando) Eu ainda amo ele, mas não posso mais estar com ele.

Ela volta a olhar para o celular e se senta novamente no sofá. Ela começa a soluçar

novamente e limpa as lágrimas com a mão.

Yedda: (soluçando) Como eu vou superar isso?

Ela fecha os olhos e respira fundo, tentando se acalmar.

Yedda: (murmurando) Eu preciso me concentrar no meu trabalho. Talvez assim eu consiga

superar isso.

Ela se levanta novamente e vai em direção à porta.

CORTE:

CENA 04. CASA CLARA. SALA. INT. DIA

Gabriela está sentada no sofá da sala de Clara, que entra com duas xícaras de chá.

Clara: Aqui está, chá de camomila. Vai te ajudar a relaxar.

Gabriela: Obrigada, Clara. Eu precisava mesmo conversar com alguém.

Clara: Pode contar comigo. O que aconteceu?

Gabriela: Ontem eu me encontrei com Cris e Caterine. Eles são incríveis, Clara. Fiquei

muito feliz por ter conhecido eles.

Clara: Que bom, Gabriela. E como foi o encontro?

Gabriela: Foi ótimo, conversamos muito sobre gênero e identidade. Eu expliquei para eles o

que estava sentindo e eles me apoiaram bastante.

Clara: Que bom que você tem amigos assim.

Gabriela: Sim, eles são incríveis. Mas ainda estou confusa, Clara. Não sei se sou uma

pessoa de gênero fluído ou não. Eu queria ter certeza antes de contar para todo mundo.

Clara: Eu entendo. E se você descobrir que é, vai ter o meu apoio, Gabriela. Eu te amo do

jeito que você é.

Gabriela: Obrigada, Clara. Você é a melhor amiga que eu poderia ter.

Clara: E eu sempre vou estar aqui para você, seja qual for a sua decisão. E o Juliano?

Gabriela: Não quero saber dele, não por enquanto. Nesse momento da minha vida eu

realmente só quero me concentrar em mim, nas minhas auto descobertas. E o JOE?

Clara: Nem te conto, a gente conversou por chamada de vídeo, ele é lindo!

Gabriela: Mas você tem que acelerar pra se encontrar com ele, Clara. Vai que é um golpista

igual aquele cara lá que quase te deu um golpe? Porque agora, com as inteligência artificial,

qualquer um pode se passar por outra pessoa na internet.


Clara: Ai, nem me fale dessas palhaçadas! Vi uma reportagem ontem e fiquei revoltada!

Como alguém pode deixar se enganar por essas idiotices?

Gabriela: Amiga, hoje as deep fakes, as IAs de fotos, vídeos, áudios, etc, todas estão

avançadissimas. Não viu aquela notícia do papa, da roupa que ele tava usando? Ou as

músicas que as pessoas tão fazendo a Ariana Grande cantar?

Clara: Bobagem, eu sempre sei identificar o que é mentira ou não.

CORTE:

CENA 05. ESCRITÓRIO DR. O'BRYAN. INT. DIA

Yedda apresenta sua última atualização do projeto LUNNA para Dr. O'Bryan, que parece

muito interessado.

Yedda: Então, com essa nova atualização, podemos garantir ainda mais segurança e

eficiência na execução das tarefas da LUNNA.

Dr. O'Bryan: Fantástico, Yedda. Você é uma verdadeira gênia. Estou impressionado com o

seu trabalho.

Yedda: (sorri) Obrigada, Dr. O'Bryan. Esse projeto é muito importante para mim.

Dr. O'Bryan: Eu sei disso. E quero ajudar de todas as formas possíveis. Aliás, você tem

alguma cópia de backup desses dados em algum lugar?

Yedda: (franja a testa) Backup? Por quê?

Dr. O'Bryan: Só por precaução. Não custa nada, não é mesmo?

Yedda parece um pouco desconfiada, mas concorda em criar uma cópia de backup para o

projeto.

Yedda: Tudo bem, eu crio uma cópia para você.

Dr. O'Bryan: (sorri) Obrigado, Yedda. Você é muito gentil.

Após Yedda sair da sala, Dr. O'Bryan começa a pensar alto e com um olhar malicioso.

Dr. O'Bryan: (pensando alto) Com esse projeto em minhas mãos, serei um verdadeiro líder

no mundo da tecnologia. E Yedda nem vai perceber.

CORTE:

CENA 06. CASA GLÓRIA. SALA. INT. DIA

A campainha toca e Rebeca vai atender, acaba se deparando com Milton.

Rebeca: Pai! Que saudades!

Milton: Oi, minha filha, também tava morrendo de saudades de você, e decidir vir aqui te

visitar.

Rebeca: Que bom então. E como tá a vida? A Yedda?

Milton: A gente... Terminou.

Rebeca: Terminaram? Mas o que aconteceu.

Milton: Uma longa história. Mas a gente percebeu que não tava dando certo e foi melhor

assim, encerrar antes que evolua pra algo pior.

Rebeca: Meu Deus... Bom, que vocês terminaram antes de dar ruim, né?

Milton: Exato.

Da parede do outro lado, Glória escuta a conversa de Milton e Rebeca, aparentemente feliz.

CORTE:

CENA 07. CASA CLARA. QUARTO. INT. DIA

Clara está sentada em frente ao computador, digitando uma mensagem para JOE no

aplicativo de relacionamento.


Clara: Será que eu devo mesmo fazer isso? Encontrar alguém que eu só conheço

virtualmente?

Ela hesita por um momento, mas então toma coragem e pressiona o botão de enviar.

MENSAGEM DE CLARA: Olá, JOE. Queria te encontrar pessoalmente. Será que a gente

pode?

CORTE:

CENA 08. CASA GLÓRIA. SALA. INT. DIA

Rebeca se aproxima de Glória.

REBECA

Aconteceu alguma coisa, mãe? A senhora tá distraída aí...

GLÓRIA

É que eu soube que o seu pai terminou com a Yedda.

REBECA

Ah, sério?

GLÓRIA

Sim, eu escutei quando vocês dois tavam conversando, isso me deixou pensando...

REBECA

Pensando em quê?

GLÓRIA

Em tentar voltar com ele.

Rebeca parece surpresa com a afirmação.

REBECA

Sério, mãe? Você ainda gosta dele?

GLÓRIA

Eu não sei, filha. Talvez eu nunca tenha deixado de gostar.

REBECA

Mas vocês se divorciaram por um motivo, não é mesmo?

GLÓRIA

Sim, é verdade. Mas eu acho que as coisas podem ter mudado, as pessoas mudam. Os

sentimentos mudam. Essa paixão dele pela Yedda mudou ele...

REBECA

E você já conversou com ele sobre isso?

GLÓRIA

Não, ainda não. Mas eu vou pensar melhor sobre isso antes de fazer qualquer coisa.

Rebeca parece entender a posição da mãe e a abraça.

REBECA

Eu te apoio, mãe. Seja qual for a sua decisão.

Glória sorri para a filha, agradecida.

CORTE:

CENA 09. LABORATÓRIO YEDDA. INT. NOITE

Yedda entra no laboratório cansada, bufando. Ela vê no computador a mensagem que Clara

mandou para JOE.

Yedda: (irritada) Quer saber? Já deu dessa história! Tchau!

Yolanda mexe em algumas coisas lá e desliga o computador, irritada. Vai até seu celular e

abre numa foto dela com Milton. Encara a foto, chorosa.

CORTE:


CENA 10. CASA CLARA. QUARTO. INT. NOITE

Clara mexendo no celular quando ela vai no aplicativo de relacionamentos e vê a

mensagem no contato se JOE.

Clara: (chocada) Que? Bloqueada?

CORTE:

FIM DO CAPÍTULO 12


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