SARAMANDAIA
Capítulo 27 ��️ Últimas Semana
Criada por: Dias Gomes
Adaptada e escrita por: Luan Maciel
Produção Executiva RanableLWebs
CENA 01. CASARÃO DA FAMÍLIA ROSADO. SALA DE ESTAR.
INTERNA. DIA
A câmera acompanha o andar de Zico Rosado que está
totalmente agitado. Quem vem descendo as escadas do casarão
é Dona Cândida que olha para seu filho com um sorriso no
rosto. Zico Rosado vai ficando cada vez mais nervoso.
DONA CÂNDIDA (sorrindo): - Eu posso ver pela expressão do
seu rosto que a reunião com o João Gibão não foi lá essas mil
maravilhas que você estava imaginando, Zico. Não vai me dizer
que o poderoso Zico Rosado foi passado para trás?
ZICO ROSADO (austero): - Eu não acho uma boa ideia você
ficar me provocando, mãe. Aquele infeliz do João Gibão acha
que eu sou uma carta fora do baralho, mas ele está muito
enganado. Isso ainda não acabou. Eu não vou perder o poder
que eu tenho sobre essa cidade. Eu sou Zico Rosado.
DONA CÂNDIDA: - Com quem você acha que está falando, seu
fedelho? Tudo que você sabe…. Tudo que você é deve graças a
mim. Eu me arrependo dos meus erros, e essa é a nossa
diferença. Você não tem pena de nada e ninguém. É um
calhorda da pior espécie.
Zico Rosado não demonstra emoção. Dona Cândida está firme.
ZICO ROSADO (frio): - Em uma coisa eu sou obrigado a
concordar com você, mãe. Tudo o que eu sou hoje a culpa é
exclusivamente sua. Você me transformou nesse monstro.
DONA CÂNDIDA (encarando): - Não me venha dizer dos meus
erros que eu estou cansada de saber, Zico. Você é tão previsível
que deixou o seu ódio pelos mudancistas te cegar. Nem mesmo
a descoberta de uma filha te mudou. A Zélia não é a inimiga que
você sempre pensou.
ZICO ROSADO: - Eu não discutir isso com você, Dona Cândida.
Eu só digo que o João Gibão vai se arrepender da humilhação
que me fez passar. E outra coisa…. Eu não acredito nessa sua
mudança repentina. Se eu sou ruim você é muito pior.
Zico Rosado sai sem dizer mais nenhuma palavra. Dona
Cândida fica atônita com a audácia de seu filho.
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CENA 02. CASA DE MARIA APARADEIRA E SEU
CAZUZA..DALA. INTERNA. DIA
Close na tristeza no olhar de Marcina. João Gibão e Seu Cazuza
tentam confortar a nossa protagonista que ficou visivelmente
abalada com a reação de sua mãe.As lágrimas começam a
escorrer pelo rosto de Marcina. João Gibão tenta fazer ela sorrir
um pouco, mas totalmente sem sucesso.
JOÃO GIBÃO (confortando): - Não fica assim, Marcina. Nós
dois sabemos que a sua mãe nunca vai gostar de mim. Mas eu
não quero que você chore por isso. Ela não merece suas
lágrimas.
MARCINA (se lamentando): - Como é que você não quer que eu
chore, João? No dia mais importante da minha vida a minha me
vira as costas. Quem é que faz uma coisas dessas?
SEU CAZUZA: - O João está certo, minha filha. Não deixe esse
comportamento da sua mãe estragar o seu dia. Mesmo depois
que foi comprovado que foi o Carlito que te sequestrou ela não
quis mudar o jeito dela. Você não pode se culpar.
Marcina fica pensativa. João Gibão e Seu Cazuza se olham.
MARCINA (refletindo): - Vocês estão certos. Eu não posso mais
ficar querendo que a minha mãe aceite as coisas se ela continua
sendo uma pessoa preconceituosa. Eu fiz o que eu podia.
JOÃO GIBÃO (ponderando): - Eu prometo que eu nunca mais
vou deixar ninguém te magoar, meu amor. Assim o nome da
cidade mudar para Saramandaia mudar a gente vai se casar.
SEU CAZUZA: - Eu nem acredito que isso esteja acontecendo.
Faz anos que eu ouço dizer que o nome da cidade vai mudar.
Mas foi você que conseguiu, João. Isso é algo admirável.
João Gibão esboça um sorriso. Marcina abraça João Gibão e logo
depois eles se beijam para a alegria de Seu Cazuza.
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CENA 03. BATACLÃ ARCO-ÍRIS. SALÃO PRINCIPAL.
INTERNA. DIA
Belezinha está andando de um lado para o outro demonstrando
estar muito nervosa e aflita. Nesse momento Risoleta vem
entrando no bataclã e ela percebe o estado de choque que
Belezinha se encontra. Risoleta vai se aproximando da jovem.
BELEZINHA (afobada): - Risoleta…. Finalmente eu te encontrei.
Tem uma coisa que eu estou querendo te contar já faz alguns
dias e eu não conseguia encontrar as palavras certas.
RISOLETA (séria): - Fica calma, Belezinha. Eu sei que deve estar
acontecendo alguma coisa importante, mas você precisa
respirar. (P) Me conte…. O que foi que houve?
BELEZINHA: - Algumas noites atrás eu ouvi um conversa da
Ana Maria com o Carlito Prata e foi ele que seqya Marcina. Eu
estou com medo do que eles possam fazer comigo.
Risoleta fica espantada com a revelação de Belezinha. Nesse
momento Ana Maria vem entrando no bataclã e ouve tudo.
RISOLETA (firme): - Me explica direito essa história, Ana
Maria. É verdade que você sabia desde o começo que foi o
Carlito que sequestrou a Marcina? Você consegue entende a
gravidade da situação? Eu não posso manter alguém como vovó
no meu bataclã.
ANA MARIA (mentindo): - Você realmente acreditou nisso,
Risoleta? Isso não passa de mentira dessa invejosa da
Belezinha. Ela quer me tirar, pois sabe que eu sou a quenga
mais procurada desse bataclã. Em quem você vai acreditar?
RISOLETA: - Você acha mesmo que eu sou idiota, Ana Maria?
Não é de hoje que eu vejo que você e o Carlito estão cochichando
pelos cantos. Eu quero você fora do meu bataclã. Entendeu?
ANA MARIA (revoltada): - Você vai se arrepender do que está
fazendo comigo, Risoleta. (P/ BELEZINHA) E quanto a você sua
intrometida. Você está na minha lista negra. Você está acabada.
Ana Maria sai batendo a porta do bataclã. Belezinha respira
fundo e Risoleta tenta acalmar ela que está muito tensa.
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CENA 04. FAZENDA DE TIBÉRIO. CASA GRANDE. QUARTO
DE ZÉLIA. INTERNA. DIA
A câmera mostra que Zélia e traz em seu quarto com um
semblante muito irritado. Nesse momento ela percebe que
Pedro está sentado sobre a cama. Zélia não entende o porquê de
Pedro estar parado ali. Pedro a encara bem sério.
ZÉLIA (séria): - Pedro…. Essa não é uma boa hora para você vir
até aqui. Eu discuti com o Lua, e eu estou muito chateada. Põe
favor vá embora. Eu quero ficar sozinha. Me faça esse favor.
PEDRO (insistindo): - Infelizmente eu não posso fazer isso,
Zélia. O assunto que eu tenho para falar com você é sério. (P)
Você sabia que a mãe quer voltar para São Paulo? O pior é que
ela.quer levar nós juntos dela. Nós precisamos fazer alguma
coisa.
ZÉLIA: - Como é que é, Pedro? Que história é essa que você está
me contando? Eu não vou a lugar nenhum. Principalmente
agora que eu e o João estamos prestes a conseguir mudar o
nome da cidade. Onde é que a mãe está com a cabeça.
Pedro se levanta da cama encarando Zélia. Sem dizer nenhuma
palavra, Zélia entende o olhar de seu irmão que está sério.
PEDRO (continuando): - Zélia…. No fundo a gente sabe porque
a mãe está querendo ir embora. E tudo isso tem haver com o
Zico Rosado. Eu sei que ele é seu pai, mas enquanto eles
estiverem na mesma cidade isso vai continuar acontecendo.
ZÉLIA (alterando a voz): - Eu estou cansada de todos dizendo
que ele é o meu pai. Eu não vejo a situação com esses olhos. Mas
eu vou ter uma conversa séria com nossa mãe. De hoje não
passa.
PEDRO: - Toma cuidado, Zélia. A mãe está muito arredia. Eu
tentei conversar com ela, mas ela não me deu ouvidos. Eu não
posso ir embora. Não agora que eu tenho algo que eu me
importo.
Zélia entende o que Pedro está falando. Ela fica pensativa.
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CENA 05. CASA DE SEU ENCOLHEU. SALA. INTERNA. DIA
Close em Seu Encolheu que está em estado de choque. Dona
Bitela entra casa e para na frente de Seu Encolheu que ainda
está paralisado. Dona Pupu volta a ficar histérica.
DONA PUPU (histérica): - Bem que eu tentei te avisar,
Encolheu. É a Dona Redonda. Foi ela que eu vi naquela noite
andando pela cidade. Agora você acredita em mim?
DONA BITELA (sorrindo): - Eu não sou a Dona Redonda. Eu
entendo que vocês estão nos confundindo. Mas eu compara
essa cidade pitoresca para saber como foi que a minha irmã
morreu. E só você pode me responder essa pergunta, Encolheu.
SEU ENCOLHEU: - Eu não consigo olhar para você e não
lembrar da minha Redondinha. Ela me dizia que tinha uma
irmã, mas nunca disse que eram gêmeas.
Dona Bitela sorri alegremente. Dona Pupu fica intrigada. Seu
Encolheu se aproxima de Dona Bitela e a olha.
SEU ENCOLHEU (chocado): - A sua semelhança com a minha
Redondinha é algo impressionante. Isso me deixa abismado.
DONA BITELA (sorrindo): - Eu entendo a surpresa de todos
vocês. Eu vim para conhecer todos e a essa cidade por qual
minha irmã se doou tanto assim. É para isso que vim.
DONA PUPU: - Já que você está em nossa cidade pode nos
ajudar com algo que vem perturbando as pessoas de bem. Nós
precisamos impedir que o atual prefeito mude o nome da
cidade. A sua irmã estava empenhada em fazer isso.
SEU ENCOLHEU (firme): - Chega, Dona Pupu. Eu não quero
que você continue repetindo as palavras da minha Redondinha.
Não tente envenenar a Dona Bitela. Não vou admitir isso.
Dona Bitela olha com admiração para o Seu Encolheu. Dona
Pupu fica totalmente avessa a atitude dele.
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CENA 06. FAZENDA DE TIBÉRIO. CASA GRANDE. SALA.
INTERNA. DIA
Zélia e Pedro vem descendo as escadas. Eles dão de cara com
Vitória que os encara de uma forma bem séria. Zélia vai se
aproximando de sua mãe com um semblante forte. Ao longe
Tibério observa tudo em silêncio.
VITÓRIA (séria): - Ainda bem que eu encontrei vocês dois aqui,
meus filhos. Eu sei que vocês tem coisas a perder, mas nós
precisamos ir embora de Bole-Bole o quando antes. Essa cidade
não é o nosso lar mais. Vocês precisam entender isso.
ZÉLIA (enfrentando): - Qual o seu problema, mãe? Você trouxe
o Pedro para cá, e agora quer ir embora sem mais bem menos.
Nós sabemos porque você quer ir embora. Se você tem medo de
enfrentar os seus problemas a culpa não é nossa. Eu sinto
muito.
PEDRO: - A Zélia está certa, mãe. Nós não podemos ficar dessa
forma. Nós temos muito o que perder. Eu não vou embora.
Vitória fica em silêncio. Nesse momento Tibério olha para seus
netos e depois volta seu olhar para Vitória que apenas o
observa.
TIBÉRIO (sério): - Eu sei que você está preocupada com a
segurança dos seus filhos, Vitória. Qualquer pai ou mãe em seu
lugar teria a mesma reação. Mas você não pode impedir que a
Zélia e o Pedro escolham o s seus próprios caminhos.
VITÓRIA (desabafando): - Vocês sabem o que senti quando eu vi
a minha filha naquela cama de hospital? Tudo isso por culpa
dessa guerra política. É por isso que eu quero ir embora.
ZÉLIA: - Eu não vou desistir do que eu sempre acreditei, mãe.
Eu nunca entendia porque você se relacionou com o Zico
Rosado, mas agora eu consigo entender um pouco dos seus
sentimentos. Mas eu não posso ir embora. Você sabe disso.
VITÓRIA (se dando por vencida): - Se isso que vocês querem
então eu não vou dizer mais nada. Mas eu só espero que vocês
saibam o que vocês estão fazendo. Eu só quero o bem para
vocês, meus filhos. O Zico Rosado não é flor que se cheire.
Zélia e Pedro se olham. Vitória está firme diante da sua decisão.
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CENA 07. CASARÃO DA FAMÍLIA ROSADO. ESCRITÓRIO DE
ZICO ROSADO. INTERNA. DIA
A câmera dá um close em Zico Rosado que está tomando um
copo de conhaque com um semblante muito preocupado. Nesse
momento um homem entra no escritório e Zico Rosado lhe
entrega um pacote repleto de dinheiro.
Obs: O ator Ed Oliveira faz uma participação como o capanga
de Zico Rosado.
ZICO ROSADO (frio): - Eu espero que você tenha feito o que eu
mandei exatamente. Eu não vou permitir que aquele infeliz do
João Gibão consiga mudar o nome da cidade.
HOMEM (balançando a cabeça): - Está feito, patrão. Eu
coloquei a bomba debaixo do coreto da praça. Você tem certeza
do que está fazendo? Muitas pessoas podem morrer .
ZICO ROSADO: - E você acha mesmo que eu estou preocupado
com isso? Eu não me importo com o que possa acontecer. Tudo
o que eu quero é destruir aqueles mudancistas. Se algumas
pessoas tiverem que morrer para isso acontecer. Que assim
seja.
Sem que Zico Rosado perceba a porta do escritório está
entreaberta e Helena escuta toda a conversa do vilão.
HELENA (sussurrando): - O que o Zico está falando? Ele só pode
ter ficado completamente louco. Alguém precisa parar ele.
ZICO ROSADO (sério): - Eu posso até perder o poder sobre essa
cidade, ama eu verei os meus inimigos queimar sobre as cinzas.
A câmera mostra que Zico Rosado e o capanga apertam as
mãos. O olhar de Helena vai ficando cada vez mais sério.
A imagem congela no olhar sério de Helena. Aos poucos a
imagem vai ganhando um efeito como se transformasse em
uma moldura.
Obrigado pelo seu comentário!