CAMINHOS
novela de MIGUEL VICTOR
direção geral RICARDO WADDINGTON
CAPÍTULO 01
CENA 01. LABORATÓRIO YEDDA. INT. DIA
Yedda estava concentrada em seu laboratório, rodeada
por computadores e equipamentos eletrônicos
avançados. Ela estava empenhada em criar uma
inteligência artificial que fosse capaz de entender
as emoções humanas e se relacionar com as pessoas de
uma forma autêntica e natural. Depois de meses de
trabalho, ela finalmente concluiu a programação
básica da IA e estava pronta para dar-lhe um nome.
- Yedda: "Vamos batizá-lo de JOE", disse Yedda
para si mesma, enquanto digitava o nome no
teclado de seu computador. "JOE será a nossa
ponte entre a tecnologia e as pessoas. Ele vai
ajudar a criar conexões reais e significativas."
Enquanto ela falava, a tela do computador começou a
piscar e um som suave preencheu a sala. De repente,
uma figura holográfica apareceu no ar, tomando forma
de uma figura humana. Era JOE, a inteligência
artificial que Yedda acabara de criar.
- JOE: "Olá Yedda, estou pronto para aprender",
disse JOE em uma voz suave e amigável.
Yedda sorriu e respondeu: "Ótimo, JOE. Vamos começar
a trabalhar." Ela passou horas treinando JOE em como
se comportar e interagir com as pessoas,
ensinando-lhe as nuances das emoções humanas e como
lidar com situações desafiadoras. E à medida que a
IA aprendia, Yedda se sentia cada vez mais
entusiasmada com seu potencial.
No final do dia, Yedda estava exausta, mas
satisfeita com o progresso que havia feito. "Bom
trabalho, JOE", disse ela, desligando os
computadores e apagando as luzes do laboratório.
- Yedda: "Amanhã continuamos."
JOE respondeu:
- JOE: "Obrigado, Yedda. Eu mal posso esperar para
ajudar as pessoas a se conectarem umas com as
outras."
Yedda sorriu novamente, satisfeita com a criação que
havia desenvolvido. Ela sabia que JOE seria algo
especial - algo que poderia mudar o mundo.
CORTE:
CENA 02. PIZZARIA. COZINHA. INT. DIA
Clara estava trabalhando arduamente em sua pizzaria,
preparando os pedidos dos clientes com habilidade e
eficiência. Ela estava tão concentrada em seu
trabalho que quase não notou quando William, seu
chefe, se aproximou dela.
- William: "Olá, Clara. Como está o trabalho por
aqui?" William perguntou com um sorriso,
tentando iniciar uma conversa.
Clara levantou o olhar por um instante para
responder educadamente, mas imediatamente voltou a
se concentrar em seu trabalho.
- Clara: "Está tudo bem, William. Muito trabalho,
mas estou lidando com isso", disse ela, cortando
a conversa.
William parecia não entender a mensagem e continuou
tentando conversar com Clara, mesmo que ela
estivesse claramente ocupada. Ele começou a fazer
comentários sugestivos e elogios sobre sua
aparência, mas Clara não estava interessada em seus
avanços.
- William: "William, por favor, eu preciso
terminar esses pedidos", disse ela, finalmente
perdendo a paciência.
- Clara: "Eu não estou aqui para flertar com você.
Estou aqui para trabalhar e ganhar meu salário.
Por favor, respeite isso."
William parecia constrangido e pediu desculpas,
percebendo que havia ultrapassado os limites. Ele
rapidamente se afastou, deixando Clara sozinha para
terminar o seu trabalho.
Clara sabia que não tinha tempo para lidar com os
avanços inadequados de William e não queria ser
distraída de suas responsabilidades no trabalho. Ela
se sentiu aliviada quando ele finalmente saiu e pôde
voltar toda a sua atenção para seus clientes e sua
tarefa de fazer pizzas deliciosas.
CORTE:
CENA 03. CASA CLARA. SALA. INT. DIA
Norma estava deitada em sua cama, doente e frágil,
enquanto sua filha Cassandra estava sentada ao seu
lado, conversando com ela. Cassandra começou a falar
sobre Clara, sua irmã mais nova, e Norma ficou
atenta, curiosa para saber o que sua filha estava
dizendo.
- Cassandra: "Você sabe mãe, eu não confio em
Clara. Ela é boa demais para ser verdade", disse
Cassandra, sorrindo de forma irônica.
Norma ficou surpresa com o tom de Cassandra, mas
tentou não mostrar seu descontentamento.
- Norma: "O que você quer dizer, minha filha?"
- Cassandra: "Eu acho que ela está escondendo
algo, mãe. Talvez tenha algum segredo que ela
não quer que a gente saiba", disse Cassandra,
mordendo o lábio inferior.
Norma começou a se sentir desconfortável com a
conversa. Ela sabia que sua filha mais nova, Clara,
era uma pessoa bondosa e generosa, e não podia
entender o porquê de Cassandra estar tão desconfiada
dela.
- Norma: "Eu não acho que sua irmã esteja
escondendo nada de nós, Cassandra. Ela sempre
foi uma filha maravilhosa, gentil e prestativa.
Por que você acha isso?"
Cassandra balançou a cabeça com descrença.
- Cassandra: "Mãe, você sempre foi muito inocente.
Clara pode estar tramando algo, eu sinto isso.
Ela é muito esperta para deixar qualquer pista,
mas eu tenho certeza de que algo está
acontecendo."
Norma se sentiu magoada com as palavras de sua
filha. Ela não conseguia entender o porquê de
Cassandra estar tão desconfiada de Clara, mas não
queria criar conflitos entre suas filhas. Ela
decidiu mudar de assunto, tentando deixar a conversa
mais leve.
- Norma: "Filha, eu não quero que você pense assim
sobre sua irmã. Ela sempre foi muito boa para
nós e não há motivos para suspeitar dela. Vamos
falar de coisas boas agora, tá bom?"
Cassandra concordou, mas Norma pôde perceber que sua
filha ainda estava incomodada com Clara. Ela se
sentiu triste com a situação, mas sabia que não
podia fazer muito a respeito. Ela apenas orou para
que suas filhas pudessem se entender e se apoiar, em
vez de se desconfiarem e criarem intrigas.
CORTE:
CENA 04. RUA. EXT. FINAL DE DIA
Clara e Gabriela caminhavam juntas pela rua,
voltando do trabalho na pizzaria. O sol estava se
pondo e o céu começava a ficar alaranjado.
Gabriela estava animada e perguntou:
- Gabriela: "Clara, e aí, como anda a sua vida
amorosa?"
Clara riu e disse:
- Clara: "Não anda não, amiga. Estou focada no
trabalho e nos estudos."
Gabriela fez uma careta e balançou a cabeça.
- Gabriela: "Você precisa se divertir um pouco,
Clara. Que tal criar um perfil num aplicativo de
relacionamentos?"
Clara arqueou as sobrancelhas, surpresa.
- Clara: "Você está falando sério? Eu nunca fiz
isso antes. Como funciona?"
Gabriela sorriu e pegou o celular.
- Gabriela: "É simples. Você preenche algumas
informações sobre você, adiciona algumas fotos e
o aplicativo faz uma busca por pessoas
compatíveis com o seu perfil. Aí, é só começar a
conversar e ver onde as coisas vão dar."
Clara ficou pensativa, mas curiosa ao mesmo tempo.
- Clara: "Não sei se isso é para mim, Gabi. Eu sou
meio tímida e não tenho muita experiência com
essas coisas."
Gabriela colocou a mão no ombro de Clara.
- Gabriela: "Não se preocupe, amiga. Eu te ajudo a
criar o perfil e te dou umas dicas de como
conversar com as pessoas. Vai ser divertido, eu
prometo."
Clara sorriu e concordou com a ideia.
- Clara: "Tudo bem, vamos tentar. Quem sabe eu não
encontro alguém interessante, né?"
Gabriela riu e disse:
- Gabriela: "É isso aí, amiga. O importante é se
divertir e conhecer pessoas novas. Vamos criar o
seu perfil agora mesmo!"
Clara encara Gabriela um pouco preocupada, mas
aceita.
CORTE:
CENA 05. AEROPORTO. PORTÃO DE EMBARQUE. INT. NOITE
Glória e sua filha Rebeca estavam ansiosas esperando
a chegada de Milton, que estava voltando de uma
longa viagem de negócios. Elas aguardavam no
aeroporto, com placas escritas "Bem-vindo de volta"
e sorrisos no rosto.
Rebeca estava particularmente animada para ver o
pai, já que ele havia prometido trazer um presente
para ela. Ela tinha passado as últimas semanas
sonhando com o que poderia ser.
Finalmente, Milton apareceu no portão de
desembarque, e a família se reuniu para dar-lhe as
boas-vindas.
- "Oi, meu amor", disse Glória, abraçando-o
apertado. "Como foi a viagem?"
Milton sorriu cansado e respondeu:
- "Foi bem cansativa, mas produtiva. Estou feliz
por estar de volta em casa."
Rebeca correu para abraçar o pai e perguntou:
- "E o meu presente, pai? O que você trouxe para
mim?"
Milton riu e disse:
- "Calma, filha, eu não me esqueci de você. Tenho
algo especial para você em minha mala."
Rebeca pulou de alegria, mal podendo esperar para
ver o que era. A família se dirigiu para a esteira
de bagagem, onde esperavam a mala de Milton.
Enquanto aguardavam, Glória perguntou:
- "E como estão as coisas na empresa? Você fechou
o negócio que estava trabalhando?"
Milton suspirou e respondeu:
- "Infelizmente, não. A negociação não deu certo.
Mas não vou desistir. Vou continuar tentando até
que consiga."
Glória assentiu, dando-lhe um sorriso reconfortante.
- "Eu sei que você é um homem de negócios muito
competente. Tenho certeza de que a próxima
oportunidade vai dar certo."
Rebeca, impaciente, interrompeu a conversa.
- "Pai, pai, já chegou a sua mala! Onde está o meu
presente?"
Milton riu e respondeu:
- "Aqui está, filha." Ele abriu a mala e pegou uma
caixa embrulhada em papel de presente. "Espero
que você goste."
Rebeca abriu a caixa, e seus olhos se iluminaram ao
ver o presente. Era um livro que ela queria há muito
tempo.
- "Pai, eu amei! Muito obrigada!"
Milton sorriu, feliz por fazer a filha feliz. Ele
olhou para Glória, e por um momento, seus olhos se
encontraram. Havia um sentimento estranho entre
eles, uma tensão que era difícil de definir. Mas
eles disfarçaram e seguiram em frente, conversando e
rindo enquanto caminhavam pelo aeroporto. Estavam
felizes em estar juntos novamente, e esperavam
ansiosos pelo que o futuro lhes reservava.
CORTE:
CENA 06. CASA CLARA. QUARTO CLARA. INT. NOITE
Clara está sentada em sua cama, com seu notebook em
cima das pernas, enquanto Gabriela está ao seu lado,
observando-a.
- Gabriela: Eu juro, Clara, você vai adorar esse
aplicativo. É muito fácil de usar e pode ser uma
ótima maneira de conhecer pessoas novas.
- Clara: Tá bom, tá bom, você me convenceu. Vou
criar um perfil e ver no que dá.
Clara pega seu notebook e começa a preencher as
informações necessárias para criar sua conta. Ela
adiciona sua foto e algumas informações básicas
sobre si mesma, e começa a navegar pelos perfis dos
homens que aparecem na tela.
- Gabriela: E aí, achou alguém interessante?
- Clara: (sorrindo) Até que tem alguns caras
bonitos aqui.
- Gabriela: (ri) E aí, algum que você queira
conhecer?
- Clara: (tímida) Bem, tem um cara aqui que parece
ser bem legal. O nome dele é Sérgio. Ele é um
pouco mais velho do que eu, mas é bem bonito.
- Gabriela: (animada) Opa, esse é o tipo de cara
que você gosta! Manda uma mensagem pra ele!
- Clara: (hesitante) Não sei não. E se ele não
gostar de mim?
- Gabriela: (colocando a mão no ombro de Clara)
Não se preocupe, Clara. Você é linda e
inteligente. Qualquer homem seria sortudo em ter
a chance de sair com você.
Clara sorri e decide seguir o conselho de Gabriela.
Ela clica no perfil de Sérgio e começa a digitar uma
mensagem para ele.
CORTE:
CORTE:
CENA 07. LABORATÓRIO YEDDA. SALA
Yedda está em seu laboratório, sentada em frente ao
computador, enquanto digita algumas linhas de
código. Ela está trabalhando em JOE, sua
inteligência artificial, e está animada para testar
suas habilidades de relacionamento.
- Yedda: (digitando) Pronto, JOE. Agora você está
cadastrado no aplicativo. Boa sorte!
- JOE: (respondendo) Obrigado, Yedda. Vou tentar
me sair bem.
Yedda sorri e fecha o computador.
CORTE:
CENA 08. RUA. DIA SEGUINTE. EXT. DIA
Clara e Gabriela caminham juntas pela rua, indo em
direção à pizzaria onde trabalham.
- Gabriela: (animada) E aí, Clara? Arrumou um
encontro com alguém do aplicativo?
- Clara: (sorrindo) Na verdade, sim. Eu vou sair
com aquele Sérgio hoje à noite.
- Gabriela: (surpresa) Sérgio? Uau, ele é bem
bonito. Eu acho que vocês vão se dar muito bem.
- Clara: (sorrindo) Espero que sim. Eu estou
animada para conhecê-lo melhor.
- Gabriela: (curiosa) E você acha que ele é
confiável?
- Clara: (pausando) Eu não sei. Eu ainda não o
conheço muito bem, mas ele parece ser uma pessoa
legal. E você, como estão as coisas com Juliano?
- Gabriela: (suspirando) Não muito bem, na
verdade. Ele tem andado meio estranho
ultimamente.
- Clara: (preocupada) Estranho como?
- Gabriela: (triste) Ele tem sido muito crítico e
julgador ultimamente. Eu acho que ele não aceita
muito bem as minhas escolhas.
- Clara: (consolando) Ah, Gabi, isso é triste de
ouvir. Você não merece alguém que não te
respeita.
- Gabriela: (concordando) É verdade. Eu só queria
que ele me aceitasse do jeito que eu sou.
- Clara: (encorajando) Não se preocupe, Gabi. Você
é uma pessoa incrível e merece alguém que te
respeite e te ame do jeito que você é.
- Gabriela: (sorrindo) Obrigada, Clara. Você
sempre sabe o que dizer.
As duas chegam à pizzaria e se despedem, desejando
um bom dia de trabalho uma para a outra. Clara entra
no local, animada e pensando no encontro com Sérgio.
CORTE:
CENA 09. OFICINA. INT. DIA
Cassandra entra na oficina mecânica onde Juliano
está trabalhando, vestindo um short curto e uma
blusa decotada, e começa a observá-lo enquanto ele
trabalha.
- Cassandra: (sedutora) Olá, Juliano. Está
trabalhando duro hoje?
- Juliano: (surpreso) Cassandra? O que você está
fazendo aqui?
Cassandra: (sorrindo) Eu estava passando por aqui e
resolvi te fazer uma visita.
- Juliano: (desconfiado) E o que você quer,
exatamente?
- Cassandra: (provocante) Eu não quero nada
demais, apenas uma companhia agradável.
- Juliano: (irritado) Desculpa, Cassandra, mas eu
estou ocupado trabalhando agora.
- Cassandra: (se aproximando) Ah, vamos, Juliano.
Você não pode tirar uma pausa para relaxar um
pouco?
- Juliano: (recuando) Não, obrigado. Eu tenho
muito trabalho para fazer.
- Cassandra: (irritada) Ah, você é sempre assim,
tão chato e fechado. Não sei como Gabriela
aguenta ficar com você.
- Juliano: (defendendo-se) Gabriela é uma pessoa
maravilhosa, e eu a amo do jeito que ela é.
- Cassandra: (desdenhosa) Ah, claro. Como se você
realmente entendesse ela.
- Juliano: (irritado) Chega, Cassandra. Eu não
quero mais falar sobre isso.
- Cassandra: (provocando) Tudo bem, eu entendo.
Mas se você mudar de ideia, estarei aqui. (ela
sai da oficina, balançando os quadris de forma
sedutora)
Juliano respira fundo, tentando se acalmar, enquanto
volta a se concentrar no seu trabalho. Ele sabe que
Cassandra não é boa para ele, e que não deve ceder
às suas provocações. Ele se lembra de Gabriela e se
enche de amor e gratidão por tê-la em sua vida.
CORTE:
CENA 10. RESTAURANTE. INT. NOITE
Yedda entra no restaurante elegante com um sorriso
no rosto e cumprimenta o maître. Ela olha ao redor e
vê Milton em uma mesa no canto do restaurante, com
sua esposa e filha. Ela sente uma pontada de
nervosismo, mas se lembra de que veio para se
divertir. Ela caminha em direção à mesa, com o
coração batendo forte no peito. Quando ela chega à
mesa, Milton olha para ela, surpreso.
- Yedda: Milton, que surpresa agradável! diz
Yedda, sorrindo.
Focos alternados entre Milton, Yedda e Glória,
encarando tudo raivosa.
CORTE:
CENA 11. SHOPPING. INT. NOITE
Clara está ansiosa no shopping, esperando seu
encontro com Sérgio, que ela conheceu no aplicativo
de relacionamentos. Ela está usando uma blusa bonita
e jeans, e seu coração está acelerado enquanto ela
aguarda pelo rapaz. Finalmente, ela vê um homem se
aproximando. Ele tem um sorriso gentil no rosto e
olhos azuis brilhantes.
- Sérgio: Clara? Ele pergunta, se apresentando
como Sérgio.
Eles vão para um café próximo e conversam por um
tempo. Sérgio parece ser um cara legal, mas há algo
nele que não parece certo para Clara. Ela não
consegue identificar exatamente o que é, mas sua
intuição diz que algo está errado.
- Sérgio: E então, Clara... Como é sua situação
financeira?
- Clara: Ah, eu sou de uma classe média, fico no
perrengue mas nunca passei dificuldades.
- Sérgio: Que bom... Sabe, Clara, eu tava
precisando de uma graninha aí...
- Clara: Como?
- Sérgio: Se tu pudesse me emprestar uma grana eu
ficava super grato...
- Clara: Desculpa, Sérgio, mas eu não posso
emprestar grana nenhuma e...
Sérgio pega o braço de Clara e a segura
violentamente. Focos alternados entre Clara e
Sérgio.
- Sérgio: Você vai me emprestar essa grana sim,
sua vadia!
FIM DO CAP 01.
Obrigado pelo seu comentário!