SARAMANDAIA
Capítulo
10 🕊️
Criada
por: Dias Gomes
Adaptada
e escrita por: Luan Maciel
Produção
Executiva: Ranable Webs
CENA
01. CASARÃO DA FAMÍLIA ROSADO. SALA DE
ESTAR. INTERNA. DIA
Em
plano aberto a câmera mostra Zico Rosado entrando dentro do casarão e começando
a destruir tudo que ele encontra pela frente. O ódio pode ser visto no olhar do
vilão. Nesse momento Dona Cândida se aproxima de seu filho totalmente
assustada.
DONA
CÂNDIDA (assustada): - O que foi que aconteceu, Zico? (P) Nem precisa em dizer
mãos nada. Isso tudo deve ser por causa daquela mulher. Ela jamais deveria ter
voltado.
ZICO
ROSADO (furioso): - A senhora sempre teve a razão, mãe. A Vitória nunca foi
mulher para mim. Isso não vai ficar assim.
DONA
CÂNDIDA: - Eu tentei te avisar naquela época, Zico. Essa família Villar é uma
erva daninha. Eles precisam sumir.
A
câmera mostra a fúria de Zico Rosado. Sem que ele nem Dona Cândida percebam,
Helena está ouvindo toda a conversa do alto da escada do casarão. O semblante
de Helena é de raiva.
DONA
CÂNDIDA (pragmática): - Eu posso saber o que você está pensando em fazer, Zico?
Eu espero que você não deixe essa afronta dessa mulher por isso mesmo. Tome uma
atitude.
ZICO
ROSADO (sério): - A primeira coisa que eu preciso fazer é acabar com a
reputação daquele Lua Viana. Ele não pode continuar me confrontando daquela
forma. Vou fazer isso.
DONA
CÂNDIDA: - É isso mesmo, meu filho. Nós não podemos deixar que o poder dessa cidade
escape das nossas mãos.
Zico
Rosado concorda em silêncio. A câmera mostra Helena que está horrorizada com o
que ela ouve. Ela sai silenciosamente.
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[ ALGUNS DIAS DEPOIS ]
CENA
02. CASA DE MARIA APARADEIRA E SEU CAZUZA. ENTRADA. EXTERNA. DIA
Marcina
está saindo de casa quando vê João Gibão se aproximando. João Gibão parece
estar muito preocupado. Marcina coloca as suas mãos nas de João Gibão e o olha.
MARCINA
(ponderando): - João… Hoje é o dia, não é mesmo? Eu nem posso imaginar o que
você deve estar pensando. Eu quero que você saiba que eu estou do seu lado
sempre que precisar.
JOÃO
GIBÃO (preocupado): - Eu sei que eu posso confiar em você, mas eu não quero te
ver naquele plebiscito, Marcina. Eu não sei como o povo vai reagir diante do
que acontecer.
MARCINA:
- Você acha mesmo que eu vou te abandonar em momento tão importante não só para
você, mas também para a nossa cidade. É meu dever estar ao lado do homem que eu
amo.
João
Gibão esboça um sorriso. Ele e Marcina se abraçam. Ele percebe que Marcina vai
ficando cada vez mais quente. Nesse momento Maria Aparadeira sai de casa e vai
na direção de João Gibão com muita raiva em seu olhar.
MARIA
APARADEIRA (bufando de ódio): - Quantas vezes eu vou ter que falar para você
ficar longe da minha filha? Eu jamais vou admitir que um esquisito corcunda
namore com ela. Ouviu?
MARCINA
(gritando): - Chega!!!! Eu estou cansada de todo esse seu preconceito com o João.
Porque você não consegue entender que eu amo ele? Esse seu preconceito só te
cega para a verdade.
JOÃO
GIBÃO: - Está tudo bem, Marcina. Eu já conheço o desprezo que a sua mãe sempre
sentiu por mim. Eu não quero trazer conflito para vocês. Eu vou para a
prefeitura. Já está chegando a hora do plebiscito. Eu te vejo lá.
João
Gibão dá um beijo em Marcina e vai em direção a prefeitura. A câmera mostra a
decepção no olhar de Marcina em relação ao preconceito de sua mãe que parece
não se arrepender.
🕊️
CENA
03. FAZENDA DE TIBÉRIO. CASA GRANDE. SALA. INTERNA. DIA
Close
em Zélia que está totalmente arrumada para ir no plebiscito na prefeitura.
Vitória fica na frente de sua filha e a olha com muita seriedade. Quem também
está ali é Tibério que está sentado em sua poltrona e cercado por muitas
raízes.
VITÓRIA
(séria): - Eu não acredito que você depois de sair daquela cela ainda vai
querer ir naquele plebiscito. Você não vê que quanto mais você enfrenta o Zico
Rosado mais a sua situação vai ficando cada vez pior, minha filha?
ZÉLIA
(decidida): - Eu não vou desistir daquilo que eu acredito. Eu sei que você tem
um passado com o Zico Rosado, mãe. Eu ainda vou descobrir o que você tanto
esconde.
VITÓRIA:
- Eu não sei do que você está falando, Zélia. Tudo que eu estou tentando
impedir é que aquele homem acabe com a sua vida. Porque você não consegue ver
isso?
Zélia
olha para sua mãe com muita firmeza. Da sua poltrona Tibério olha para a sua
neta de um jeito sábio.
TIBÉRIO
(falando sabiamente): - Tem certeza que você quer enfrentar todos os poderosos
dessa cidade, Zélia? Eu sou seu avô, mas eu discordo totalmente em mudar o nome
da cidade.
ZÉLIA
(séria): - Vocês não entendem. A nossa cidade sempre foi chacota por toda a
região, e eu só quero impedir que isso continue acontecendo. Eu quero o bem da
nossa cidade.
VITÓRIA:
- Se você não quer me ouvir então ouça o seu avô, Zélia. Ir nesse plebiscito é
um erro. Por favor reconsidere.
Zélia
olha para sua mãe e mesmo assim sai de casa decidida. Vitória e Tibério se olham
espantados com o jeito de Zélia.
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CENA
04. PREFEITURA DE BOLE-BOLE. SALA DE LUA VIANA. INTERNA. DIA
Lua
Viana está terminando de preparar tudo para a realização do plebiscito. Ele
pega um documento e vai indo na direção da porta de sua sala. Nesse momento ele
é surpreendido pela chegada de Zico Rosado que entra na sala com um sorriso
diabólico em seu rosto. Ele e Lua Viana se encaram.
LUA
VIANA (esbravejando): - O que você pensa que está fazendo aqui, Zico Rosado? Eu
não tenho mais nada para falar com você. Queira sair do meu escritório agora
mesmo. Anda logo.
ZICO
ROSADO (ardiloso): - Eu tentei te avisar, senhor prefeito. Aproveite que hoje
será o último dia que você entra nessa sala como prefeito de Bole-Bole. Eu te
prometi que iria acabar com sua reputação inviolável. E é isso que eu vim
fazer.
LUA
VIANA: - Eu não tenho tempo para as duas gracinhas, Zico Rosado. Eu já disse
que não tenho medo das suas ameaças.
Zico
Rosado joga um abaixo assinado em cima da mesa. Lua Viana vai ficando cada vez
mais apreensivo. Zico Rosado sorri.
LUA VIANA (lendo o abaixo assinado): - Eu
posso saber que espécie de brincadeira é essa, Zico Rosado? Eu não estou
achando a menor graça em toda essa situação.
ZICO
ROSADO (sério): - E quem disse que isso é brincadeira, Lua Viana? (P) Você tem
24 horas para deixar o cargo de prefeito de Bole-Bole. Um novo nome será
escolhido brevemente.
LUA
VIANA: - Isso não pode estar acontecendo comigo. Quem foi que você comprou,
Zico Rosado? Só assim para que alguém pudesse fazer uma coisa tão asquerosa
como essa.
ZICO
ROSADO (sorrindo): - Eu fiz o que te prometi, seu infeliz. Você teve a chance
de ficar do meu lado, mas preferiu ajudar aquela inconsequente da sua namorada.
É isso que você ganha por ser bonzinho. (P) Seguranças…. Tirem esse homem
daqui.
Dois
seguranças entram na sala e vão tirando Lua Viana a força dali. A câmera se
aproxima e mostra o prazer de Zico Rosado.
🕊️
CENA
05. CASA DE DONA REDONDA E SEU ENCOLHEU. COZINHA. INTERNA. DIA
Close
em Seu Encolheu que vai adentrando na cozinha e ele fica espantado ao ver Dona
Redonda comendo várias coisas de um jeito descontrolado. Através da câmera
vemos que Dona Redonda está ficando cada vez mais "cheia" o que deixa
Seu Encolheu muito preocupado e aflito.
SEU
ENCOLHEU (sem acreditar): - Redondinha….. O que você está fazendo? Olha só para
você. Está comendo essas coisas de um jeito tão desesperado. (P) O que foi que
aconteceu com você?
DONA
REDONDA (falando de boca cheia): -
Aquela quenga acha que pode me enfrentar, e ficar na cidade. Além disso aquele
esquisito do João Gibão e aqueles outros arruaceiros querem mudar o nome da
nossa cidade. Isso é o cúmulo.
SEU
ENCOLHEU: - Tudo bem, Redondinha. Mas agora você precisa parar de comer essas
coisas. Estou preocupado.
Dona
Redonda e gole tudo que ela estava comendo e olha friamente para seu marido.
Ela pega uma jarra de suco e joga na cabeça de Seu Encolheu que fica totalmente
sem reação.
DONA
REDONDA (abusada): - Isso é perto do que você merece por me perturbar com essas
frescuras, Encolheu. (T) Você não vai tirar a única coisa que me traz algum
tipo de prazer.
SEU
ENCOLHEU (abaixando a cabeça): - Está tudo bem, Redondinha. Não está mais aqui
quem falou. Eu estou apenas preocupado com você. Mas você está coberta de
razão.
DONA
REDONDA: - É claro que eu estou certa. Eu não quero mais ficar aqui discutindo
isso. Eu tenho mais o que fazer. Como por exemplo ir até a prefeitura
presenciar o vexame que o João Gibão e aqueles arruaceiros irão passar hoje.
Dona
Redonda pega um pedaço de quindim que está sobre a mesa e vai saindo da
cozinha. Seu Encolheu continua parado.
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CENA
06. PREFEITURA DE BOLE-BOLE. ENTRADA. INTERNA. DIA
A
câmera acompanha os passos de Zélia em direção a entrada da prefeitura. Nesse
momento João Gibão se aproxima dela e eles se encaram em silêncio. Zélia está
muito apreensiva.
JOÃO
GIBÃO (sério): - Você tem certeza de que é isso que você quer, Zélia? Se a
gente for fazer isso mesmo não vai ter como voltar atrás. Você sabe quem a
gente vai enfrentar hoje.
ZÉLIA
(firme): - Eu tenho certeza absoluta, João. Eu cansada de ver a nossa cidade
ser motivo de chacota de todos que nos visitam. Isso precisa acabar. E o dia
vai ser hoje.
JOÃO
GIBÃO: - Então vamos, Zélia. Chegou a hora da verdade.
João
Gibão e Zélia se preparam para entrar na prefeitura. Nesse momento Lua Viana
vem na direção oposta vem cabisbaixo.
JOÃO
GIBÃO (estranhando): - O que foi que aconteceu, meu irmão? Eu te conheço muito
bem, e sei que tem algo errado.
LUA
VIANA (respirando fundo): - Eu avisei vocês. Eu não posso fazer absolutamente
mais nada em relação a esse plebiscito. O Zico Rosado conseguiu várias
assinaturas de pessoas influentes da cidade e eu eu não sou mais o prefeito da
cidade.
ZÉLIA:
- Isso é um golpe, Lua. Eu não vou deixar isso barato de nenhuma forma. O Zico
Rosado vai ter que pagar por isso.
Zélia
vai entrando na prefeitura morrendo de raiva. Lua Viana tenta segurar ela, mas
não consegue. Ele e João Gibão a seguem.
🕊️
CENA
07. PREFEITURA DE BOLE-BOLE. AUDITÓRIO. INTERNA. DJA
Em
plano geral vemos que várias pessoas da alta sociedade Bolebolense estão
reunidas no auditório da prefeitura. No meio da cena está Zico Rosado que está
com um sorriso malicioso em seu rosto. Ele se vira para as pessoas que ali
estão se sentindo totalmente vitorioso. O vilão está muito confiante.
ZICO
ROSADO (discursando): - Senhoras e senhores…. Parece que a minha adversária
nesse plebiscito desistiu. Isso já era de se esperar depois de toda a baderna
que ela e aqueles seus apoiadores fizeram nos últimos dias. Ela está com medo.
Todos
aplaudem Zico Rosado. Nesse momento Zélia entra no auditório da prefeitura
acompanha de João Gibão. Ela vai na direção de Zico Rosado e o olha com muito
ódio.
ZÉLIA
(séria): - Eu se fosse você não contaria vitória antes do tempo, maldito. (P)
Você e os poderosos dessa cidade nunca quiseram o bem dessa cidade. Vocês só
querem se perpetuar no poder por mais tempo. Hoje é o dia que Bole-Bole morre e
finalmente Saramandaia irá nascer.
ZICO
ROSADO: - Olha só essa bobagem que você está falando, menina. É a história da
nossa cidade que você está renegando. Não queira terminar que nem o seu
namorado.
Zico
Rosado sorri. Sem pensar duas vezes Zélia dá um tapa na cara de Zico Rosado que
desfaz o sorriso. João Gibão tentar segurar Zélia, mas ela está muito
revoltada.
JOÃO
GIBÃO (ponderando): - Não vale a pena, Zélia. Nós não podemos perder razão
diante de pessoas desse nível. Tem muita coisa para acontecer, e nós vamos sair
vitoriosos.
ZÉLIA
(respirando fundo): - Você tem razão, João. Eu não posso me rebaixar a esse
nível. (P) Escute uma coisa, Zico Rosado. A armação que você fez para tirar o
Lua da prefeitura não vai funcionar. O povo dessa cidade vai ver que ele é bom.
ZICO
ROSADO: - É não que você se engana, Zélia. Assim que terminar esse bendito
plebiscito eu vou exigir que ocorra uma nova eleição para prefeito. E pode
escrever. Se eu ganhar essas eleições você e a sua família estarão perdidos.
Zélia
e João Gibão se olham incrédulos. Zico Rosado lança um olhar de deboche. A
câmera mostra que Zélia continua encarando o vilão. João Gibão fica pensando em
seu irmão.
A
imagem congela no olhar distante de Zélia. Aos poucos a imagem vai ganhando um
efeito como se a imagem se transformasse em uma moldura.
Obrigado pelo seu comentário!