SARAMANDAIA
Capítulo 22 ��️
Criada por: Dias Gomes
Adaptada e escrita por: Luan Maciel
Produção Executiva: Ranable Webs
CENA 01. PREFEITURA DE BOLE-BOLE. SALA DO PREFEITO.
INTERNA. DIA
A câmera mostra que Lua Viana está segurando Zico Rosado
pelo colarinho da camisa com muita raiva. João Gibão tenta
acalmar seu irmão, mas sem sucesso. Zico Rosado parece estar
bastante perturbado com o que acaba de acontecer.
LUA VIANA (enraivecido): - Você viu o que você acabou de fazer
seu desgraçado? Eu juro por tudo que é mais sagrado. Se
acontecer alguma coisa com a Zélia eu te mato, Zico Rosado.
JOÃO GIBÃO (sendo cauteloso): - Isso não vai resolver nada,
Lua. O que nós precisamos é salvar a Zélia. Ela precisa de nós
mais do que nunca. Isso é o que importa agora.
ZICO ROSADO: - Eu não tive culpa. Vocês viram muito bem
que ela tropeçou. Se vocês quiserem eu posso tentar ajudar e….
Lua Viana interrompe a fala de Zico Rosado com um soco que
faz o vilão ficar desnorteado. João Gibão fica estarrecido.
JOÃO GIBÃO (sério): - Lua…. O que você está fazendo? Não é
assim que a gente resolve os nossos problemas. Esquece o Zico
Rosado, e vamos socorrer a Zélia. Ela precisa de nós.
LUA VIANA (respirando fundo): - Você tem toda razão, João. Eu
não vou ficar mais perdendo meu tempo esse homem. A Zélia
precisa de mim, e eu vou salvar ela.
ZICO ROSADO: - Isso não vai ficar assim, Lua Viana. Esse soco
que você me deu vai custar muito caro. Pode ter certeza disso.
João Gibão e Lua Viana saem da sala do prefeito com muita
pressa. A câmera mostra que Zico Rosado olha para Zélia que
continua estirada no chão em frente a prefeitura.
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CENA 02. PREFEITURA DE BOLE-BOLE. ENTRADA.
EXTERNA. DIA
Continuação imediata da cena anterior. Zélia está estirada e
desacordada no chão. Uma multidão está parada em frente a
Zélia. Nesse momento Lua Viana vem correndo e fica
totalmente transtornado com o estado de sua amada. João
Gibão está ao lado de Lua Viana e ele tenta acalmar ele.
LUA VIANA (abalado): - Zélia…. Isso não foi justo em acontecer
logo com você. Mas eu te prometo que isso não vai ficar assim.
Aquele infeliz do Zico Rosado vai pagar caro por ter feito isso.
JOÃO GIBÃO (sussurrando): - Lua…. Nós precisamos levar a
Zélia para o hospital. Ela não pode ficar aqui no meio de todas
essas pessoas. Você precisa tomar uma atitude agora, irmão.
LUA VIANA: - Por muito tempo eu decidi ficar calado, mas isso
acaba agora. Eu não vou descansar enquanto o Zico Rosado não
estiver atrás das grades. Como ele pode ter feito isso com a
própria filha? Isso é inaceitável.
Lua Viana se abaixa e beija Zélia que não demonstra nenhuma
reação. João Gibão olha para seu irmão com muita pena.
JOÃO GIBÃO (sensato): - Eu posso até imaginar a raiva que você
está sentindo nesse momento, Lua. Mas isso agora não tem a
menor importância. O que precisamos fazer é cuidar da Zélia.
LUA VIANA (emocionado): - Eu estou com medo, João. A Zélia é
a pessoa mais importante da minha vida. Se alguma coisa
acontecer com ela eu não sei o que eu irei fazer.
JOÃO GIBÃO: - Não vai acontecer nada, Lua. Você precisa
acreditar que as coisas vão ficar bem. Você é mais forte do que
imagina. Eu sempre quis ter um pouco da sua coragem.
Lua Viana fica ainda mais tenso. Nesse momento uma
ambulância chega até a entrada da prefeitura. A multidão
começa a ir embora. Zélia é colocada na ambulância. Lua Viana
finalmente consegue respirar aliviado.
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CENA 03. CASA DE MARIA APARADEIRA E SEU CAZUZA.
SALA. INTERNA. DIA
Maria Aparadeira está sentada no sofá da sala totalmente
perdida em seus pensamentos. A porta da sala vai se abrindo e
Marcina entra na casa. O silêncio predomina no local. Marcina
se aproxima de sua mãe e a olha bem seriamente.
MARIA APARADEIRA (séria): - O que você veio fazer aqui,
Marcina? Veio jogar na minha cara que agora que você é a
primeira dama da nossa cidade e que o esquisito do João Gibão
não é tão desprezível como eu pensava? Não perca o seu tempo.
MARCINA (respirando fundo): - Eu já soube o que o Carlito te
contou ontem a noite. Pode parecer algo fora da realidade, mas
ele disse a verdade. Eu queria dizer isso olhando em seus olhos.
MARIA APARADEIRA: - O que é que você está me dizendo? O
João Gibão tem asas nas costas? Você está ouvindo o que está
me dizendo, Marcina? Isso é surreal demais para ser verdade.
A câmera mostra a seriedade de Marcina. A nossa protagonista
anda pela sala da casa enquanto sua mãe a encara.
MARIA APARADEIRA (confusa): - Se isso é realmente verdade,
como você pode estar com aquele monstro ainda? Todos nessa
cidade merecem saber que o prefeito é uma aberração.
MARCINA (decepcionada): - Porque eu ainda insisto em fazer
que a nossa relação seja bem resolvida? Você é preconceituosa
como todas as beatas dessa cidade. Eu cansei de tentar fazer
com que você me entenda. Adeus, mãe.
MARIA APARADEIRA: - Se você vai continuar deixando de lado
a sua família por causa desse esquisito que seja assim então. Eu
não vou me desculpar por ser como sou se é isso que você quer.
O Carlito tinha razão. Você é uma idiota, Marcina.
Marcina começa a chorar. Ela sai da casa totalmente abalada
com as palavras de sua mãe. Maria Aparadeira não demonstra,
mas ela também fica mexida com essa conversa com Marcina.
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CENA 04. HOSPITAL DE BOLE-BOLE. CORREDOR.
INTERNA. DIA
A câmera mostra que Zélia vem sendo trazida pelo corredor do
hospital. Lua Viana tenta entrar na sala operatória do hospital,
mas eles são impedidos pelo médico. Nesse momento quem
também chega no hospital é Vitória que está totalmente
apavorada com a situação.
VITÓRIA (desesperada): - João…. Lua…. Por favor me digam que
a minha filha está bem. Eu não vou suportar se alguma coisa
acontecer com ela. (P) Digam alguma coisa.
LUA VIANA (abalado): - Eu sinto muito, Vitória. Eu não
consegui impedir que essa tragédia pudesse acontecer. Eu
falhei com você e isso é algo que eu nunca irei me perdoar.
VITÓRIA: - A culpa não é sua, Lua. Se tem um culpado nessa
história é o infeliz do Zico Rosado. Se a minha filha escapar eu
irei embora com ela e com o Pedro dessa cidade maldita. Eu
nunca deveria ter voltado para Bole-Bole.
Lua Viana fica em silêncio por alguns momentos. A câmera
mostra que Vitória está decidida e irredutível.
LUA VIANA (sério): - Você tem certeza do que está falando,
Vitória? A Zélia jamais vai aceitar uma coisa dessas. Eu também
acho que o responsável foi o Zico Rosado, mas tirar a sua filha
de Bole-Bole não me parece ser algo sensato.
VITÓRIA (ponderando): - Eu sei que você ama a minha filha,
Lua. Pode ter certeza que eu gosto de você, mas eu não vou
permitir que o Zico encoste mais um dedo asqueroso na minha
filha. Eu não vou voltar atrás na minha decisão.
LUA VIANA: - Eu entendo porque você está fazendo isso,
Vitória. Mas eu vou lutar para a Zélia ficar comigo.
Vitória com muita firmeza para Lua Viana. Ela respira fundo e
demonstra estar muito preocupada. Lua Viana segura sua mão.
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CENA 05. BATACLÃ "ARCO-ÍRIS". SALÃO PRINCIPAL.
INTERNA. DIA
Close em Risoleta que está parada a um móvel de madeira
antigo. Ela pega um álbum de fotografia e o abre. Podemos
perceber que no álbum tem várias fotos de quando Estela era
um bebê. As lágrimas escorrem pelo rosto de Risoleta.
RISOLETA (chorando): - Eu queria tanto estar com você agora,
minha filha. Poder te abraçar e te dizer o quanto eu estou
arrependida. Mas as coisas não são tão fáceis como a gente
imagina.
Para a surpresa de Risoleta o Professor Aristóbulo entra no
bataclã acompanhado de Belezinha. Eles a olham.
BELEZINHA (se desculpando): - Risoleta…. Eu não quero
atrapalhar, mas o Professor Aristóbulo quer falar com você. (P)
Nós estamos preocupados com você. Você precisa reagir.
PROFESSOR ARISTÓBULO (sério): - A Belezinha está certa,
Risoleta. Eu nem imagino o que você deve estar passando, mas
seja o que for eu estou do seu lado. No momento mais difícil
que eu enfrentei você não me julgou. E eu não vou te deixar.
Risoleta fica emocionada com as palavras do Professor
Aristóbulo. Ela abraça o Professor Aristóbulo e Belezinha sorri.
Eles não percebem que estão sendo observados por Ana Maria.
RISOLETA (se recompondo): - Obrigada por vocês terem se
preocupado comigo, mas eu vou ficar bem. Agora o que eu
preciso fazer é fazer com que esse bataclã volte a funcionar a
todo vapor. Espero que vocês entendam.
PROFESSOR ARISTÓBULO (sério): - Eu sei que você não está
bem, Risoleta. Deve estar acontecendo alguma coisa que está te
incomodando. Se você desabafasse seria bem melhor.
BELEZINHA: - O professor Aristóbulo tem razão, Risoleta. Nós
estamos preocupados com você. Queremos apenas te ajudar.
RISOLETA (firme): - Eu já disse que eu estou bem. Eu acho
melhor você ir embora, Professor Aristóbulo. Eu tenho muita
coisa o que fazer. Eu preciso ficar sozinha nesse momento.
Risoleta vai subir para o segundo andar do bataclã e percebe
que Ana Maria estava observando. O Professor Aristóbulo e
Belezinha ficam se olhando sem entender a atitude de Risoleta.
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CENA 06. CASARÃO DA FAMÍLIA ROSADO. SALA DE ESTAR.
INTERNA. DIA
Zico Rosado está totalmente descontrolado e ele começa a
quebrar tudo que ele encontra pelo caminho. Dona Cândida
entra em cena e olha para o seu filho com muita seriedade.
Dona Cândida se aproxima de Zico Rosado e lhe dá um tapa
cara fazendo com que o vilão fique sem reação.
ZICO ROSADO (sem entender): - Eu posso saber o porquê você
fez isso? O que você pensa que está fazendo? Eu não sou mais
aquele menino amedrontado de anos atrás, mãe.
DONA CÂNDIDA (séria): - Você acha que eu não sei o que você
fez, Zico? Tentar matar a sua filha é totalmente inaceitável. (P)
Eu tenho muitos erros, mas eu nunca matei ninguém.
ZICO ROSADO: - Você não sabe do que está falando, dona
Cândida Rosado. O que aconteceu foi um acidente. Eu não sou
obrigado a ouvir esses absurdos de minha própria mãe.
Zico Rosado dá as costas para Dona Cândida, mas ela segura
em seus braços com muita força. O vilão a encara com raiva.
DONA CÂNDIDA (firme): - Eu te conheço melhor que você
mesmo, Zico. Desde sempre você quis tirar a Zélia do seu
caminho. Você não tem pena dos seus inimigos, e porque agora
seria diferente? Você não vai conseguir me enganar.
ZICO ROSADO (descontrolado): - A diferença é que ela é minha
filha eu querendo ou não. Mas eu vou resolver essa situação
agora mesmo. Eu vou até o hospital para esclarecer que tudo
isso não passou de um acidente. Você vai ver que sou inocente.
DONA CÂNDIDA: - Eu espero que você esteja falando a
verdade, Zico. Você sabe muito bem o que pode acontecer se
essa menina morrer. O Tibério e a Vitória nunca irão te
perdoar.
Zico Rosado fica muito balançado com as palavras de sua mãe.
Ele sai do casarão totalmente transtornado. Dona Cândida
respira fundo, apreensiva com o que aconteceu.
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CENA 07. BOLE-BOLE. RUA. EXTERNA. DIA
A câmera vai acompanhando os passos de Marcina que está
perdida em seus pensamentos. Sem que ela perceba um carro
chega em alta velocidade o que acaba assustando ela. Logo em
seguida Carlito Prata desce do carro e sorri maliciosamente
para Marcina que vai ficando cada vez mais nervosa.
MARCINA (nervosa): - Você ficou louco, Carlito? Você poderia
ter me matado. Você é realmente um irresponsável. (P) Eu não
quero mais conversar com você. Eu preciso ver o João.
CARLITO PRATA (ardiloso): - Aposto que aquela aberração
também deve estar querendo te ver, Marcina. Depois da infeliz
da Zélia ter caído do 1° andar da prefeitura. Sinceramente eu
espero que aquela maldita não escape. Isso seria justiça.
MARCINA: - Que espécie de monstro você é, Carlito? É por isso
que eu amo o João. Mesmo com todos os problemas ele tem ele
jamais seria tão baixo em desejar o mal de quem quer que seja.
É por isso que você nunca vai chegar aos pés dele, Carlito.
Carlito Prata fica totalmente furioso. Ele pega Marcina pelo
pescoço e a nossa protagonista começa a perder o ar.
MARCINA (sem ar): - Carlito…. Eu não consigo respirar. Por
favor…. Me solta. Você vai me matar. É isso que você quer?
CARLITO PRATA (com ódio): - Tudo podia ser diferente,
Marcina. Mas por culpa daquele corcunda você não foi minha.
Mas isso ainda vai mudar. Você vai ser minha custe o que
custar. Você ainda verá que eu sou feito para você.
Carlito Prata solta o pescoço de Marcina. A nossa mocinha tenta
respirar. Logo depois Carlito Prata coloca um pano com
clorofórmio no nariz de Marcina que desmaia na mesma hora.
Sem perder tempo Carlito Prata coloca Marcina dentro de seu
carro. O vilão olha para todos os lados bem desconfiado.
A imagem congela no olhar desconfiado de Carlito Prata. Aos
poucos a imagem vai ganhando um efeito como se
transformasse em uma moldura.
Obrigado pelo seu comentário!