SARAMANDAIA
Capítulo 24 ��️
Criada por: Dias Gomes
Adaptada e escrita por: Luan Maciel
Produção Executiva: Ranable Webs
CENA 01. ARREDORES DE BOLE-BOLE. ESTRADA.
EXTERNA. NOITE
A estrada está completamente escura. A única iluminação
presente no local é o brilho da lua que vai iluminando boa parte
da estrada. A câmera vai acompanhando os passos de João
Gibão que vai andando pela estrada deserta e ele tem em suas
mãos o cachecol de Marcina. Ele está muito aflito.
JOÃO GIBÃO (preocupado): - Onde é que você está, Marcina?
Ela não pode ter desaparecido desse jeito. Eu vou te encontrar.
João Gibão continua andando pela estrada totalmente escura.
Tempo. Momentos depois João Gibão avista uma casa de campo
ao longe. Ele vai se aproximando bem devagar.
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CENA 02. HOSPITAL DE BOLE-BOLE. LEITO. INTERNA.
NOITE
A câmera mostra que Vitória está sentada na beira da cama de
onde Zélia está deitada. Aos poucos Zélia vai abrindo os olhos o
que deixa Vitória totalmente surpresa. Ela pega nas mãos de
Zélia que não consegue entender o que está acontecendo.
ZÉLIA (confusa): - O que é que está acontecendo aqui? Onde é
que estou? A minha cabeça está girando. Estou confusa.
VITÓRIA (aliviada): - Calma, minha filha. Eu sei que você deve
ter muitas perguntas, mas eu prometo que você vai saber de
tudo. Agora o que você precisa saber é que você caiu da janela
do 1° andar da prefeitura. O Zico Rosado te empurrou.
ZÉLIA: - Agora tudo começa a fazer sentido. Eu estou com
alguns flashes do que realmente aconteceu. Mas eu posso te
garantir uma coisa, mãe. Não foi o Zico Rosado que me
empurrou. Eu tropecei e cai da janela da prefeitura.
Vitória fica em total silêncio. Zélia olha para sua mãe.
VITÓRIA (séria): - Você tem certeza do que está falando, Zélia?
Você pode estar confusa com tudo que aconteceu. Eu conheço o
Zico há mais tempo que você. Ele é pior do que imagina.
ZÉLIA (ponderando): - Eu concordo plenamente com você,
mãe. Mas eu não sou o tipo de pessoa que deixa outra carregar
culpa por algo que essa pessoa não fez. Não era certo fazer isso.
VITÓRIA: - Eu posso ver o quão diferente dele você é, minha
filha. Mas não se engane. O Zico Rosado pode não te
empurrado, mas ele não é flor que se cheire. Ele é o pior tipo de
pessoa que eu já conheci em toda minha vida.
Zélia fica pensativa. Logo depois a câmera mostra que Vitória
esboça um sorriso enquanto abraça sua filha bem forte.
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CENA 03. BATACLÃ ARCO-ÍRIS. SALÃO PRINCIPAL.
INTERNA.. NOITE
O movimento do bataclã está cada vez maior. Ana Maria e
Belezinha estão atendendo alguns clientes. Close em Risoleta
que está em um canto totalmente depressiva. Nesse momento
para a surpresa de todos, Estela entra no bataclã deixando
Risoleta sem palavras. Estela vai na direção de Risoleta.
RISOLETA (em choque): - Você aqui??!!! O seu pai ou a Helena
sabem que você está aqui nesse lugar, Estela? Eu não vou negar
que eu estou surpresa em ver você em minha frente.
ESTELA (séria): - A minha mãe me contou toda a verdade.
Agora eu quero ouvir da sua boca o porquê de você ter me
abandonado. Eu preciso da Sr disso para seguir em frente.
RISOLETA: - Eu era apenas uma jovem cheia de sonhos, Estela.
O meu maIor erro foi ter me envolvido com o seu pai. Ele jogou
a opinião do povo contra mim somente para ficar com você. Eu
nunca quis te abandonar. Mas eu não tive escolha.
Estela fica horrorizada com o que houve de Risoleta. A dona do
bataclã tenta se aproximar de sua filha, mas vai recuando.
ESTELA (sem acreditar): - Eu não acredito que você tenha
passado por tudo isso. Mas eu quero que você entenda que eu
não vou conseguir assimilar toda essa história do dia para a
noite. A minha mãe sempre foi a Helena.
RISOLETA (respirando fundo): - Eu não vou negar que eu estou
feliz com essa situação. Mas eu entendo perfeitamente o seu
lado, Estela. Eu só quero fazer parte da sua vida.
ESTELA: - Eu não vou cometer o mesmo erro do meu pai. Eu
não vou te afastar de mim. É o mínimo que eu posso fazer.
Risoleta olha com muita ternura para Estela. Logo depois Estela
vai indo embora do bataclã o que chama a atenção de Ana
Maria. Risoleta esboça um sorriso.
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CENA 04. ARREDORES DE BOLE-BOLE. CASA DE CAMPO.
SALA/ QUARTO. INTERNA. NOITE
A porta da casa de campo vai se abrindo lentamente. As luzes
estão todas apagadas. João Gibão vai andando pela sala e
sentindo que algo não está certo. Logo depois ele chega até a
porta de um quarto. Corte descontínuo. João Gibão entra no
quarto e ele fica em choque ao ver Marcina desacordada.
JOÃO GIBÃO (desesperado): - Marcina…. Marcina…. Acorda
pelo amor de Deus. Não faz isso comigo. Eu suplico.
Em questão de segundos Marcina vai abrindo os olhos
lentamente. Ela pensa que está tendo uma visão.
MARCINA (confusa): - João??!! É você mesmo? Diga que é.
JOÃO GIBÃO (balançando a cabeça): - É claro que sou eu,
Marcina. Eu te procurei por todo canto. Quem é que está te
mantendo aqui longe de todo mundo? Todos estão preocupados
com você. Os seus pais estão desesperados com a sua falta.
MARCINA: - João…. Você precisa ir embora agora mesmo. O
Carlito está totalmente fora de controle. Ele que me sequestrou.
João Gibão se aproxima de Marcina e pega em suas mãos.
Marcina olha profundamente nos olhos do amado.
JOÃO GIBÃO (firme): - Eu não vou a lugar nenhum sem você,
Marcina. Eu prometi para os seus pais que eu iria levar você
para cada e é exatamente isso que eu vou fazer. Vem comigo.
MARCINA (abalada): - Me desculpa, João. Por um momento eu
pensei que todos tinham me abandonado. Mas eu sei que você
jamais faria isso comigo. Você é muito melhor do que tofost.
JOÃO GIBÃO: - Nós podemos conversar depois, Marcina. Agora
tudo o que eu quero eytorar você desse lugar. Vem comigo.
João Gibão estica as mãos para Marcina. Ela pega nas mãos de
nosso protagonista e eles saem correndo. Corte descontínuo. Já do
lado de fora João Gibão e Marcina correm pela estrada e somem
no meio da escuridão.
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CENA 05. BOLE-BOLE. RUA. EXTERNA. NOITE
A escuridão predomina a cena. Poucas luzes de casa iluminam a
cidade. Nesse a câmera bem mostrando que Dona Bitela e
Homero vem andando pela cidade e eles vão olhando tudo ao
redor. Dona Bitela olha tudo com muita atenção.
DONA BITELA (decepcionada): - Sinceramente eu esperava um
pouco mais da famosa Bole-Bole. Mas essa foi a cidade que a
minha irmã morou a vida toda. É aqui que vou ficar.
HOMERO (completando): - Essa cidade me parece ser mais
pitoresca do que estávamos imaginando. Mas eu sei que o povo
dessa cidade vai ter o maior susto. Isso eu te garanto.
DONA BITELA: - É isso mesmo que eu quero. Eu quero fazer
essa cidade virar de ponta cabeça. Agora vamos, Homero.
Aquela pensão que nós falaram está bem longe daqui.
Dona Bitela e Homero continuam andando pelas ruas de Bole-
Bole. Nesse momento Do a Pupu passa por eles e ela fica
extremamente em choque pensando que viu Dona Redonda.
DONA PUPU (em choque): - Eu não posso acreditar no que eu
estou vendo. Isso só pode ser uma ilusão. A Dona Redonda????
Ela morreu. Essa cidade está se tornando cada vez pior.
Dona Pupu esfrega os olhos demonstrando estar incrédula.
Logo depois ela vai na direção da igreja e começa a bater com
força na porta.
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CENA 06. HOSPITAL DE BOLE-BOLE. LEITO. INTERNA.
NOITE
Zélia está sentada na cama ainda com o seu pensamento na
conversa que ela teve com sua mãe. Lua Viana entra no leito
com um buquê de rosas em suas mãos. Ele entrega para Zélia
que fica totalmente encantada. Eles se beijam.
ZÉLIA (sorrindo): - Você não precisava ter feito essa
extravagância, Lua. Mas eu te agradeço. Eu amei as flores. Mas
tem algo que eu quero conversar com você. É muito
importante.
LUA VIANA (sério): - Eu já devo imaginar do que se trata, Zélia.
Nada me tira da cabeça a culpa do Zico Rosado em toda essa
história. Não adianta você querer tentar me convencer do
contrário.
ZÉLIA: - Eu sei que você quer encontrar um culpado pelo o que
me aconteceu, Lua. Mas a verdade é que tudo não passou de
uma fatalidade. O Zico Rosado pode ser tudo, mas assassino ele
não é. Esquece essa história, Lua. Eu te peço isso.
Lua Viana anda pelo leito do hospital. Zélia o observa.
LUA VIANA (direto): - Você sabe mais do que ninguém o
quando eu te amou, Zélia. Eu não vou desistir de colocar o Zico
Rosado na cadeia. Por muito tempo eu fiquei calado, mas isso
acaba agora. Eu espero que você entenda.
ZÉLIA (ponderando): - Ouve só o que você está falando, Lua.
Esse não é você. Por favor não faça isso. Isso é suicídio.
LUA VIANA: - Tudo o que eu irei fazer é por você, Zélia. O Zico
Rosado é um mal para essa cidade, e enquanto ele estiver livre
nenhum de nós terá paz. Eu preciso fazer isso.
Lua Viana dá um beijo no rosto de Zélia e sai do leito. A câmera
mostra a preocupação no olhar de Zélia.
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CENA 07. CASARÃO DA FAMÍLIA ROSADO. SALA DE ESTAR.
INTERNA. NOITE
Close em Zico Rosado que está em frente a um móvel antigo
tomando um copo de conhaque. Nesse momento a empregada
vem acompanhando Vitória e depois sai deixando eles
sozinhos. Tempo. Vitória coloca suas mãos nas mãos de Zico
Rosado que a olha de um jeito frio e longe.
ZICO ROSADO (enraivecido): - O que você veio fazer aqui,
Vitória? Não está satisfeita com toda aquela atrocidade que
você me disse? Nós não temos mais nada o que conversar. Vá
embora.
VITÓRIA (arrependida): - Eu não estou aqui para brigar, Zico.
Eu vim aqui para pedir perdão por tudo o que eu disse para
você. Mas eu espero que você entenda o que me levou a dizer
tudo aquilo. Eu quase perdi a minha filha.
ZICO ROSADO: - Você pode não gostar, mas ela também é
minha filha. Eu jamais faria nada de ruim contra alguém que
tem o meu sangue. Eu não sou um monstro Vitória.
Zico Rosado fica abalado. Vitória continua tocando nas mãos
dele. A troca de olhares entre Zico Rosado e Vitória é inevitável.
VITÓRIA (séria): - Agora eu sei disso, Zico. A Zélia confessou
que tudo não passou de um acidente. Eu não sei o que dizer
para me desculpar com você, Zico. Eu estou arrependida.
ZICO ROSADO (firme): - Desde o dia que você foi embora eu
nunca consegui esquecer de você. Tudo o que eu fiz para me
vingar da sua família foi só um jeito que eu arranjei para te
atingir. Mas você nunca saiu de dentro de mim.
VITÓRIA: - O meu erro foi ter dado ouvidos ao que o meu pai
dizia ao seu respeito, Zico. Eu também nunca consegui te
esquecer. Você foi o amor da minha vida.
Zico Rosado e Vitória se aproximam um do outro. Os seus olhos
se cruzam. Logo depois o inevitável acontece. Zico Rosado e
Vitória se beijam com muita paixão. Eles começam a tirar a
roupa um do outro em um ato de puro amor.
A imagem congela na troca de carícias de Zico Rosado e Vitória.
Aos poucos a imagem vai ganhando um efeito como se
transformasse em uma moldura.
Obrigado pelo seu comentário!