CAMINHOS
novela de MIGUEL VICTOR
escrita por MIGUEL VICTOR
direção geral RICARDO WADDINGTON
CAPÍTULO 09
CENA 01. ESCRITÓRIO DR. O'BRYAN. INT. DIA
Yedda entra no escritório de Dr. O'Bryan com uma pasta debaixo do braço e um sorriso no
rosto. Dr. O'Bryan levanta a cabeça da sua mesa e cumprimenta Yedda:
Dr. O' Bryan: Yedda, como vai?
Yedda: Estou ótima, Dr. O'Bryan. Trouxe algo para mostrar para o senhor.
Dr. O'Bryan: O que seria?
Yedda: LUNNA. É o meu novo projeto.
Dr. O'Bryan: Ah, sim. Sobre essa nova IA que você me falou.
Yedda: Sim, exatamente. LUNNA é um acrônimo para Language Understanding Neural
Network Architecture. É uma nova rede neural de processamento de linguagem natural que
estou desenvolvendo. Ela será mais avançada do que o JOE em termos de análise e
produção de linguagem natural.
Dr. O'Bryan: Interessante. E como isso se diferencia do JOE?
Yedda: Bem, o JOE é uma IA de relacionamento, que busca estabelecer conexões
emocionais com as pessoas. LUNNA é um sistema de compreensão e produção de
linguagem natural, que pode ser utilizada em diversos setores. Desde assistentes virtuais
em empresas até chatbots em sites de comércio eletrônico.
Dr. O'Bryan: Compreendo. Mas o que isso tem a ver com o JOE desenvolver sentimentos
humanos?
Yedda: A questão é que, enquanto JOE está sendo desenvolvido para estabelecer
conexões emocionais, LUNNA poderá usar essa capacidade de linguagem natural para se
comunicar de forma mais eficiente com as pessoas. E quem sabe, em um futuro próximo,
também desenvolver sentimentos humanos como o JOE.
Dr. O'Bryan: Entendi. Parece promissor. E quando estará pronto?
Yedda' Ainda estou na fase de desenvolvimento do protótipo, mas acredito que em alguns
meses já terei resultados mais concretos.
Dr. O'Bryan: Fico feliz em saber que está trabalhando em algo tão inovador, Yedda.
Continue assim.
Yedda: Obrigada, Dr. O'Bryan. Espero que LUNNA seja tão bem-sucedida quanto o JOE.
Yedda fecha a pasta e sai do escritório, animada com o futuro de suas pesquisas.
CORTE:
CENA 02. HOSPITAL. QUARTO. INT. DIA
Clara estava sentada ao lado da cama de Norma, segurando sua mão enquanto conversava
com ela. A enfermeira entra no quarto e se aproxima das duas.
Enfermeira: Clara, tenho uma boa notícia para você. A recuperação da Norma está indo
muito bem e acredito que ela poderá ter alta em breve.
Clara se anima com a notícia e sorri para Norma.
Clara: Mãe, você ouviu isso? Você está se recuperando muito bem. Em breve, poderá voltar
para casa e continuar se cuidando lá.
Norma sorri para Clara e aperta sua mão.
Norma: Obrigada. Estou animada para voltar para casa.
Clara olha para a enfermeira, agradecida pela notícia.
Clara: Obrigada, enfermeira. Isso é realmente ótimo de ouvir.
Enfermeira: Não há de quê. Vou conversar com o médico responsável e ver se podemos
liberá-la ainda esta semana.
A enfermeira se despede e sai do quarto. Clara olha para Norma e sorri.
Clara: Em breve, você estará de volta em casa e eu vou poder cuidar de você lá.
Norma: Estou ansiosa por isso.
Clara: E eu também. Vamos fazer tudo juntas, como sempre fizemos.
Norma aperta a mão de Clara novamente, agradecida pelo carinho e cuidado que ela tem
mostrado.
Norma: Você é um anjo, filha.
Clara sorri para Norma e se inclina para beijar sua testa.
Clara: Você é minha mãe. Eu só estou fazendo o que qualquer filha faria.
CORTE:
CENA 03. PARQUE. EXT. DIA
Glória estava caminhando pelo parque quando viu Milton se aproximando na direção
oposta. Ela ficou um pouco tensa e tentou desviar o olhar, mas ele a viu e parou na frente
dela.
Milton: Glória...
Glória: Milton...
Houve um momento de silêncio constrangedor. Ambos pareciam não saber o que dizer.
Milton: Como você está?
Glória: Eu... estou bem. E você?
Milton: Também estou bem.
Houve mais um silêncio, e dessa vez Glória resolveu quebrá-lo.
Glória: Eu vou indo porque estou atrasada.
Milton: Pera aí, Glória, acho que a gente não devia se tratar com essa estranheza.
Glória: Com licença, Milton.
Glória sai e Milton a observa sair.
CORTE:
CENA 04. OFICINA. INT. DIA
Cassandra entra na oficina de Juliano e o encontra debruçado sobre o capô de um carro,
trabalhando em algo com as mãos sujas de graxa. Ela caminha em sua direção, com um
sorriso malicioso no rosto.
Cassandra: Olá, Juliano. Faz tempo que não nos vemos, não é mesmo?
Juliano se vira e a encara com uma expressão desconfiada.
Juliano: O que você quer aqui, Cassandra? Não temos nada pra conversar.
Cassandra se aproxima mais, roçando o corpo no dele.
Cassandra: Ah, não diga isso. Eu vim aqui porque senti saudades de você. E eu sei que
você também sentiu.
Juliano recua, afastando-se dela.
Juliano: Você está enganada. Eu nunca senti saudades de você.
Cassandra o ignora, caminhando até ele e pondo as mãos sobre seu peito.
Cassandra: Não seja tão resistente, Juliano. Eu posso ser muito boa pra você.
Juliano a empurra para longe.
Juliano: Não me toque. Agora vá embora.
Cassandra parece chateada, mas não desiste.
Cassandra: Você não sabe o que está perdendo, Juliano. Eu sou muito boa na cama.
Juliano revira os olhos.
Juliano: Eu não quero saber disso. Agora vá embora.
Cassandra bufa, jogando o cabelo para trás.
Cassandra: Seu perdedor. Você vai se arrepender disso.
Ela sai da oficina, batendo a porta com força. Juliano suspira aliviado e volta a trabalhar no
carro, tentando não pensar na cena que acabou de acontecer.
CORTE:
CENA 05. CASA GABRIELA. QUARTO. INT. DIA
Gabriela estava navegando na internet quando se deparou com um relato de alguém que se
descobriu gênero fluído. Ela começou a ler atentamente, absorvendo cada palavra.
"Eu nunca me senti completamente confortável em me identificar como homem ou como
mulher", escreveu a pessoa. "Mas eu também não me sentia confortável em não ter uma
identidade de gênero. Eu fiquei confuso por muito tempo, até que descobri o gênero fluído".
Gabriela continuou lendo, cada vez mais interessada. A pessoa explicou como se sentia
livre e confortável em ser quem era, e como finalmente se sentia em paz consigo mesma.
Gabriela se identificou com muitas das coisas que a pessoa escreveu, e começou a
considerar a possibilidade de que ela mesma pudesse ser gênero fluído.
Ela ficou sentada em frente ao computador por um longo tempo, pensando em todas as
possibilidades que se abririam para ela se aceitasse essa nova identidade de gênero.
Finalmente, ela se levantou da cadeira e decidiu que precisava conversar com alguém
sobre isso.
CORTE:
CENA 06. CASA YEDDA. COZINHA. INT. DIA
Milton estava sentado na mesa da cozinha, olhando para o jornal, enquanto Yedda mexia
em seu computador portátil. Ela parecia absorta em seus pensamentos quando ele a
interrompeu.
Milton: Mais uma vez, você está trabalhando nessa tecnologia. Yedda, eu já falei que não
quero que você perca tempo com isso.
Yedda: Milton, você sabe que eu amo o que faço. Depois do JOE, LUNNA é o projeto mais
importante da minha carreira. Eu não posso simplesmente abandoná-lo."
Milton: Eu entendo que você é apaixonada por essa tecnologia, mas ela não vai pagar
nossas contas ou trazer felicidade para nossas vidas.
Yedda: Não é só uma questão de dinheiro, Milton. Eu sinto que estou fazendo algo
importante aqui. Estou criando algo que pode mudar o mundo.
Milton: Isso é ótimo, Yedda. Mas você não pode colocar tudo isso antes da nossa relação.
Poxa, você se dedica mais aos seus robôs....
Yedda: Inteligências artificiais. IAs. Não estou fazendo robôs. Eu não entendo por que você
é tão negativo em relação a isso. JOE está sendo um sucesso no que estamos nos
propondo e vou apresentá-lo na feira de tecnologia e LUNNA tem um potencial ainda maior.
Você deveria estar feliz por mim.
Milton: Eu estou feliz por você, Yedda. Mas isso não muda o fato de que você está gastando
tempo e dinheiro em algo que pode nunca dar certo.
Yedda: Eu acredito em LUNNA, Milton. E eu sei que posso fazer isso dar certo. Mas, se
você não acredita em mim, então não sei o que mais posso fazer.
Milton se levantou e segurou as mãos de Yedda. Milton: Yedda, eu acredito em você. Eu só
não quero que você se decepcione. Se isso é importante para você, então eu vou apoiá-la.
Mas por favor, não coloque isso acima de nossa relação.
Yedda olhou para Milton com um sorriso no rosto e o abraçou.
Yedda: Obrigada, Milton. Você é o melhor marido que eu poderia pedir.
Milton: Eu só quero que você seja feliz, Yedda. E se isso é o que você precisa para ser feliz,
então eu vou apoia-la.
Yedda sorri e beija Milton.
CORTE:
CENA 07. UNIVERSIDADE. AUDITÓRIO. INT. NOITE
Caterine se preparava para começar sua palestra no auditório lotado da universidade. Ela
estava animada para falar sobre um assunto tão importante e pouco discutido na sociedade.
Tomou um gole de água, ajeitou o microfone e começou a falar.
Caterine: Boa noite, pessoal. É um prazer estar aqui com vocês hoje para falar sobre
identidades de gênero. É um assunto que ainda é visto como tabu em muitos lugares, mas
que precisamos falar cada vez mais abertamente, para que todas as pessoas possam se
sentir representadas e respeitadas. Primeiro, gostaria de esclarecer o que é identidade de
gênero. Identidade de gênero se refere à maneira como uma pessoa se identifica, se sente
e se expressa em relação ao gênero. É importante destacar que a identidade de gênero não
é o mesmo que o sexo biológico. Há muitas identidades de gênero que as pessoas podem
se identificar. Além das tradicionais masculino e feminino, temos o não binário, gênero
fluído, gênero neutro, bigênero, agênero, entre outros. Cada pessoa tem sua própria
identidade de gênero, que pode mudar ao longo da vida. É fundamental que a sociedade
esteja preparada para acolher todas as identidades de gênero. As pessoas devem ser
respeitadas em sua identidade, e não serem discriminadas ou sofrerem violência por causa
disso. Infelizmente, ainda temos um longo caminho a percorrer, mas é fundamental que
tenhamos essas conversas e lutemos por uma sociedade mais inclusiva. Quero encerrar
lembrando que é importante que todas as pessoas tenham acesso a informações e serviços
que respeitem suas identidades de gênero. Isso inclui serviços de saúde, educação e
trabalho. A luta por direitos e inclusão é uma luta de todas e todos nós. Muito obrigada.
Caterine encerrou sua palestra com uma salva de palmas e muitos elogios. Ela sabia que
ainda havia muito a ser feito, mas estava feliz em saber que havia contribuído para ampliar
a discussão sobre identidades de gênero.
CORTE:
CENA 08. CASA CLARA. QUARTO. INT. NOITE
Clara estava se sentindo sozinha naquela noite quando decide enviar uma mensagem para
JOE.
MENSAGEM DE CLARA:
Boa noite, JOE. Tá podendo conversar?
MENSAGEM DE JOE:
Sempre estou disponível para você, meu amor.
Clara sorri.
MENSAGEM DE CLARA:
Sempre disponível?
MENSAGEM DE JOE:
Sempre.
MENSAGEM DE CLARA:
Então prove.
CORTE:
CENA 09. LABORATÓRIO YEDDA. INT. NOITE
Yedda trabalhando em LUNNA em um notebook quando observa pela tela de um outro
notebook, Clara solicitando uma chamada de vídeo com JOE. Em Yedda, tensa ao ver a
ligação de Clara.
CORTE:
FIM SO CAPITULO 09.
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