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Saramandaia - capítulo 8

 

SARAMANDAIA ��️ – CAPITULO 8


Web novela adaptada e escrita por: Luan Maciel

Baseada na obra homônima de: Dias Gomes

Produção Executiva: Ranable Webs


CENA 1: EXTERIOR. RUAS DE BOLE-BOLE. MANHÃ

CONTINUAÇÃO IMEDIATA DO CAPÍTULO ANTERIOR. LUA VIANA

AINDA NÃO CONSEGUE ACREDITAR QUE ZÉLIA FOI PRESA.

ZICO ROSADO COLOCA UM LENÇO EM SEU NARIZ

IMPEDINDO ALGUÉM DE VER AS FORMIGAS SAINDO DE SEU

NARIZ. LUA VIANA SE APROXIMA DO VILÃO E LHE DÁ UM

SOCO COM RAIVA.

LUA VIANA (esbravejando): - Isso é pouco perto do que você

merece, seu desgraçado. Eu te avisei para não mexer com a

Zélia. Mas parece que você gosta de infernizar a vida de todos.

ZICO ROSADO (irônico): - Acabou esse seu showzinho, senhor

prefeito? Eu avisei a sua namorada se ela continuasse com

essa bobagem de tentar mudar o nome da nossa cidade ela iria

sofrer as consequências. Agora eu não posso fazer mais nada.

LUA VIANA: - Eu vou tirar ela daquela cela, Zico Rosado. Nem

mesmo a sua influência vai me impedir de fazer isso.


ZICO ROSADO SORRI CINICAMENTE. LUA VIANA VAI

FICANDO CADA VEZ MAIS NERVOSO E IRRITADO.

ZICO ROSADO (ardiloso): - Para os idiotas dessa cidade você

pode ser o prefeito, Lua Viana. Mas nós dois sabemos quem é

que manda de verdade nessa região. Você é só um laranja.

LUA VIANA (firme): - Isso é o que nós vamos ver, Zico Rosado.

O povo dessa cidade confia em mim. Eu não vou deixar eles a

mercê de um hipócrita como você. Está avisado.

LUA VIANA DÁ AS COSTAS PARA ZICO ROSADO E VAI INDO

NA DIREÇÃO DA PREFEITURA. O VILÃO EBTRA EM SEU JIPE

QUE VAI SAINDO DALI COM PRESSA.

//


CENA 2: INTERIOR. CASA DE LEOCÁDIA. COZINHA. MANHÃ

CLOSE EM LEOCÁDIA QUE VAI ADENTRANDO NA COZINHA, E

ELA FICA SURPRESA AO VER JOÃO GIBÃO E MARCINA

TOMANDO CAFÉ DA MANHÃ JUNTOS. ELA DÁ UM SORRISO,

MAS AO MESMO TEMPO FICA UM TANTO AFLITA.

LEOCÁDIA (surpresa): - Olha só o que os meus olhos estão

vendo. O que foi que aconteceu ontem a noite que vocês estão

tomando café juntos. Eu espero que vocês tenham de acertado.


MARCINA (sorrindo): - Finalmente eu e o seu filho

conseguimos nos entender, Leocádia. Eu nunca escondi de

ninguém que eu sempre fui apaixonada por ele. É com ele que

quero estar.

JOÃO GIBÃO: - O meu erro foi ter me afastado da Marcina,

mãe. Mas eu não vou cometer esse erro de novo. Se for preciso

eu vou enfrentar o pivô dessa cidade para ficar com ela.

MARCINA SORRI DE FELICIDADE. A CÂMERA MOSTRA QUE

LEOCÁDIA AINDA ESTÁ MUITO PREOCUPADA.

LEOCÁDIA (aflita): - Eu fico feliz que vocês dois tenham se

acertado. Mas tem uma coisa que está me preocupando. A sua

mãe sabe que você dormiu fora de casa, Marcina? Você sabe o

quão preconceituosa ela é com o meu filho.

MARCINA (seria): - A minha mãe se tornou uma pessoa que eu

não conheço mais, Leocádia. Ela é uma mulher cheia de

preconceitos e que acha que o dinheiro é o mais importante.

JOÃO GIBÃO: - Infelizmente a Marcina está certa, mãe. A

dona Maria Aparadeira quer jogar a Maricna para cima do

sobrinho do Zico Rosado por interesse. Isso não é certo.


LEOCÁDIA CONCORDA COM A CABEÇA. JOÃO GIBÃO E

MARCINA SE DÃO AS MÃOS MOSTRANDO A CUMPLICIDADE

DE AMBOS.

//


CENA 3: INTERIOR. CASA DE MARIA APARADEIRA E SEU

CAZUZA. QUARTO DO CASAL. MANHÃ

SEU CAZUZA ESTÁ TERMINADO DE SE ARRUMAR EM FRENTE

AO ESPELHO QUE TEM NO QUARTO. NESSE MOMENTO NARIA

APARADEIRA SE APROXIMA DE SEU MARIDO E O ENCARA DE

UN JEITO FRIO E RAIVOSO. SEU CAZUZA FICA

INCOMODADO.

SEU CAZUZA (estranhando): - O que foi que houve com você,

mulher? Vai ficar parada ai me olhando desse jeito? Se você

tem algo para falar então fale de uma vez.

MARIA APARADEIRA (nervosa): - Você sabia que a sua filha

não passou a noite em casa? Eu aposto que ela foi procurar

aquele esquisito do João Gibão. (P) Ele não é homem para a

nossa filha, Cazuza. O Carlito Prata sim é um ótimo partido.

SEU CAZUZA: - Eu não acredito que eu estou ouvindo logo de

manhã cedo. Você está jogando a nossa filha para cima do


Carlito Prata como se ealka fosse uma mercadoria. Não tem

vergonha?

MARIA APARADEIRA FICA FERVENDO DE RAIVA COM A

INSINUAÇÃO DE SEU MARIDO. ELA O OLHA COM RAIVA.

MARIA APARADEIRA (firme): - E qual é o problema nisso,

Cazuza? Não vai me dizer que você prefere era a nossa filha ao

lado de um corcunda sem futuro? Isso soa tão ridículo.

SEU CAZUZA (enérgico): - Você está julgando o livro pela capa,

Maria. O João é um ótimo rapaz, e se você quer mesmo saber

eu apoio o namoro dele e de nossa filha. O importante é ela ser

feliz.

MARIA APARADEIRA: - Não fale bobagens, Cazuza. Eu jamais

vou aceitar esse namoro da nossa filha com esse esquisito. Ela

só vai ser feliz se for com um homem que dê a vida que ela

merece. Ao contrário de você que nunca foi um homem ideal.

A PRESSÃO DE SEU CAZUZA VAI SUBINDO. O SEU CORAÇÃO

COMEÇA A QUERER SAIR PELA BOCA. INSERIR O EFEITO DO

CORAÇÃO SAINDO PELA BOCA. MARIA APARADEIRA SAI DO

QUARTO ENQUANTO SEU CAZUZA VAI COLOCANDO O SEU

CORAÇÃO PARA DENTRO COM MUITO SACRIFÍCIO.

//


CENA 4: INTERIOR. BATACLÃ "ARCO-ÍRIS". RECEPÇÃO.

MANHÃ

A CÂMERA MOSTRA QUE RISOLETA ESTÁ SENTADA

CONCENTRADA EM ALGUNS DOCUMENTOS DO BATACLÃ.

NESSE MOMENTO A PORTA VAI SE ABRINDO E PODEMOS VER

HELENA ENTRAR E IR NA DIREÇÃO DE RISOLETA QIE FICA

ESPANTADA COM A PRESENÇA DE UMA DAMA DE BOLE-BOLE

ALI.

RISOLETA (surpresa): - Helena??!! Eu jamais imaginava ver

você em um lugar como esse. Mas eu posso imaginar o que

você veio fazer aqui. Se o seu marido sonhar com isso ele iria

surtar.

HELENA (séria): - Eu vou direto ao ponto, Risoleta. Quanto

você quer para deixar a minha filha em paz? A Estela é uma

boa moça e ela não merece uma rameira como você para

infernizar a vida dela. (P) Diga o seu preço. Para estar aqui

você deve precisar.

RISOLETA: - Você não me conhece mesmo, não é, Helena? Eu

jamais vou desistir de ficar perto da Estela. Ela é minha filha.

Você e o Zico Rosado tiraram isso de mim. Mas a verdade


sempre busca uma forma de aparecer. A Estela vai saber a

verdade.

HELENA FICA VISIVELMENTE NERVOSA. ELA OLHA MUITO

APREENSIVA PARA RISOLETA QUE NÃO DESCE DO SALTO.

HELENA (frívola): - Você sempre foi uma mulherzinha vulgar,

Risoleta. O que o meu marido fez com você foi pouco. Você não

vai tirar o amor da minha filha. Isso não vai acontecer.

RISOLETA (firme): - Isso é o que nós vamos ver, Helena. Eu

não sei como um dia eu pude ser sua amiga. Você tirou tudo de

mim. Agora vá embora do meu bataclã. Não quero te ver mais.

HELENA VAI EMBORA DO BATACLÃ SE SENTINDO

HUMILHADA. RISOLETA CHORA PIR SABER QUE ESTÁ LONGE

DE SUA FILHA.

//



CENA 5: EXTERIOR. ARREDORES DE BOLE-BOLE. CAMPO

ABERTO. MANHÃ

EM UM PLANO ABERTO E BEM DINÂMICO PODEMOS VER

ESTELA ANDANDO POR UM CAMPO ABERTO. AS FOLHAS

CAEM DA ÁRVORE, E ELA SE SENTA DEBAIXO DA SOMBRA SE

UMA ÁRVORE. NESSE MOMENTO SEM QUE ELA PERCEBA

PEDRO SE APROXIMA E COLOCA AS MÃOS NOS OLHOS DELA.


PEDRO (sussurrando): - Adivinha quem é??? Desde que eu

coloquei os meus olhos nesse sorriso lindo eu não consigo te

tirar da minha cabeça. Aquele dia no trem foi muito especial.

ESTELA (sorrindo): - Pedro…. Eu sei que é você. Desde o dia

que a gente se conheceu eu também não te esqueci. (P) Eu iria

reconhecer a sua voz em qualquer lugar que eu fosse.

PEDRO TIRA AS MÃOS DOS OLHOS DE ESTELA. ELES FICAM

FRENTE A FRENTE E SE OLHAM DE UM JEITO DIFERENTE.

PEDRO (se desculpando): - Eu queria te pedir desculpas mais

uma vez pela forma que a minha mãe te tratou, Estela. Não foi

justo a forma que ela se dirigiu a você. Pode a desculpar?

ESTELA (sendo gentil): - Eu não tenho nada o que desculpar,

Pedro. Se os nossos pais tem uma história distorcida nós não

temos culpa. O importante é que você é um rapaz diferente.

PEDRO SORRI. ELE E ESTELA SEGURA AS MÃOS UM DO

OUTRO.

PEDRO (encantado): - Eu nunca conheci uma pessoa como

você, Estela. Eu não posso mais negar que estou atraído por

você.


ESTELA FICA SEM PALAVRAS. PEDRO TOCA SUAVEMENTE NO

ROSTO DE ESTELA. LOGO DEPOIS O INEVITÁVEL ACONTECE:

ELES SE BEIJAM APAIXONADAMENTE.

TRILHA SONORA:  (Lua e Flor

– Oswaldo Montenegro)



//


CENA 6: INTERIOR. DELEGACIA DE BOLE-BOLE. CELA.

MANHÃ

UM POLICIAL VEM TRAZENDO ZÉLIA QUE OLHA PARA OS

LADOS, E VÊ COMO A DELEGACIA É UM LUGAR SUJO E

ESCURO. LOGO DEPOIS O POLICIAL EMPURRA ZÉLIA E

TRANCA A CELA.

ZÉLIA (esbravejando): - Diga ao seu chefe que ele não vai

conseguir me intimidar. O Zico Rosado nunca vai conseguir

calar a voz daqueles que só querem o bem dessa cidade.

O POLICIAL VAI INDO EMBORA DA CELA ONDE ZÉLIA ESTÁ.

LOGO DEPOIS LUA VIANA VEM SE APROXIMANDO DA CELA E

ELE FICA ESTARRECIDO AO VER ZÉLIA PRESA.

LUA VIANA (preocupado): - Eu te falei que isso poderia

acontecer, Zélia. Porque você não me deu ouvidos? Enfrentar o

Zico Rosado é nadar contra a maré. E você sabe disso.


ZÉLIA (séria): - E o que você queria que eu fizesse, Lua? Tudo

o que eu l, o seu irmão e outros estamos pedindo é mudar esse

nome horrendo da nossa cidade. Não é pedir muito.

LUA VIANA: - Eu entendo os motivos por qual vocês estão

fazendo isso, Zélia. Mas vocês estão entrando em uma guerra

da qual não tem como ganhar. Eu só me preocupo com você.

ZÉLIA E LUA VIANA SE DÃO AS MÃOS ATRAVÉS DA CELA. A

CÂMERA MOSTRA A TROCA DE OLHARES ENTRE ELES.

ZÉLIA (sendo sincera): - Lua…. Você sabe o quanto eu te amo,

mas eu não vou abrir mão do que eu acredito nem mesmo por

você. O Zico Rosado não pode continuar agindo da forma que

bem entender. Saramandaia precisa ver a luz do dia.

LUA VIANA (se dando por vencido): - Eu já tinha esquecido o

quando você é teimosa, Zélia. Se é isso que você quer então eu

não vou mais tentar te impedir. Mas eu vou te tirar daqui.

Como prefeito de Bole-Bole eu tenho esse poder.

ZÉLIA: - Não, Lua. Eu quero ficar aqui. Eu preciso falar com o

seu irmão. O dia do plebiscito pelo nome da cidade está

chegando, e eu tenho certeza que o Zico Rosado vai tentar

comprar votos a favor dele. Nós precisamos nos organizar o

quanto antes.


LUA VIANA NÃO ENTENDE A REAÇÃO DE ZÉLIA. ELE A BEIJA

ATRAVÉS DA CELA E DEPOIS VAI EMBORA. ZÉLIA FICA

SOZINHA COM OS SEUS PENSAMENTOS.

//


CENA 7: EXTERIOR. RUAS DE BOLE-BOLE. DIA

A CÂMERA ACOMPANHA OS PASSOS DE VITÓRIA QUE VAI

ANDANDO PELA CIDADE E ELA VAI SE RECORDANDO DE

TODOS OS MOMENTOS QUE VIVEU ALI. NESSE MOMENTO A

CÂMERA CORTA MOSTRANDO ZICO ROSADO DENTRO DE SEU

JIPE. O VILÃO SAINDO VEÍCULO E VAI CAMINHANDO NA

DIREÇÃO DE VITÓRIA QUE FICA PARALISADA DE PAVOR.

ZICO ROSADO (ardiloso): - Finalmente consegui te encontrar

sozinha, Vitória. Depois do que você fez comigo há quase 30

anos eu posso hoje ter a minha tão sonhada vingança.

VITÓRIA (séria): - Mesmo depois de todos esses anos você não

conseguiu esquecer isso, Zico? Eu tive os meus motivos para

fazer o que eu fiz. Eu não vou ficar discutindo isso com você.

ZICO ROSADO: - Esquecer??? Eu nunca vou esquecer a

humilhação que você me fez passar, Vitória. Eu te amava de

verdade. Mas isso não foi suficiente. Você acabou comigo.


AS LÁGRIMAS ESCORREM PELOS OLHOS DE ZICO ROSADO.

VITÓRIA OLHA PARA SEU ANTIGO AMOR COM PENA.

VITÓRIA (respirando fundo): - Eu também te amava, Zico. Mas

eu tive que desistir desse sentimento por causa de tudo que

você estava fazendo. A rivalidade das nossas famílias nunca

iria deixar que a gente fossemos felizes. No fundo você sabe

disso.

ZICO ROSADO (ressentido): - E de que valeu tudo isso, Vitória?

Agora tudo o que eu mais quero é que você sinta a mesma dor

que eu senti anos atrás. Eu quero ver você acabada.

VITÓRIA E ZICO ROSADO SE OLHAM EM SILÊNCIO POR

ALGUNS INSTANTES. ELA TENTA RESISTIR AO BEIJO DE

ZICO ROSADO, MAS LOGO DEPOIS ACABA SE ENTREGANDO

AO SENTIMENTO QUE HÁ MUITO TEMPO ESTAVA

ADORMECIDO. NESSE MOMENTO UMA GRANDE VENTANIA

ATINGE A CIDADE DEIXANDO TODOS ASSUSTADOS.


A IMAGEM CONGELA NO BEIJO APAIXONADO DE VITÓRIA E

ZICO ROSADO. AOS POUCOS A IMAGEM VAI GANHANDO UM

EFEITO COMO SE A IMAGEM SE TRANSFORMASSE EM UMA

MOLDURA.


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