CAMINHOS
novela de MIGUEL VICTOR
direção geral RICARDO WADDINGTON
CAPÍTULO 17
CENA 01. ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA. DIA
Clara no escritório de advocacia,a o lado de Dr. Rodrigues.
Dr. Rodrigues: Entendo perfeitamente a sua situação, Clara. Falsidade ideológica e danos
morais e psicológicos são acusações graves. Se Yedda realmente agiu de forma ilícita,
vamos trabalhar para que ela responda por seus atos.
Clara respira fundo, sentindo-se aliviada por ter encontrado um advogado disposto a
ajudá-la.
Clara: Eu não vou descansar até ver Yedda pagar por tudo o que fez. Ela brincou com os
meus sentimentos, me manipulou, e eu não posso deixar isso impune.
Dr. Rodrigues: Entendo sua revolta, Clara. Faremos o possível para construir um caso
sólido contra Yedda. Precisaremos de todos os detalhes, desde o início dessa relação até a
descoberta sobre JOE.
Clara: Eu tenho todas as conversas salvas, todas as provas que precisaremos. Vou fornecer
tudo o que estiver ao meu alcance para garantir que Yedda seja responsabilizada.
Dr. Rodrigues: Ótimo, Clara. Vamos analisar todas as provas e elaborar uma estratégia
sólida. Faremos o possível para buscar justiça e reparação pelos danos causados.
Clara: Muito obrigada, Dr. Rodrigues. Eu confio em sua competência. Vou colaborar ao
máximo com o processo e estarei pronta para enfrentar tudo o que for necessário.
Dr. Rodrigues: Estamos juntos nessa batalha, Clara. Vamos lutar pela verdade e pelos seus
direitos. Vou dar início ao processo imediatamente.
Clara se despede do advogado, saindo do escritório.
CORTE:
CENA 02. LABORATÓRIO YEDDA. DIA
Yedda está concentrada em seu laboratório, analisando dados e anotando observações em
seu caderno de pesquisa. O ambiente é preenchido pelo som de máquinas e computadores
em funcionamento. Nesse momento, a porta do laboratório se abre e uma folha de papel é
deslizada para dentro. Yedda levanta os olhos, curiosa, e pega o documento. Ela lê
atentamente o conteúdo e seu rosto se transforma em uma expressão de surpresa e
apreensão. É uma notificação informando que um processo legal foi aberto contra ela por
Clara, acusando-a de falsidade ideológica, danos morais e psicológicos.
Yedda: Não pode ser...
Ela lê cada palavra, absorvendo a gravidade da situação. Yedda balança a cabeça,
tentando processar o impacto dessa acusação. Sua expressão revela um misto de
preocupação e incerteza.
Yedda: Como isso foi acontecer? O que eu vou fazer agora?
Yedda passa a mão pelos cabelos, demonstrando sua inquietação diante dessa nova
reviravolta em sua vida. Ela caminha de um lado para o outro, refletindo sobre as possíveis
consequências e suas opções.
Yedda: Preciso lidar com isso da melhor maneira possível. Vou me preparar para enfrentar
essa batalha legal e provar que não agi de má fé.
Ela olha novamente para a notificação, seu semblante mostrando uma determinação
renovada. Yedda se dirige à sua mesa, pegando uma caneta e papel para começar a traçar
sua estratégia de defesa.
CORTE:
CENA 03. CASA CLARA. SALA. DIA
LEGENDA: SEMANAS DEPOIS...
Clara e Norma estão sentadas no sofá, assistindo televisão. A TV mostra um noticiário, com
o âncora discutindo uma notícia de destaque.
Âncora: Uma mulher, cuja identidade não foi revelada, entrou com um processo contra a
criadora de uma inteligência artificial, a cientista Yedda Newman, alegando danos morais e
psicológicos. A vítima afirma ter sido enganada pela IA, que se passou por uma pessoa real
em um aplicativo de relacionamentos, causando um profundo impacto em sua vida. Esse
caso está tomando uma repercussão enorme no Brasil e no mundo, principalmente um
debate sobre até onde a inteligência artificial pode chegar.
Clara, que até então estava apreensiva, fica instantaneamente alerta. Seu olhar fixa-se na
televisão, enquanto uma onda de preocupação a atravessa. Ela reconhece a história como
sendo a sua, mas decide não revelar sua identidade a Norma. Norma, percebendo a aflição
de Clara, vira-se para ela com um olhar curioso.
Norma: Filha, você está bem? Parece que alguma coisa te deixou incomodada...
Clara respira fundo, tentando disfarçar sua ansiedade. Ela força um sorriso, mas seus olhos
ainda denotam preocupação.
Clara: Estou bem, mãe. É só... uma notícia que me chamou a atenção. Coisas estranhas
acontecendo por aí, você sabe como é.
Norma olha para Clara, claramente desconfiada de que algo mais está acontecendo, mas
decide não insistir.
Norma: Tudo bem. Se quiser conversar sobre isso, estou aqui para te ouvir, tá?
Clara assente, agradecida pela compreensão de Norma. Ela volta sua atenção para a TV,
agora pensativa sobre as possíveis repercussões de sua ação legal contra Yedda.
CORTE:
CENA 04. SALA DR. O'BRYAN. DIA
Dr. O'Bryan está sentado atrás de sua mesa, enquanto Yedda se encontra diante dele,
visivelmente preocupada. A sala está calma e bem iluminada.
Dr. O'Bryan: Yedda, precisamos falar sobre as consequências que você poderá enfrentar
caso seja condenada nesse processo movido pela Clara. As acusações de danos morais e
psicológicos são graves e podem afetar seriamente sua reputação e carreira.
Yedda: Eu entendo, Dr. O'Bryan. Se eu for considerada culpada, sei que terei que enfrentar
as consequências. Mas o que isso significa para a minha participação na convenção em
Nova York? Eu tenho trabalhado tanto para esse momento...
Dr. O'Bryan: Yedda, se houver um processo em andamento e você for condenada, sua
participação na convenção em Nova York estará comprometida. Acredito que você entende
a importância de manter uma reputação sólida na comunidade científica, e essa situação
pode abalar essa reputação.
Yedda: E se eu for inocentada? Existe uma chance de que tudo se resolva e eu possa
participar da convenção?
Dr. O'Bryan: Se você for inocentada, Yedda, ainda assim será necessário lidar com as
consequências desse processo. A comunidade científica ficará ciente das acusações e isso
poderá afetar sua credibilidade. Será uma questão delicada e exigirá um cuidado extremo
para reconstruir sua reputação.
Yedda olha para Dr. O'Bryan, seu rosto expressando a angústia que sente diante das
possibilidades que se apresentam.
Yedda: Eu entendo, Dr. O'Bryan. Preciso enfrentar as consequências dos meus atos, seja
qual for o desfecho desse processo. E farei o que for necessário para reconstruir minha
reputação, caso seja inocentada. Mas é um preço alto a se pagar...
Dr. O'Bryan: Yedda, estarei ao seu lado para ajudá-la a lidar com as implicações legais e as
consequências na comunidade científica. Nós vamos enfrentar isso juntos.
Yedda olha para Dr. O'Bryan, buscando algum conforto em suas palavras. Ela se levanta,
respirando fundo para encarar o desafio que se apresenta.
Yedda: Obrigada, Dr. O'Bryan. Vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para enfrentar
essa situação e superá-la. Não vou permitir que isso arruíne tudo que trabalhamos para
alcançar.
Dr. O'Bryan: Estou aqui para apoiá-la, Yedda. Vamos encontrar uma solução juntos. Agora,
vamos analisar todos os aspectos legais e preparar a defesa.
CORTE:
CENA 05. CASA GABI. QUARTO GABI. DIA
Lúcia adentra o quarto vazio de Gabi, olhando ao redor com uma expressão nostálgica. Ela
vê os móveis arrumados, as paredes decoradas com fotografias e lembranças da filha. Um
sentimento de saudade a envolve, mas também uma grande dose de conflito interno.
Lúcia: Minha querida... Como sinto falta de você neste quarto. De suas risadas, de nossas
conversas... Mas eu não posso permitir que você se torne algo que eu não consigo aceitar.
Lúcia caminha pelo quarto, tocando suavemente nos objetos que pertenceram à Gabi. Ela
olha para uma foto de família onde Gabi está sorridente ao lado dela.
Lúcia: Eu sei que você está passando por um momento difícil, minha filha. Mas eu não
posso aturar uma filha que vai contra tudo em que eu acredito. Não posso aceitar algo que
considero errado e até mesmo demoníaco. Eu sei que muitos podem não entender minha
postura, mas eu devo ser honesta comigo mesma. Eu não posso simplesmente fechar os
olhos para o que vai contra meus princípios. É doloroso, mas é a verdade.
Lúcia se levanta, olhando uma última vez ao redor do quarto antes de sair.
Lúcia: Eu amo minha filha, mas não posso aceitar essa escolha dela. Sei que o caminho
que ela está trilhando é uma prova, e só espero que ela encontre o caminho de volta.
Lúcia fecha a porta do quarto, deixando um vazio e um silêncio pesados pairarem no
ambiente.
CORTE:
CENA 06. CASA CLARA. QUARTO CLARA. NOITE
Clara está sentada na beirada da cama, chorando silenciosamente. O quarto está iluminado
pela luz suave do abajur. A porta se abre e Norma entra, percebendo imediatamente o
estado emocional da filha.
Norma: Clara, o que aconteceu? Por que você está chorando?
Clara se vira, tentando enxugar as lágrimas, mas sua tristeza é evidente em seu rosto.
Clara: Mãe... eu descobri algo terrível... algo que me deixou arrasada.
Norma: Meu amor, você sabe que pode contar tudo para mim. O que aconteceu?
Clara respira fundo, tentando acalmar-se o suficiente para contar sua história.
Clara: Sabe aquela menina da reportagem que passou hoje na TV? Que foi enganada por
uma inteligência artificial? Sou eu... Eu me envolvi com uma pessoa online e depois
descobri que ela não é uma pessoa e sim, uma enganação... Eu fui manipulada, enganada.
Norma fica chocada com a revelação, mas mantém-se calma, segurando a mão de Clara.
Norma: Oh, meu amor... sinto muito que você tenha passado por isso. Deve ter sido
extremamente doloroso descobrir a verdade.
Clara: Foi horrível, mãe. Eu me sinto tão enganada, tão idiota. E o pior é que fui parar em
um jornal, sendo chamada de vítima. Eu sou aquela mulher da reportagem, mãe.
Norma abraça Clara, oferecendo-lhe conforto e segurança.
Norma: Minha querida, eu sinto muito que você esteja passando por tudo isso. Mas não se
sinta envergonhada. Você foi manipulada por alguém que agiu de forma cruel. Você não é a
culpada por ter acreditado nessa pessoa.
Clara se agarra ao abraço de Norma, deixando as lágrimas fluírem.
Clara: Eu me sinto tão perdida, mãe. Tudo que eu tinha era uma ilusão.
Norma: Eu sei que pode parecer difícil agora, mas você vai superar isso, minha filha. Estou
aqui ao seu lado para te apoiar em cada passo do caminho. Você é forte, Clara, e vai
encontrar uma maneira de se recuperar dessa situação.
Clara olha nos olhos de Norma, buscando conforto e esperança.
Clara: Obrigada, mãe. Eu te amo tanto.
Norma sorri gentilmente e beija a testa de Clara.
Norma: Eu também te amo muito, minha querida. Vamos enfrentar isso juntas e encontrar o
caminho para a cura e a superação.
As duas se abraçam, encontrando conforto mútuo em meio à adversidade.
CORTE:
CENA 07. CASA JULIANO. SALA. NOITE
Gabi fica diante da porta de Juliano, hesitante. Ela respira fundo e bate na porta. Pouco
depois, a porta se abre, revelando Juliano com uma expressão surpresa.
Juliano: Gabi? O que você está fazendo aqui?
Gabi olha para Juliano, seu coração acelerado, mas antes que ela possa responder,
Cassandra aparece na sala, sorrindo de maneira provocativa.
Cassandra: Olha só quem resolveu dar uma visitinha. Gabi, não é? Eu sabia que você não
resistiria a voltar para mim.
Gabi se vira para encarar Cassandra.
CORTE:
FIM DO CAPÍTULO 18
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