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BUDAPESTE - CAPÍTULO 25 (ÚLTIMAS SEMANAS)




Budapeste - Capítulo 25

Budapeste – Hungria

Cena 01 – Avenida Andrassy – Noite

Lorenzo está dentro do seu carro. Ele está olhando uma foto de Domokos jovem. Ele olha para frente e congela rapidamente ao ver Domokos saindo do Hotel juntamente com Barbara e Gizzela.

Lorenzo: Isso só pode ser um sinal dos Deuses.

Lorenzo continua observando e tira várias fotos dos três.

Lorenzo: Agora é a hora de enviar tudo isso para a Emese!

Ele envia as fotos para o celular de Emese

Cena 02 – Delegacia – Sala – Noite.

O policial, um homem branco, loiro, olhos azuis, aparentemente em torno de 40 anos, chamado Henry está algemado e sentado na cadeira. Nala adentra a sala e Severus fica na porta.

Severus: Tem certeza que não quer que eu fique por aqui?

Nala: Absoluta. Pode ir.

Severus assente e fecha a porta

Nala senta na porta e coloca uma pasta na mesa que separa os dois.

Nala: Bem, acredito que o melhor a se fazer nesse momento seria contar tudo o que sabe. Será uma forma da sua pena ser abrandada.

Henry: Eu jamais abriria minha boca, delegada. Você sabe o que acontece quando pessoas contam segredos? Elas se tornam inconfiáveis, eu não quero ser esse tipo de pessoa.

Nala: Mesmo que isso custe a sua vida inteira? Porque você pode ter certeza, Henry, eu farei você apodrecer atrás das grades.

Henry: Eu não me importo.

Nala abre a pasta e mostra umas fotos. O conteúdo das fotografias são: Domokos e também uma foto de uma mulher morta em um campo verde.

Nala: Reconhece essas fotos? Melhor, você sabe quem é este homem?

Henry arqueia a sobrancelha e rapidamente muda a expressão.

Henry (mente): Não faço a menor ideia de quem seja. E também não sei quem é essa moça.

Nala: Algo me diz que você sabe, sim. Bom, Henry, você pode muito bem entregar todos os nazistas e não sofrerá consequências severas. Mas esteja ciente, acabarei com todos eles.

Henry: Quando você tentar, será o fim da linha.

Nala: Pode deixar, Henry, lembrarei dessa sua ameaça quando você for condenado. Pode ter certeza, irei deixar você numa sela pra sempre.

Nala levanta-se e Henry fica ali olhando fixamente para porta.

Henry: Vocês irão sentir a ira. Irão ver que não pode atrapalhar os planos divinos e a supremacia.

Nala vira-se para Henry.

Nala: Essa supremacia vai acabar e eu colocarei um ponto final. Você está preso por apologia ao nazismo, babaca.


AMANHECE O DIA EM BUDAPESTE


Cena 03 – Mansão Angyal – Escritório – Dia.

Emese olha fixamente para uma foto em um quadro que está na parede. A foto é de Melánia e Kórnel. Ilona entra no escritório.

Emese: Você deveria bater antes de entrar.

Ilona: Você vai continuar sendo ríspida dessa forma?

Emese: E eu deveria te tratar de qual jeito?

Ilona: Emese, eu entendo que você está chateada, mas você precisa entender toda a situação.

Emese: Tia, é impossível tentar compreender essa situação. Minha mãe fingiu que estava morta durante todos esses anos.

Ilona: Emese, a Melánia precisou fazer isso. O seu tio Domokos se tornou uma pessoa horrível durante aquela época. Ele roubou milhões da nossa família. O Kórnel descobriu e simplesmente ele ameaçou o seu pai.

Emese: Mas por qual motivo ele fez isso?

Ilona: Não sei, talvez inveja. Ele é um ser desprezível. A única forma de deixá-lo fora da jogada, foi ter forjado essa morte.

Emese: Não consigo acreditar nisso. É tudo tão complicado.

Ilona: Sua mãe é uma mulher extraordinária. Ela é forte e tenho certeza que não faria nada de diferente, porque ela fez isso para te proteger e também a nossa família.

Emese: Tia, eu quero acabar com o Domokos. Eu não me importo se for preciso sujar as minhas mãos.

Ilona: Não faça isso. O Domokos é intragável.

Emese: Ilona, eu quero minha mãe voltando para Budapeste. Preciso dela aqui para acabarmos com o Domokos.

Ilona: Você não precisa se preocupar. Ela já está voltando.

Cena 04 – Casa Abandonada – Int. – Dia.

Konrad está deitado na cama velha. Ele olha fixamente para o teto. É quando a porta do local é arrombada por policiais que apontam a arma diretamente para ele que se assusta.

Konrad: Mas que porra

Bence: Você está preso, Konrad Bartha. Fim da linha pra você!

Close no rosto de Konrad que está com um olhar de fúria

Cena 05 – Mansão Angyal – Escritório – Dia.

A faxineira bate na porta e é autorizada por Emese

Faxineira: Senhora Emese, acho que houve algum engano, mas pediram para deixar essa coroa de flores aqui. Inclusive, tem uma carta com o seu nome

Emese (surpresa): Uma coroa de flores?

Ilona fica boquiaberta. Emese vai até a faxineira que ainda está segurando a coroa de flores. Ela pega a carta e abre.

“Esse é um pequeno presente para você, Emese. Eu adoraria enviar um caixão, mas daria muito trabalho para enviar. Espero que guarde com carinho essa coroa de flores para usar no seu enterro” - Domokos

Emese rasga a carta e fica furiosa.

Ilona: Quem enviou essa carta, Emese?

Emese: O desgraçado do Domokos.

Close no rosto de Ilona que está assustada

Cena 06 – Delegacia – Int. – Dia.

Nala está conversando com Severus, quando os policiais chegam com Konrad algemado. Ele sorri assim que vê a delegada.

Nala: Pode rir, Konrad Bartha. Você terá muito tempo para rir pelos anos que vai ficar na cadeia.

Konrad: Você é muita ingênua em acreditar que eu vou ficar muito tempo nesse muquifo. Logo logo, eu vou poder sair.

Nala: Eu não contaria com essa sorte.

Konrad: Quando eu sair daqui, vou fazer você pagar por tudo que está me fazendo passar.

Nala dá uma chave de braço em Konrad que fica sem ar.

Nala: Deixa eu te contar uma coisinha. Os seus amiguinhos nazistas, te odeiam. Eles querem você preso. Você nem faz ideia a quantidade de provas que eu tenho contra você. Todos esses crimes vão te fazer pegar uns bons anos.

Nala larga Konrad que fica sem reação.

Cena 07 – Jornal – Escritório – Int. – Dia.

András bate na porta do escritório de Zóltar. O jornalista levanta-se para falar com o rapaz.

Zoltar: András Konrad! A que devo a honra de sua visita?

András: É uma história um pouco longa. Mas vim até aqui, porque eu precisava fazer algumas perguntas.

Zóltar: Se eu tiver as respostas, passarei para você.

András: Zóltar, há quanto tempo o jornal existe?

Zóltar: O Jornal era da minha família. Somos uns dos jornais mais antigos de Budapeste. A sua fundação foi em 1956. Mas por qual motivo essa pergunta?

András: Eu posso ver os arquivos de notícias de 1992?

Zóltar: Há algo que você queira saber?

András: Quero saber sobre a prisão de Domokos Tamas.

Zóltar: Acho que eu me recordo desse nome. Ele não é estranho.

András: Ele é o tio da Emese Angyal. Irmão do Kórnel.

Zóltar: É claro! Agora eu lembro! O Domokos era Diretor geral das empresas Angyal, mas foi preso por desviar milhões de dólares dos cofres da empresa. Foi um enorme burburinho na época.

András: Então, você o conhece.

Zóltar: É claro! Ele fez algo com a família Angyal na época, afinal era a família mais importante do nosso país.

András: Você tem alguma notícia dele?

Zóltar: Pelo pouco que eu sei, ele tinha uma fazenda no norte do país, mas não sei essa fazenda ainda existe.

Cena 08 – Mansão Angyal – Quarto de Lorenzo. – Int. – Dia.

Lorenzo está sentado em sua cama. Ele pega uma caixa que está meio desgastada. Ao abrir, ele retira uma carta que nunca foi aberta.

Lorenzo (lendo):

“FEV DE 2019

Meu amado filho, espero que esteja aproveitando bem a estadia na casa dos Angyal. Estou com saudades de você. Sei que o Konrad continua dando problemas, ele nunca foi fácil. A Emese me ligou e implorou para que eu te ligasse e pedisse pra voltar. Essa menina não aguenta te ver chorando. Não quero que chore. A saudade dói, mas eu e sua mãe estamos muito bem. Seus irmãos estão ótimos. Sua irmã, a Graziana está oficialmente na faculdade. Estamos soltando fogos. Se o Konrad continuar dando problemas, peça para sua Ilona mandá-lo para o orfanato de onde ela o tirou. Por favor, jamais comente isso com a Ilona ou com o Konrad.”

Lorenzo fica surpreso. Ele leva a mão a boca em um reflexo de surpresa.

Lorenzo: O Konrad é adotado?

Cena 09 – Mansão Angyal – Sala – Int. – Dia.

Lorenzo desce as escadas e encontra Sebestyénne que está arrumando uns jarros de flores.

Lorenzo: Cadê a Emese?

Sebestyénne: Ela deu uma saída com a Ilona. Aconteceu alguma coisa?

Lorenzo: Sebestyénne, preciso falar com você.

Sebestyénne: Você está pálido, Lorenzo. Estou começando a ficar preocupada. Aconteceu alguma coisa?

Lorenzo: Sebestyénne: O Konrad não é filho biológico da Ilona?

Sebestyénne deixa um dos vasos cair no chão em reação à pergunta de Lorenzo.

Sebestyénne: Quem te contou isso?

Lorenzo: Então é verdade!

Sebestyénne: Por favor, não ouse comentar isso com ninguém. Quem te contou?

Lorenzo: Eu abri uma carta que meu pai me enviou há uns anos e nela, ele fala que se o Konrad continuar dando problemas é para a Ilona mandá-lo para o orfanato.

Sebestyénne: Eu não tenho permissão pra falar sobre assunto, mas sim, é verdade.

O telefone toca. Lorenzo atende.

Lorenzo: Alô? O quê? Está bem. Toma cuidado, por favor.

Lorenzo desliga o telefone e olha para Sebestyénne.

Lorenzo: O Konrad.

Sebestyénne: O que tem ele?

Lorenzo: Ele está preso!

Close em Sebestyénne que está em choque.

Cena 10 – Delegacia – Escritório – Int. – Dia.

Nala está nervosa e conversa diretamente com Severus em seu escritório.

Severus: Você precisa ficar calma, Nala. Estou vendo a hora de você ter um ataque.

Nala: Estou nervosa. Essa prisão do Konrad me diz que vai acontecer algo de ruim.

Severus: Tem algo que eu possa fazer?

Nala: Na verdade, tem sim. Por favor, peça urgentemente que reforcem a segurança da delegacia. Estou sentindo que eles podem atacar a nossa delegacia.

Severus: Farei isso imediatamente.

Cena 11 – Cafeteria – Int. – Dia.

Emese e Ilona estão tomando um café. Ilona está aos prantos.

Emese: Tia, eu prefiro que você não vá até a delegacia. Não quero que presencie a situação horrenda que o Konrad está.

Ilona: Emese, apesar de tudo, ele é o meu filho! Preciso estar presente. Meu Deus! Está tudo ficando pior do que eu imaginava, cada dia que passa, parece que estou vendo tudo ir a ruínas.

Emese: Não está, tia. Pelo contrário, sinto que agora é o momento que estamos mais fortes contra o Domokos.

Ilona: Emese, pare de ser ingênua! O Domokos é um criminoso! Ele não tem pena de ninguém e vai fazer de tudo para se vingar da Melánia. Ele sabe que ela está viva, a coroa de flores foi a prova disso.

Emese: É por isso que eu irei começar o meu contra-ataque.

Emese pega o celular de sua bolsa e mostra fotos de Domokos com Gizzela e Barbara.

Emese: Aqui está o canalha. Ele está hospedado em um hotel aqui perto.

Ilona: Essa é a Gizzela, é a esposa dele. Se eu não me engano, essa é a filha bastarda deles.

Emese: Suponho que o nome dela seja Barbara.

Ilona: Provavelmente.

Emese: Vai dar tudo certo, tia. Eu prometo!

Cena 12 – Delegacia – Escritório – Int. – Dia.

Otávio e Frank estão sentados. Severus os olha com bastante atenção. Nala entra no local bebendo um copo de café.

Nala: Me desculpem a demora, mas infelizmente, vocês sabem como é, ultimamente aqui está uma verdadeira correria.

Otávio: Sem problemas. Nós entendemos.

Severus: Tentei argumentar com eles que poderiam falar comigo, mas disseram que só ficariam tranquilos se falassem diretamente com você.

Frank: É porque temos algo que pode ser muito perigoso e não confiamos muito em ninguém. Sinto muito se sentiu ofendido com isso.

Nala: Não liga pra ele. O Severus só quer um pouco de protagonismo pra ele... Mas qual o motivo de vocês quererem falar comigo?

Otávio: Bom, delegada. Eu fui o responsável pelo desfile da Fame Magazine. Eu sou o editor chefe da revista. Naquela semana, nós havíamos trocado as câmeras de segurança, porque algumas não estavam funcionando, apenas uma

Nala: Sim, tivemos acesso a essa câmera de segurança.

Otávio: Então, nessa mesma semana, nós trocamos as câmeras para umas que vinham acompanhadas de um sensor de incêndio. Como não deu tempo de instalar na sala de segurança, ficou apenas no meu computador. Tenho umas imagens que você vai querer ver.

Frank tira um tablet e mostra as imagens da câmera de segurança. Nala fica surpresa ao ver que quem estava lá no dia era uma mulher.

Severus: Então foi uma mulher?

Otávio: Vocês já tinham uma linha de investigação?

Nala: Achávamos que era uma outra pessoa.

Nala fica incrédula e Severus olha apreensivo para a imagem que se repete.

Cena 13 – Apartamento de Fatima – Int. – Dia.

A campainha toca e Fatima vai abrir. Ao depara-se com a figura de Domokos, ela tenta fechar a porta, mas é emvão

Domokos: Eu acho uma falta de delicadeza e também de educação você querer fechar a porta na minha cara.

Fatima: Você não é bem-vindo na minha casa. Você acha que eu não sei que tentou me matar ontem? Eu sei disso, Domokos.

Domokos: Eu vim para terminar o serviço, minha querida. Soube que você foi até a delegacia para me denunciar. Isso não se faz.

Fatima: Nem se atreva a encostar um dedo em mim, ouviu bem? Eu fiz questão de instalar câmeras de segurança em todos os lugares só para tentar ficar um pouco mais segura.

Domokos olha para os lados e se depara com as câmeras.

Fatima: Se fizer algo contra mim, será fim da linha para você.

Domokos: Admito que dessa vez você foi muito inteligente, Fatima. Parabéns.

Fatima: Saia imediatamente daqui antes que eu chame a polícia.

Domokos: Isso não acabou, minha querida.

Cena 14 – Delegacia – Sala – Int. – Dia.

Emese está sentada na cadeira. Há uma luz amarela que comanda o local. Apesar da luz, o ambiente ainda está escuro. A porta se abre e Konrad aparece algemado com um policial.

Konrad: Emese. Não acredito que você veio até aqui para tripudiar de mim.

Emese: Eu não vim te tripudiar, Konrad. Vim te oferecer ajuda

Konrad: Ajuda? Só pode ser piada! Por qual razão você me ajudaria?

Emese: Se você denunciar todo o grupo nazista, eu coloco todos os advogados do país a sua disposição. Caso contrário, farei de tudo para que seja condenado à prisão perpétua.

Close no rosto de Konrad com pouca iluminação

ROMA – ITÁLIA


Cena 15 – Aeroporto de Roma – Int. – Dia.

O aeroporto está com pouco movimento. Algumas pessoas caminhando com suas malas. Em um ponto, algumas pessoas se abraçam ao se verem. Não tão distante, uma mulher está lendo um jornal sentada no saguão de espera. A CAM faz um close no rosto dela que está de óculos escuros. Ela retira e olha fixamente para um ponto distante.

Melánia: Chegou a hora de voltar e acabar com você, Domokos.

Close no rosto da mulher que está com uma feição poderosa. A imagem congela.

A História não tem conexão real com a realidade. O preconceito e o ódio jamais deverão ser aceitos em qualquer sociedade! Apologia ao Nazismo no Brasil é crime previsto no art. 20, da Lei nº 7.716/89 do Código Penal, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.

DENUNCIE!

Fim do Capítulo 25



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