SAGRADA FAMÍLIA
“Capítulo 09”
Novela criada e escrita por
Wesley Franco
Personagens deste capítulo
JAYME
PENELUC
JOSÉ CARLOS
ANTÔNIO
REGINALDO
TOBIAS
TARCÍSIO
DELEGADO
ATENDENTE
Esta é uma obra de ficção e sem compromisso com a realidade.
CENA 1. AEROPORTO INTERNACIONAL DO
GALEÃO. INT. ENTRADA SALA DE EMBARQUE. DIA.
Continuação imediata da cena final
do capítulo anterior.
ANTÔNIO – (retira a arma que estava na
cintura e aponta para Peneluc) Vadia! Vagabunda! Descarada.
José Carlos e Peneluc ficam apreensivos ao verem Antônio
segurando uma arma.
JOSÉ CARLOS – Solta essa arma Antônio, você vai
acabar com sua vida.
ANTÔNIO – Vocês já acabaram com ela!
Foco em Antônio armado mostrando feições de muita raiva, ele
destrava a arma, aperta o gatilho disparando três tiros. Os tiros acertam a
parede do aeroporto, e Antônio logo é contido pela segurança do aeroporto.
Peneluc e José Carlos assustados, aproveitam o momento e entram na sala de
embarque do aeroporto. Os seguranças jogam Antônio no chão, imobilizando-o.
ANTÔNIO – (grita) Eu desejo que vocês sejam muito
infelizes, que a vida de vocês seja desgraçada.
CORTA PARA
CENA 2. AEROPORTO INTERNACIONAL DO
GALEÃO. EXT. PISTA DE DECOLAGEM. AVIÃO.
José Carlos e Peneluc estão sentados em suas poltronas da
classe executiva já dentro do avião.
PENELUC – (chora) Não queria que as coisas
terminassem dessa forma, o Antônio foi um excelente marido para mim, e ele é o
pai do meu filho.
JOSÉ CARLOS – Você tem que entender meu amor que
numa situação dessas não tinha como ele reagir de outra forma, ele está com
muita raiva de nós.
PENELUC – (chora) Você ouviu as palavras
dele? Ele desejou que a nossa vida fosse uma desgraça.
JOSÉ CARLOS – Felizmente esse desejo dele não
será cumprido, nós somos ricos, a vida de milionário que vamos ter será pura
alegria, nem de longe será uma desgraça. (sorrir)
PENELUC – Ele não vai deixar eu ver o meu
filho nunca mais.
JOSÉ CARLOS – Quando o Murilo tiver maior, ele
com certeza irá querer ver a mãe, e não há nada que o Antônio possa fazer
quanto a isso.
José Carlos abraça Peneluc que chora em seu ombro.
CORTA PARA
CENA 3. CASTRO COSMÉTICOS. INT. SALA
DA VICE-PRESIDÊNCIA. DIA.
Alexandre está sentado em sua mesa assinando alguns papéis
até que Reginaldo entra na sala sem bater, demonstrando uma feição de
preocupação.
ALEXANDRE – Que cara é essa? Parece que viu
fantasma. (sorrir)
REGINALDO – Onde você estava? Estava esperando
você chegar.
ALEXANDRE – Estava resolvendo umas pendências
importantes.
REGINALDO – Pois você tem uma pendência
gigantesca para resolver logo, logo.
ALEXANDRE – O que aconteceu agora?
REGINALDO – O Leonardo está a um passo de
descobrir todas as armações que fizemos nos contratos de serviços da fábrica.
Acabou Alexandre, nós estamos acabados.
ALEXANDRE – (preocupado) Tão rápido assim?
REGINALDO – Ele é muito bom no que se propõe a
fazer, e isso foi péssimo para nós. Você precisa fazer alguma coisa e rápido.
ALEXANDRE – Tenho que agir para me livrar do
Leonardo o quanto antes. Se o Jayme descobrir vai ser a minha ruína.
REGINALDO – Você é irmão dele, ele ainda pode
te poupar, e quanto a mim?
ALEXANDRE – Nós vamos resolver isso, fica
calmo.
CORTA PARA
CENA 4. DELEGACIA. INT. SALA DO
DELEGADO. DIA.
Naná está sentada diante do delegado que conversa sobre a
situação de Antônio.
DELEGADO – Seu irmão teve sorte daqueles tiros
não terem pegado em ninguém, mas mesmo assim ele causou um grande transtorno no
aeroporto.
NANÁ – Graças a Deus não aconteceu nada,
eu tentei impedir o Antônio de sair de casa, mas ele estava transtornado, e não
é para menos seu delegado, ele descobriu que a esposa dele estava fugindo com o
meu marido, largando ele e um filho pequeno.
DELEGADO – Eu entendo que a situação que levou
ele a tomar essa atitude é bastante complicada, mas ele cometeu um crime e só
sai daqui depois de pagar a fiança.
NANÁ – (surpresa) Fiança? Seu delegado meu
irmão é motorista e eu não trabalho, como nós vamos pagar fiança?
DELEGADO – Isso já não é comigo. Ou paga ou
ele fica preso.
CORTA PARA
CENA 5. MANSÃO DA FAMÍLIA CASTRO.
INT. ESCRITÓRIO. DIA.
Leonardo conversa com Jayme sobre o que tem descoberto a
respeito das contas da empresa.
JAYME – Não entendi porque você pediu para
gente se reunir aqui, eu já estava pronto para te encontrar na fábrica.
LEONARDO – Achei melhor conversar com você a
sós por aqui, lá na empresa tem muitos ouvidos.
JAYME – Aconteceu alguma coisa grave?
LEONARDO – Não sei exatamente como começar a
falar sobre isso.
JAYME – Pois comece do começo, ora Leonardo
já somos amigos há muitos anos, temos intimidade para falar sobre qualquer
coisa.
LEONARDO – Tenho analisado os contratos
recentes da fábrica e eu notei um padrão de contratos com custos bastante
elevados.
JAYME – Ultimamente a gente precisou fazer
algumas reformas estruturantes, teve toda a questão do incêndio também que
acabou com que a gente tivesse ainda mais gastos, inclusive foi esse um dos
motivos de ter lhe chamado, para que você nos ajudar a apontar onde podemos
reduzir os gastos.
LEONARDO – Sim, vocês tiveram que fazer esses
gastos, porém os gastos estão muito acima do valor de mercado, tenho uma grande
suspeita de que os contratos estão sendo superfaturados.
Jayme demonstra bastante surpresa e olha de forma bastante
intrigante para Leonardo que reafirma positivamente com a cabeça.
LEONARDO – Entende agora porque preferir falar
sobre esse assunto aqui?
JAYME – O Alexandre é o responsável por
esses contratos, você está querendo me dizer que meu próprio irmão está me
roubando?
LEONARDO – Não quero levantar falsas acusações
contra o Alexandre, até porque eu o conheço há muitos anos, mas esses contratos
estão suspeitos demais e eles passam diretamente pelas mãos do Alexandre.
JAYME – (bate na mesa furioso) Não posso
acreditar! Meu próprio irmão!
LEONARDO – Calma Jayme, não vamos nos
precipitar, eu só te falei em sinal de alerta para que você fique preparado
para quando sair o meu relatório final.
JAYME
– Foi bom você ter me alertado, se
isso se confirmar, eu vou dar uma grande lição no Alexandre.
CORTA PARA
CENA 6. RIO DE JANEIRO. EXT.
DIA/NOITE.
SONOPLASTIA: É com esse que eu vou –
Elis Regina
Abre uma imagem aérea da cidade do Rio de Janeiro
anoitecendo e depois amanhecendo, dando lugar a um lindo dia de sol, com
pessoas caminhando pela orla da cidade, pessoas correndo pela areia, outras
entrando no mar.
LEGENDA: Dias depois
SONOPLASTIA OFF
CORTA PARA
CENA 7. PRAÇA. EXT. DIA.
Praça pouco movimentada. Nathalia passeia empurrando o
carrinho de Maitê. Ao fundo, Tobias observa as duas ao volante de seu carro.
Nathalia vira de costas para o carrinho, no quiosque, comprando uma água de
coco. Tobias aparece de imediato ao lado do carrinho segurando uma arma, ele dá
uma coronhada na cabeça de Nathalia que cai ao chão desmaiada. Tobias retira
Maitê do carrinho e corre com ela para seu carro, fugindo em seguida. A
atendente do quiosque sai do quiosque e tenta reanimar Nathalia que está
desmaiada.
CORTA PARA
CENA 8. PRAÇA. EXT. DIA.
Nathalia acorda do desmaio e ao seu redor se encontram
várias pessoas que a olham preocupadas com a situação, ela se levanta com a mão
na cabeça por conta da dor causada pela coronhada que recebeu, imediatamente
ela olha pro carrinho e se dá conta da ausência de Maitê.
NATHALIA – (Desesperada e gritando) Minha
filha, onde está a minha filha? Onde é que está a Maitê?
ATENDENTE – Um homem todo vestido de preto
pegou a criança no carrinho e entrou dentro do carro.
Nathalia ouve o depoimento da atendente do quiosque com
muita aflição.
NATHALIA – (chora) Não, não, não, a minha
filha não. (Coloca as mãos na cabeça puxando seu próprio cabelo e grita) Eu quero
a minha filha! Eu quero a minha filha.
ATENDENTE – Calma moça, vamos chamar a polícia
para encontrar a sua filha.
NATHALIA – (chora) Como é que eu vou ter calma
se levaram o meu bebê? A minha filha, tiraram ela de mim.
Nathalia vai até o carrinho de bebê e pega uma manta que era
de Maitê, ela abraça com força a manta e chora copiosamente.
NATHALIA – (chorando) Eu quero a minha filha,
eu quero a minha Maitê aqui.
CORTA PARA
CENA 9. RODOVIÁRIA DO RIO DE
JANEIRO. INT. EMBARQUE. DIA.
Tobias chega na rodoviária carregando Maitê no colo e com um
envelope nas mãos, ele vai em direção a Tarcisio que está em pé na área de
embarque segurando uma mala de mão diante de um ônibus com destino para
Salvador.
TOBIAS – Cheguei bem na hora.
TARCÍSIO – Mais um pouco e o ônibus ia sem
mim.
TOBIAS – Aqui está a criança, o dinheiro e
os documentos falsos dela. Você já sabe que história vai inventar?
TARCÍSIO – Vou dizer que é filha minha que
tive com um caso que tive por aqui pelo Rio de Janeiro.
TOBIAS – (rir) E a sua mulher vai aceitar assim
de bom agrado?
TARCÍSIO – A Glória tem um coração enorme, e
ela é seca não conseguiu ter filhos, essa criança vai ser uma benção na vida
dela.
TOBIAS – (entrega Maitê a Tarcísio) Pegue
seu rumo e não apareça aqui nunca mais, está me entendendo?
TARCÍSIO – Não pretendo voltar aqui nunca
mais, minha vida é em Salvador, essa cidade não é pra mim não.
TOBIAS – Pois faça boa viagem.
Tobias vai embora, Tarcísio entra no ônibus carregando
Maitê, ele mostra a passagem e os documentos da criança e embarca.
CORTA PARA
CENA 10. AEROPORTO INTERNACIONAL DO
GALEÃO. INT. SALA DE DESEMBARQUE. DIA.
Caruso e Arlete desembarcam no Rio de Janeiro e seguem para
o saguão do aeroporto empurrando um carrinho cheio de malas. Ao chegar no
saguão notam a ausência de Antônio.
CARUSO – Nada do Antônio ainda, eu pedi para
que ele nos esperasse aqui e avisei que nosso vôo chegaria às 15 horas.
ARLETE – Será que ele não esqueceu?
CARUSO – Com certeza não, o Antônio é um
funcionário exemplar e bastante responsável, ele jamais esqueceria um
compromisso. Deve ter acontecido alguma coisa.
ARLETE – Vamos de táxi então meu amor, estou
muito cansada.
CORTA PARA
CENA 11. MANSÃO DA FAMÍLIA CASTRO.
INT. SALA DE ESTAR. DIA.
Nathalia entra em casa correndo aos prantos.
NATHALIA – (gritando) Roubaram a minha filha!
Roubaram a Maitê.
Adélia ouve os gritos de Nathalia da cozinha e vai até a
sala ver o que houve.
ADÉLIA – O que aconteceu menina? Estou
ouvindo seus gritos da cozinha.
NATHALIA – (chorando) Roubaram a minha Adélia,
roubaram a minha menininha.
ADÉLIA – (assustada) Como assim? O que
aconteceu?
Jayme desce as escadas da Mansão bastante preocupado e vai
em direção a Nathalia.
JAYME – O que houve?
NATHALIA
– (chorando) Eu sair com a Maitê para
passear no parque como fazia todos os dias, ela tava no carrinho dela e eu me
virei por um segundo para comprar uma água de coco, e alguém bateu com algo na
minha cabeça e que acabei desmaiando. Quando acordei a Maitê já não estava
mais, levaram a minha filha.
ADÉLIA – (chora e abraça Nathalia) Ó minha
menina, que tragédia.
JAYME – (chora) Nós vamos encontrar a
Maitê, eu vou ligar para meu amigo advogado, nós vamos chamar o Lázaro que é
detetive e nós vamos encontrar a Maitê de qualquer jeito, eu prometo.
NATHALIA – (chorando) Jayme, trás a minha
filha de volta, trás a minha Maitê para mim de novo.
CORTA PARA
CENA 12. MANSÃO DE CARUSO. INT. SALA
DE ESTAR. NOITE.
Caruso e Arlete chegam na Mansão carregando as malas da
viagem, ao entrarem eles dão de cara com Melissa que está sentada no sofá e ao
seu lado está Bárbara brincando com uma boneca sentada ao sofá.
ARLETE – O que é que você está fazendo aqui?
MELISSA – (sorrir) Boa noite Arlete e boa
noite Caruso.
ARLETE – (irritada) O que é que você está
fazendo na minha casa?
MELISSA – Eu vim trazer a minha filha, o
combinado é que ela ficaria comigo até hoje à tarde, como o Antônio não
apareceu para buscá-la eu mesmo resolvi trazê-la.
CARUSO – O Antônio também não apareceu para
nos buscar no Aeroporto, deve ter acontecido alguma coisa. E a Peneluc onde
está que não abriu a porta?
MELISSA – Quando eu cheguei ela também não
estava, na verdade não há ninguém nesta casa.
CORTA
PARA
CENA 13. CASTRO COSMÉTICOS. INT.
CORREDOR. NOITE.
Alexandre e Leonardo caminham pelo corredor da fábrica em
direção ao elevador. A fábrica já está vazia devido ao horário, e eles estão
sozinhos no andar.
ALEXANDRE – A Renata acabou de me ligar
avisando o que aconteceu, lamentável essa situação.
LEONARDO – Coitado do Jayme e da Nathalia, ele
falava tão empolgado sobre essa criança, é mais uma perda na vida dele. Meu
amigo não merecia isso de jeito nenhum.
ALEXANDRE – Eu tenho fé que vão encontrar esta
criança, essa pegou ela não pode ter ido muito longe.
Alexandre e Leonardo chegam até o elevador. Leonardo fica de costas para Alexandre diante
do elevador, ele mesmo chama o elevador.
ALEXANDRE – Como anda o trabalho?
LEONARDO – Hoje foi um dia bastante cansativo,
mas devo terminar meu relatório dentro de mais uma semana.
ALEXANDRE – E que conclusão tem chegado?
LEONARDO – Prefiro não comentar sobre o
assunto, melhor deixar para quando eu apresentar o relatório ao Jayme.
ALEXANDRE – (sorrir) Entendo.
A porta do elevador se abre, mas o elevador não chegou no
andar. Leonardo vai menção de ir, mas Alexandre o segura.
ALEXANDRE – (grita) Cuidado!
LEONARDO – (assustado) Eu não percebi que o
elevador não estava no andar. Essa foi por pouco!
Alexandre ainda segurando Leonardo para por um instante
olhando fixamente para ele, sorrir e o empurra para dentro do poço do elevador.
Leonardo despenca de uma altura muito grande e cai no poço do elevador.
CONGELAMENTO EM LEONARDO CAINDO NO
POÇO DO ELEVADOR.
Obrigado pelo seu comentário!