SAGRADA FAMÍLIA
“Capítulo 18”
Novela criada e escrita por
Wesley Franco
Personagens deste capítulo
BÁRBARA
MELISSA
CARUSO
ARLETE
Esta é uma obra de ficção e sem
compromisso com a realidade.
CENA 1. MANSÃO DE CARUSO. INT. SALA.
NOITE.
Todos os convidados do jantar de noivado de Eduardo e
Beatriz seguem conversando e bebendo. Melissa chega à festa acompanhada de
Guilherme e desperta alguns olhares curiosos, foco nos olhares de Caruso,
Arlete, Bárbara, Eduardo e Beatriz. Bárbara se aproxima de Melissa.
BÁRBARA – Finalmente chegou mamãe! E veio
acompanhada de um dos modelos do desfile.
MELISSA – Me atrasei só um pouquinho, mas o
ápice da noite ainda não aconteceu, então estou dentro do horário. Acho que não
preciso apresentá-los, vocês já se conhecem.
GUILHERME – (sorrir) Boa noite Bárbara, como
vai?
BÁRBARA – Boa noite, estou ótima. Desde
quando vocês dois estão juntos?
MELISSA – Já tem algumas semanas, mas hoje
foi oficializado o nosso namoro.
BÁRBARA – Namoro mamãe?
MELISSA – Sim, namoro.
Eduardo e Beatriz se aproximam e ouvem a conversa.
EDUARDO – Eu ouvir bem? A Melissa está
namorando o Guilherme?
MELISSA – Não entenda essa novidade como uma
forma de tentar ofuscar a sua noite, mas eu achei que era o momento ideal para
apresentar ele à todos, você não se incomoda né? (sorrir)
EDUARDO – (sorrir) É claro que não. Que a
minha mãe não escute isso, mas aqui você pode tudo. (abraça Melissa)
MELISSA – Eu sabia que poderia contar com o
seu apoio!
BEATRIZ – Não só com o dele, o meu também.
(sorrir)
MELISSA – Ó minha querida, estou tão feliz
por vocês, espero que vocês continuem sendo muito felizes. Torço muito pela
relação de vocês. (abraça Beatriz)
BEATRIZ – Fico muito feliz, e eu também estou
agora torcendo por você nesse seu novo namoro. O Guilherme eu não conheço, não
formos apresentados. Prazer Beatriz. (cumprimenta com a mão e um abraço).
GUILHERME – Prazer, realmente apesar de eu ter
feito um desfile na Castro Cosméticos, nunca tivemos um contato pessoal.
EDUARDO – Mas agora vocês terão muitos, além
de fazermos parte da mesma família, o Guilherme vai virar um dos modelos
principais da Castro Cosméticos.
MELISSA – Que maravilha, é bastante merecido,
ele deu muito valor aquele desfile.
CORTA PARA
CENA 2. CASA DE HELENA. INT. QUARTO
DE GLÓRIA E TARCÍSIO. NOITE.
Helena entra no quarto e encontra Glória caída aos pés da
cama.
HELENA – (grita) Mãe!
Helena se ajoelha no chão e tenta chamar Glória, balançando
ela, mas ela não tem nenhuma reação. Ela coloca o ouvido no peito da mãe para
ver se escuta algo e não escuta nada, ela então coloca dois dedos no pescoço de
Glória para sentir a pulsação e não sente nada.
HELENA – (grita) Pai! Pai! Corre aqui.
HELENA – (chora) Mãe, porque você foi embora
sem se despedir de mim? Que dor meu Deus, que dor.
Tarcísio entra no quarto correndo e encontra Helena
ajoelhada com Glória morta em seu colo.
TÁRCÍSIO – O que aconteceu?
HELENA – (chora) Pai, ela morreu, ela se
foi.
TARCÍSIO – (chora) Glória, meu amor, fala
comigo. (se ajoelha e se aproxima de Glória)
HELENA – (chora) É tarde demais pai, ela foi
embora para sempre.
TARCÍSIO – (chora) Não, não, não!
CORTA PARA
CENA 3. MANSÃO DE CARUSO. INT. SALA.
NOITE.
O jantar de noivado segue acontecendo. Foco em Arlete e
Caruso conversando.
ARLETE – A Melissa não tem nem vergonha de
aparecer aqui exibindo um namorado que tem idade para ser o filho dela.
CARUSO – Realmente não era o ambiente mais
adequado para ela fazer isso.
ARLETE – Sua ex-esposa sempre bastante inconveniente,
não esperava nada de diferente vindo dela.
CARUSO – Não vamos estragar essa noite tão
importante para o nosso filho por conta disso.
ARLETE – Com certeza não, a festa vai seguir
apesar da Melissa.
Eduardo vai até o centro da sala com Beatriz e todos na
festa prestam atenção no casal.
EDUARDO – Bom, mais uma vez boa noite à
todos! Eu gostaria de agradecer a presença de todos vocês, meus amigos, que
estão aqui nesta noite especial, onde estou dando mais um passo a caminho da
minha felicidade.
Eduardo se ajoelha diante de Beatriz que está bastante
sorridente e retira uma caixinha do bolso, ele abre diante de Beatriz e mostra
uma linda aliança.
EDUARDO – Beatriz, você aceita se casar
comigo e ser a minha esposa?
BEATRIZ – (sorrir) É claro que eu aceito, é o
que eu mais quero na vida.
Eduardo se levanta, coloca a aliança no dedo de Beatriz e a
beija. Todos os convidados que estão em volta dos noivos aplaudem o momento.
Arlete e Caruso se aproximam do casal, e os cumprimenta com abraços e beijos.
ARLETE – Hoje é um dos dias mais felizes da
minha vida, eu torci tanto por esse momento! Já consigo ouvir os sinos da
igreja.
EDUARDO – Vamos com calma, uma coisa de cada
vez dona Arlete.
CARUSO – Você conhece a sua mãe filho, esse
casamento não vai demorar de chegar se depender dela.
BEATRIZ – Pois eu estou com a Arlete, se
depender de mim, já caso na próxima semana.
EDUARDO – Somos voto vencido pai, o casamento
vai ser logo. (rir)
CARUSO – Pelas minhas contas, está 2x2.
ARLETE – O voto da mulher vale o dobro meu
amor, então é 4x2. (rir)
CORTA PARA
CENA 4. SALVADOR. EXT. DIA.
Tomada de vários pontos da cidade de Salvador, sendo a
última tomada uma imagem aérea de um cemitério.
CORTA PARA
CENA 5. SALVADOR. CEMITÉRIO. CAPELA.
DIA.
Glória é velada na capela do cemitério. Ao lado do caixão
está Tarcísio em pé de cabeça baixa e Helena deitada sobre o corpo da mãe,
chorando bastante. Mariana se aproxima de Helena.
MARIANA – Amiga, já está na hora do sepultamento.
HELENA – (chora) Não, eu quero ficar mais um
pouco perto dela.
MARIANA – Eu sei que esse momento é muito
difícil, mas você precisa ser forte.
Helena retira uma foto de Nossa Senhora Conceição da Praia e
coloca nas mãos de Glória que está deitada no caixão.
HELENA – (chora) Que Nossa Senhora te receba
de braços abertos minha mãe.
Helena tem um Flashback de quando era criança. Neste Flashback
ela tem cerca de 3 anos e está deitada na cama, ao seu lado está Glória.
GLÓRIA – Vamos cantar aquela musiquinha pra
nossa mamãe do céu antes de dormir?
HELENA – Vamos mamãe.
GLÓRIA – (acariciando Helena) Mãezinha do
céu, eu não sei rezar, eu só sei dizer que quero te amar. Azul é teu manto,
branco é teu véu, mãezinha eu quero te ver lá no céu, mãezinha eu quero te ver
lá no céu.
HELENA – Mãezinha do céu, mãe do puro amor,
Jesus é teu filho, e eu também sou, azul é teu manto, branco é teu véu,
mãezinha eu quero te ver lá no céu, mãezinha eu quero te ver lá no céu.
GLÓRIA E HELENA – Mãezinha do céu, vou te consagrar a
minha inocência, guarda sem cessar, azul é teu manto, branco é teu véu,
mãezinha eu quero te ver lá no céu, mãezinha eu quero te ver lá no céu.
GLÓRIA – Dorme bem meu amor, e lembre-se
sempre que eu vou está sempre cuidando de você não importa onde eu esteja e que
lá em cima você também uma mãe para cuidar de você. (sorrir)
O Flashback termina, e os coveiros fecham o caixão de
Glória. Helena chora bastante e é amparada por Tarcísio.
CORTA PARA
CENA 6. CASTRO COSMÉTICOS. INT. SALA
DE MURILO. DIA.
Murilo tenta ligar mais uma vez para Helena, mas não obtém
retorno. Caio entra na sala.
CAIO – Já estão te esperando na sala de
reuniões.
MURILO – Eu já estou indo, estava tentando
falar com a Helena, mas ela não atende. Queria contar a ela que dentro de
alguns dias eu vou finalmente poder ir para Salvador.
CAIO – Você já decidiu mesmo se vai ficar
com ela?
MURILO – Quase decidido meu amigo, eu quero
viver esse amor com ela.
CAIO – Mas e a Bárbara?
MURILO – Vou cumprir todas as minhas
obrigações de pai, não vai faltar nada para meu filho.
CAIO – É assim que se fala! Vá viver seu
amor meu amigo, não é todo dia que a gente encontra um amor assim dando sopa.
(sorrir)
MURILO – Antes tenho que resolver os
problemas do trabalho, vamos logo pra essa reunião. (rir)
CORTA PARA
CENA 7. CASTRO COSMÉTICOS. INT. SALA
DE ALEXANDRE. DIA.
Guto entra na sala e encontra Alexandre sentado em sua mesa.
GUTO – Mandou me chamar pai?
ALEXANDRE – Sim, senta ai.
Guto abre um botão do paletó e se senta.
ALEXANDRE – Depois da leitura do testamento a
gente ainda não deu para conversar direito sobre tudo que aconteceu.
GUTO – Você ficou tão furioso que não quis
conversar com ninguém.
ALEXANDRE – Você sabe que eu esperei a vida
toda pelo momento de assumir a presidência da fábrica, e eu esperava que isso
acontecesse depois da morte do meu irmão.
GUTO – Eu cresci ouvindo você falar isso
pai.
ALEXANDRE – Então era normal a minha reação
diante do que acabou acontecendo, mas não é sobre o passado que eu te chamei
aqui, te chamei para falar sobre futuro. Sobre o nosso futuro.
GUTO – O que tem?
ALEXANDRE – Caberá a você Guto, garantir que a nossa
família continue no controle da fábrica. Você tem boas relações com a Nathalia,
e deve trabalhar bastante para conseguir cada vez mais a confiança dela para
que futuramente ela escolha você para ser o seu substituto.
GUTO – Você acha que ela vai escolher a
mim? A Nathalia só me dar as funções secundárias, nada que tenha muita
importância.
ALEXANDRE – Aos poucos você pode conquistar mais
a confiança dela, se você demonstrar que mudou, que deixou de ser aquele menino
mimado e irresponsável e que agora quer se jogar de cabeça na empresa, ela te
dará mais responsabilidades, afinal você é sobrinho do Jayme, ela levará isso
em consideração.
GUTO – Você acha mesmo?
ALEXANDRE – Tenho certeza que sim! Mas você
precisa se esforçar para isso.
GUTO – É o que eu mais quero pai, uma
posição melhor na empresa, não quero ser um número atrás do Murilo, porque aqui
ele tem muito mais importância do que eu.
ALEXANDRE – O Murilo é um simples filho de um
motorista, ele tem o Caruso como o seu protetor, mas legitimamente você tem
mais direitos que ele, mas precisa fazer valer.
GUTO – Eu vou fazer de tudo para conseguir
isso pai.
ALEXANDRE – E eu vou te ajudar em tudo que você
precisa.
CORTA PARA
CENA 8. SALVADOR. CASA DE HELENA.
EXT. DIA.
Helena e Tarcísio chegam de táxi em casa, ao descerem do
táxi percebem que todos os seus móveis e roupas estão espalhados pela entrada
da casa.
TARCÍSIO – O que é que está acontecendo aqui?
SEVERINO – O que eu avisei que aconteceria,
vocês não pagam o aluguel a meses, então eu resolvi botar vocês pra fora de
casa.
TARCÍSIO – Severino, eu te peço um pouco mais
de paciência, hoje eu acabei de enterrar a minha esposa, você não pode fazer
isso com a gente, não hoje.
SEVERINO – Não só posso, como já fiz.
HELENA – Seu Severino, por favor, eu prometo
que vou conseguir o dinheiro do aluguel, nós não temos pra onde ir.
SEVERINO – Eu sinto muito mais por você
Helena, mas seu pai é um descarado, gasta todo dinheiro que recebe com jogo e
eu não vou ficar no prejuízo. Catem as coisas de vocês e saiam daqui!
CORTA PARA
CENA 9. APARTAMENTO DE EDUARDO. INT.
SALA. DIA.
Eduardo abre a porta do apartamento e Guilherme entra.
EDUARDO – Que bom que você chegou, precisamos
conversar.
GUILHERME – Tem haver com ontem não é? Eu não
te avisei porque eu não fazia idéia que a Melissa era a mãe da sua irmã e nem
que a festa que a gente iria ontem era o seu noivado.
EDUARDO – Relaxa, eu não me importo com isso.
Na verdade eu até gostei de saber, isso pode facilitar as coisas pra gente,
porque agora nós temos uma relação não apenas de trabalho, mas de família.
GUILHERME – Você realmente de boa quanto a
isso?
EDUARDO – Sim gatinho, eu não me importo de
me ter que te dividir com a Melissa, eu sei que eu sou muito melhor do que ela.
GUILHERME – Isso você é mesmo. (sorrir)
Eduardo vai chegando bem próximo de Guilherme.
EDUARDO – (no ouvido de Guilherme) Você é
gato, bem gato e eu não sou ciumento. Vamos?
CONGELAMENTO FINAL EM EDUARDO
FALANDO NO OUVIDO DE GUILHERME.
Obrigado pelo seu comentário!