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SAGRADA FAMÍLIA - CAPÍTULO 19




SAGRADA FAMÍLIA

“Capítulo 19”

 

Novela criada e escrita por

Wesley Franco

 

Personagens deste capítulo

BÁRBARA

MURILO

TARCÍSIO

HELENA

MARIANA

PEDRO

SOL

NATHALIA

ALEXANDRE

RENATA

ADÉLIA

GUTO

REGINALDO

CARUSO

EDUARDO

GUILHERME

BEATRIZ

PORTEIRO

MORADOR

 

Esta é uma obra de ficção e sem compromisso com a realidade.

 


CENA 1. APARTAMENTO DE EDUARDO. INT. SALA. DIA.

Eduardo e Guilherme estão deitados lado a lado na cama, os dois estão pelados e apenas um lençol cobre o corpo dos dois.

GUILHERME – Nossa, eu simplesmente apaguei.

EDUARDO – Também, você gastou muita energia, estava com muita disposição hoje.

GUILHERME – Você gostou?

EDUARDO – Gostei gatinho, e eu quero aumentar a frequência dos nossos encontros. (beija Guilherme)

GUILHERME – Você que manda!

EDUARDO – Mas agora você precisa tomar cuidado redobrado, a Melissa não pode desconfiar de nada, não se esqueça que eu estou noivo da Beatriz, ninguém nunca pode descobrir isso que rola entre a gente.

GUILHERME – Fica tranquilo, eu tomo todos os cuidados.

EDUARDO – A química entre a gente é muito boa né? Você foi a melhor coisa que me aconteceu.

GUILHERME – É. (sorrir) Só de chegar perto de você meu pau fica duro.

EDUARDO – (sorrir e se aproxima mais de Guilherme) É? Então eu quero ver!

Eduardo e Guilherme começam a se beijar e se agarrar na cama.

CORTA PARA

CENA 2. SALVADOR. CASA DE HELENA. EXT. DIA.

Tarcísio e Helena terminam de arrumar suas malas com as roupas que foram jogadas para fora da casa, e se sentam na calçada.

HELENA – O que a gente vai fazer agora pai? Pra onde que a gente vai?

TARCÍSIO – Eu tenho um irmão que não vejo há muitos anos que mora no Rio de Janeiro, acho que ele pode nos ajudar.

HELENA – No Rio de Janeiro?

TARCÍSIO – Sim.

HELENA – Mas como a gente vai conseguir chegar lá?

TARCÍSIO – Vamos tentar vender esses móveis aqui e você pede demissão lá na lanchonete, e vê o que eles te dão, acho que a gente consegue o suficiente para chegar até lá pelo menos.

HELENA – Eu tinha planos de um dia deixar Salvador e viver em outra cidade, mas eu não esperava que fosse assim dessa forma.

TARCÍSIO – A culpa de tudo isso está acontecendo é minha. Sinto muito falta da sua mãe, mas ainda bem que ela não está aqui pra está passando por tudo isso, perder a própria casa, é uma falta de dignidade que eu nunca pensei que passaria. (chora)

HELENA – Não fica assim pai, a gente vai se reerguer o senhor vai ver, lá no Rio de Janeiro eu vou conseguir um emprego melhor e vai dar tudo certo. (abraça Tarcísio)

CORTA PARA

CENA 3. CASTRO COSMÉTICOS. INT. SALA DE REUNIÕES. DIA.

Guto, Alexandre, Beatriz, Nathalia, Murilo, Reginaldo, Caruso e outros membros da diretoria da fábrica estão reunidos na sala de reuniões.

NATHALIA – Bom, como todos devem já estar sabendo, após a leitura do testamento, nós temos um novo acionista na empresa, o meu sobrinho Guto.

Todos os presentes na sala aplaudem Guto que retribui com um sorriso.

NATHALIA – Tenho certeza que ele irá contribuir bastante com essa diretoria para o progresso da empresa.

GUTO – Não tenha dúvidas tia, eu vou fazer tudo que estiver ao meu alcance.

NATHALIA – Tenho certeza que sim.

ALEXANDRE – O Guto é meu grande orgulho, eu vou ajudá-lo em tudo que for preciso nesta nova etapa.

REGINALDO – Pode contar com minha ajuda também rapaz, eu e o seu pai fizemos muito por esta empresa e você tem potencial de fazer o mesmo.

NATHALIA – Para encerrar, eu gostaria de comunicar que no fim de semana eu farei a entrevista com a Times para contar a minha história e posteriormente ocorrerá a entrega da minha premiação. Irei organizar um pequeno coquetel lá em casa, e eu ficaria muito feliz se eu contasse com a presença de todos.

CARUSO – Eu não perderia esse momento por nada, é um marco na nossa empresa.

MURILO – Apesar da minha viagem dentro de alguns dias, estarei aqui para prestigiar esse momento.

GUTO – Vai viajar novamente Murilo? De férias?

MURILO – Não é bem uma viagem de férias Guto, são só apenas alguns dias para resolver um problema pessoal, nada além disso.

GUTO – Bacana!

NATHALIA – É isso, conto com a presença de todos. Alguém quer trazer mais alguma coisa?

NATHALIA – Então, reunião encerrada.

CORTA PARA

CENA 4. APARTAMENTO. EXT. PORTARIA. DIA.

Pedro chega com sua moto para fazer uma entrega em um apartamento na zona sul da cidade, ele estaciona sua moto em frente ao prédio e desce com sua bolsa bag nas costas, vai em direção até a guarita do prédio e fala com o porteiro.

PEDRO – Boa tarde chefia, tenho entrega para o apartamento 1001, tem como ligar lá e avisar que o motoboy chegou?

PORTEIRO – Opa, telefono agora só um minuto.

PEDRO – Valeu!

Pedro mexe no celular enquanto espera o porteiro ligar para o apartamento onde vai ser feita a entrega.

PORTEIRO – O morador pediu para você entrar e entregar lá na porta dele, vou liberar sua entrada, mas vou logo avisando que o elevador de serviço deu um probleminha, vai ter que subir de escada.

PEDRO – Ih, pirou! Liga pro morador e avisa que motoboy não tem que subir em apartamento para entregar na porta não, ele tem que descer e pegar aqui na minha mão.

PORTEIRO – Vou ligar avisando então que você não vai subir.

PEDRO – Pode ligar!

Alguns minutos depois o morador do prédio desce e vai em direção a Pedro bastante revoltado.

MORADOR – Oh seu moleque, ficou de preguicinha de subir escada pra entregar uma encomenda? Fique sabendo que vou dá uma nota bem baixa para você. Já não basta ser motoboy e ainda é preguiçoso.

PEDRO – Não tenho obrigação de subir não senhor, entrega é pra ser feita na portaria.

MORADOR – Quem é você para dizer onde as entregas devem ser feitas ou não? Se ponha no seu lugar, moleque!

PEDRO – São as regras senhor, só estou falando pro senhor como tem que ser cumpridas.

MORADOR – Seu lixo! Aqui você não manda em nada, nada. Você entendeu? Trabalha de motoboy e vem aqui botar banca, um semi- analfabeto.

PEDRO – E daí que eu sou motoboy? É um emprego digno como qualquer outro.

MORADOR – Quanto tu tira por mês? 2 mil? Você não tem nem onde morar seu moleque.

PEDRO – Claro que eu tenho onde morar, você acha que a vida é só esses prédios de luxo ai.

MORADOR – Você tem inveja disso aqui, um apartamento que você nunca vai poder morar, seu merda! Escuta aqui moleque, some da minha frente. Você nunca vai ter isso aqui, sabe por quê? Por que você é preto, e isso aqui não é lugar de gente preta.

PEDRO – Eu só não quebro a sua cara agora mesmo, porque ainda é capaz de eu sair como errado. (coloca sua bag no chão, abre e retira a encomenda) Toma aqui a sua encomenda, seu pobre de alma!

MORADOR – É isso ai seu merdinha, é assim que se faz e na próxima vez que eu mandar você subir, você sobe. Se ligou?

Pedro ignora o morador, sobe na sua moto e vai embora.

CORTA PARA


CENA 5. SALVADOR. CASA DE MARIANA. INT. SALA DE ESTAR. NOITE.

Helena vai até a casa de Mariana para se despedir.

HELENA – Fica com essa escrivaninha e com essa cama, essa escrivaninha era da minha mãe e a cama era a que eu dormia, a gente passou o dia todo tentando vender os móveis e sobraram esses dois, vê se consegue vender ou usar pra alguma coisa aqui.

MARIANA – Vocês vão mesmo embora então?

HELENA – Sim, a gente já conseguiu o suficiente para comprar as passagens.

MARIANA – Você avisou ao Murilo? Ele pode ajudar vocês dois lá.

HELENA – O Murilo nem sabe que minha mãe morreu ainda, não queria encher ele com os meus problemas.

MARIANA – Amiga, se ele gosta mesmo de você é claro que ele vai te ajudar. Pega seu celular agora e liga pra ele, deixa de ser orgulhosa, nesse momento você e seu pai precisam muito da ajuda dele.

HELENA – Você tem razão, ele deve conhecer muita gente lá e pode me ajudar a conseguir um emprego. Vou ligar pra ele. (pega o celular no bolso e liga para Murilo)

CORTA PARA

CENA 6. MANSÃO DA FAMÍLIA CASTRO. INT. SALA DE JANTAR. NOITE.

Alexandre, Renata e Nathalia estão sentados à mesa esperando o jantar ser servido.

ALEXANDRE – O Guto não vai jantar em casa?

RENATA – Não, ele avisou que ia sair para jantar com uns amigos, parece que é aniversário de um deles.

NATHALIA – É tão bom ser jovem. (sorrir) Depois de um dia intenso de trabalho eu fico completamente indisposta de fazer qualquer coisa a não ser vim para casa.

RENATA – É verdade, quando somos jovens temos muito mais energia do que agora, parece que com o passar dos anos ela vai se esgotando.

Adélia entra na sala de jantar colocando alguns pratos na mesa para que todos se sirvam.

ADÉLIA – Desculpa a demora, mas hoje eu tô sozinha na casa, a menina que me ajudava pediu demissão hoje à tarde e já foi embora.

NATHALIA – Te deixou na mão assim do nada?

ADÉLIA – A mãe dela caiu doente e ela mora no nordeste, ela largou tudo aqui e foi cuidar da mãe.

RENATA – Coitada! Ela fazia tudo tão certinho.

ADÉLIA – E era de grande ajuda para mim, imagina cuidar dessa casa inteira sozinha.

NATHALIA – Pois fique a vontade para contratar outra ajudante Adélia, não fique com esse ônus de cuidar da casa inteira sozinha.

ADÉLIA – Amanhã mesmo eu já coloco anúncios de vaga dona Nathalia, espero que apareça alguém.

CORTA PARA

CENA 7. CASTRO COSMÉTICOS. INT. SALA DE MURILO. NOITE.

Murilo fala com Helena do telefone, ele está sentado em sua mesa virado de costas para porta e não percebe a presença de Bárbara que ouve toda conversa.

MURILO – (ao telefone) Você tinha que ter me avisado no dia que aconteceu meu amor, eu pegava o primeiro vôo para Salvador e ia ajudar você.

MURILO – (ao telefone) Mas pode ficar tranquila, vocês vão chegar no sábado pela manhã e eu estarei esperando vocês na rodoviária, vou conseguir um lugar para vocês morarem provisoriamente e vou tentar ver um emprego para você e seu pai. Pode contar comigo nesse novo recomeço.

MURILO – (ao telefone) Pode contar comigo sempre. Beijos! (desliga celular)

Bárbara entra na sala e assusta Murilo.

MURILO – Que susto Bárbara.

BÁRBARA – Te atrapalhei? Ouvir que você estava no telefone. Alguma coisa importante?

MURILO – Nada demais. E você o que está fazendo aqui ainda a essa hora?

BÁRBARA – Acabei perdendo a hora desenhando alguns modelos para próxima coleção. Eu vim sem carro, ai passei aqui para saber se você ainda estava e podia me dar uma carona.

MURILO – Posso sim, tô saindo agora, já está pronta?

BÁRBARA – Só pegar minha bolsa.

MURILO – Vamos então.

CORTA PARA

CENA 8. SALVADOR. CASA DE MARIANA. INT. SALA DE ESTAR. NOITE.

Helena desliga o celular e conversa com Mariana.

HELENA – Ele vai me ajudar, disse que vai nos esperar na rodoviária, vai conseguir um lugar pra gente ficar e vai conseguir um emprego pra mim. (sorrir)

MARIANA – Tá vendo, foi uma ótima idéia você ter ligado. Mas vocês não ião ficar na casa do irmão do seu pai?

HELENA – Painho nem tem contato com esse irmão direito, a gente ainda ia morar de favor, essa solução do Murilo é muito melhor.

MARIANA – Tô muito feliz por você amiga, ao mesmo tempo triste porque vai pra longe de mim.

HELENA – Não vou para sempre não, um dia eu volto e a gente se ver, ou quem sabe você não vai lá me visitar.

MARIANA – (sorrir) Seja muito feliz viu, você merece o mundo. (abraça Helena)

HELENA – (emocionada) Obrigada minha amiga, muito obrigada por tudo. Nunca vou esquecer de tu viu? Minha Mariana.

MARIANA – (sorrir) Minha Helena!

CORTA PARA

CENA 9. CASA DE ADÉLIA. EXT. NOITE.

Pedro estaciona a moto na porta da casa de Adélia e grita por Guilherme.

PEDRO – (grita) Guilherme! Guilherme!

Sol abre a porta da casa e sai na varadinha.

SOL – Oi amor, porque não bateu na porta e tá ai gritando? O Guilherme não tá em casa.

PEDRO – É que eu queria conversar com ele.

SOL – Que cara é essa? O que aconteceu?

PEDRO – Tô cansado dessa vida Sol, hoje fui fazer uma entrega na casa de um bacana e ele me humilhou de todas as formas que você imaginar.

Sol vai até Pedro, ficando mais próxima dele.

SOL – Eu sinto muito amor, ele foi racista com você? A gente tem que ir na delegacia denunciar ele.

PEDRO – E vai mudar alguma coisa? É capaz dele ainda sair como vítima e eu acabar preso.

SOL – Mas a gente não pode ficar de braços cruzados diante dessas situações.

PEDRO – E não vou ficar, não quero mais ser motoboy, quero fazer outra coisa da minha vida. Por isso vim atrás do Guilherme.

SOL – E no que o Guilherme pode te ajudar?

PEDRO – Quero ser modelo igual a ele.

SOL – Modelo? Mas você sempre me disse que tinha vergonha dessas coisas.

PEDRO – Mas agora não tenho mais, é a única forma que eu tenho de mudar de vida, então eu vou atrás.

CORTA PARA

CENA 10. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA/NOITE.

SONOPLASTIA: MEU SONHO – OS PARALAMAS DO SUCESSO

Tomada de vários pontos da cidade do Rio de Janeiro com o dia anoitecendo e amanhecendo novamente, pessoas na praia entrando no mar, jogando vôlei na areia, andando pelo calçadão. Ultima tomada sendo a parte exterior da rodoviária.

SONOPLASTIA OFF

CORTA PARA

CENA 11. RODOVIÁRIA DO RIO DE JANEIRO. INT. SALA DE DESEMBARQUE. DIA.

Tarcísio e Helena desembarcam do ônibus e carregam suas malas até a sala de desembarque, assim que ela entra no desembarque ela nota a presença de Murilo que está em pé com um enorme buquê de flores à sua espera. Assim que os dois se notam, lançam um sorriso um para o outro, e Helena vai em direção a Murilo, os dois se abraçam e se beijam. Na mesma sala, mas distante do casal, Bárbara assiste toda a cena demonstrando muito ódio com o que está vendo.

CONGELAMENTO FINAL EM BÁRBARA.


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