SAGRADA FAMÍLIA
“Capítulo 22”
Novela criada e escrita por
Wesley Franco
Personagens deste capítulo
BÁRBARA
GUTO
MURILO
HELENA
NANÁ
ARLETE
CARUSO
BEATRIZ
EDUARDO
GUILHERME
PEDRO
SOL
MARIANA
Esta é uma obra de ficção e sem
compromisso com a realidade.
CENA 1. MANSÃO DA FAMÍLIA CASTRO.
INT. SALA. NOITE.
CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA CENA FINAL
DO CAPÍTULO ANTERIOR.
GUTO – Não seria uma má idéia tirar uma
mulher do Murilo, ele sempre ganha tudo, chegou a hora de perder também. Eu vou
te ajudar nessa.
BÁRBARA – (sorrir) Sabia que podia contar com
a sua ajuda.
GUTO – A maior parte do trabalho ficará
com você, só irei te ajudar deixando o caminho livre.
BÁRBARA – Você tem algum plano?
GUTO – O Murilo não deve ter contado para
a Helena que abandonou você grávida para ficar com ela, ele deve ter omitido
essa informação, é contando com isso que você vai acabar com a relação dos
dois.
BÁRBARA – Você acha que ela vai terminar o
Murilo se eu contar que estou grávida dele?
GUTO – Você não vai só contar, você vai se
colocar no papel de vítima dessa história e colocar a Helena como uma pessoa
terrível que está atrapalhando a construção de uma família. Trabalhe bem nisso,
de forma que ela se sinta tão culpada, que ela não pense duas vezes, e termine
tudo com o Murilo.
BÁRBARA – É uma boa idéia, me fazer de vítima
é muito fácil. (sorrir) Mas eu preciso encontrar ela em algum lugar que não
seja aqui, e parece que o Murilo vem buscar ela aqui todos os dias.
GUTO – Amanhã eu vou dar um jeito de
prender ele na empresa por mais tempo e assim você vai conseguir pegar ela na
saída, e aí você dá o seu show de atuação.
BÁRBARA – Perfeito!
CORTA PARA
CENA 2. GAFIEIRA. INT. SALÃO DE DANÇA.
NOITE.
Helena e Murilo sobem as escadas da gafieira que dá acesso a
um enorme salão de dança onde vários casais estão dançando juntinhos.
MURILO – Você vai adorar esse lugar, é uma
das gafieiras mais agitadas dessa cidade.
HELENA – (sorrir) Eu já gostei assim que
cheguei, o clima alegre é contagiante.
MURILO – Esse tipo de lugar é a cara do Rio
de Janeiro, um lugar onde as pessoas vem para dançar e se divertir.
HELENA – E você sabe dançar?
MURILO – Como é que é? (rir) Você está
falando com ninguém menos que um dos melhores dançarinos desse salão, já ganhei
até concurso.
HELENA – (rir) Essa eu quero ver!
MURILO – Tá duvidando dos meus talentos
artísticos?
HELENA – Só estou querendo que você prove o
que está dizendo.
MURILO – (ergue a mão) Me concede a dança?
HELENA – Com prazer.
Murilo leva Helena até o centro do salão e os dois começam a
dançar de corpos colados.
CORTA PARA
CENA 3. CASA DE ADÉLIA. INT. QUARTO
DE PEDRO. NOITE.
Guilherme e Pedro estão sozinhos no quarto e conversam.
GUILHERME – Eu vou ganhar um carro, amanhã ela
vai me levar para escolher o modelo. Moleque eu tô tendo muito sorte com essa
mulher.
PEDRO – Você é um cara de sorte mesmo! Mas
e a sua mãe, não vai encanar nesse carro novo não?
GUILHERME – Ela pode encarnar a vontade que eu
não tô nem ai, não vou abrir mão do carro.
PEDRO – Mas você mora com ela cara, tem que
dar uma satisfação.
GUILHERME – Por enquanto ainda moro, a Melissa
já me chamou para morar com ela e eu estou pensando em aceitar.
PEDRO – Vão casar?
GUILHERME – Não vai demorar para isso
acontecer. Aquela coroa tá na minha! (sorrir)
PEDRO – (sorrir) E você tá na dela?
GUILHERME – Enquanto tiver valendo a pena pra
mim, eu tô. Não vi pra essa vida para trabalhar e ganhar essas merrecas, eu
gosto do que é bom.
PEDRO – Você que tá certo, eu fui pro
caminho do trabalho e só me dei mal.
GUILHERME – E a plataforma está dando certo?
PEDRO – Comecei a publicar umas fotos, estou
com 100 inscritos e já me rendeu em dois dias uma grana que eu tiraria com 1
mês de trabalho como motoboy.
GUILHERME – Agora você imagine quando tiver com
1000 inscritos ou mais, você vai ganhar muito dinheiro parceiro.
PEDRO – (sorrir) Deus te ouça! Agora só
tenho medo que me reconheçam nas fotos e chegue na sua irmã, a Sol terminaria
comigo se descobrisse uma coisa dessa.
GUILHERME – Não vão chegar em você, é só você
continuar tirando as fotos como te ensinei e vai dar tudo certo. E se chegar
também, termina pow, e arranja uma coroa igual a mim ou um coroa.
PEDRO – E tá me estranhando? Não saio com
homem nem pagando! E além disso, eu amo sua irmã, não quero perder a Sol.
GUILHERME – Tô brincando cara, leva na
esportiva. (rir)
CORTA PARA
CENA 4. CASA DE ADÉLIA. EXT.
ENTRADA. NOITE.
Uma Mercedes para em frente a casa de Adélia, dentro do
carro está Caruso no banco de motorista e Sol no banco de passageiro.
SOL – Obrigado pela carona seu Caruso,
mas realmente não precisava.
CARUSO – Claro que precisava, você saiu mais
tarde do trabalho hoje para me ajudar naquele tanto de coisa que tinha para
fazer, o mínimo que eu poderia fazer era ter te trazido aqui.
SOL – Eu podia ter pegado um táxi.
CARUSO – Uma mulher andando de táxi sozinha
nessas horas, é perigoso, eu fico muito mais confortável em ter te trazido, e
ainda foi bom que eu dirigir um pouco mais, fiquei tão acostumado ao motorista
que achei que tinha desaprendido a dirigir.
SOL – Seu motorista não trabalhou hoje?
CARUSO – Foi a folga dele hoje, ai eu
resolvi assumir o volante.
SOL – (sorrir) Dirige muito bem você.
Mais uma vez, muito obrigada, mas agora preciso entrar.
CARUSO – Boa noite Sol, até amanhã. (sorrir)
SOL – Boa noite, até amanhã. (sorrir)
Sol abre a porta do carro e sai, entrando em casa.
CARUSO – Mais algumas investidas e essa daí
vai estar na minha mão. (rir).
CORTA PARA
CENA 5. HOSPITAL. INT. RECEPÇÃO.
NOITE.
Naná entra no hospital e vai até a recepção.
NANÁ – Boa noite, eu queria informações
sobre um paciente que deu entrada de ambulância por aqui, sou a irmã dele.
RECEPCIONISTA – Como ele se chama?
NANÁ – Antônio Ribeiro.
RECEPCIONISTA – Ele se encontra na enfermaria sendo
medicado, daqui a pouco vai ser autorizada a entrada de parentes.
NANÁ – Obrigada!
Naná se afasta da recepção, tira seu celular da bolsa e liga
para Murilo.
CORTA PARA
CENA 6. MANSÃO DE CARUSO. INT. SALA
DE JANTAR. NOITE.
Eduardo, Bárbara e Arlete estão sentados na mesa de jantar,
jantando e conversando.
EDUARDO – O pai não jantar em casa hoje?
ARLETE – Ele avisou que vai chegar um pouco
mais tarde, resolvi que não deveríamos esperar. Quando ele chegar peço para
esquentarem a comida novamente.
EDUARDO – Pelo visto as coisas continuam na
mesma por aqui.
ARLETE – Algumas coisas nunca mudam, mas
vamos falar de coisas melhores, o casamento de vocês. Já decidiram se querem
fazer mesmo aqui?
EDUARDO – Eu preferia fazer aqui, algo mais
simplório e para poucos convidados, mas a Beatriz quer fazer um grande evento.
BEATRIZ – Casamento é uma vez só amor, queria
convidar meus amigos, meus parentes, que juntando com os seus amigos daria
muita gente, queria convidar todos.
ARLETE – Se é um desejo da sua noiva meu
filho, temos que respeitar.
EDUARDO – Tá bom, eu já vi que sou voto
vencido. Vai ser como você quer meu amor. (sorrir)
BEATRIZ – Obrigada. (sorrir) Agora eu não
quero que demore muito, acho um horror esses noivados que duram anos, acho que
6 meses é o tempo máximo.
ARLETE – Ai eu também acho, assim que fiquei
noiva do Caruso quis me casar logo, não sei pra que esperar tanto.
BEATRIZ – O que acha de 4 meses?
EDUARDO – É um tempo razoável, podemos
trabalhar nele. Quer dizer, vocês podem trabalhar nele.
ARLETE – Então combinamos assim, amanhã eu
vou ligar para Milu e vamos marcar um encontro para conversar esses detalhes.
EDUARDO – Eu preciso estar presente?
ARLETE – Não meu querido, vai ser só as
mulheres, nessas coisas os homens só servem para atrapalhar. (rir)
BEATRIZ – Verdade. (rir) Deixa que eu e sua
mãe resolvemos tudo.
Caruso entra na sala de jantar.
CARUSO – Boa noite. (sorrir) Filho, que
surpresa você aqui.
Caruso dá um beijo em Arlete e depois vai abraçar Eduardo.
EDUARDO – Vim jantar com você e a mamãe, mas
só fiquei sabendo que chegaria mais tarde, quando já estava aqui.
CARUSO – Surgiu várias demandas na empresa e
precisei ficar até mais tarde.
CARUSO – Como vai Beatriz? (sorrir)
BEATRIZ – Estou ótima Caruso, e você?
CARUSO – Cansado. Queria acompanhar vocês, mas
antes preciso tomar um banho.
ARLETE – A gente te espera para sobremesa
meu amor, assim conversamos um pouquinho mais.
CARUSO – Ótima idéia, vou tomar um banho e
volto logo.
CORTA PARA
CENA 7. CASA DE MURILO. INT. SALA.
NOITE.
Helena chega em casa e encontra Tarcísio sentado assistindo
televisão.
HELENA – Oi pai.
TARCÍSIO – Filha, que bom que chegou! Como foi
no trabalho?
HELENA – Foi ótimo, a casa é enorme, dá um
trabalho cuidar daquilo tudo, mas as pessoas são tão agradáveis que dá um
prazer de trabalhar.
TARCÍSIO – Que bom filha, trabalhar em um
lugar com pessoas agradáveis torna as coisas mais fáceis.
HELENA – Mas até agora eu não conheci a
dona, fiquei sabendo hoje que ela é essa mulher que está passando na televisão
como ganhadora do prêmio de empresária do ano, e tá buscando a filha
desaparecida.
Tarcísio fica assustado ao ouvir o que Helena disse.
TARCÍSIO – Eu vi essa reportagem, bem triste o
caso dela.
HELENA – Sim, deve ser muito difícil para uma
mãe, perder uma filha.
TARCÍSIO – E o Murilo te levou para conhecer a
cidade?
HELENA – (sorrir) Hoje ele me levou para
dançar em uma gafieira, mas ele teve que sair, a tia dele ligou falando que o
pai dele foi parar no hospital, ai ele foi lá correndo ver o que aconteceu.
TARCÍSIO – Tomara que não seja nada grave.
CORTA PARA
CENA 8. HOSPITAL. INT. ENFERMAGEM.
NOITE.
Naná e Murilo conversam com o médico que atendeu Antônio.
MURILO – Eu sou o filho do Antônio Ribeiro
que foi atendido por vocês, como meu pai está?
MÉDICO – Bom rapaz, seu pai teve uma
intoxicação por álcool, ele já foi medicado e agora se encontra em observação,
mas ele está bem. Eu imagino que ele deva ter já um problema com álcool,
correto?
MURILO – Sim, meu pai bebe
descontroladamente há vários anos.
MÉDICO – É necessário vocês começarem a
pensar numa intervenção, marcar uma consulta médica para buscar um tratamento
efetivo para isso, se não tivesse chamado a ambulância, seu pai poderia ter morrido
de tão grande que foi a ingestão alcoólica que ele realizou.
MURILO – Ele sempre se recusa a buscar
ajuda, já conversei com ele várias vezes, mas ele não ouve.
MÉDICO – Conversa novamente e tenta
convencer ele, de que ele precisa de ajuda e que se ele não se ajudar, pode ser
fatal, ele está acabando com a vida dele.
MURILO – Eu posso ver ele?
MÉDICO – Fique à vontade.
Murilo vai até o leito onde Antônio está internado e o
encontra dormindo, ele e Naná ficam do lado da cama.
MURILO – (emocionado) Dói demais ver meu pai
assim, ele não merecia passar por isso.
NANÁ – (chora) Em mim dó mais ainda,
porque seu pai era um homem forte, completamente diferente do que ele é agora,
isso tudo aconteceu por causa da maldita da sua mãe.
MURILO – Aquela mulher não é a minha mãe,
ela é apenas a mulher que me colocou no mundo.
CORTA PARA
CENA 9. SALVADOR. CASA DE MARIANA.
INT. QUARTO DE MARIANA. NOITE.
Mariana arruma seu quarto, ela passa pano em todos os móveis
do quarto, entre eles a escrivaninha doada por Helena. Ao limpar a escravinha
ela abre as gavetas e percebe que uma delas está emperrada, ela faz mais um
pouco de força e consegue abrir a gaveta emperrada, dentro da gaveta ela vê que
há uma carta com o nome de Helena.
MARIANA – (surpresa) Uma carta da dona Glória
para a Helena. A Helena não deve ter visto isso quando me deu a escrivaninha.
CONGELAMENTO FINAL EM MARIANA.
Obrigado pelo seu comentário!