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SAGRADA FAMÍLIA - CAPÍTULO 39 - PENÚLTIMO CAPÍTULO

                                        


SAGRADA FAMÍLIA

“Capítulo 39”

 

Novela criada e escrita por

Wesley Franco

 

Esta é uma obra de ficção e sem compromisso com a realidade.


CENA 1. MANSÃO DA FAMÍLIA CASTRO. INT. SALA. DIA.

Após Guto e Helena serem levados, a atmosfera na sala fica pesada. Maitê começa a chorar, e Alexandre, irritado, grita com Adélia.

ALEXANDRE – (gritando) Adélia, leve essa criança para o quarto! Eu não suporto choro de criança!

Adélia, com um olhar preocupado para Renata, pega Maitê e sobe para o quarto. Renata, tomada pela raiva, se volta para Alexandre.

RENATA – (furiosa) Você enlouqueceu completamente! Como você teve coragem de internar o nosso filho sem me consultar?

ALEXANDRE – Foi para o nosso próprio bem! Ele estava me ameaçando tirar meu lugar na presidência da empresa.

Renata não aceita as justificativas de Alexandre e desfere vários socos e tapas em seu peito.

RENATA – (gritando) Você é um monstro! Ele é nosso filho, nosso único filho. Você não tinha o direito de fazer isso!

ALEXANDRE – Ele estava prestes a arruinar tudo o que conseguimos! Eu fiz o que era necessário para proteger a empresa e nossa família.

Renata, com lágrimas nos olhos, continua a desferir golpes em Alexandre.

RENATA – (chorando) Você acha que isso é proteger a família? Você destruiu a nossa família! Você sempre disse que a nossa família era sagrada e faria tudo por nós, e na primeira oportunidade você interna o nosso filho em uma clínica para viciados.

ALEXANDRE – (firme) Você terá que se conformar. Eu fiz o que achei melhor.

Renata, incapaz de conter sua raiva e tristeza, sobe para seu quarto.

CORTA PARA

CENA 2. CLÍNICA PSIQUIÁTRICA. INT. NOITE.

Helena e Guto são levados para clínica psiquiátrica por membros da equipe, resistindo e protestando.

HELENA – (gritando) Isso é um absurdo! Eu não deveria estar aqui!

GUTO – (lutando) Me soltem! Eu não sou viciado!

A equipe, sem dar ouvidos às resistências, levam Helena e Guto para salas separadas. Guto é amarrado a uma cama, enquanto Helena é levada para outra sala e amarrada também. Ambos estão visivelmente perturbados.

GUTO – (furioso) Vocês não podem fazer isso comigo! Eu não preciso disso!

A equipe começa a administrar medicamentos contra a vontade de Guto, enquanto ele continua a lutar. Na sala ao lado, Helena é amarrada à cama e começa a protestar.

HELENA – (chorando) Por favor, isso é um erro! Eu não sou viciada!

A equipe continua a administrar os medicamentos em Helena, que tenta resistir, mas acaba cedendo sob o efeito da medicação.

CORTA PARA

CENA 3. CASA DE ANTÔNIO. INT. SALA. DIA.

MURILO – Não sei do que está falando. Você deve estar confundindo as casas.

Peneluc, ignorando a confusão de Murilo, entra na casa sem ser convidada, surpreendendo Antônio e Naná.

ANTÔNIO – Quem é essa mulher? Por que entrou sem permissão?

PENELUC – (sorrindo) Ah, Antônio. Não se lembra de mim? Sou eu, Peneluc.

Naná e Antônio trocam olhares, percebendo que ela é a mulher que traiu Antônio e fugiu com o ex-marido de Naná, que havia ganhado na loteria.

NANÁ – Nem se fosse daqui há cem anos, eu nunca deixaria de reconhecer essa sua fuça de vagabunda!

ANTÔNIO – (com raiva) Você? O que está fazendo aqui? Você não tem vergonha?

PENELUC – Eu só preciso conversar com o Murilo. Afinal de contas, ele é meu filho.

NANÁ – (furiosa) Filho? Você lembrou que tem um filho? Por que não pensou nele quando fugiu com meu marido? Sua vagabunda! Você não tem o direito de aparecer assim depois de tudo que você causou a nós. Saia agora desta casa!

ANTÔNIO – (furioso) É isso mesmo! Eu achei que não teria que olhar nessa sua cara nunca mais, e você resolve me aparecer do nada, logo em um dia tão importante para mim.

PENELUC – Há anos que eu penso em aparecer, mas só agora definitivamente eu tive coragem para fazer isso. Eu sei que eu errei, que o que eu fiz para você Antônio e Naná não tem perdão, mas eu preciso conversar com o meu filho, eu preciso do perdão do meu filho, para que eu possa viver em paz.

ANTÔNIO – Ele não é mais seu filho! Você não vai falar com o meu Murilo.

MURILO – (indeciso) Espera, pai, tia...Eu vou falar com ela.

Antônio e Naná ficam chocados com a decisão de Murilo.

NANÁ – (surpresa) Falar com ela? Essa mulher te abandonou quando você ainda era um bebê, Murilo! Ela não merece que você fale com ela nem por um segundo.

MURILO – Eu preciso ouvir o que ela tem a dizer, eu preciso entender o que levou ela fazer o que ela fez. Por favor, me deixem a sós para conversar com ela.

ANTÔNIO – Mas Murilo...

MURILO – (interrompe) Por favor, pai.

Antônio fica pensativo por alguns instantes.

ANTÔNIO – Tudo bem, se é isso que você quer, nós vamos respeitar.

Antônio e Naná vão para a cozinha e deixa Peneluc a sós com Murilo.

MURILO – Pronto, agora estamos sozinhos. Quero ouvir o que você tem a dizer.

PENELUC – Você deve ter ouvido coisas horríveis sobre mim a vida inteira, mas eu não tiro a razão do Antônio e da Naná me odiarem, eu fiz uma coisa horrível, eles não mereciam a tamanha traição que eu cometi, mas eu me arrependo tanto.

MURILO – Se arrepende mesmo? Você ficou rica, não era isso que você queria?

PENELUC – Eu odiava ser empregada, viver a vida contando moedas, mas do que adiantou tanto dinheiro se vivi infeliz todos esses anos? Esse peso de ter conquistado o que conquistei em cima da infelicidade de tantas pessoas, fez com que a minha vida não fosse tão fácil, apesar do dinheiro. Parece clichê, mas eu entendi na prática que apenas o dinheiro, não trás felicidade.

MURILO – Então eu fui trocado por alguns milhões de reais? Você viu a oportunidade perfeita para se livrar da vida que levava e ficar rica, mesmo que isso custasse ter que abandonar o próprio filho.

PENELUC – Eu pensei em te levar comigo, mas te tirar do Antônio o destruiria ainda mais, porque ele era tão apegado a você e eu imaginava que o Antônio te daria a melhor educação possível, e eu não me enganei, olha o que você se tornou. Um homem!

MURILO – O meu pai foi o melhor pai do mundo, ele deu a melhor criação que poderia me dar, e o que faltou de amor de mãe, o meu pai com a ajuda da tia Naná, supriu. Agora quanto a destruir, você o destruiu! Meu pai começou a beber descontroladamente depois que você foi embora, e passou anos em um vício destruidor do álcool. Por coincidência, você chegou justo no dia que a gente estava comemorando 10 meses que ele está limpo, sem nenhuma gota de álcool.

PENELUC – (surpresa) Eu não imaginava que poderia ter causado isso ao Antônio.

MURILO – Causou! E eu não quero que cause mais! Por isso eu vou te pedir que vá embora e não apareça aqui nunca mais.

PENELUC – (com lágrimas nos olhos) Eu vou, só voltei aqui porque eu precisava te ver, falar com você e...te pedir perdão. Por favor me perdoa, filho!

Murilo com lágrimas nos olhos, encara Peneluc por alguns instantes.

MURILO – (com lágrimas nos olhos) A minha vontade era de te expulsar daqui pra fora aos berros para que você fosse embora com um peso ainda maior do que esse que você carrega, mas eu não consigo fazer isso, não sei por quê. Eu te perdôo, mas eu quero que você vá embora, porque apesar de te perdoar, as coisas nunca voltaram a ser como eram.

PENELUC – (chorando) Eu sei...Não há como voltar no tempo, só resta a mim, aceitar e seguir em frente.

MURILO – Agora que você já tem o meu perdão, pode ir.

PENELUC – Antes de ir, você pode me dá um abraço?

Murilo se aproxima de Peneluc, que bastante emocionada dá um abraço apertado em Murilo, que retribui o abraço.

CORTA PARA

CENA 4. MANSÃO DE CARUSO. EXT. JARDIM. DIA.

Arlete e Bárbara estão sentadas em um sofá no jardim, conversando sobre Eduardo.

ARLETE – Como está o Eduardo? Tenho pensado muito nele ultimamente. Eu soube das mudanças que o Alexandre fez na empresa, ele reagiu bem a isso?

BÁRBARA – Ele está bem, no começo foi difícil, mas agora ele está reagindo melhor e está planejando ir morar fora, recomeçar a vida e a carreira em outro país.

ARLETE – (surpresa) Morar fora?

BÁRBARA – Ele precisa de um novo começo depois do que aconteceu na empresa. Está animado com a idéia de continuar trabalhando no que ele realmente ama.

Arlete suspira, preocupada com o filho.

ARLETE – Eu gostaria de falar com ele, saber como está se sentindo.

BÁRBARA – Você deveria, Arlete. Você deixou de dá apoio ao Eduardo nos momentos que ele mais precisou, está há meses sem falar com seu próprio filho, em um momento em que ele mais precisava do apoio da família.

ARLETE – (triste) O Caruso me proibiu de falar com o Eduardo, ele acha que isso é melhor para todos.

BÁRBARA – (incisiva) Desculpa Arlete, mas você não pode colocar o meu pai que é seu marido acima do seu próprio filho. O Eduardo precisa de você, e de todo apoio que você puder oferecer.

Arlete abaixa a cabeça, refletindo sobre as palavras de Bárbara.

BÁRBARA – O meu pai não deveria impedir você de falar com o Eduardo. Ele é seu filho, e você tem o direito de apoiá-lo.

ARLETE – (pensativa) Você tem razão! Eu errei muito em ficar todos esses meses sem buscar o meu filho e dá todo o apoio que ele precisava. Errei em ser mãe no momento que ele mais precisou de mim.

BÁRBARA – Nunca é tarde para corrigir um erro, procure o Eduardo, ele vai ficar muito feliz em ver e falar com você.

CORTA PARA

CENA 5. CASA DE ANTÔNIO. INT. SALA. DIA.

Antônio e Naná retornam da cozinha após Peneluc ter ido embora. Murilo está na sala, visivelmente pensativo.

ANTÔNIO – (sentando ao lado de Murilo) O que aquela mulher queria?

MURILO – Ela veio pedir perdão por ter me abandonado quando eu era um bebê.

Naná se junta a eles, com um olhar de curiosidade.

MURILO – (olhando para baixo) Ela reconheceu que errou, que não deveria ter me deixado e disse infeliz apesar de todo o dinheiro que tem.

ANTÔNIO – Você a perdoou?

MURILO – Sim, eu a perdoei, não queria que ela saísse daqui com um peso ainda pior do que aquele que a trouxe aqui. Mas deixei claro para ela que não quero ter nenhum tipo de laço com ela, e que ela não volte nunca mais.

NANÁ – Isso é compreensível, querido. Você tem todo o direito de decidir quem faz parte da sua vida.

NANÁ – (entregando o celular) Ah, olha aqui. Você deixou o celular na cozinha.

MURILO – Obrigado tia, nem tinha percebido.

Murilo olha para o visor e percebe várias ligações perdidas de Adélia.

MURILO – A Adélia ligou para mim várias vezes. Parece urgente. Vou ligar de volta.

Murilo pega o celular e, com expressão de preocupação, disca o número de Adélia.

CORTA PARA

CENA 6. CASTRO COSMÉTICOS. INT. SALA DE EDUARDO. DIA.

Eduardo e Guilherme estão na sala de Eduardo, colocando seus objetos pessoais em uma caixa. Eduardo fica pensativo, relembrando os momentos vividos na empresa.

EDUARDO – Tantas memórias...Eu nunca imaginei que sairia daqui desse jeito.

GUILHERME – Eles não sabem o que estão perdendo, lá fora você será muito valorizado.

EDUARDO – (sorrindo) Tomara que sim.

GUILHERME – Vamos levar suas coisas.

EDUARDO – Tem uma escultura muito bonita que eu ganhei de um cliente, mas ficou na sala do meu pai, eu gostaria de levar.

GUILHERME – Você vai pedir a ele?

EDUARDO – Não, ele não fala comigo. Vamos até lá e eu peço para Sol buscar.

Guilherme concorda, e eles saem da sala com a caixa de objetos.

CENA 7. CASTRO COSMÉTICOS. INT. CORREDOR. DIA.

Eduardo e Guilherme caminham pelo corredor em direção à sala de Caruso para buscar a escultura. Ao chegarem à porta da sala de Caruso, notam a ausência de Sol na mesa na entrada.

GUILHERME – Estranho...Cadê a Sol?

EDUARDO – Parece que ela não está, mas vamos entrar mesmo assim. Não vou voltar aqui outro dia só para buscar uma escultura.

Eles abrem a porta e se deparam com Sol e Caruso aos beijos.

CARUSO – (surpreso) O que vocês estão fazendo aqui?

SOL – (surpresa) Eduardo, Guilherme...isso não é o que parece.

GUILHERME – (decepcionado) O que parece é que você está traindo o Pedro!

EDUARDO – (furioso) Eu não acredito nisso, você está traindo minha mãe, pai, com a secretária.

Eduardo começa a repreender Caruso por sua hipocrisia, enquanto Guilherme expressa sua decepção com Sol.

EDUARDO – Você não tem moral para falar nada sobre a minha vida, quando é capaz de fazer isso com a própria esposa!

CARUSO – (tentando se explicar) Eduardo, por favor...

EDUARDO – (furioso) Me julgou tanto por ser gay, como se fosse a coisa mais abominável do mundo, mas olha só você, traindo a própria esposa, isso sim é abominável, isso sim é imoral!

GUILHERME – Sol, eu esperava mais de você. Deveria terminar com o Pedro antes de se envolver com o seu chefe, o Pedro não merecia isso.

EDUARDO – Vamos Gui, eu não quero ficar aqui respirando o mesmo ar desses dois.

Eduardo e Guilherme deixam a sala, revoltados. Sol e Caruso trocam olharem preocupados.

SOL – (temerosa) Guilherme não pode contar isso para o Pedro...

A tensão paira no ar, deixando todos preocupados com as possíveis consequências de suas ações.

CORTA PARA

CENA 8. MANSÃO DA FAMÍLIA CASTRO. INT. COZINHA. DIA.

Murilo entra na cozinha e encontra Adélia, notando imediatamente a tensão no ar.

MURILO – O que aconteceu Adélia? No telefone você parecia preocupada.

ADÉLIA – Aconteceu uma coisa terrível. O Alexandre internou o Guto e a Helena em uma clínica psiquiátrica compulsoriamente, alegando que eles são viciados!

Murilo fica chocado com a revelação de Adélia.

MURILO – (incrédulo) O quê? Por que o Alexandre faria isso?

ADÉLIA – (desesperada) Eu não faço idéia do por que ele fez isso.

Murilo começa a conectar os pontos e percebe as verdadeiras intenções de Alexandre.

MURILO – Ele fez isso para se apoderar da empresa... Controlar tudo. Com a Nathalia em coma, e afastando o Guto e a Helena, ele poderá assumir o controle total da empresa.

ADÉLIA – (apreensiva) Eles precisam da sua ajuda Murilo, por favor, faça alguma coisa para ajudá-los.

MURILO – Não se preocupe, eu vou descobrir onde o Guto e a Helena foram internados, e vou tirá-los de lá o mais rápido possível.

CORTA PARA

CENA 9. CASTRO COSMÉTICOS. INT. SALA DA PRESIDÊNCIA. DIA.

Alexandre está sentado atrás da sua imponente mesa de presidente, enquanto seu advogado, Dr. Oliveira, traz notícias importantes.

DR. OLIVEIRA – (sentado em frente a Alexandre) As notícias que trago são bastante significativas para seus interesses.

ALEXANDRE – Excelente! Pode dizer, estou curioso.

DR. OLIVEIRA – Com Guto e a Helena internados por vício em drogas, o juiz concedeu uma interdição provisória sobre eles, permitindo que você administre temporariamente seus bens em favor da menor Maitê, sua neta.

Alexandre sorri satisfeito com a notícia.

ALEXANDRE – (celebrando) Então tudo isso aqui agora, está sob o meu controle?

DR. OLIVEIRA – Bom, enquanto o Guto e a Helena estiveram internados e principalmente enquanto a Nathalia estiver em coma. Sim, está sob o seu controle.

ALEXANDRE – (vitorioso) Isso é uma vitória para mim. A minha família precisa aprender que não podem me desafiar.

DR. OLIVEIRA – Lembre-se, Alexandre, é uma medida por enquanto temporária. Devemos proceder com cuidado para evitar possíveis contestações legais.

Alexandre faz um gesto de desdém.

ALEXANDRE – Não se preocupe Dr. Oliveira. Eu sei exatamente o que estou fazendo. Agora, com a empresa e os bens sob meu controle, não há como eles escaparem das consequências de suas ações.

CORTA PARA

CENA 10. RIO DE JANEIRO.

SONOPLASTIA: NÃO FAZ MAL A NINGUÉM - LENINE

Tomada de vários pontos da cidade do Rio de Janeiro, com o nascer e o pôr do sol, mostrando o ciclo natural dos dias. Pessoas transitando nas ruas, indicando a rotina diária. Imagens da Castro Cosméticos, com funcionários trabalhando e clientes sendo atendidos nas lojas.

LEGENDA: ALGUNS DIAS DEPOIS

SONOPLASTIA OFF

CORTA PARA

CENA 11. DELEGACIA. INT. SALA DO DELEGADO. DIA.

O delegado está em seu escritório, revisando as imagens das filmagens do dia do acidente de Nathalia.

DELEGADO – Finalmente chegaram às imagens.

PERITO – As imagens tinham sido deletadas do sistema de segurança do condomínio, foi preciso um trabalho bastante cauteloso para conseguir recuperar essas imagens e eu acho que você vai gostar.

DELEGADO – (analisando as imagens) O que temos aqui...

O delegado, com atenção redobrada, isola a imagem da pessoa suspeita.

DELEGADO – (reconhecendo) Essa figura é conhecida por essa delegacia, é o Tobias, um bandidinho desses que pagam para executar serviços.

O delegado liga para um dos investigadores.

DELEGADO – (ao telefone) Preciso que faça um pedido de prisão urgente. Identificamos o Tobias, aquele velho conhecido nosso, nas filmagens do dia do acidente da Nathalia Castro. Ele é perigoso, e é ele que vai nos levar ao mandante do crime, porque gente como ele não trabalha sozinho, precisa que alguém mande. Precisar prender ele imediatamente.

Enquanto fala ao telefone, o delegado continua a examinar as imagens.

DELEGADO – Ele não escapará desta vez.

CORTA PARA

CENA 12. CASA DE ANTÔNIO. INT. SALA. DIA.

Murilo está sentado no sofá, visivelmente preocupado, enquanto seu amigo advogado, Mendes, oferece orientações.

MENDES – Murilo, a situação é delicada, e retirar Guto e Helena da internação compulsória não será uma tarefa fácil. Mas eu entrei com um pedido de urgência para a liberação da internação compulsória, e eu consultei algumas fontes e até amanhã deve sair uma decisão. Mas a interdição contra os dois, pode demorar mais um pouco.

MURILO – (irritado) Você acha que será favorável a nós?

Murilo, frustrado, começa a ponderar sobre as possibilidades.

MURILO – Eu preciso tirá-los de lá, Dr. Mendes.

MENDES – (cauteloso) Não é possível prever a decisão, tudo vai depender do juiz, mas como o laudo médico que atestou que os dois são dependentes químicos foi feito por um médico que não foi designado pelo judiciário, às chances são bem grandes de essa internação compulsória cair.

MURILO –  Espero realmente que isso aconteça. O que houve com o Guto e a Helena é um verdadeiro absurdo.

CORTA PARA

CENA 13. RIO DE JANEIRO.

Tomada de vários pontos da cidade do Rio de Janeiro anoitecendo, com a zona urbana toda iluminada.

CORTA PARA

CENA 14. MANSÃO DA FAMÍLIA CASTRO. INT. SALA DE JANTAR. NOITE.

Renata e Alexandre estão sentados à mesa, jantando em um silêncio tenso.

ALEXANDRE – (sério) Renata, precisamos conversar.

RENATA – (friamente) Enquanto nosso filho estiver internado como um viciado, nós não temos nada a conversar.

O silêncio continua até que o telefone da mansão começa a tocar. Adélia, que está presente na sala, se apressa para atender.

ADÉLIA – Alô? Mansão da família Castro. Ah, sim. Estou ouvindo.

O rosto de Adélia se ilumina à medida que ela escruta a notícia do outro lado da linha.

ADÉLIA – (com entusiasmo) Ela acordou? Oh, meu Deus, isso é incrível!

Rapidamente, Adélia compartilha a notícia emocionante com Renata e Alexandre.

ADÉLIA – (olhando para Renata e Alexandre) A Nathalia acordou do coma! Ela está consciente!

Renata e Alexandre ficam chocados e incrédulos com a notícia. A tensão na sala se transforma em um misto de surpresa e perplexidade.

RENATA – Não achei que isso era possível.

ALEXANDRE – (surpreso) Como assim? Ela estava em coma! As chances dela acordar eram mínimas.

ADÉLIA – (sorrindo) Sim, ela está bem. Os médicos também estão surpresos, mas parece que a Nathalia está se recuperando. Deus ouviu as minhas orações!

A notícia inesperada muda completamente o clima tenso que dominava o ambiente.

CORTA PARA

CENA 14. HOSPITAL. INT. CORREDOR DO HOSPITAL. NOITE.

Alexandre chega apressado ao hospital após receber a notícia de que Nathalia acordou do coma. O médico, ciente da situação, decide conversar com ele.

MÉDICO – Sr. Alexandre, que bom que chegou rápido. A Nathalia está se recuperando bem. Precisará de mais alguns dias para realizar exames, mas está consciente e estável. Agora mesmo ela está descansando, mas você pode vê-la.

O médico indica o quarto de Nathalia, e Alexandre agradece antes de entrar.

CENA 15. HOSPITAL. INT. QUARTO DE NATHALIA. NOITE.

Alexandre entra no quarto e fecha a porta. Nathalia está deitada, dormindo pacificamente. Alexandre se aproxima da cama, visivelmente irritado ao ver Nathalia adormecida.

ALEXANDRE – (sussurrando) Você nunca deveria ter acordado! Agora que eu finalmente conseguir tudo que eu queria, você acordou para me atrapalhar? Não! Eu não vou permitir que você me atrapalhe mais uma vez.

Alexandre retira um travesseiro de trás da cama, com uma expressão de bastante ódio.

ALEXANDRE – (sussurrando, com frieza) Dorme, Nathalia. Dorme para sempre. E quando encontrar o Jayme, manda um oi.

Com um gesto rápido, Alexandre coloca o travesseiro sobre o rosto de Nathalia, sufocando-a.

CONGELAMENTO FINAL EM ALEXANDRE SUFOCANDO NATHALIA.

 

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