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Maré Alta - Capítulo 15

  






MARÉ ALTA 

CAPÍTULO 15


Criada e escrita por: Luan Maciel 

Produção Executiva: Ranable Webs




CENA 01. HOSPITAL. LEITO. INTERIOR. FIM DE TARDE 

Continuação imediata do capítulo anterior. A câmera continua focando no sorriso cínico de ANA ROSA. A vqilã olha para LÍVIA que ainda não acredita no que ela acabou de ouvir. CASSIANO vai ficando nervoso e ele perde o controle. Ele vai levando ANA ROSA até a saída do leito. Ela fica nervosa. 


Cassiano — (sério) O que você tem correndo nas veias, Ana Rosa? Como teve coragem de fazer isso? O que tem de errado com você? 

Ana Rosa — Você ainda não entendeu, Cassiano? Eu quero você para mim. E eu vou fazer o que for preciso para que isso aconteça. 

Lívia — Você é uma doente, Ana Rosa. O que você fez é imperdoável. Você vai ser presa. 

Cassiano — Isso nunca vai acontecer, Ana Rosa. Eu não sinto absolutamente nada por você. E pode ter certeza de uma coisa. Eu vou fazer de tudo para te colocar na cadeia. O que você fez a Lívia passar é inadmissível. 

ANA ROSA vai se sentindo cada vez mais acuada. 


Ana Rosa — Você tem certeza que é isso que você quer, Cassiano? Quer mesmo me ter como sua inimiga? Você não sabe do que sou capaz de fazer quando eu quero algo. 

Cassiano — Some da minha frente, Ana Rosa. Tudo o que eu sinto por você é nojo. Você tem tudo aquilo que eu desprezo em uma pessoa. 

Lívia — Você ouviu muito bem o que o Cassiano disse, Ana Rosa. Vai embora agora mesmo. Eu não sei como um dia eu pude ter sido sua amiga. Você é uma pessoa desprezível. 


ANA ROSA fica ainda mais descontrolada o desprezo de CASSIANO. Ela e LÍVIA continuam se encarando.


Ana Rosa — (fria) Isso ainda não acabou. Eu prometo que eu vou me vingar de vocês dois. 

Lívia — Faça o que você quiser, Ana Rosa. Eu só quero que você nos deixe em paz. Só isso. 


ANA ROSA vai embora do leito hospitalar. LÍVIA está muito abalada com o que descobriu. CASSIANO a abraça. 

CORTA PARA/


PORTO DA AREIA, ANOITECE.

CENA 02. CASA DE TOM. QUARTO. INTERIOR. NOITE

TOM vai entrando em seu quarto e percebe que está tudo revirado e muito bagunçado. Em questão de segundos o vilão percebe que o seu cofre está aberto e ele fica totalmente nervoso. Ele percebe logo em seguida que está faltando muito dinheiro. TOM logo pensa em ANA ROSA. 


Tom — (nervoso) Aquela piranha da Ana Rosa. Ela acha que pode me roubar e ficar por isso mesmo? Ela não sabe com quem está lidando. Eu vou ter o que é meu de volta. 


TOM fecha novamente o cofre. Ele está fora de si.


Tom — Aquela desgraçada da Ana Rosa pensa que eu sou idiota? Eu já sei o que vou fazer. 


TOM pega o celular e faz uma ligação. Ele parece furioso.

CORTA PARA/


CENA 03. CASA DE FÁTIMA. QUARTO. INTERIOR. NOITE 

CLOSE em LENITA que está deitada na cama e chorando aos prantos. A tristeza está estampada em seu rosto. Logo depois FÁTIMA vem entrando no quarto e se senta na cama ao lado de LENITA. Ela fica intrigada com o jeito que LENITA está chorando. FÁTIMA fica bastante confusa. 


Fátima — (preocupada) O que foi que aconteceu, Lenita? Como é que o Cassiano está? (P) Fala alguma coisa. Eu estou preocupada. 

Lenita — O meu filho está muito machucado, Fátima. Mas o médico disse que ele vai ficar bem. A tal da Lívia teve a coragem de aparecer no hospital. Eu descontei toda a minha frustração encima dela. 

Fátima — Você fez o que? Você não podia ter feito isso, Lenita. O Cassiano ama a Lívia. Nada do que você faça ou deixe de fazer vai conseguir mudar isso. É melhor aceitar. 

Lenita — E isso ainda não é o pior. A Lívia descobriu que o Cassiano é o meu filho. E ele ouviu tudo, Fátima. Eu não sei o que fazer. O Cassiano está muito magoado. 


FÁTIMA fica muito surpresa. LENITA está em silêncio.


Fátima — E o que você esperava que acontecesse, Lenita? Eu tentei te avisar tantas vezes que isso poderia acontecer. Mas você não ouviu. 

Lenita — Tudo o que eu queria era evitar que o meu filho sentisse raiva de mim. Mas agora isso não tem mais importância. O Cassiano deixou claro que ele não quer me ver.

Fátima — Como isso não tem importância, Lenita? Ele é seu filho. Você precisa tentar conversar com ele. Eu sei que o Cassiano pode estar magoado. Mas ele vai te ouvir. 


LENITA continua muito triste. FÁTIMA tenta consolar ela. 


Lenita — (abatida) Eu queria ter essa sua certeza, Fátima. Mas eu sinto que o Cassiano nunca vai conseguir me perdoar. Infelizmente. 

Fátima — Eu acho melhor você não desistir, Lenita. Você passou pelo inferno para estar junto de seu filho. O Cassiano precisa saber disso.


LENITA concorda. Ela respira fundo. FÁTIMA a observa. 

CORTA PARA/


CENA 04. HOSPITAL. LEITO. INTERIOR. NOITE 

CASSIANO está sentada na cama do leito hospitalar enquanto ele está bastante pensativo. LÍVIA está em pé na sua frente e a nossa protagonista percebe que CASSIANO está com os seus pensamentos bem longe. LÍVIA toca suavemente nas mãos de CASSIANO e eles se olham.


Lívia — Como você está se sentindo, Cassiano? Você pensou melhor sobre o que eu te falei? 

Cassiano — (apreensivo) Eu não sei se eu consigo fazer isso, Lívia. Eu passei a minha vida inteira acreditando que a minha mãe estava morta. E agora isso acontece. Eu não sei o que devo sentir. Eu estou tão confuso. 

Lívia — Eu imagino o quando você deve estar magoado, Cassiano. Mas acredite em mim. É melhor você conversar com a sua mãe. Ouça o que ela tem a te dizer. 

Cassiano — Porque você está defendendo tanto a minha mãe, Lívia? Eu ouvi quando ela disse que queira que você se afastasse de mim.


LÍVIA olha com muita ternura para CASSIANO. 


Lívia — Eu entendo os motivos dela, Cassiano. Se o que a sua falou é verdade. Então o meu avô deve estar envolvido nesse sumiço dela. E nós sabemos como o meu avô pode ser perigoso. Todo cuidado é pouco. 

Cassiano — Você tem razão, Lívia. Mas eu não sei se eu vou conseguir ter essa conversa com a minha mãe sozinho. Você vem comigo? 

Lívia — É claro que sim, Cassiano. Eu já fiquei muito tempo afastada de você. Não irei mais fazer isso. Eu quero ficar ao seu lado.


CASSIANO esboça um sorriso. Ele e LÍVIA trocam olhares apaixonados. 

Cassiano — (sorrindo) Você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, Lívia. Se para ficar com você eu tiver que desistir da minha vingança então é isso que eu irei fazer.

Lívia — Você não sabe como isso me deixa feliz, Cassiano. É tudo o que eu mais quero. 


CASSIANO e LÍVIA dão um singelo beijo apaixonado.

CORTA PARA/


CENA 05. CASA DE ZÉ BATALHA E ONDINA. SALA. INTERIOR. NOITE 

ONDINA está fazendo sala para BABY quando FRANCHICO vem entrando na sala com um semblante muito preocupado. BABY vai se aproximando dele e eles ficam se olhando em total silêncio. Logo depois quem também entra na sala é ZÉ BATALHA que não diz absolutamente nada. Ele fica apenas olhando para FRANCHICO que está angustiado. 


Baby — Eu já fiquei sabendo de tudo que está acontecendo, Franchico. Eu nem sei o que te dizer. O  Rubinho não podia fazer isso.

Franchico — (sério) A minha vontade era de quebrar a cara daquele playboy metido a besta. Ele vai prejudicar diversos pescadores somente para me atingir. Isso não está certo, Baby. 

Zé Batalha — Você quer prejudicar ainda mais essa situação meu filho? Por mais que você queira fazer a diferença você não pode enfrentar o Rubinho. Essa é a verdade. 

Baby — O seu pai está certo, Franchico. A família do Rubinho tem muito dinheiro. Ele sempre fez o que bem entendeu. (P) Se você quiser eu posso te dar esse dinheiro para pagar o comerciante. Eu quero poder te ajudar. 


FRANCHICO vai se afastando de BABY. Ela não entende.


Baby — O que foi, Franchico? Eu disse algo que você não gostou? Eu não consigo entender. 

Franchico — Eu não posso aceitar, Baby. Essa é uma situação que eu preciso resolver sozinho. Eu não posso aceitar um dinheiro do qual eu não fui merecedor de ganhar. 

Ondina — Porque você está falando assim, meu filho? A Baby só está querendo te ajudar. 

Baby — Pode deixar, dona Ondina. Eu gosto muito do seu filho, mas ele é muito teimoso. Não percebe que eu só quero ajudar.


BABY vai embora muito irritada. ZÉ BATALHA segura FRANCHICO pelo braço e confronta seu filho. 


Zé Batalha — (sério) O que você pensa que está fazendo, Franchico? A Baby só quis te ajudar. Você precisa deixar de ser teimoso. 

Franchico — Eu sei disso, pai. Mas eu preciso solcer essa situação sozinho. E eu vou resolver. 


ZÉ BATALHA solta o braço de FRANCHICO. Logo depois FRANCHICO sai de casa para poder esfriar a cabeça.

CORTA PARA/


CENA 06. ALTO MAR. EXTERIOR. NOITE 

A câmera mostra que o barco de SANDOVAL está navegando em alto mar. O semblante de SANDOVAL parece bem tranquilo. O barulho da contagem regressiva da bomba acaba chamando a atenção de SANDOVAL. Ele puxa um pano que tem no barco e fica surpreso com o que vê.


Sabdoval — (em choque) O que é significa isso? 


SANDOVAL fica estarrecido só presenciar uma bomba em contagem regressiva em seu barco. Ele não sabe o que fazer. 


Sandoval — Isso só pode ser coisa do Gregório. Eu nunca pensei que ele seria capaz de fazer alto dessa natureza. Mas eu estava errado. 


A contagem regressiva da bomba começa a chegar em seus momentos finais. SANDOVAL pensa em mexer nos fios da bomba, mas ele pensa que essa pode não ser a melhor solução. A contagem regressiva chega no último minuto. 


Sandoval — (desesperado) Isso não é justo. Eu não posso morrer agora. Não agora que eu tive o perdão da minha filha e que eu encontrei a Clarice. Eu só tenho uma chance. Eu preciso pular no mar. É o que devo fazer. 


SANDOVAL corre até a proa do barco. A contagem regressiva chega aos 10 segundos finais. Na hora que SANDOVAL vai pular a bomba explode. A câmera vai se afastando e mostra toda a destruição que a bomba causou no barco de SANDOVAL. O clima de tensão é visível. 

INSTRUMENTAL: Tensão

CORTA PARA/


CENA 07. CASA DE FÁTIMA . SALA DE ESTAR. INTERIOR. NOITE

As luzes estão totalmente apagadas. LENITA vai caminhando sozinha pela sala de estar e ela acende a luz. Nesse momento ela fica totalmente surpreendida ao ver GREGÓRIO sentado em uma poltrona em sua frente. O desespero é tanto que LENITA fica totalmente sem reação. 


Gregório — Você achou mesmo que iria conseguir escapar de mim, Lenita? Eu não sei como você conseguiu fugir da casa de repouso, mas você vai voltar para lá agora mesmo.

Lenita — (apavorada) Eu não vou a lugar nenhum com você, Gregório. Como foi que você conseguiu me achar aqui? Eu não entendo. 

Gregório — Você é mesmo inocente, não é, Lenita? Eu mando e desmando nessa cidade. Quando eu soube que você fugiu não foi difícil te encontrar. Oi você volta comigo ou então o seu filho vai sofrer as consequências da sua desobediência. 

Lenita — O que você ainda quer comigo, Gregório? Tudo o que eu mais quero é ficar em paz. 


GREGÓRIO se levanta da poltrona. Ele a encara com frieza. 


Gregório — A sua pergunta chega a ser estúpida, Lenita. Mas eu vou te responder. (P) Eu quero as provas que você tem da morte da minha filha. Você não vai me colocar na cadeia. Pode certeza disso. 

Lenita — Então é por isso que você me manteve presa naquele inferno por todos esses anos? 

Gregório — Chega dessa conversa fiada, Lenita. Ou você me entrega essas provas ou então eu mato o Cassiano. O que você escolhe? 


LENITA fica totalmente desesperada. GREGÓRIO sorri.


Lenita — (com medo) Eu não posso fazer isso, Gregório. Eu não estou com as provas comigo. Eu entreguei para uma pessoa de minha confiança. E ele não vai te entregar.

Gregório — Sua maldita. Parece que você gosta de me provocar. Eu te dou 24 horas para você me entregar essas provas. Entendeu?


GREGÓRIO continua olhando LENITA bem ameaçador. 

CORTA PARA/


CENA 08. VILA DOS PESCADORES. CASA DE ENRICO E AÇUCENA. SALA. INTERIOR. NOITE

Mesmo sem ninguém ter permitido ANA ROSA vai entrando na casa procurando por ENRICO. Nesse momento ela dá de cara com AÇUCENA que fica extremamente furiosa com a presença de ANA ROSA ali. AÇUCENA vai tirar satisfação com a vilã que a trata com muito desprezo.


Açucena — (irritada) O que você pensa que está fazendo em minha casa, Ana Rosa? Eu não estou gostando dessa sua aproximação com o meu marido. Eu exijo uma explicação. 

Ana Rosa — Eu não te devo satisfação de nada, Açucena. É com o Enrico que eu vim conversar então é isso que vou fazer. 

Açucena — Como você é abusada, Ana Rosa. Está na minha casa e ainda assim prefere agir dessa maneira. Você é muito folgada.

Ana Rosa — E você ainda tem coragem de chamar esse lugar de casa? Você se contenta com pouca coisa. Deve ser por isso que o Enrico prefere a minha especialidade. 


AÇUCENA se sente muito ofendida. Ela dá um tapa em ANA ROSA. A vilã continua sorrindo maliciosamente. 


Açucena — Você acha que pode vir em minha casa e ofender desse jeito? O Enrico jamais se envolveria com uma biscate igual você.

Ana Rosa — Como você é idiota, Açucena. Pelo visto não sabe com quem você está casada. O Enrico adora as curvas do meu corpo. 

Açucena — Não me provoque, Ana Rosa. Eu quero saber agora mesmo o que você quer com o meu marido. Pode começar a falar. 


ANA ROSA continua sorrindo. 


Ana Rosa — Como você é patética, Açucena. Eu não vou te contar nada. Eu vou depois. 


ANA ROSA vai embora se sentindo superior. A câmera mostra a raiva e insegurança no olhar de AÇUCENA.

CORTA PARA/


CENA 09. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. NOITE

ELEANOR está sentada no sofá da sala e ao seu lado em estão DIRCEU e EULÁLIA que se olham totalmente apreensivos. A câmera foca no semblante entristecido de ELEANOR. Logo depois ela se levanta e começa andar pela sala de estar parecendo bem aflita. 


Eleanor — (séria) Dirceu…. Eulália…. Eu reuni vocês dois aqui para informar que eu estou me separando do Gregório. Vocês precisavam saber, pois eu não sei o que ele vai fazer.

Eulália — A senhora tem certeza disso, dona Eleanor? Desde que eu lembre a senhora está casada com o seu Gregório. O padrão de vida que a senhora que vai diminuir.

Dirceu — A minha velha está certa, patroa. Se a senhora fizer isso irá perder tudo que senhora sempre teve. É uma difícil decisão.

Eleanor — Eu sei disso e eu já fiz a minha escolha. E não tem nada que me faça voltar atrás. Eu demorei demais para tomar essa decisão. 


ELEANOR fica cada vez mais séria. 

Eulália — A senhora não conseguiu esquecer a morte da sua filha, não é, patroa? Eu não quero ser intrometida, mas eu já vi a senhora chorando pelos cantos da mansão. 

Dirceu — Isso não é da nossa conta, Eulália. Eu já falei mil vezes para não se intrometer na vida dos patrões. Eu sinto muito, patroa. 

Eleanor — Está tudo bem, Dirceu. A sua esposa está certa. Eu nunca consegui superar a morte da minha filha. E o pior de tudo foi deitar todos os dias ao lado do responsável. 


DIRCEU e EULÁLIA se olham. A câmera foca no olhar decidido de ELEANOR. O clima de tensão está presente.


Eleanor — Eu agradeço todos esses anos que vocês estiveram comigo. Vocês são bons amigos.

Eulália — A senhora não tem nada que agradecer, dona Eleanor. Tudo que eu e o Dirceu temos nós devemos a você. O prazer foi nosso.


ELEANOR e EULÁLIA se abraçam. DIRCEU apenas sorri. 

CORTA PARA/


CENA 10. CASA DE FÁTIMA. SALA DE ESTAR. INTERIOR. NOITE 

GREGÓRIO continua olhando com muito ódio para LENITA. Logo em seguida a porta vai se abrindo com CASSIANO e LÍVIA entrando na casa. CASSIANO tenta partir para cima de GREGÓRIO, mas LÍVIA consegue impedir. GREGÓRIO fazer da tentativa falha de nosso protagonista. 


Gregório — Olha só quem resolveu aparecer. Eu só lamento que o Tom não conseguiu dar cabo da sua vida, seu infeliz. Mas essa sua surra que co e levou foi muito bem merecido. 

Lívia — Já chega, Vó. Você está indo longe demais. Não consegue ver que está acabando com o resto de carinho que eu tenho por você? 

Cassiano — Você está pedindo demais, Lívia. Infelizmente o seu avô é um assassino. 

Gregório — Lava essa sua boca para falar de mim, seu maldito. Está vendo a prova de que a sua vingança contra mim não te levou a lugar nenhum? Olha bem para sua mãe.


CASSIANO olha para LENITA. A câmera mostra toda a frieza de GREGÓRIO. LÍVIA o confronta. 


Cassiano — Deixa a minha fora dessa história. Isso é entre eu e você, Gregório. Eu vou tirar esse sorriso do seu rosto. Pode ter certeza.

Lenita — A verdade é que eu fui obrigada a te abandonar, meu filho. O Gregório me manteve presa em um casa de repouso todos esses anos. Por isso que eu sumi. 

Lívia — Como você teve coragem, Vô? Tirar uma mãe do convívio de seu filho é algo imperdoável. Você não tem coração? 


GREGÓRIO continua sorrindo friamente. 


Gregório — Querem saber de uma coisa? Eu não tenho tempo para ficar perdendo com vocês. Eu vou embora imediatamente daqui. 

Cassiano — (nervoso) Some da minha frente, Gregório. Antes que eu faça algo do qual eu irei me arrepender. (T) Está esperando o que? 


GREGÓRIO vai embora. Finalmente LENITA respira aliviada. LÍVIA se sente muito mal com tudo o que aconteceu. CASSIANO tenta acalmar ela, mas sem sucesso. 

CORTA PARA/


CENA 11. PORTO DA AREIA. RUA. EXTERIOR. NOITE 

BABY vem andando sozinha pela ruas escuras da cidade. Ela está de cabeça baixa depois de tudo o que ela ouviu de FRANCHICO. Nesse momento ela não sente a chega de RUBINHO que a segura pelo braço o que deixa BABY extremamente nervosa. Ela o olha com raiva.


Rubinho — (cínico) Pelo visto você se decepcionou cedo demais, não é Baby? Eu sabia que você iria acabar correndo para mim. 

Baby — O que você tem na cabeça, Rubinho? Porque você foi fazer aquilo? Prejudicar pessoas inocentes somente para atingir o Franchico? Você deveria ter vergonha. 

Rubinho — Ter vergonha de que? De saber que eu sou superior a esse tipo de gente? Você deveria pensar igual eu penso, Baby. 

Baby — Você me enoja, Rubinho. E você ainda quer que eu volte para você. Patético.


BABY consegue se soltar. RUBINHO fica violento. 


Rubinho — Você está cometendo um grande erro, Baby. Você nunca vai fazer parte da vida desse pescador. Você não consegue ver isso? Eu sou o único que te completa. 

Baby — Cala a sua boca, Rubinho. Eu estou cansada de ouvir cada bobagem que sai da sua boca. Eu nunca vou voltar para você. 

Rubinho — Isso é o que nós vamos ver, Baby. Quando você menos esperar estará novamente em meus braços. Acredite. 


BABY cospe na cara de RUBINHO e vai embora. Ela some no meio da escuridão. RUBINHO sorri cinicamente. 


Rubinho — (sorrindo) Você pode ainda não perceber, Baby. Você vai ser minha dr qualquer jeito. Nem que para isso eu tenha que dar uma lição nesse pescador imundo. 


RUBINHO continua sorrindo.

CORTA PARA/


CENA 12. SOBRADO DO PREFEITO ANÍBAL. SALA DE ESTAR. INTERIOR. NOITE

A câmera mostra que o PREFEITO ANÍBAL está em reunião com um outro homem. Esse convidado tem por volta de uns 60 anos de idade e ele tem o semblante bastante sério. O homem é  AUGUSTIN MOLINOS (Jean Pierre Noher), o novo Delegado da cidade que está bastante preocupado. O PREFEITO ANÍBAL lhe entrega um copo de whisky. 


Prefeito Aníbal — Então você está preparado para assumir a sua função como novo delegado da cidade? Mesmo depois do que ouviu? 

Delegado Augustin — (sério) Eu não tenho medo de desafios, Aníbal. O que eu mais quero é desvendar esses crimes. Um pescador ribeirinho e o Delegado Praxedes não podem ficar impunes. Eu conto com você. 

Prefeito Aníbal — Eu concordo com você, Augustin. Mas nós precisamos ter cuidado com o Gregório. Ele manda nessa cidade. 

Delegado Augustin — Eu não tenho medo, Aníbal. E tem mais uma coisa. Eu pretendo reabrir o caso da morte da filha do Gregório.


O DELEGADO AUGUSTIN toma um gole do whisky. O PREFEITO ANÍBAL fica bastante preocupado. 


Perfeito Aníbal — Você tem certeza dessa decisão, Augustin? Esse é assunto proibido em Porto da Areia. O Gregório vai fazer de tudo para impedir que você reabre esse caso. 

Delegado Augustin — Eu não me importo, Aníbal. Tem muita coisa atrás desse caso. Eu pretendo descobrir o que é. 

Prefeito Aníbal — Então pode contar com a minha ajuda. O Gregório precisa ser feito agora. 


O PERFEITO ANÍBAL e o DELEGADO AUGUSTIN brindam. 


Delegado Augustin — Amanhã eu quero conhecer esse Gregório Assunção. Eu quero tirar essa história a limpo. A verdade precisa aparecer. 


O PREFEITO ANÍBAL concorda com a cabeça. 

CORTA PARA/


CENA 13. PORTO DA AREIA. VISTA GERAL. EXTERIOR. AMANHECER 

De uma forma bem ama vemos o amanhecer na cidade de Porto da Areia. Vários pescadores jogando as redes ar mar, mulheres lavando as roupas na beira do mar e etc. Em um corte rápido vemos a praça da cidade, a prefeitura. A última imagem que a câmera mostra é um carro parado na rua.

TRILHA SONORA: Girassol - Cidade Negra

 A câmera vai se aproximando e podemos ver que o tão carro se trata diz carro de TOM.

FUNDE PARA/


CENA 14. PORTO DA AREIA. RUA. EXTERIOR. MANHà

O carro de TOM continua parado na rua. Ao longe podemos ver ANA ROSA andando pela rua sem nenhum tipo de preocupação. Logo depois TOM sai do carro e para an frente de ANA ROSA que fica encarando o vilão que está totalmente sem paciência. 


Tom — (furioso) Onde você pensa está indo, cadela? Você acha que pode me roubar e ficar por isso mesmo? Você vai me devolver tudo que tirou de mim, Ana Rosa. 

Ana Rosa — Eu não sei do que você está falando, Tom. Você só pode estar ficando louco.

Tom — É melhor você não me irritar, Ana Rosa. Você me roubou e isso não ficar assim. Se você não devolver o meu dinheiro eu vou te jogar para os lobos. Você vai ser presa. 

Ana Rosa — Como você é engraçado, Tom. Você se acha melhor que todo mundo, mas não passa de um infeliz. (P) Eu sei o que você faz quando ninguém está vendo. Você matou um pescador ribeirinho. 


TOM fica sem reação. ANA ROSA sorri maliciosamente. 


Tom — É melhor você ficar fora dessa história, Ana Rosa. Você não sabe onde está se metendo. Eu posso muito bem te calar. 

Ana Rosa — Você acha que eu tenho medo de você, Tom? Nós estamos no mesmo barco. Se você não me ajudar você vai só se prejudicar. É melhor a gente se unir. 

Tom — Parece que você não me conhece, Ana Rosa. Eu nunca vou me unir a alguém como você. Uma mulher de quinta categoria. 


ANA ROSA olha agora TOM com frieza.


Ana Rosa — Então você não terá de volta o seu dinheiro, Tom. E essa conversa acabou aqui. 

Tom — (ardiloso) Você vai me pagar caro por isso, Ana Rosa. Eu vou fazer de tudo para acabar com você sua maldita. 


ANA ROSA não dá importância para o que TOM diz. Ela vai embora deixando o vilão totalmente descontrolado.

CORTA PARA/


CENA 15. ALTO MAR. EXTERIOR. MANHà

A câmera mostra a imensidade do mar. Aos poucos a câmera vai se aproximando e vemos que SANDOVAL conseguiu sobreviver a explosão de seu barco. Ele está agarrado em um pedaço do casco do barco. Ele vai recobrando a consciência e percebe a dimensão do que aconteceu.


Sandoval — (confuso) Onde é que eu estou? Graças a Deus eu consegui sobreviver daquela explosão. Eu preciso voltar para Porto da Areia. É isso que eu tenho que fazer.


SANDOVAL continua estarrecido. 


Sandobal — Isso é tudo culpa do Gregório. Mas eu não vou deixar essa injustiça ficar assim. 

O semblante de SANDOVAL está bastante sério. Ele olha para todos os lados e só vê água todo canto.


Sandoval — (desesperado) Isos não pode estar acontecendo comigo. Isso não é justo. Não agora que eu tenho a minha filha e a Clarice. 


A tristeza toma conta de SANDOVAL. A câmera vai se afastando dando mais a dimensão da solidão de SANDOVAL.

CORTA PARA/


CENA 16. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. MANHà

CLOSE em GREGÓRIO que vem descendo as escadas da mansão com muita pressa. Assim que ele chega na sala de estar ela dá de cara com LÍVIA que está a sua espera. A nossa protagonista fica frente a frente com seu avô que demonstra mais uma vez toda a sua frieza. 


Gregório — (prepotente) O que você veio fazer aqui, Lívia? Veio se rastejar para pedir por aquele seu namorado? Isso é feio até para você.

Lívia — A nossa conversa ainda não acabou, Gregório Assunção. Tem muita coisa que ainda eu quero falar com você. E que não pode esperar mais do que já esperou.

Gregório — Eu não tenho culpa para essas bobagens, Lívia. Quando você quiser falar sério você sabe o que eu quero que você diga. 

Lívia — Como você é dissimulado, Vô. Eu já sei de toda a verdade. Eu só quero saber de uma coisa. Porque você matou a minha mãe? Eu quero a verdade.


GREGÓRIO fica em choque. LÍVIA continua o confrontando. 


Gregório — De onde você tirou essa história, Lívia? Foi o Sandoval não foi? Isso é mentira dele. 

Lívia — Do que você tem medo? De ser preso? Você não pode tirar isso de mim. Por sua causa eu nunca conheci a minha mãe.

Gregório — Já chega, Lívia. Eu não quero mais saber mais dessa história. Eu tenho um compromisso. E eu não quero mais você falando sobre esse assunto novamente. 


LÍVIA fica insistindo. GREGÓRIO se enfurece. 


Lívia — (se enchendo de coragem) Faça o que você quiser, Vô. Eu cansei de tentar fazer você me contar a verdade. Agora eu quero justiça. Eu quero ver você na cadeia.


O olhar de LÍVIA demonstra toda a sua determinação. GREGÓRIO se enfurece cada vez mais. A câmera mostra que LÍVIA continua encarando o seu avô. 

INSTRUMENTAL: Tensão 


A imagem congela no olhar determinado de LÍVIA. Aos poucos uma onda invade a tela dando efeito e encerrando o capítulo.





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