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Maré Alta - Capítulo 17

  






MARÉ ALTA 

CAPÍTULO 17


Criada e escrita por: Luan Maciel 

Produção Executiva: Ranable Webs




CENA 01. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA

Continuação imediata do capítulo anterior. TOM continua olhando para todos da vila de pescadores com muito desprezo. O trator está parado atrás de TOM o que deixa LÍVIA bastante preocupada. A nossa protagonistas fica frente a frente com TOM que a encara cinicamente.


Lívia — (séria) Então esse sempre foi o seu plano, não é mesmo, Tom? Pra que você quer destruir a vida dessa gente tão simples? Tudo isso por causa de dinheiro? 

Tom — E porque mais seria, Lívia? Esse vila está impedindo que o progresso chegue até nossa cidade. Eu vou acabar com isso.

Lívia — Você não pode estar falando sério, Tom. Eu não imaginava que você fosse tão preconceituoso assim. Você é uma decepção. 

Tom — Não é preconceito, Lívia. É apenas a verdade. Essa licitação que eu tenho me permite fazer isso. Agora que o Sandoval sumiu ninguém vai poder me impedir.


LÍVIA fica muito nervosa. Ela dá um tapa em TOM. 


Lívia — Você é um maldito, Tom. Não me diga que você está por trás da explosão do barco do meu pai? Eu nem sei do que eu sou capaz se eu descobrir que você fez isso. 

Tom — Eu não sei do que você está falando, Lívia. Como você pode chamar aquele pescador imundo de pai? Isso é irreal. 

Lívia — Ele pode ser um simples pescador, mas é muito melhor que você. Eu não vou deixar você acabar com a casa dessas pessoas.


TOM continua bastante confiante. LÍVIA está muito decidida. 


Tom — Você tem certeza que quer comprar essa briga, Lívia? Você só está adiando o inevitável. Vocês tem 72 horas para desocupar suas casas. Estão ouvindo? 

Lívia — (determinada) Isso é o que nós vamos ver, Tom. Eu vou conseguir impedir que você faça essa injustiça. Isso é uma promessa. 

TOM coloca os óculos escuros. Ele vai embora juntamente com o trator. Logo depois LÍVIA respirar aliviada.

CORTA PARA/


CENA 02. PORTO DA AREIA. GALPÃO ABANDONADO. INTERIOR. DIA

CLOSE em ANA ROSA que continua amarrada na cadeira. A vilã fica se debatendo cada vez mais. Depois de muitas tentativas ANA ROSA vai ficando ainda mais frustrada. A câmera mostra o ódio presente em seu olhar. Mesmo tentando se soltar ANA ROSA não consegue. 


Ana Rosa — (furiosa) Eu juro que se eu conseguir sair daqui eu vou matar o Tom. Ele ainda vai descobrir do que eu sou capaz de fazer.


ANA ROSA continua tentando se soltar. A cadeira acaba caindo no chão e a vilã finalmente consegue se soltar. 


Ana Rosa — O Tom vai me pegar caro por feito isso comigo. E eu já sei exatamente o que eu vou fazer. Eu vou acabar com a reputação dele.


ANA ROSA está certa do que ela tem que fazer sem pensar duas vezes a vilã vai saindo do galpão abandonado.

CORTA PARA/


CENA 03. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA

ELEANOR vem descendo as escadas da mansão e ela tem uma mala em suas mãos. A câmera gira e mostra que aos pés da escada estão DIRCEU e EULÁLIA que estão visivelmente tristes com a decisão de ELEANOR de ir embora da mansão. Mas só que ELEANOR está certa do que quer.


Eleanor — Eu sei exatamente porque vocês estão aí parados me olhando. Eu não vou mudar de idéia. Eu vou embora agora mesmo. 

Eulália — (preocupada) A senhora tem certeza disso, dona Eleanor? Não é justo que a senhora tenha que sair da mansão que é de sua propriedade para o seu Gregório continuar aqui. Isso não está certo.

Dirceu — A Eulália está certa, patroa. A senhora está acostumada com um padrão de vida muito alto. Isso é mesmo algo que a senhora esteja disposta a fazer?

Eleanor — Eu sei que vocês estão preocupados comigo e eu agradeço por isso. Mas eu não posso ficar presa nesse casamento fracassado. Eu preciso ir embora..


DIRCEU e EULÁLIA se olham. ELEANOR está decidida.


Eulália — Se a senhora quer isso então não podemos fazer nada, dona Eleanor. Eu só espero que a senhora fique bem. 

Dirceu — Quando o seu Gregório descobrir ele vai enlouquecer, patroa. A senhora sabe que está pisando em campo minado? 

Eleanor — Com o Gregório eu me entendo depois. Tudo o que eu preciso agora é esfriar a minha cabeça. E eu só vou conseguir fazer isso longe daqui. Eu sinto muito.


ELEANOR respira fundo. EULÁLIA a encara em silêncio. 


Eulália — A senhora não precisa se desculpar, dona Eleanor. Nós estamos cansados de saber tudo o que a senhora passou nesse casamento. Nós iremos sempre te apoiar.

Eleanor — (séria) Eu agradeço muito a amizade de vocês. Mas eu não vou deixar mais o Gregório controlar a minha vida. Eu já perdi a minha filha. Eu não irei perder a minha neta. 


ELEANOR e EULÁLIA se abraçam demonstrando a amizade entre elas. DIRCEU esboça um sorriso. Nesse momento a porta da mansão se abre e GREGÓRIO entra. Logo de cara ele percebe o que está acontecendo. Ele e ELEANOR ficam se encarando.

CORTA PARA/


CANOA QUEBRADA, CEARÁ.


CENA 04. CANOA QUEBRADA. CAOS. EXTERIOR. DIA

Um barco vem chegando até o porto de CANOA QUEBRADA. A câmera vai se aproximando e podemos ver SANDOVAL olhando tudo ao seu redor e em total silêncio. O PESCADOR que o resgatou olha bastante sério para ele. SANDOVAL retribui o olhar enquanto está pensativo.


Pescador — Nós já chegamos, Sandoval. Estamos em Canoa Quebrada. Você tem certeza que deseja voltar para Porto da Areia? Se o Gregório descobrir que você está vivo ele não pensar duas vezes em acabar com você. 

Sandoval — (firme) Isso não tem mais importância, meu amigo. Tudo o que eu mais quero é ver a minha filha e a mulher que eu amo. Isso o Gregório não vai conseguir tirar de mim.

Pescador — Você está realmente decidido. Tudo o que eu posso azer é te desejar muita sorte, Sandoval. Você vai precisar e muito.

Sandoval — Eu não tenho escolha. O Gregório tirou a minha primeira mulher de mim. Eu não vou deixar que ele faça isso de novo. Não vou. 


O PESCADOR fica admirado com a determinação de SANDOVAL. Logo depois SANDOVAL se levanta. 


Sandoval — Eu nem sei como te agradecer por tudo que você fez por mim, meu amigo. Se não fosse por você eu nem sei o que seria de mim. Mas agora eu preciso voltar para casa. 

Pescador — Eu não fiz nada demais, Sandoval. Eu apenas fiz o que eu achei ser o certo. E só mais uma coisa. Toma cuidado. O Gregório Assunção não é de brincar quando quer alguma coisa.

Sandoval — Com isso você não precisa se preocupar. Eu não vou descansar enquanto o Gregório não pague por tudo que ele fez. Eu juro.


SANDOVAL está certo do que quer. Ele e o PESCADOR apertam as mãos. SANDOVAL desce do barco . Já em terra firme SANDOVAL faz um último aceno para o PESCADOR.


Sandoval — Lívia…. Clarice…. Eu estou voltando para casa. Eu estou voltando para vocês. 


SANDOVAL começa a andar pela praia de CANOA QUEBRADA. Ele vai andando até sumir no horizonte.

CORTA PARA


PORTO DA AREIA, CEARÁ.


CENA 05. VILA DOS PESCADORES. RUA. EXTERIOR. DIA

FRANCHICO e outros pescadores estão reunidos comemorando e bastante aliviados. Nesse momentoRUBINHO se aproxima deles o que vai deixando todos bastante apreensivos. Os outros pescadores vão se afastando deixando FRANCHICO e RUBINHO sozinhos. 


Franchico — (sério) O que você está fazendo aqui, Rubinho? Já não basta ter tentado jogar a Baby contra mim? Você é muito baixo. 

Rubinho — Você não faz parte do mesmo mundo que eu e a Baby fazemos. No fundo você sabes verdade, Franchico. Você nunca vai ser homem suficiente para a Baby. Você sabe muito bem disso e ela também sabe.

Franchico — É melhor você ir embora, Rubinho. Não me obrigue a fazer algo que eu não quero. 

Rubinho — Você acha que pode me ameaçar, Pescador? Olhe para mim e olhe para você? Você nunca vai se comparar comigo. 


FRANCHICO perde a paciência. Ele empurra RUBINHO bruscamente. O vilão fica bastante nervoso e incomodado. 


Franchico — Eu bem que tentei te avisar, Rubinho. Mas parece que você não quer ouvir. Quando é que você vai aceitar que eu e a Baby a gente se ama? Esquece ela. 

Rubinho — Sabe quando eu vou aceitar isso, Franchico? Nunca! A Baby vai ser minha de qualquer jeito. Você pode acreditar em mim..

Franchico — Se você fizer qualquer coisa para prejudicar a Baby eu juro que você vai se arrepender. Bela você não vai tocar. 


RUBINHO começa a gargalhar. FRANCHICO não diz nada. 


Rubinho — (sorrindo) Eu acho isso tão patético. Você está defendendo a Baby com unhas e dentes, mas ela iria embora na primeira oportunidade. Essa é a verdade absoluta. 

Franchico — Eu não sou obrigado a ficar ouvindo isso. Eu espero não ter o desprazer em te ver novamente, Rubinho. Até nunca mais.


FRANCHICO dá as costas para RUBINHO e vai embora sem olhar para trás. O vilão continua sorrindo satisfeito.

CORTA PARA/

CENA 06. PORTO DA AREIA. PRACA. EXTERIOR. DIA

A câmera mostra que LÍVIA vem andando pela rua totalmente perdida em seus pensamentos. Do lado contrário quem está vindo é CASSIANO. Sem querer a nossa protagonista possa perceber um carro vem vindo em alta velocidade na sua direção. Sem pensar duas vezes CASSIANO sai correndo e consegue salvar LÍVIA bo último momento. 


Cassiano — (aflito) Lívia…. Como você está? Esse maluco quase passou pro cima de você. (P) O que foi que aconteceu com você? 

Lívia — A culpa não foi dele, Cassiano. Eu estou com a minha cabeça no mundo da lua. Primeiro o meu pai some em alto mar e agora o Tom diz que tem uma licitação para expulsar os pescadores e suas famílias da vila. Sinceramente não sei o que fazer.

Cassiano — Lívia…. Tem uma coisa que você precisa saber. Tem um boato correndo na cidade que o Tom deu um golpe no seu avô e ele tomou posse da “Pescados Marítimos”. O seu avô pode perder tudo bem rápido. 

Lívia — Então deve ser por isso que o Tom estava muito confiante. Mas porque você está me contando isso, Cassiano? O meu avô destruiu a vida da sua família. Você mais do que ninguém deveria querer o mal dele.

CASSIANO segura as mãos de LÍVIA suavemente.


Cassiano — Nós não podemos pagar o mal com o mal, meu amor. Você me ensinou isso. Eu quero que o Gregório pague por tudo que ele fez. Mas isso está muito errado.

Lívia — Você me surpreende a cada dia que se passa, Cassiano. Mas eu preciso tirar essa história a limpo. E eu preciso fazer ir sozinha. Eu espero que você não entenda.

Cassiano — Eu não acho essa uma boa idéia, Lívia. O Tom está se mostrando um homem muito perigoso. Eu vou junto com você. 


LÍVIA esboça um sorriso. Ela e CASSIANO se olham.


Lívia — (decidida) Eu sei que você quer me proteger, meu amor. Mas eu preciso enfrentar o Tom de uma vez por todas. Ele não pode fazer o que ele tanto quer. 

Cassiano — Eu espero que você esteja certa, Lívia. Mas qualquer coisa você me liga. Se o maldito do Tom fizer alguma coisa com você eu juro que eu não vou responder por mim.


LÍVIA dá um beijo apaixonado em CASSIANO. Ele corresponde ao beijo de sua amada com intensidade.

TRILHA SONORA: Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim - Ivete Sangalo.

CORTA PARA/


CENA 07. MANSÃO DA FAMÍLIA ASSUNÇÃO. SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA

Continuação imediata da cena 3. GREGÓRIO e ELEANOR continuam se encarando. DIRCEU e EULÁLIA deixem sair da sala de estar bem sorrateiramente. ELEANOR olha para o seu marido como se ela não estivesse com medo. GREGÓRIO estar bastante irritado. O vilão pega a mala de ELEANOR e joga com raiva para bem longe.


Gregório — (irritado) Eu posso saber o que você pensa que está fazendo, Eleanor? Eu pensei que você já tinha esquecido dessa ideia idiota. Eu não vou deixar que você suje a minha reputação. Isso não vai acontecer. 

Eleanor — É só com isso que você se preocupa, Gregório. Mas eu me cansei. Eu vou ir embora. E nem tentei me impedir. 

Gregório — E para onde é que você vai, Eleanor? Você está acostumada com a vida que eu sempre te dei. Você não vai aguentar ficar muito tempo longe de todo esse conforto.

Eleanor — Eu não me importo mais com isso, Gregório. O maior erro da minha vida foi ter ficado ao seu lado depois que você matou a nossa filha. Eu te odeio simplesmente. 


GREGÓRIO segura os braços de ELEANOR com força.


Gregório — Você acha que pode fazer o que quer? Aqui quem da a última palavra sou eu. Sempre foi assim e isso nunca vai mudar. 

Eleanor — Esse é o seu problema, Gregório. Você acha que todos tem que fazer a sua vontade. Mas eu tenho minha vida própria. Eu quero ficar longe de você.

Gregório — Eu já vou te avisando Eleanor. Você não vai levar nada desse casamento. Eu vou fazer de tudo para te arruinar. Pode apostar. 


ELEANOR consegue soltar o seu braço. Ela olha com muita firmeza para GREGÓRIO. O vilão fica imóvel em sua frente.


Eleanor — Faça o que você quiser, Gregório. Faz muito tempo que eu não sinto mais nada por você. Eu quero ficar bem longe de você.E eu espero que a Lívia faça a mesma coisa.

Gregório — (nervoso) Se você quer ir embora então vá, Eleanor.Mad escute o que eu vou te dizer. Eu não vou deixar que você estrague a nossa neta igual você fez com a nossa filha. Está me ouvindo? 


ELEANOR não dá ouvidos para GREGÓRIO. Ela pega sua mala e vai embora da mansão. GREGÓRIO fica espumando de ódio. O vilão vai demonstrando todo o seu desequilíbrio.

CORTA PARA/


CENA 08. CASA DE TOM. SALA DE ESTAR. INTERIOR. TARDE 

TOM vai adentrando em sua casa quando ele fica em choque ao ver ANA ROSA sentada no sofá da sala. A vilã vai se levantando enquanto TOM continua a olhando com muito desprezo. ANA ROSA para na frente de TOM e eles ficam se encarando em um silêncio ensurdecedor. 


Ana Rosa — (furiosa) Você achou mesmo que iria conseguir se livrar de mim, Tom? Eu queria ser sua cúmplice, mas agora eu vou acabar com você. Seu desgraçado infeliz.

Tom — Você é mais forte do que eu imaginei, Ana Rosa. Mas as suas ameaças não me colocam medo. Eu já consegui me apossar da empresa do Gregório. Eu posso tudo.

Ana Rosa — É melhor você não me provocar, Tom. Quando eu quero alguma coisa eu sempre consigo. Você não me conhece. 

Tom — Quem você está querendo enganar, Ana Rosa? Você não passa de uma invejosa. Pessoas que nem você não merecem nada de bom. Eu não sinto nada por você, Ana Rosa. Nem mesmo pena. 


ANA ROSA fica descontrolada. TOM sorri cinicamente. 


Ana Rosa — Você sempre se achou melhor que todo mundo, Tom. Mas vai ser essa sua arrogância que vai te derrubar.

Tom — Eu não tenho mais tempo para perder com você, Ana Rosa. Eu quero você longe da minha casa. Sua vigarista de quinta. 

Ana Rosa — Sabe o que eu acho engraçado, Tom? O que o Gregório iria achar se ele soubesse que você tomou cobta da empresa dele de uma forma ilegal. Você seria preso. 


TOM perde o controle e segura ANA ROSA pelo pescoço. 


Tom — (descontrolado) Você bem pense em atrapalhar os meus planos, Ana Rosa. Eu nem sei o que eu faço com você. 

Ana Rosa — Me solta, Tom. Você está me machucando. Eu estou ficando sem ar. 


TOM solta o pescoço de ANA ROSA. O vilão pega ela pelo braço e a expulsa de sua casa sem cerimônias.

CORTA PARA/


CENA 09. VILA DOS PESCADORES. CASA DE ENRICO E AÇUCENA. SALA. INTERIOR. TARDE 

ENRICO está tomando o seu café em total silêncio. Nesse momento AÇUCENA entra em casa e o seu semblante é de alguém bastante preocupada. Ela se senta ao seu lado de seu marido, mas ENRICO não se importa nenhum pouco.


Enrico — O que foi que houve com você, Açucena? Até parece que vou um fantasma. (P) Diga logo o que você quer. Estou agoniado.

Açucena — (séria) O Tom está querendo toda a vila, Enrico. Se não fosse pela Lívia eu não sei o que teria acontecido com todos nós. Iríamos perder tudo o que a gente lutou para ter.

Enrico — Eu não acredito que você está assim por causa dessa bobagem. Isso seria ótimo para mim. Não ter que viver mais nesse lugar.

Açucena — Você não pode estar falando sério, Enrico. O que você tem correndo em suas veias? Milhares de pessoas vão perder as suas casas. Inclusive nós dois. 


ENRICO se levanta da mesa. AÇUCENA faz o mesmo.


Enrico — Eu não quero mais falar sobre esse assunto, Açucena. Eu cansei dessa vida de pescador. Eu necessito de muito mais. 

Açucena — Como eu puder acreditar que você seria um bom líder para os pescadores da vila. Somente o Sandoval era capaz de fazer isso. Você nunca vai ser ele, Enrico. 

Enrico — Você está querendo me provocar, Açucena? Você só está esquececendo de um detalhe. O Sandoval está bem morto. 


AÇUCENA fica horrorizada com o que ENRICO diz. 


Açucena — (decepcionada) Eu não te reconheço mais, Enrico. Você não é o homem com quem eu me casei. Você é um estranho para mim. Eu não sei mais como fazer esse nosso casamento dar certo.

Enrico — O que você está querendo dizer com isso, Açucena? As coisas sempre foram assim. E não irão mudar só porque você quer. 


As lágrimas escorrem pelos olhos de AÇUCENA. Ela vai para o quarto totalmente triste. ENRICO não se come o o choro de sua esposa. Ele se monstra cada vez mais frio.

CORTA PARA/


CENA 10. SOBRBADO DO PREFEITO ANÍBAL. QUARTO DE CLARICE. INTERIOR. TARDE 

CLARICE está jogada na sua cama e o seu semblante é de muita tristeza. Nesse momento a porta do quarto vai se abrindo e o PREFEITO ANÍBAL entra e se senta na cama ao lado de sua filha. CLARICE olha para o seu pai e ela só consegue chorar. O PREFEITO ANÍBAL toca suavemente no rosto de sua filha. Eles se olham com ternura.


Prefeito Aníbal — Como você está, minha filha?Eu nen sei o que te dizer nesse momento. O Sandoval era um bom homem. Você deveria estar orgulhosa de ter passado esse tempo ao lado dele, Clarice.

Clarice — (chorando) Não fala assim, pai. Eu ainda prefiro acreditar que o Sandoval está vivo. Nada vai me fazer acreditar que ele morreu. 

Prefeito Aníbal — Eu sei que você quer se agarrar nessa esperança, Clarice. Mas o acidente que ele sofreu em alto mar foi muito grave. 

Clarice — Para mim não importa. O Sandoval está vivo. Essa é uma certa que ninguém me tira. 


O PREFEITO ANÍBAL fica em silêncio. Ele se levanta da cama de dia filha enquanto CLARICE o encara. 


Perfeito Aníbal — Eu vou fazer de tudo que estiver ao meu alcance agora encontrar o Sandoval, minha filha. Mas eu quero que você esteja preparada para qualquer resposta que vier. 

Clarice — Eu vou repetir o que eu já disse, pai. O Sandoval está vivo. Eu tenho essa certeza. 

Prefeito Aníbal — Então ótimo, Clarice. Eu vou usar de toda a influência que eu tenho para descobrir o que foi que aconteceu. Eu prometo que você vai ter respostas.


CLARICE enxuga as suas lágrimas. Ela esboça um sorriso.


Clarice — (tentando sorrir) Eu nem sei como te agradecer, pai. Isso é muito importante para mim. Não foi muito justo o que aconteceu. 

Prefeito Aníbal — Eu faço qualquer coisa por você e por sua irmã, minha filha. Tudo o que eu não quero é ter ver chorando pelos cantos. 


CLARICE se levanta da cama. Ela e o PREFEITO ANÍBAL se abraçam de uma forma bastante emocional.

CORTA PARA/


CENA 11. PORTO DA AREIA. MERCADO DE PEIXE. EXTERIOR. TARDE 

De forma bastante ampla a câmera mostra que um dos comerciantes do mercado de peixe vai caminhando na direção de uma caminhonete bastante velha. Logo depois ele é surpreendido com a chegada de BABY que o encara de uma forma bastante séria. Ela está muito decidida.


Baby — (séria) Nós precisamos conversar. Eu estou ciente de tudo o que o Rubinho está fazendo você fazer contra o Franchico. Você não tem vergonha de fazer isso com um homem trabalhador e honesto? 

Comerciante — Eu sei muito bem quem você é. Você é filha do Prefeito. (P) Eu não sei do que você está falando. Se o Franchico está me devendo alguma coisa ele deve me pagar.

Baby — É dinheiro que você quer? Isso para mim não é o menor problema. Você não passa de um mau caráter que ganha no trabalho de pessoas desavisadas. Você é uma vergonha. 

Comerciante — Quem você pensa que é para falar assim comigo? Você pode ser a filha do prefeito, mas aqui você não manda nada. 


BABY começa a ficar bastante irritada. Ela tira um bom volume de dinheiro e joga em cima do COMERCIANTE. 


Baby — Pega o dinheiro que você tanto estava querendo. Se você ou o Rubinho fizerem contra o Franchico eu juro que eu denuncio essa possilga para a Prefeitura. Eu quero ver o que você vai arrumar se o que você faz aqui cair na boca da imprensa. 

Comerciante — Você não teria coragem de fazer isso. Você estaria prejudicando todos os pescadores de toda a região da cidade. 

Baby — Então não procure me irritar novamente. Você não sabe do que eu sou capaz de fazer por quem eu amo. Está me ouvindo? 


O COMERCIANTE recolhe o dinheiro que está no chão.


Comerciante — Dessa vez eu vou aceitar o seu dinheiro. Ou melhor dizendo o dinheiro do seu pai. Mas o Rubinho vai ficar sabendo. 

Baby — (firme) E o senhor acha que eu tenho medo do Rubinho? Ele não vai continuar atrapalhando a minha vida. Não mesmo!


BABY vai indo embora se sentindo totalmente confiante. O COMERCIANTE olha para BABY com muito ódio. 

CORTA PARA/


CENA 12. SOBRADO DO PREFEITO ANÍBAL. SALA DE ESTAR. INTERIOR. TARDE 

O PREFEITO ANÍBAL está sentado no sofá da sala de estar totalmente imerso em seus pensamentos. Nesse instante ROSELI vem se aproximando e lhe entrega um xícara de chá o que surpreende ele. Ela se senta ao seu lado e eles ficam se olhando. O PREFEITO ANÍBAL coloca a xícara de chá em uma mesa lateral e pega mãos de ROSELI que fica sem reação diante da atitude do PREFEITO ANÍBAL. 


Prefeito Aníbal — Sabe de uma coisa, Roseli? Quando você apareceu na minha porta precisando de ajuda eu nunca imaginei que você seria o porto seguro dessa casa.

Roseli — (sem jeito) Não é para tanto, Aníbal. Eu só queria retribuir um pouco do que estão fazendo por mim. É o mínimo que eu poderia estar fazendo. Você não acha?

Prefeito Aníbal — Eu sei que eu não deveria estar te falando isso, Roseli. Mas eu não consigo parar de pensar em você. O sentimento que existia entre nós anos atrás voltou com tudo.

Roseli — É melhor a gente encerrar essa conversa aqui, Aníbal. Você sabe que eu não posso. 


ROSELI tenta se levantar do sofá. O PREFEITO ANÍBAL a segura lentamente pelas mãos. Elas se olham diferente.


Prefeito Aníbal — Por favor, Roseli. Espera só um pouco. Eu sei que você tem um embrolio com o seu ex-marido. Mas eu não pós negar o que eu estou sentindo. Não dá mais.

Roseli — Você é um homem incrível, Aníbal. Mas eu não posso. Eu tenho medo do que o Misael possa querer fazer contra você. 

Prefeito Aníbal — Eu não me importo, Roseli. Por você vale a pena correr esse risco. O Misael não vais e atrever a se meter comigo. 


ROSELI está em dúvida. O PREFEITO ANÍBAL sobe a sua mão e toca no rosto bem suave de ROSELI. 


Roseli — (preocupada) Você tem certeza disso, Aníbal? É isso mesmo que você quer? 

Prefeito Aníbal — Eu deixei você figornuma vez de mim, Roseli. Eu não vou deixar isso acontecer de novo. Eu quero você para mim. 


ROSELI fica muito emocionada. Ela e o PREFEITO ANÍBAL se aproximam casa vez mais. Até que o inevitável acontece. Eles acabam se beijando em um ato de amor sublime.

TRILHA SONORA: Un-Break My Heart - Tony Braxton

CORTA PARA/


CENA 13. GRUPO “PESCADOS MARÍTIMOS”. SALA DE TOM. INTERIOR. TARDE 

A luz da sala está totalmente apagada. Assim que TOM e tra em sua sala e acende a luz ele fica surpreso ao ver LÍVIA ali a sua espera. A nossa protagonista se levanta de uma poltrona e cai na direção de TOM. O vilão começa a sorrir. LÍVIA cospe na cara de TOM o que tira o sorriso de seu rosto. 


Tom — (furioso) O que você está fazendo, Lívia? Você vem em minha empresa para me desrespeitar desse jeito? Você é infantil. 

Lívia — Sua empresa? Não me faça rir, Tom. Então os boatos são verdadeiros. (P) Como você teve coragem de roubar a empresa do meu avô. Era isso que você sempre quis. 

Tom — Eu não vou discutir isso com você, Lívia. Agora saia da minha sala antes que eu chame a segurança para você. Ouviu? 

Lívia — Eu ouvi muito bem, Tom. Não sou surda. 


TOM continua olhando LÍVIA friamente.


Tom — Você continua com esse seu nariz em pé, Lívia. Você quer mesmo saber porque eu fiz tudo isso? A fortuna que o seu avô criou foi baseada em uma mentira. Ele é um hipócrita mentiroso. 

Lívia — Do que você está querendo acusar o meu avô dessa vez, Tom? Qual é a sua mentira? 

Tom — Não é mentira, Lívia. É apenas a verdade. Você deve ter ouvido falar de Otacílio Alvarez. Ele era o meu avô. Ele se matou depois que o Gregório o roubou. Tudo o que eu quero é o que é meu por direito.


LÍVIA fica paralisada. Ela não sabe como reagir. 


Lívia — (em choque) Isso não pode ser verdade. Tudo o que eu conheço do meu avô é mentira. Tem algo nele que seja verdade? 

Tom — Isso não é mais da minha conta, Lívia. O que eu queria eu já consegui. Agora eu só preciso tirar você do meu caminho. E isso eu te garanto que não vai demorar. 


LÍVIA fica muito irritada. Ela empurra TOM e vai embora. A câmera mostra o semblante de satisfação de TOM.

CORTA PARA/


CENA 14. CASA DE FÁTIMA. SALA DE ESTAR. INTERIOR. TARDE

FÁTIMA e LENITA vão entrando dentro de casa e percebendo que a casa está totalmente revirada. LENITA fica desesperada e percebe que as provas que ela tinha contra GREGÓRIO foram levadas. FÁTIMA tenta acalmar ela, mas sem sucesso. LENITA está totalmente fora de si.


Lenita — (aflita) O que é que eu vou fazer agora? Essa era a única segurança que eu tinha contra o Gregório. Agora eu não tenho nada. 

Fátima — Você precisa ficar calma, Lenita. Eu sei que isso é ruim, mas você não pode se desesperar desse jeito. Tudo vai ficar bem. 

Lenita — E como eu tudo isso vai ficar bem, Fátima? Se essas provas chegarem até o Gregório eu estarei perdida totalmente.

Fátima — Eu nunca entendi o motivo de você nunca ter levado essas provas até a delegacia. Você poderia ter colocado ele na cadeia. 


LENITA vai ficando cada vez mais séria e agoniada. 


Lenita — Você não iria entender, Fátima. Eu precisava de uma segurança para tirar o Gregório do meu pé. E foi foi isso que eu decidi que eu não iria entregar essas provas para a polícia. 

Fátima — Você cometeu um grande erro, Lenita. Agora o Gregório pode estar sobe o pode dessas provas. Era isso que você queria?

Lenita — É claro que não, Fátima. Mas agora não adianta chorar por o que já foi. Você tem que me prometer que o Cassiano não vai ficar sabendo dessas provas. Você entendeu? 


FÁTIMA olha para LENITA bastante desconfiada. 


Fátima — (séria) Eu não posso fazer isso, Lenita. Eu nunca menti para o Cassiano e não vai ser agora que eu vou começar. Eu sinto muito não poder te ajudar, minha amiga.

Lenita — Se você fosse minha amiga mesmo iria me ajudar, Fátima. Mas pode deixar que eu me me viro sozinha. Como eu sempre fiz. 


LENITA sai da casa parecendo um furacão. FÁTIMA continua em sua casa e fica bastante pensativa no que LENITA disse. 

CORTA PARA/


CENA 15. PORTO DA AREIA. RUA. EXTERIOR. TARDE 

A câmera vem acompanhando os passos de CASSIANO que vai andando com uma certa pressa. Quem está vindo na direção de nossa protagonista é ANA ROSA que está com um sorriso malicioso em seu rosto. Sem dizer absolutamente nada a vilã beija CASSIANO que logo consegue a afastar. 


Cassiano — O que você pensa que está fazendo, Ana Rosa? Nós já conversamos sobre isso. Eu amo a Lívia e nada do que você faça vai me fazer mudar de ideia. Você entendeu? 

Ana Rosa — E quem aqui está falando em amor, Cassiano? Eu estou falando em se divertir. Vai me dizer que você não se sente atraído? 

Cassiano — É claro que não, Ana Rosa. Você não passa de uma mulher vulgar. Tem mais coisas importantes do que se divertir. 

Ana Rosa — Você e esse seu moralismo irritante, Cassiano. Porque eu não posso ter o que eu quero? Eu quero você para mim. A Lívia não te merece. Eu sim mereço.


CASSIANO começa a ficar muito incomodado.


Cassiano — Essa sua inveja da Lívia já está passando de todos os limites, Ana Rosa. Eu não quero mais te ver na minha frente. Tudo o que você trouxe desde que eu te conheci foi maldade e malícia. Isso está muito errado. 

Ana Rosa — Você e o Tom não são muito diferentes, Cassiano. Vocês gostam de me humilhar. Mas eu prometo que isso não vai mais acontecer. Eu vou ter o que eu quero.

Cassiano — Você está enganada, Ana Rosa. Eu e o Tom somos muito diferentes. Eu não sou um lobo em pele de cordeiro igual ele. Agora eu vou embora. Essa conversa acaba aqui. 


ANA ROSA segura nos braços de CASSIANO. A câmera gira e mostra ao longe LÍVIA vindo na direção deles. 


Ana Rosa — (com raiva) Porque você não pode me amar, Cassiano? O que eu tenho de errado? 

Cassiano — Eu amo a Lívia e para isso é o suficiente, Ana Rosa. Eu não posso fazer nada se você se sente rejeitada. Eu só consigo lamentar.


ANA ROSA vira o seu rosto e percebe a presença de LÍVIA. A vilã volta a a beijar CASSIANO agora com volúpia.

TRILHA SONORA: Erva Venenosa - Rita Lee.


A imagem congela no olhar enraivecido de LÍVIA. Aos poucos uma onda invade a tela dando efeito e encerrando o capítulo.







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