CENA 01. PADARIA.INT.MANHÃ
Juliano e Romina estão sentados em uma mesa na padaria, o clima tenso
entre eles depois do pedido de Romina para ver Clarinha.
Romina - [com uma expressão ansiosa] Juliano, por favor, eu só quero conhecer
minha filha. Inara não precisa saber. Por favor...
Juliano - [com uma expressão preocupada] Romina, eu entendo o que você está
pedindo, mas eu não sei se posso fazer isso. Enganar Inara não parece certo.
Romina - [com os olhos marejados] Juliano, eu imploro a você. Eu perdi tantos
momentos preciosos com Clarinha. Eu só quero estar perto dela, mesmo que seja
por um instante.
JULIANO olha para Romina, vendo a angústia em seus olhos, e suspira
profundamente.
Juliano - [com uma voz hesitante] Eu não sei, Romina. Eu me sinto
desconfortável com isso. Inara é minha esposa e não posso mentir para ela.
Romina - [desesperada] Juliano, por favor, você não entende! Eu preciso
disso. Eu preciso ver minha filha. Por favor, me ajude.
JULIANO abaixa o olhar, lutando com seus próprios sentimentos
conflitantes.
Juliano - [em um sussurro] Eu não sei se consigo fazer isso, Romina. Não sei
se consigo mentir para Inara.
Romina - [em lágrimas] Por favor, Juliano. Eu te imploro. Eu sei que é
errado, mas... mas é o único jeito de eu poder ver Clarinha. Eu não posso
perder essa chance.
JULIANO fecha os olhos por um momento, sentindo o peso da decisão sobre
seus ombros.
Juliano - [com uma voz trêmula] Eu preciso de um tempo para pensar. Não posso
decidir isso agora.
ROMINA olha para Juliano com uma mistura de esperança e desespero, suas
mãos tremendo.
Romina - [com uma voz trêmula] Por favor, Juliano. Não me deixe sem
esperança.
JULIANO olha nos olhos de Romina, vendo a dor e a necessidade genuína
em seu olhar.
Juliano – Eu prometo que acharemos a melhor solução, Romina. Mas enquanto
isso, até mesmo para você se estabilizar, já que você não aceitou a minha ajuda
financeira, peço que fique morando na minha casa lá em Madureira. É bem
simples, mas pelo menos é melhor que dormir na rua. E não aceito resposta
negativa.
Romina o olha e sorri.
CENA 02. MANSÃO DE JULIANO. SALA DE ESTAR. TARDE
Inara vai até a sala de estar e se depara com Marisol sentada no sofá,
mexendo no celular.
Inara - [com um sorriso irônico] Marisol, você veio aqui tomar café da manhã
e ainda não foi embora? Está esperando pelo almoço?
Marisol - [com um suspiro] Eu estava indo embora, mas aí vi Juliano chegando e
achei que teríamos outro barraco para animar o dia. E sabe de uma coisa, achei
você muito tranquila quando o Juliano te contou que deixaria a tal bandida
morar na casa dele lá de Madureira.
Inara - [com um sorriso sarcástico] Amor, a casa é dele e infelizmente não
posso proibi-lo, mas fico aliviada que ele tenha me contado. Percebeu que não
há segredos entre nós e o quanto somos unidos!?
Marisol - [com um olhar desdenhoso] Ah, é? E cadê ele agora?
Inara - [com um tom irritado] Ele saiu, sim, mas não sozinho. Foi levar a
nossa filha para passear.
MARISOL sorri maliciosamente, aproveitando a oportunidade para
provocar.
Marisol - [com um tom venenoso] Ah, entendi. Saindo novamente, né? Esse
Juliano não perde tempo.
Inara - [com os olhos faiscando de raiva] Não se atreva a insinuar coisas,
Marisol. Ele saiu com a filha, não com outra mulher.
Marisol - [levemente divertida] Calma, Inara. Foi apenas um comentário. Não
precisa ficar tão na defensiva.
Inara - [bufando de raiva] Você sempre encontra uma maneira de cutucar, não
é mesmo?
MARISOL sorri inocentemente, saboreando sua pequena vitória.
Marisol - [com um sorriso travesso] Eu? Imagina, eu só estava brincando.
Inara revira os olhos.
Marisol - Bem, mudando de assunto... me conta mais sobre essa mãe da Clarinha
que apareceu do nada. Parece que vai dar pano pra manga, hein?
Inara - [com um suspiro] Ah, você conhece ela. A mãe biológica da Clarinha é
a tal da Elza da Neves, ou melhor, Romina, lá do bafão do hotel com os tais
diamantes de contrabando.
Marisol fica chocada com a revelação e se engasga com sua bebida, seus olhos
se arregalam de surpresa.
Marisol - O quê?! Romina?! Aquela bandida do hotel? Mas... como assim?!
Inara - [com um olhar preocupado] Sim, ela mesma. E agora parece que ela
quer exercer seus direitos como mãe da Clarinha.
Marisol fica pálida, percebendo a gravidade da situação. Ela se dá
conta de que Romina pode estar por perto e teme que ela a procure para exigir
os diamantes.
Marisol - [com a voz trêmula] Espera... você quer dizer que a Romina e a
mulher que o Juliano cedeu a casa são a mesma pessoa?
Inara - [com um aceno de cabeça] Exatamente.
Marisol olha ao redor nervosamente, preocupada com o que pode acontecer
se Romina a procurar.
CENA 03. SHOPPING. INT. TARDE
Marsala caminha distraída pelo shopping, olhando as vitrines, quando de
repente esbarra em alguém. Ela se vira rapidamente para se desculpar e se
depara com Simas.
Marsala - Ai, me desculpe! Eu estava distraída e...
Simas - [interrompendo] Ah, claro! Já sei, você nem olhou por onde estava
indo!
Marsala - [franzindo a testa] Espere um momento... você está me seguindo?
Simas - [com um sorriso sarcástico] Seguindo você? Por que eu faria isso? Eu
estou apenas passeando.
Marsala - [irritada] Não me venha com essa, Simas. Eu sei quando estou sendo
seguida.
Simas - [com um suspiro exasperado] Você é tão prepotente, Marsala. Não é
porque nos esbarramos que você precisa criar teorias da conspiração.
Marsala - [cruzando os braços] Teorias da conspiração? É o que você acha?
Tenho certeza de que você está aqui por algum motivo.
Simas - [levantando uma sobrancelha] E você tem alguma prova disso?
Marsala - [com um sorriso irônico] Oh, claro. Você sempre aparece nos lugares
mais inesperados, justo quando estou por perto. Coincidência?
Simas - [com um suspiro] Você é realmente insuportável, Marsala. Talvez seja
melhor eu ir embora antes que eu me irrite ainda mais.
Marsala - [sorrindo triunfante] Ah, então admitiu que estava me seguindo!
Simas - [revirando os olhos] Não, eu não admiti. Estou apenas evitando uma
discussão inútil. Adeus, Marsala.
Marsala assiste Simas se afastar, com um sorriso vitorioso nos lábios,
enquanto Simas balança a cabeça em descrença.
CENA 04. APARTAMENTO DE SELENA. QUARTO DE GABRIELA. TARDE
Gabriela está em seu quarto, diante do espelho, cuidadosamente se
arrumando para o trabalho. Ela está vestindo uma roupa bonita, mas simples, que
a faz se sentir confiante e confortável. Selena entra no quarto e observa.
Selena - [com um suspiro de desaprovação] Ah, Gabriela, você vai trabalhar
vestida assim?
Gabriela - [olhando para sua mãe no espelho] O que há de errado com minha
roupa, mãe?
Selena -[com um olhar crítico] Querida, você não acha que deveria se esforçar
um pouco mais para impressionar seus colegas? Você precisa parecer mais
profissional.
Gabriela suspira.
Gabriela - Mãe, eu não estou tentando impressionar ninguém. Eu só quero me
sentir confortável enquanto trabalho.
Selena - [com uma expressão de desdém] Confortável? Desde quando confortável
é sinônimo de desleixo? Você precisa se preocupar mais com sua aparência,
Gabriela. Afinal, a primeira impressão é a que fica.
Gabriela fecha os olhos por um momento, tentando manter a calma diante
das palavras de sua mãe.
CENA 05. MANSÃO DE MARISOL. INT. TARDE.
Marisol está na imponente sala de sua mansão, sentada em uma poltrona
luxuosa, segurando uma taça de champanhe.
Marisol - [com um suspiro pesado] É assustador pensar que Romina pode estar
rondando por aí... tão perto.
Seus olhos brilham com uma mistura de medo e determinação enquanto ela
fala.
Marisol - Aqueles diamantes. E se ela estiver atrás deles? E se ela tentar me
incriminar?
Marisol dá um gole no champanhe, sentindo o líquido borbulhante descer
pela garganta, mas sua mente está em outro lugar, consumida por pensamentos
sombrios.
Marisol - Não posso ficar parada esperando que algo aconteça. Preciso agir
antes que seja tarde demais. Antes que ela me encontre.
Ela se levanta da poltrona, a determinação brilhando em seus olhos.
Marisol - Eu vou encontrá-la, Romina. Antes que você me encontre. E quando
isso acontecer... bem, que o jogo comece...
CENA 06. CASA DE JULIANO. MADUREIRA. TARDE
Romina está na cozinha, ensaboando a louça, perdida em seus próprios
pensamentos, quando ouve batidas na porta. Ela limpa rapidamente as mãos e vai
atender, sem esperar o que está por vir. Ao abrir a porta, ela se depara com
Juliano, segurando Clara nos braços. Seus olhos se enchem de lágrimas ao ver a
criança que tanto desejou.
Romina - [com a voz embargada] Juliano... é... é Clarinha?
Juliano - [com um sorriso caloroso] Sim, Romina. Esta é a nossa Clarinha.
Romina não consegue conter a emoção ao ver Juliano com a filha nos
braços. Ela dá um passo para trás, deixando-os entrar.
Romina - [com os olhos marejados] Por favor, entre.
Juliano entra na casa, segurando cuidadosamente Clara nos braços.
Romina olha para a menina com um misto de alegria e tristeza.
Juliano - [gentilmente] Aqui está ela, Romina. Eu sei que você esperou tanto
por esse momento.
Romina estende as mãos tremendo, hesitante em tocar na filha pela
primeira vez. Juliano percebe sua hesitação e gentilmente coloca Clara em seus
braços.
Romina - [com os olhos cheios de lágrimas] Oh, Clarinha... meu amor...
Romina olha para o rosto da filha, tão pequena e frágil em seus braços,
e sente uma onda de amor avassaladora. Ela acaricia gentilmente as bochechas
macias da menina, como se estivesse tocando um pedaço do seu próprio coração.
Romina - [em um sussurro] Me perdoe, minha pequena. Eu esperei tanto por
você... mas as coisas não saíram como eu esperava.
Juliano observa a cena com os olhos marejados, emocionado com a delicadeza
e a sinceridade de Romina.
Juliano - [com a voz embargada] Romina... você é uma mãe maravilhosa. Clarinha
vai saber disso quando crescer.
Romina olha para Juliano com gratidão, sabendo que, mesmo com todas as
dificuldades, ela é abençoada por ter o amor de sua filha.
Romina - [com um sorriso trêmulo] Obrigada, Juliano.
SONOPLASTIA ON: “A música
mais triste do ano – Luiz Lins”
Juliano, com ternura, estende a mão e delicadamente limpa as lágrimas
que escorrem pelo rosto de Romina. Seus olhos se encontram, carregados de
emoção e entendimento mútuo, enquanto eles compartilham um instante de conexão
profunda.
Romina - [com um suspiro de contentamento] Juliano...
JULIANO, com um sorriso terno, aproxima-se lentamente de Romina,
sentindo o coração acelerar com a proximidade dela. Ele toca suavemente o rosto
dela, traçando os contornos delicados com os dedos, e então beija gentilmente sua
bochecha.
ROMINA fecha os olhos, saboreando o toque suave de Juliano em sua pele,
o calor de sua respiração próxima.
JULIANO, então, desliza os lábios pelo rosto de Romina, num gesto tão
lento e cheio de significado que parece congelar o tempo ao seu redor. Quando
seus lábios finalmente encontram os dela, é como se o mundo inteiro
desaparecesse, deixando apenas a sensação elétrica e avassaladora do desejo
mútuo e da paixão ardente.
Eles se entregam ao beijo com fervor.
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