Type Here to Get Search Results !

Marcadores

Entre Laços Quebrados - Capítulo 11

 

 


ENTRE LAÇOS QUEBRADOS | CAPÍTULO 11
Criada e escrita por: Vicente de Abreu | Produção artística: Ezel Lemos


Essa obra pode conter representações negativas e estereótipos da época em que foi realizada



ANTERIORMENTE:

CENA 01: PRAIA DE BÚZIOS - NOITE

A praia está deserta, iluminada apenas pela luz da lua e das estrelas. Iná caminha sozinha pela areia, perdida em seus pensamentos. Ao longe, o som suave das ondas quebrando.

INÁ: (para si mesma) Como cheguei a esse ponto? Por que tudo tem que ser tão complicado?

Enquanto isso, Luciana caminha pela mesma praia, também absorta em seus pensamentos, olhando para o horizonte. Ela suspira, preocupada com sua mãe.

LUCIANA: (murmurando) Será que ela está bem? Por que ela age assim?

Iná continua a caminhar, ignorando o mundo ao seu redor. De repente, ela levanta os olhos e vê Luciana à distância. Surpresa, ela para por um momento.

INÁ: (com voz fria) O que você está fazendo aqui?

Luciana se aproxima, seu rosto mostrando tristeza e preocupação.

LUCIANA: Eu... eu estava pensando em você, mãe. Eu me preocupo.


CONTINUAÇÃO:

CENA 02: PRAIA DE BÚZIOS - NOITE

[ INSTRUMENTAL ON: Paginas Da Vida Instrumental - Triste Piano e Flauta.

INÁ: Se preocupa? Você deveria ter pensado duas vezes antes de se meter nessa situação.

Luciana abaixa o olhar, apertando os braços em torno de si mesma, lutando contra as lágrimas que ameaçam cair.

LUCIANA:  (triste) Eu precisava de você, mãe. Eu ainda preciso.

INÁ: Não me faça culpada. Você sabe muito bem que escolheu seu próprio caminho.

Luciana engole em seco, sentindo o nó se formar em sua garganta. Ela se aproxima um pouco mais de Iná, tentando desesperadamente se conectar com ela.


LUCIANA: Eu só queria que você estivesse aqui por mim, mãe. Que estivesse ao meu lado, cuidando de mim...

Iná revira os olhos, desviando o olhar para o mar escuro à sua frente.


INÁ: Eu tenho minha própria vida para cuidar, Luciana. Não posso ficar aqui para resolver os seus problemas.

A decepção corta o semblante de Luciana, mas ela se obriga a manter a compostura, engolindo a mágoa que ameaça transbordar.

Iná se afasta, retomando seu caminho pela praia. Luciana fica parada por um momento, observando-a se afastar, antes de se virar e caminhar na direção oposta, para longe da figura solitária de sua mãe.

LUCIANA – (voz baixa) Eu te amo, mãe! 


CENA 03: INT. CASA DE SERGINHO - SALA - NOITE

Serginho e Marlene estão sentados jantando, quando a porta abre.


SERGINHO: (levantando-se) Deve ser a Lu.

Luciana entra, parecendo visivelmente abalada. Seus olhos estão vermelhos, e ela parece perdida em pensamentos.

SERGINHO: Lu, o que aconteceu? Você está bem?

Luciana olha para Serginho com olhos marejados, incapaz de falar.

MARLENE: (levantando-se) Querida, o que houve?

Luciana corre para os braços de Marlene, desabando em lágrimas.

LUCIANA: (entre soluços) Eu encontrei... encontrei minha mãe... na praia...

MARLENE: Oh, meu Deus! Venha cá, querida.

Marlene envolve Luciana em um abraço reconfortante enquanto Serginho fecha a porta.

SERGINHO: Sente-se, Lu. Quer água?

Luciana acena com a cabeça, aceitando a oferta enquanto se senta no sofá.

MARLENE: (afagando o cabelo de Luciana) Você está segura aqui, querida. Pode nos contar o que aconteceu quando estiver pronta.

Luciana bebe um gole d'água, respirando fundo para se acalmar.


MARLENE: Oh, meu anjo. Estamos aqui por você.

Marlene levanta-se e vai até um cesto de crochê, pegando um macaquinho de bebê feito de lã.

MARLENE: (sorrindo gentilmente) Olha o que eu fiz, para o seu filho!

Luciana olha para Marlene, surpresa.

LUCIANA: Dona Marlene! (emocionada)

MARLENE: Fiz como se fosse meu próprio neto.

Enquanto Marlene começa a trabalhar no crochê, Serginho senta ao lado de Luciana, colocando um braço ao redor de seus ombros.

SERGINHO: Você não está sozinha, Lu. Nunca estará.

Luciana sorri fracamente, sentindo-se um pouco mais reconfortada pela presença calorosa de seus amigos.

LUCIANA: Obrigada, Serginho. Obrigada, Marlene. Eu não sei o que seria de mim sem vocês.


CENA 04: BAIRRO DA URCA - RIO. INT. MANSÃO ROSSI. JANTAR

Hilda reúne sua família em torno de uma mesa de jantar suntuosa na mansão. Ela está cercada por seus filhos, Dante e Guilherme, e sua nora Heloísa. Hilda sorri enquanto distribui presentes embalados em papel italiano.

HILDA: (com entusiasmo) Dante, meu querido, este é para você. (Ela entrega a Dante uma caixa elegantemente embrulhada.) Trouxe diretamente de Roma.

(Dante sorri e agradece, abrindo o presente com expectativa.)

HILDA: (voltando-se para Guilherme) E para você, Guilherme, algo especial de Florença.

(Guilherme recebe o presente com um sorriso amplo.)

GUILHERME: (brincando) Ah, finalmente algo que não seja pasta ou vinho, mãe!

(Hilda ri, enquanto Guilherme abre o presente animadamente.)

HILDA: (voltando-se para Heloísa, com um sorriso afetuoso) E minha querida nora, para você e o bebê, algumas lembranças da bela Veneza.

(Heloísa aceita o presente com um sorriso tenso, seu desconforto evidente.)

HELOÍSA: (grata, mas desconfortável) Oh, obrigada, Hilda. Que gentileza sua.

(Hilda observa a barriga de Heloísa com interesse.)

HILDA: (curiosa) Sua barriga parece ter crescido bastante desde a última vez que nos vimos, Heloísa. Suponho que meu neto, deve ter muita saúde! Está tudo bem com vocês?

(Heloísa se enrijece por um momento, depois tenta disfarçar.)

HELOÍSA: (com um riso forçado) Oh, é... é o jantar, Hilda. Está uma delicia, (Ela troca um olhar rápido e nervoso com Guilherme.)

(Guilherme, percebendo o constrangimento de Heloísa, intervém para dissipar a tensão.)

GUILHERME: (sorrindo, brincalhão) Estão bem sim, mãe! Helô será uma mãe e tanto. 

HILDA: (sorrindo, desconfiada) Não há dúvidas! Bom, vamos jantar antes que a lasanha esfrie!

(A família ri e começa a se servir, enquanto a cena se encerra com uma atmosfera leve e cômica.)


CENA 05: EXT. CASARÃO DE LEONA. NOITE.


Otávio para o carro em frente à casa de Rubi. Ele e Rubi trocam olhares intensos, uma mistura de felicidade e relutância em se despedir.


OTÁVIO: (sorrindo) Eu realmente adorei essa noite, Rubi. Mal posso esperar para te ver de novo.


RUBI: (sorrindo de volta) Eu também. Obrigada por tudo, Otávio.


Os dois se aproximam e se beijam apaixonadamente antes de se separarem. Rubi sai do carro com um sorriso radiante no rosto e Otávio parte lentamente.


CORTA PARA:

CENA 06: INT. CASARÃO. 

Rubi adentra o casarão, e já encontra com Leona parada entre a entrada da sala, e o corredor que leva-os ao quarto.


LEONA: (surpreendendo Rubi) Ah, olha só quem resolveu voltar para casa!


Rubi dá um salto de surpresa ao ver Leona, parada na porta com um olhar intrigado.


RUBI: (ainda sorrindo) Leona! Nem vi você aí.


LEONA: (arqueando a sobrancelha) Você parece bem feliz esta noite. O que aconteceu?


RUBI: (tentando parecer casual) Ah, nada demais. Apenas uma ótima noite com um ótimo... amigo.


Leona observa Rubi com curiosidade, mas decide não pressionar.


LEONA: Se você diz. Mas você parece mais radiante do que o normal.


Rubi ignora a observação de Leona e segue para seu quarto, segurando uma sacola com um vestido e sapatos.


RUBI: (animada) Espere até ver o que ganhei esta noite!


LEONA: (sorrindo) Mal posso esperar para ver.


Antes que Rubi possa entrar em seu quarto, Tigre entra na sala com uma expressão séria.


TIGRE: Rubi, você finalmente chegou.


Rubi franze a testa ao notar a expressão de ciúmes no rosto de Tigre.


RUBI: (confusa) O que foi, Tigre? Parece que você viu um fantasma.


TIGRE: (cruzando os braços) Onde você estava tão tarde? E com quem?


RUBI: (defensiva) Eu estava com Otávio. E não é da sua conta! Agora deu para se meter na minha vida? 


Tigre solta um resmungo insatisfeito enquanto Rubi passa por ele em direção ao seu quarto, deixando Leona e Tigre para trás, ambos perplexos com a energia vibrante e o mistério que cercam Rubi.


LEONA: (sussurrando para Tigre) O que acha que está acontecendo?


Tigre sacode a cabeça, incapaz de entender completamente, enquanto observa Rubi desaparecer em seu quarto com um sorriso que ele não consegue decifrar.


TIGRE: (para si mesmo) Isso não vai acabar bem, mãe Leona.


CENA 07: CIDADE DE PETRÓPOLIS. EXT. NOITE

[ TRILHA ON: Maria Creuza - Com Açúcar, Com Afeto (Pseudo Video)]

Na madrugada de Petrópolis, ruas vazias são banhadas pela luz pálida da lua. O chafariz da Praça da Liberdade sussurra calmamente, enquanto os casarões históricos contam segredos do passado. O aroma das flores noturnas permeia o ar fresco. A cidade repousa, aguardando o amanhecer.


CENA 08: INT. SALA DE ESTAR. MAIS TARDE.

[ TRILHA OFF ]


Otávio entra em casa depois de um longo dia de trabalho, carregando uma pasta pesada. Ele fecha a porta atrás de si e olha ao redor, percebendo imediatamente a atmosfera tensa na sala. Débora de pé perto do sofá, com uma expressão cansada e nervosa. Ela está tentando limpar a bagunça espalhada pelos brinquedos do filho de dois anos, que está brincando no tapete.


OTÁVIO: (Com preocupação) O que aconteceu, Débora?

DÉBORA: (Com um suspiro) Eu simplesmente não consigo dar conta de tudo, Otávio. O trabalho, a casa, o Lucas... Está tudo acumulando.


Nesse momento, Joana, a mãe de Débora, entra na sala. Ela segura o neto nos braços, observando a cena com um olhar preocupado.


JOANA: (Posicionando-se) Por que não deixa eu cuidar do Lucas um pouco, Débora? Você precisa descansar um pouco.

DÉBORA: (Com gratidão) Obrigada, mãe. Eu realmente preciso de um tempo.

Joana pega o neto nos braços e lança um olhar significativo para Otávio antes de sair da sala, deixando-os sozinhos.

Assim que Joana sai, Débora vira-se para Otávio, com os olhos cheios de frustração.


DÉBORA: (Voz tremendo) Eu sinto tanto a sua falta em casa, Otávio. Parece que estamos cada vez mais distantes um do outro.


OTÁVIO: (Tentando confortá-la) Eu sei, querida. Eu também sinto muito. Mas você sabe como é o trabalho... Eu prometo que vou tentar passar mais tempo em casa.


Débora olha para Otávio, querendo acreditar nas suas palavras, mas ainda parecendo incerta sobre o futuro do relacionamento deles.


DÉBORA: (Suspirando) Espero que sim, Otávio. Porque eu não sei quanto mais eu consigo aguentar assim.


CENA 09: CIDADE DO RIO DE JANEIRO. AMANHECER

[ TRILHA ON: Pense e dance - BARÃO VERMELHO ] 

O Rio de Janeiro desperta lentamente sob o céu matinal tingido de tons pastéis. As ondas suaves beijam a areia das praias, enquanto os primeiros raios de sol começam a iluminar os picos imponentes das montanhas. Nas calçadas movimentadas, o aroma de café fresco se mistura com o cheiro salgado do mar. Os barcos começam a pontuar a linha do horizonte, navegando calmamente pela Baía de Guanabara. Nas ruas, o som dos vendedores ambulantes e dos primeiros passos dos transeuntes ecoa suavemente.



CENA 10: MANSÃO ROSSI. INT. SALA DE REFEIÇÕES. DIA.

HILDA, uma mulher elegante e enigmática, está sentada à mesa do café da manhã com sua família. Ela recebe uma carta misteriosa das mãos da EMPREGADA, que a entrega discretamente.


EMPREGADA: (sussurrando) Desculpe, senhora, mas esta carta chegou para a senhora.

Hilda recebe a carta com um ar de curiosidade e a abre com cuidado. Seus olhos passam pelas palavras escritas enquanto uma expressão de surpresa se espalha por seu rosto.

HILDA: (para si mesma) Carta? Quem ainda usa carta nos dias de hoje? 

Ela dobra a carta novamente e a guarda em seu bolso, mantendo uma expressão fria e enigmática enquanto termina seu café da manhã.


CENA 11: MORRO DA BABILÔNIA. LEME. EXT. 

[INSTRUMENTAL ON:Laços de Família/Mulheres Apaixonadas/Senhora do Destino Instrumental - Suspense Profundo]

Hilda caminha furtivamente pelas ruas estreitas que serpenteiam o morro da Babilônia. Seus passos ecoam em meio ao silêncio tenso da favela. Ao chegar ao hotel de baixa renda, ela lança olhares cautelosos ao redor, como se sentisse que algo está fora do lugar.


CENA 12: QUARTO DE HOTEL. INT. 

Hilda entra em um quarto escuro que contrasta apenas com a luz do sol que entra pelas janelas de madeira antigas. Ela parece nervosa enquanto olha ao redor, percebendo que não está sozinha. Das sombras, surge Otto.

HILDA: (emocionada) Otto!

Hilda se aproxima rapidamente do filho, seus olhos brilhando com lágrimas de alegria. No entanto, sua expressão logo se transforma em uma mistura de emoções quando ela percebe que algo está errado.

HILDA: (com tensão) O que você está fazendo aqui? Você não deveria estar...

OTTO: Eu sei que não era para estar aqui, mas eu preciso te contar uma coisa, mãe.

[ A câmera dá um close no rosto de Hilda ]

FIM DO CAPÍTULO





Postar um comentário

0 Comentários
* Please Don't Spam Here. All the Comments are Reviewed by Admin.