CENA 01. PRAIA. NOITE
Continuação da
última cena do capítulo anterior.
Romina fica
parada, olhando Max se afastar com um sentimento de pânico crescente. Ela corre atrás dele,
ignorando a presença de Juliano, que assiste à cena com uma expressão de culpa
e confusão.
ROMINA - (correndo) Max! Max, por favor, espera!
Max ignora os
gritos de Romina e acelera o passo, visivelmente irritado. Ele chega ao
estacionamento e se dirige rapidamente ao seu carro. Romina continua correndo
atrás dele.
ROMINA - (desesperada) Max, você não pode ir embora assim.
Precisamos conversar!
Max abre a
porta do carro e entra, fechando-a com força. Romina se coloca na frente do
veículo, respirando pesadamente. Juliano chega logo atrás, tentando entender o
que pode fazer para ajudar.
JULIANO - (tentando acalmar a situação) Max, por favor,
vamos conversar.
MAX - (com raiva) Eu não quero ouvir mais nada. Chega de
mentiras, chega de traição!
ROMINA - (com lágrimas escorrendo pelo rosto) Max, não é
isso que você pensa. Por favor, me dá uma chance de explicar.
MAX - (apertando o volante) Explicar o quê, Romina? Que
você está apaixonada pelo Juliano? Que tudo o que fizemos juntos não significou
nada para você?
ROMINA - (desesperada) Não, Max! Não é assim! Eu não
queria que isso acontecesse!
Max dá partida
no carro, mas Romina permanece na frente dele, determinada a não deixá-lo ir.
Ele começa a acelerar lentamente, e Romina, num movimento desesperado, tenta se
agarrar ao capô. Ela perde o equilíbrio e cai no chão, machucando o joelho.
Juliano corre para ajudá-la.
JULIANO - (ajoelhando-se ao lado de Romina) Romina, você
está bem?
ROMINA - (empurrando Juliano, furiosa) Sai daqui, seu
imbecil! Isso tudo é culpa sua! Eu nunca mais quero te ver!
Juliano fica
parado, chocado e sem saber o que fazer. Max, vendo a cena, hesita por um
momento, mas a raiva ainda domina suas ações. Ele finalmente acelera e sai
rapidamente do estacionamento, deixando Romina no chão e Juliano ao lado dela.
ROMINA - (chorando, com a voz trêmula) Max... por favor,
volta...
Juliano tenta
ajudar Romina a se levantar, mas ela o empurra novamente, furiosa e magoada.
ROMINA - (gritando) Eu disse para sair daqui, Juliano!
Você arruinou tudo!
JULIANO - (tentando manter a calma) Romina, eu só quero
ajudar...
ROMINA - (irônica, com amargura) Ajudar? Você acha que
ajudou? Olha o que você fez! Você destruiu tudo!
JULIANO - (com a voz baixa) Eu nunca quis te machucar,
Romina. Eu só queria ser honesto sobre o que sinto.
ROMINA - (levantando-se com dificuldade) Honestidade? Você
acha que isso é honestidade? Você foi egoísta, Juliano. Só pensou em si mesmo.
Juliano fica
em silêncio, sentindo o peso das palavras de Romina. Ela se afasta dele,
mancando um pouco devido à queda.
ROMINA - (mais calma, mas ainda com raiva) Eu preciso de
um tempo. Não me procura, Juliano. Eu
preciso ficar sozinha.
JULIANO - (olhando para ela com tristeza) Romina...
ROMINA - (interrompendo) Não. Só vai embora. Eu resolvo
isso sozinha.
Juliano
assente, embora relutante, e se afasta lentamente.
CENA 02. APARTAMENTO DE
MARSALA. QUARTO PRINCIPAL. NOITE
Marsala sai do
banheiro, com uma toalha felpuda enrolada ao redor do corpo. Seus cabelos
molhados caem suavemente sobre os ombros. Ela caminha lentamente pelo quarto,
cada passo ecoando no silêncio da noite. O ambiente está suavemente iluminado
por um abajur na mesa de cabeceira, criando uma atmosfera acolhedora e íntima.
Marsala, exausta mas serena, se deita na cama, sentindo a suavidade dos lençóis
contra a pele. Ela suspira profundamente e fecha os olhos, deixando que as
lembranças do encontro com Alejandro invadam seus pensamentos.
Sonoplastia
on: “ Grande Amor – Luciana Mello”
CENA 03. HOTEL. SUÍTE DE
ALEJANDRO. NOITE
Alejandro está
deitado em sua cama no quarto do hotel, as luzes da cidade piscando através da
janela. Ele olha para o teto, um sorriso nos lábios, enquanto pensa em Marsala.
ALEJANDRO - (pensando em voz alta)
Marsala... quién diría que um acidente podría traer algo tão bueno.
Alejandro se
lembra do encontro, das risadas e da conexão instantânea que sentiu com
Marsala. Ele se vira na cama, abraçando o travesseiro, a lembrança do toque
suave de Marsala ainda vívida em sua mente.
CENA 04. APARTAMENTO DE
MARSALA. QUARTO PRINCIPAL. NOITE
Marsala, ainda
deitada na cama, abre os olhos e sorri ao lembrar da conversa. O encontro com
Alejandro foi inesperado, mas incrivelmente significativo. Ela se sente
otimista e animada com a perspectiva de vê-lo novamente.
MARSALA - (sussurrando para si
mesma) Alejandro...
Ela se ajeita
na cama, o coração batendo mais rápido enquanto pensa em Alejandro.
SONOPLASTIA
OFF.
CENA 05. MANSÃO DE MARISOL.
INT. NOITE
Romina entra
na mansão aos prantos, a maquiagem borrada e os cabelos desgrenhados. Ela chama
desesperadamente por Valfredo.
ROMINA - (chorando) Valfredo!
Valfredo, onde você está?
Marisol
aparece na entrada da sala, observando Romina com uma expressão confusa.
MARISOL - (cruzando os braços)
Valfredo? Romina, você esqueceu que deu dois dias de folga para ele ir visitar
o amigo dele em São Paulo?
Romina para de
chorar por um momento, como se estivesse tentando processar as palavras de
Marisol. Então, ela volta a soluçar, ainda mais desesperada.
ROMINA - (chorando) Eu esqueci
completamente! E agora é o momento que eu mais preciso dele!
Marisol, vendo
a verdadeira angústia no rosto de Romina, se aproxima lentamente, tentando
mostrar empatia.
MARISOL - (compadecida) Vem cá,
senta no sofá. Vamos tentar resolver isso.
Marisol guia
Romina até o sofá, onde ela se senta desmoronada, as lágrimas escorrendo pelo
rosto. Marisol senta ao lado dela, ainda com uma expressão preocupada.
MARISOL - (gentilmente) Quer
desabafar? Talvez ajude um pouco.
Romina olha
para Marisol com desdém, ainda soluçando, mas sua expressão suaviza um pouco.
ROMINA - (rispidamente) Eu não
quero nenhum tipo de aproximação sua.
Marisol revira
os olhos, mas mantém a calma.
MARISOL - (suspirando) Mesmo você
sendo uma vaca ignorante, eu não consigo não me compadecer do sofrimento
alheio.
Romina respira
fundo, tentando controlar as lágrimas, e então olha para Marisol com uma
expressão de cansaço.
ROMINA - (resignada) Prepara um
drink Boulevardier para mim. Talvez eu consiga desabafar com isso.
Marisol sorri
levemente e se levanta.
MARISOL - (com um tom ligeiramente
brincalhão) Vou preparar e já volto. Não vou demorar. Segura essas lágrimas,
bandidona.
CENA 06. HOTEL. QUARTO DE
JULIANO. NOITE
Inara para
diante da porta do quarto de Juliano, segurando um buquê de flores. Ela respira
fundo, tentando acalmar os nervos antes de bater. A porta se abre e Juliano, visivelmente
surpreso, aparece.
JULIANO - (confuso) Inara? Como
você conseguiu subir sem que me avisassem?
INARA - (com um sorriso maroto)
Contei uma história triste e a velha da recepção ficou emocionada e me liberou.
Juliano passa
a mão pelos cabelos, claramente desconfortável.
JULIANO - (suspirando) Inara, não
estou em um bom dia...
INARA - (colocando um dedo nos
lábios dele) Shh... Não diga nada.
Sonoplastia on
– “Faz
uma loucura por mim – Alcione”
Inara se
aproxima e o beija, lentamente, mas com intensidade. Juliano hesita por um
momento, mas logo cede, puxando-a para mais perto. Ela o guia para dentro do
quarto, fechando a porta atrás de si.
INARA - (sussurrando) Eu senti
tanto a sua falta...
Inara o empurra
suavemente na cama, olhando-o nos olhos com um olhar decidido. Ela solta o
buquê de flores no chão e, com um movimento elegante, tira o próprio vestido,
revelando uma lingerie sensual por baixo. Juliano não consegue desviar o olhar,
fascinado.
JULIANO - (respirando pesadamente)
Inara, eu...
INARA - (interrompendo) Apenas me
sinta, Juliano. Deixe eu cuidar de você.
Ela se
aproxima lentamente, subindo na cama e posicionando-se sobre ele. Os lábios
dela encontram os dele novamente, em um beijo mais profundo e urgente. Juliano
segura a cintura dela, os dedos deslizando pela pele suave, enquanto ela se
movimenta sobre ele, explorando cada centímetro do seu corpo.
JULIANO - (gemendo) Inara...
Inara sorri
contra os lábios dele, começando a descer os beijos pelo pescoço, peito e
abdômen. A respiração de Juliano se acelera enquanto ela o toca, seus corpos se
moldando perfeitamente. Ela desliza as mãos pelo torso dele, sentindo cada
músculo tenso e pronto.
INARA - (sussurrando) Eu preciso
de você, Juliano.
Juliano não
consegue mais resistir. Ele a puxa para cima novamente, seus lábios encontrando
os dela em um beijo ardente. Ele a vira, posicionando-se sobre ela.
JULIANO - (com voz rouca) Inara...
Ele beija o
pescoço dela, descendo pelo colo, enquanto as mãos desatam o sutiã, revelando
os seios. Inara arqueia as costas, soltando um gemido suave, incentivando-o a
continuar. Juliano desliza a mão pela barriga dela, alcançando a calcinha.
INARA - (gemendo) Sim, Juliano...
Assim... Eu quero você agora, Juliano. Todo para mim.
Juliano a
posiciona melhor na cama, alinhando seus corpos. Eles se movem juntos, a paixão
crescendo a cada momento. O quarto se enche de gemidos e suspiros, o calor de
seus corpos criando um ambiente íntimo e sensual.
CENA 07. VISTA AÉREA DO RIO
DE JANEIRO. NOITE
Um compilado
de cenas dos pontos turísticos do Rio de Janeiro são mostradas com a
sonoplastia da cena anterior ainda tocando.
SONOPLASTIA
OFF
CENA 08. MANSÃO DE LÉO. INT.
NOITE
A sala está
mal iluminada, com apenas algumas lâmpadas acesas, criando um ambiente sombrio.
Max está sentado em uma poltrona de couro, com uma garrafa de uísque quase
vazia ao lado. Ele segura um copo com uma pequena quantidade do líquido
dourado, que balança levemente enquanto ele escuta uma música melancólica
tocando ao fundo. Seu olhar está perdido, e seu semblante mostra sinais de
embriaguez.
MAX - (Murmurando para si
mesmo) Romina... como pôde fazer isso comigo?
Leo entra na
sala, observando Max por um momento antes de se aproximar e se sentar em uma
poltrona ao lado.
LEO - Max, você está há duas
horas enchendo a cara e ouvindo essa música irritante. O que diabos está
acontecendo?
Max levanta o
olhar, seus olhos estão vermelhos e cansados. Ele sorri amargamente antes de
responder.
MAX - (Bêbado) Romina é a pior
das vadias, Leo. Eu peguei ela aos
beijos com Juliano. Acredita nisso?
Leo se inclina
para a frente, demonstrando interesse. Ele pega a garrafa de uísque e serve um
pouco para si mesmo.
LEO - (Calmamente) Continue,
Max. Quero ouvir mais.
Max balança a
cabeça, tomando um gole grande do seu copo.
MAX - Eu pensei que ela... que
ela estava comigo, sabe? Mas não... Ela está se aproveitando de mim, de nós. (Gargalha
amargamente) Ela está chantageando Marisol e usufruindo da mansão, da
fortuna... tudo!
A expressão de
Leo muda, seus olhos se estreitam enquanto ele processa as informações. Ele se
recosta na poltrona, seus pensamentos claramente tumultuados.
LEO - (Frio) Então Romina está
tentando tirar proveito de algo que pertence a mim?
Max, sem
perceber a gravidade do que está dizendo, apenas acena afirmativamente com a
cabeça.
MAX - (Bêbado) Sim, sim... Ela
está aproveitando tudo, Leo. Tudo que deveria ser nosso...
Leo se levanta
lentamente, seu olhar fixo em Max. Sua expressão é de pura fúria contida.
LEO - (Para si mesmo) Isso não
ficará assim.
Max parece não
perceber a intensidade da raiva de Leo, continuando a beber e murmurar para si
mesmo.
MAX - (Desesperado) Leo, o que
vamos fazer?
LEO - (Frio e calculista) Você
vai ficar aqui e não fazer nada, Max. Deixe isso comigo. Vou lidar com Romina
da maneira que ela merece.
Max balança a
cabeça, incapaz de processar completamente o que está acontecendo. Leo sai da
sala com uma expressão sombria.
Obrigado pelo seu comentário!