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FAÇA SUA SORTE - CAPÍTULO 25 | ÚLTIMOS CAPÍTULOS


CENA 01. MANSÃO DE LÉO. INT. NOITE

A sala está mal iluminada, com apenas algumas lâmpadas acesas, criando um ambiente sombrio. Max está sentado em uma poltrona de couro, com uma garrafa de uísque quase vazia ao lado. Ele segura um copo com uma pequena quantidade do líquido dourado, que balança levemente enquanto ele escuta uma música melancólica tocando ao fundo. Seu olhar está perdido, e seu semblante mostra sinais de embriaguez.

 

MAX - (Murmurando para si mesmo) Romina... como pôde fazer isso comigo?

 

Leo entra na sala, observando Max por um momento antes de se aproximar e se sentar em uma poltrona ao lado.

 

LEO - Max, você está há duas horas enchendo a cara e ouvindo essa música irritante. O que diabos está acontecendo?

 

Max levanta o olhar, seus olhos estão vermelhos e cansados. Ele sorri amargamente antes de responder.

 

MAX - (Bêbado) Romina é a pior das vadias, Leo. Eu  peguei ela aos beijos com Juliano. Acredita nisso?

 

Leo se inclina para a frente, demonstrando interesse. Ele pega a garrafa de uísque e serve um pouco para si mesmo.

 

LEO - (Calmamente) Continue, Max. Quero ouvir mais.

 

Max balança a cabeça, tomando um gole grande do seu copo.

 

MAX - Eu pensei que ela... que ela estava comigo, sabe? Mas não... Ela está se aproveitando de mim, de nós. (Gargalha amargamente) Ela está chantageando Marisol e usufruindo da mansão, da fortuna... tudo!

 

A expressão de Leo muda, seus olhos se estreitam enquanto ele processa as informações. Ele se recosta na poltrona, seus pensamentos claramente tumultuados.

 

LEO - (Frio) Então Romina está tentando tirar proveito de algo que pertence a mim?

 

Max, sem perceber a gravidade do que está dizendo, apenas acena afirmativamente com a cabeça.

 

MAX - (Bêbado) Sim, sim... Ela está aproveitando tudo, Leo. Tudo que deveria ser nosso...

 

Leo se levanta lentamente, seu olhar fixo em Max. Sua expressão é de pura fúria contida.

 

LEO - (Para si mesmo) Isso não ficará assim.

 

Max parece não perceber a intensidade da raiva de Leo, continuando a beber e murmurar para si mesmo.

 

MAX - (Desesperado) Leo, o que vamos fazer?

LEO - (Frio e calculista) Você vai ficar aqui e não fazer nada, Max. Deixe isso comigo. Vou lidar com Romina da maneira que ela merece.

 

Max balança a cabeça, incapaz de processar completamente o que está acontecendo. Leo sai da sala com uma expressão sombria.

 

CENA 02. MANSÃO DE MARISOL. INT. NOITE

A sala está iluminada com luzes suaves, criando um ambiente acolhedor. Romina e Marisol estão sentadas no sofá, cada uma com uma taça de vinho na mão. Há várias garrafas de vinho espalhadas pela mesa de centro, indicando que já estão bebendo há algum tempo. A tensão entre elas parece ter diminuído, e o ambiente está mais descontraído.

 

ROMINA - (Rindo) Eu sempre achei você louca, Marisol. Mas devo admitir, você tem estilo.

MARISOL - (Sorrindo) Ah, Romina, a vida é muito curta para não aproveitar cada oportunidade de se divertir. Às vezes, eu acho que nasci para causar confusão.

ROMINA - (Erguendo a taça) E você faz isso muito bem, minha querida. Muito bem mesmo.

 

Elas brindam e tomam um grande gole de vinho. O ambiente fica mais leve e as duas começam a relaxar ainda mais.

 

SONOPLASTIA ON: “CUFF IT – BEYONCÉ

 

ROMINA - (Pensativa) A vida é tão complicada e cheia de surpresas. Nunca pensei que estaria bebendo com a vaquinha que roubou os diamantes que eu roubei.

MARISOL - (Sorrindo) A vida é cheia de ironias. Eu por exemplo nunca me imaginaria aqui, bebendo, com a mulher que quer acabar com minha vida. E falando em ironias, você sabia que o Leo achava que eu nunca descobriria sobre os diamantes?

ROMINA - (Rindo) Ah, Leo sempre subestimou as mulheres ao seu redor. E olha onde isso o levou.

MARISOL - (Bebendo mais um gole) Exatamente. A propósito, que tal uma parceria entre nós duas já que você levou um pé na bunda do Max.

ROMINA - (insegura) Sinceramente, não sei. Mas, para ser honesta, não estou preparada para seguir sem o Max, sabe.

MARISOL – Olha aqui garota, volta pra realidade. Se valoriza!

 

ROMINA PARA POR UM INSTANTE.

 

ROMINA -  (desconfiada) E quem me garante que você não está querendo se aproveitar do meu momento de fragilidade?

 

Marisol cai na gargalhada.

 

MARISOL – (sorrindo) Garota, se enxerga. Nem todo mundo é fria e calculista como você.

 

Romina toma mais um gole do vinho.

 

ROMINA – Vai vendo... Se vir de pilantragem pra cima de mim, vai levar o seu.

 

Marisol a olha e cai na gargalhada.

 

SONOPLASTIA OFF

 

CENA 03. APARTAMENTO DE MARSALA. QUARTO PRICIPAL. NOITE

Marsala está dormindo profundamente na cama. A luz da lua entra suavemente pelas cortinas entreabertas, iluminando o quarto com uma luz prateada. De repente, Marsala abre os olhos e vê o espírito de Gerson parado ao lado da cama, a observando silenciosamente. O susto a faz sentar-se rapidamente, ofegante.

 

MARSALA - (Respirando fundo) Gerson... você me assustou! Fazia dias que você não aparecia.

GERSON - (Com um sorriso triste) Do outro lado, Marsala, o tempo é um conceito um pouco diferente. Não tenho muita noção de dias.

 

Marsala esfrega os olhos, tentando ajustar-se à visão do espírito de seu marido. Ela percebe que ele parece mais etéreo do que antes, quase translúcido.

 

MARSALA - (Confusa) O que você quer dizer com isso?

GERSON - (Suspirando) Minha missão de protegê-la está chegando ao fim. Muito em breve, terei que seguir meu caminho e você deixará de me ver.

 

Marsala fica sem reação, seu rosto mostra uma mistura de surpresa e tristeza. Ela sente um aperto no peito, como se estivesse perdendo Gerson novamente.

 

MARSALA - (Emocionada) Não... não pode ser. Suas aparições depois de tudo... elas me confortaram. Eu não sei se estou pronta para ficar sem você de novo.

GERSON - (Gentilmente) Marsala, você está mais próxima da felicidade do que imagina. É por isso que é hora de eu seguir o caminho da evolução. Minha presença aqui não pode ser eterna.

 

Marsala começa a chorar, lágrimas escorrem silenciosamente pelo seu rosto. Ela se levanta da cama e caminha até onde Gerson está, tentando tocá-lo, mas sua mão passa através dele.

 

MARSALA - (Chorando) Eu só queria poder te abraçar uma última vez...

GERSON - (Com os olhos cheios de ternura) Ainda não é uma despedida definitiva, meu amor. No momento certo, eu avisarei. Mas antes de partir, preciso pedir um favor.

 

Marsala, tentando conter as lágrimas, olha para ele com curiosidade.

 

MARSALA - (Soluçando) Um favor? Claro, qualquer coisa.

GERSON - (Sério) Preciso me desculpar com Simas. Só você pode me ajudar a fazer isso, já que só você pode me ver e ouvir.

 

Marsala, ainda tentando processar tudo, acena com a cabeça. Ela respira fundo e tenta se recompor.

 

MARSALA - (Determinada) Tudo bem, Gerson. Eu farei isso por você. Mas como exatamente eu devo fazer isso?

GERSON - (Com um olhar de gratidão) Fale com ele, diga que é uma mensagem minha. Diga que lamento profundamente por tudo que aconteceu, por todas as decisões erradas que tomei. Diga a ele que espero que ele possa me perdoar.

 

Marsala sente o peso da responsabilidade, mas também a urgência no pedido de Gerson. Ela limpa as lágrimas e encara o espírito de seu marido com determinação.

 

MARSALA - (Séria) Eu farei isso, Gerson. Prometo que farei o possível para que Simas entenda e possa perdoá-lo.

GERSON - (Sorrindo com alívio) Obrigado, Marsala. Você não sabe o quanto isso significa para mim.

 

Eles ficam em silêncio por um momento, apenas se olhando. A dor da despedida iminente é palpável no ar.

 

MARSALA - (Sussurrando) Gerson, eu vou sentir tanto a sua falta...

GERSON - (Com voz suave) Eu sempre estarei com você, Marsala, de alguma forma. Nosso amor transcende tudo, até mesmo a morte.

 

Marsala sorri entre as lágrimas, sentindo uma mistura de tristeza e gratidão. Ela se deita novamente, sentindo-se um pouco mais calma.

 

GERSON - (Aproximando-se da cama) Descanse, meu amor. Eu estarei aqui por enquanto, observando e cuidando de você.

 

Marsala fecha os olhos, sentindo a presença reconfortante de Gerson ao seu lado.



CENA 04. MANSÃO DE LÉO. ESCRITÓRIO. NOITE

O escritório de Léo está mergulhado na penumbra. Apenas a luz suave de um abajur ilumina parcialmente o ambiente, lançando sombras sinistras nas paredes. A mobília é luxuosa, de mogno escuro, com detalhes dourados. Na parede, quadros antigos e uma imponente estante de livros dão ao espaço uma aparência austera e imponente. Léo entra no escritório, seus passos ecoando no silêncio. Ele veste um terno preto, impecável, e seu rosto está marcado por uma expressão de determinação fria.

 

LÉO - (Murmurando para si mesmo) Chegou a hora...

 

Léo caminha até um quadro que adorna a parede ao fundo. Com um gesto hábil, ele desliza o quadro para o lado, revelando um cofre embutido na parede. Ele digita uma combinação com rapidez e precisão, e o cofre se abre com um clique suave. Dentro, há uma arma prateada brilhando sob a luz fraca.

 

Léo pega a arma com cuidado, quase reverentemente, e a observa por um momento, como se estivesse ponderando o peso das ações que está prestes a tomar. O brilho da arma reflete em seus olhos, que agora estão cheios de uma determinação fria e calculista.

 

LÉO - (Sussurrando para a arma) Esta noite, o coveiro terá um duplo trabalho...

 

Ele guarda a arma dentro do bolso interno do paletó, sentindo o peso metálico contra o peito.

 

CENA 05. MANSÃO DE LÉO. EXT. NOITE

A noite está envolta em um manto de escuridão, com apenas a lua cheia iluminando fracamente a vasta propriedade. A mansão de Léo está silenciosa, quase sombria. O vento sopra suavemente, fazendo as árvores balançarem e criando sombras que dançam nas paredes externas da casa.

 

Léo sai da mansão, caminhando em direção ao seu carro. Ele aperta um botão no chaveiro, e o carro emite um bip enquanto as luzes piscam. Ele entra no veículo, ligando o motor que ronca suavemente na noite tranquila. O som do motor ecoa na quietude, quebrando o silêncio momentaneamente.

 

CORTE PARA

CENA 06. CARRO DE LÉO. INT. MADRUGADA

Léo dirige pelas ruas desertas com um propósito claro. Seus olhos estão fixos na estrada à frente, mas sua mente está repleta de pensamentos sombrios. A cidade parece adormecida, com poucas luzes nas janelas dos edifícios que ele passa.

 

LÉO - (Pensando) Ah Romina... pensou que poderiam me enganar. Ninguém me faz de idiota.

 

CENA 07. HOTEL. QUARTO DE JULIANO. MADRUGADA

Juliano está sentado na beirada da cama, completamente nu, mas posicionado de forma que sua nudez seja sugerida, não explícita. Ele mantém um olhar fixo em Inara, que está deitada ao seu lado, dormindo profundamente. Sua respiração é lenta e tranquila, contrastando com a mente tumultuada de Juliano. Ele suspira pesadamente, passando a mão pelos cabelos bagunçados.

 

 

JULIANO - (Murmurando para si mesmo) Como eu pude deixar isso acontecer? Que diabos eu estava pensando?

 

Ele olha para o rosto adormecido de Inara, lembrando-se dos momentos de paixão que acabaram de compartilhar. A culpa e a confusão são evidentes em seus olhos. Ele se levanta lentamente, pegando a cueca do chão e a vestindo antes de começar a andar pelo quarto, inquieto.

 

JULIANO - (Sussurrando) Eu sou um idiota. Um completo idiota.

 

Ele para perto da janela, puxando levemente a cortina para espiar a cidade iluminada lá fora.

 

JULIANO - (Falando em voz baixa, como se tentasse se convencer) Eu amo Romina. Mas o que eu fiz aqui? Por que deixei isso acontecer? Isso não deveria ter acontecido.

 

Ele se vira, olhando novamente para Inara. A tranquilidade dela enquanto dorme só aumenta a culpa que ele sente. Ele se aproxima da cama, sentando-se na cadeira ao lado e apoiando a cabeça nas mãos.

 

JULIANO - (Com voz rouca) Romina... se você soubesse. Se você pudesse me ver agora. Eu não sei como explicar isso. Eu me perdi, me deixei levar pelo momento, mas isso não muda o que eu sinto por você.

 

As lembranças dos momentos que ele e Romina passaram juntos inundam sua mente, desde os sorrisos compartilhados até as promessas sussurradas.

 

CENA 08. PLANO GERAL. RIO DE JANEIRO. TRANSIÇÃO MADRUGADA – DIA

O céu começa a clarear. As primeiras cores do amanhecer pintam o horizonte com tons suaves de rosa, laranja e dourado. As estrelas começam a desaparecer, dando lugar à luz crescente do sol. O Cristo Redentor é banhado por uma luz suave e dourada, parecendo mais majestoso do que nunca.

 

A cidade desperta lentamente. Os primeiros raios de sol tocam os prédios e as ruas, revelando a beleza vibrante do Rio de Janeiro.

 

 

CENA 09. MANSÃO DE MARISOL. PORÃO. MANHÃ

Romina desperta lentamente, sua cabeça latejando de dor. Ao abrir os olhos, percebe que está amarrada a uma cadeira de madeira. O terror a invade enquanto ela luta contra as amarras.

 

ROMINA - (A voz trêmula) Marisol! Acorda!

 

Marisol está ao lado, também amarrada, ainda desacordada. Romina se sacode na cadeira, fazendo um barulho que ecoa pelo porão. Marisol geme e começa a despertar, piscando os olhos confusa.

 

MARISOL - (Olhando ao redor, assustada) O que está acontecendo? Onde estamos?

ROMINA - (Desesperada) Não sei! A última coisa que lembro é que estávamos bebendo... Ah, meu Deus...

 

Marisol começa a entender a gravidade da situação, e seu rosto se contorce em pânico.

 

MARISOL - (Tentando manter a calma) Precisamos sair daqui. Precisamos de um plano...

 

Nesse momento, a porta do porão se abre lentamente, rangendo de maneira assustadora. A luz do corredor ilumina uma figura sombria que desce os degraus com passos lentos e calculados. Léo aparece com uma xícara de café na mão e um sorriso cruel nos lábios.

 

LÉO - (Debochado) Bom dia, belas adormecidas. Dormiram bem?

 

Romina e Marisol trocam olhares de pavor.

 

ROMINA - (A voz vacilante) O que você está fazendo aqui, Léo? O que você quer?

LÉO - (Aproximando-se delas, calmamente) Ah, Romina... sempre tão direta. Eu vim terminar o que comecei. Marisol tem sido uma pedra no meu sapato por tempo demais. E você, minha cara Romina, bem... você é apenas um bônus.

 

Léo puxa o revólver e aponta em direção a Romina.

 

LÉO – (sorrindo) Eu vou juntar as duas em um único pacote e mandarei para o quinto dos infernos!


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