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Entre Laços Quebrados - Capítulo 20 | Últimas semanas

 

 



ENTRE LAÇOS QUEBRADOS | CAPÍTULO 20
ÚLTIMAS SEMANAS

Criada e escrita por: Vicente de Abreu
Produção Artística: Ezel Lemos


Essa obra pode conter representações negativas e estereótipos da época em que é ambientada.



ANTERIORMENTE: 

CENA 01 : INT. HOSPITAL VITAL ROSSI. QUARTO 312 - NOITE

[TRILHA ON: Hallelujah

O quarto está mergulhado em uma penumbra tranquila. Luciana repousa na cama, seu rosto tranquilo contrastando com a agitação contida de Serginho, que entra com passos hesitantes. Ele segura um buquê de flores, as mesmas de sempre, agora murchas pelo tempo.

Serginho se aproxima da cama com um misto de esperança e temor. Ele segura a mão fria de Luciana e começa a falar, sua voz uma mistura de dor e amor profundo.

SERGINHO: (voz trêmula) Oi, Lu... Eu trouxe suas flores favoritas de novo. Estão um pouco... fracas, como eu me sinto às vezes. Mas eu nunca desisti de você. Nem por um momento.

Ele acaricia suavemente o rosto dela, os olhos marejados enquanto as lembranças do último ano assombram sua mente.

SERGINHO: (continua) Faz um ano hoje, Lu. Um ano desde que tudo mudou. Desde aquele dia... Eu tenho vindo aqui todos os dias, te contando sobre a vida lá fora. Sobre como o mundo continua girando sem você, mas... nada é igual.

Lágrimas começam a escorrer pelo rosto de Serginho enquanto ele se inclina para beijar a testa de Luciana.

SERGINHO: (continua) Eu preciso que você ouça isso, Lu. Eu preciso que saiba... Eu te amo mais do que a vida, mais do que qualquer coisa. Eu esperei tanto por este momento, para te dizer tudo o que sinto.

Enquanto ele fala, um leve movimento na mão de LUCIANA interrompe suas palavras. Ele se volta para olhar para ela, seus olhos se arregalando com uma mistura de choque e esperança.

SERGINHO: (espantado) Lu...?

Os dedos de Luciana começam a se mover mais, sua respiração se tornando mais profunda e regular. Ela pisca os olhos lentamente, lutando para emergir de um sono profundo e escuro.

SERGINHO: (gritando, com lágrimas nos olhos) Enfermeira! Ela está acordando!

Os olhos de Luciana finalmente se abrem completamente, fixando-se lentamente em Serginho. Um momento de reconhecimento passa por seus olhos antes que um sorriso fraco, mas radiante, se espalhe por seu rosto.

LUCIANA: (rouca) Serginho...

As lágrimas de Serginho caem livremente agora, seu coração transbordando de alívio e alegria incontida.

SERGINHO: (chorando) Lu... Você está de volta... Você voltou para mim.

Ele se inclina para abraçá-la suavemente, temendo que seja um sonho. Enquanto a equipe médica chega, Serginho sem acreditar no que está vendo, permanece ali, parado. Com os olhos em lágrimas.


CONTINUAÇÃO:

CENA 02: INT. HOSPITAL VITAL ROSSI. QUARTO 312.

LUCIANA: (com dificuldade) O que... o que aconteceu?

As palavras de Luciana mal saem de sua boca, mas são como música para Serginho, que a segura com ternura.

 SERGINHO: Você esteve em coma por um ano, Lu. Mas você está aqui agora. Você está de volta. 


A equipe médica se reúne ao redor, seus rostos sérios agora iluminados por sorrisos aliviados. Eles começam a explicar a situação para Luciana, enquanto Serginho segura sua mão com firmeza, como se temesse perdê-la novamente a qualquer momento.


LUCIANA: (com lágrimas nos olhos) Eu... eu me lembro de flashes... de vozes... mas estava tudo tão distante...

Serginho acaricia delicadamente o rosto dela, seus olhos cheios de amor e gratidão.


SERGINHO: Você está aqui agora, Lu. E isso é tudo o que importa. Eu estive ao seu lado todos os dias, esperando por esse momento. .

Luciana sorri fracamente, sua voz ainda fraca, mas cheia de emoção.


CENA 03: SALA DE ESTAR - MANSÃO ROSSI - NOITE

A família Rossi está reunida ao redor de uma mesa de centro, conversando animadamente. O clima é descontraído até que o celular de Guilherme, começa a tocar. Ele abre o celular e atende, seu rosto se contraindo com preocupação.

GUILHERME: (Atendendo o telefone) Alô?

VOZ DO MÉDICO: Sr. Rossi, desculpe interromper sua noite, mas precisamos que venha ao hospital imediatamente. É sobre sua paciente, Luciana.

GUILHERME: (Fica instantaneamente alerta) O que aconteceu com ela?

VOZ DO MÉDICO: Ela acordou do coma. É urgente.

GUILHERME: Estou a caminho.

(Guilherme desliga o telefone e se levanta rapidamente, olhando para a família com urgência.)

GUILHERME: Luciana acordou. Preciso ir para o hospital agora.

HELOÍSA: (levanta-se também, sua expressão tensa) Guilherme, você não pode simplesmente deixar tudo para trás assim. E se for apenas um falso alarme?

GUILHERME: (Firme) É um chamado do médico, Heloísa. Não posso ignorar isso.

HELOÍSA: (Desesperadamente) Mas e nós? E nossa família?

GUILHERME: (Determinado) Luciana é minha esposa. Minha prioridade é ela agora.

HELOÍSA: (Frustrada, tenta conter Guilherme) Você não pode ir! Não pode!

GUILHERME: (Olha para Heloísa, sua expressão endurecida) Eu vou. E nada vai me impedir.

(Guilherme sai da sala com passos rápidos enquanto Heloísa o observa com raiva e frustração, percebendo que está perdendo o controle sobre ele.)


CENA 04 : INT. HOSPITAL VITAL ROSSI. QUARTO 312 - MAIS TARDE.



Serginho, permanece ao lado de Luciana. Ele se inclina para a cama, segurando as mãos dela com ternura, temeroso de que tudo seja apenas um sonho fugaz. Enquanto a equipe médica se apressa para o lado da cama, Serginho, ainda atordoado pela realidade da situação, fica ali, parado, seus olhos transbordando de lágrimas que misturam alívio e felicidade.


DR. GUILHERME: (com uma voz calma e tranquilizadora) Luciana, que bom que você está de volta. Você passou por um período delicado, mas estamos aqui para ajudá-la em sua recuperação.


Luciana olha ao redor, tentando assimilar a realidade do hospital, suas memórias fragmentadas começando a se recompor lentamente.


Enquanto a equipe médica continua seu trabalho, ajustando os monitores e verificando os sinais vitais de Luciana, o médico se aproxima, preocupado.


DR. GUILHERME: (com uma expressão gentil) Luciana, é compreensível que você esteja se sentindo confusa. Você sofreu um trauma sério, mas estamos aqui para ajudá-la. Seu corpo está se recuperando bem, mas precisamos que você siga algumas recomendações para garantir uma recuperação completa.


Luciana balança a cabeça, demonstrando que está ouvindo atentamente, ainda tentando processar tudo.


LUCIANA: Como... como estou aqui? E você, Serginho, como... como você está?


Os olhos de Serginho brilham com amor e preocupação enquanto ele segura a mão dela com mais firmeza, tentando encontrar as palavras certas para acalmar seus medos.


SERGINHO: Esperando por você. Você é forte, vai superar isso. Eu prometo que estarei aqui, ao seu lado, em cada passo do caminho.


Luciana sorri, sentindo-se aquecida pelo amor e apoio dele.


LUCIANA: Obrigada, Serginho. Eu... Eu não sei o que faria sem você.


Enquanto a conversa continua, a câmera lentamente recua, capturando a cena deles dois juntos, envolvidos pelo amor e apoio da equipe médica.

CENA 05: INT. BANHEIRO DA SUÍTE - NOITE

O ambiente é iluminado apenas pela luz fraca que vem do banheiro. Heloísa, aparentemente perturbada, está sentada no chão, apertando uma toalha contra o rosto enquanto soluços silenciosos sacodem seu corpo. Ela olha para cima, para o espelho embaçado.

HELOÍSA: (sussurrando para si mesma) Não... Não pode ser verdade.

De repente, as vozes começam a sussurrar em sua mente, suaves no início, mas rapidamente se intensificando.

VOZ 1: Ela vai saber tudo, Heloísa. Não há como escapar disso.

VOZ 2: Guilherme vai te abandonar. Ele vai preferir a verdade a você.

VOZ 3: E o bebê... O bebê não é seu. Você está vivendo uma mentira.

Heloísa agarra os cabelos com força, sua expressão se contorcendo em agonia e raiva.

HELOÍSA: (gritando) Não! Não! Calem a boca!

Ela se levanta bruscamente, derrubando a toalha no chão, e começa a socar o espelho com os punhos.

HELOÍSA: (gritando) Chega! Chega de mentiras!

O espelho se estilhaça em mil pedaços, refletindo a angústia de Heloísa de maneira distorcida.

VOZ 1: Você não pode fugir da verdade, Heloísa.

VOZ 2: Ela vai te odiar quando souber.

VOZ 3: Você é uma fraude, uma farsa.

Heloísa cai de joelhos, cobrindo o rosto com as mãos enquanto lágrimas quentes escorrem por suas bochechas. O som de sua respiração ofegante ecoa no pequeno espaço do banheiro.

HELOÍSA: (sussurrando) Por favor... Por favor, parem...

Ela fecha os olhos com força, tentando bloquear as vozes, mas elas continuam a penetrar em sua mente, consumindo-a lentamente enquanto ela se afunda cada vez mais na escuridão de seus próprios pensamentos perturbados.


CENA 06: CIDADE DO RIO DE JANEIRO. DIA. 


Os primeiros raios de sol iluminavam o Rio de Janeiro, tingindo o céu de azul suave. Nas ruas ainda silenciosas, os prédios começavam a ganhar vida enquanto pescadores preparavam suas redes à beira-mar. Ao longe, o Cristo Redentor observava a cidade despertar, permeada pelo aroma de café e pela brisa do mar.


CENA: 07:INT. QUARTO 312. HOSPITAL VITAL ROSSI.  DIA

Guilherme, está no quarto de hospital onde Luciana está deitada na cama. Ela olha ao redor lentamente, ainda confusa, olhando em volta com uma expressão mista de desorientação e curiosidade.

Dr. Guilherme se aproxima suavemente e começa a realizar os procedimentos padrões. Ele gentilmente levanta o lençol para verificar os movimentos das pernas e braços de Luciana, enquanto ela observa com atenção.

DR. GUILHERME: (suavemente) Luciana, você pode tentar mexer suas pernas para mim?

Luciana tenta mover as pernas, mas sua expressão se torna tensa quando ela percebe alguma dificuldade.

LUCIANA: (com preocupação) Eu... eu estou tentando, mas parece difícil.

Dr. Guilherme mantém sua expressão serena, mas observa atentamente as reações de Luciana. Ele pega uma pequena agulha e gentilmente a pressiona em várias partes do corpo dela, testando sua sensibilidade.

DR. GUILHERME: (V.O.) (observando) Você pode me dizer se sente alguma dor ou desconforto enquanto faço isso?

Luciana franze a testa, uma leve careta se formando em seu rosto enquanto ela sente as picadas da agulha.

LUCIANA: (entre dentes) Sim, dói um pouco aqui... e aqui também.

Dr. Guilherme faz algumas anotações em sua prancheta, mantendo um semblante profissional, mas com uma leve expressão de preocupação que não passa despercebida por Luciana.

DR. GUILHERME: (consolador) Está tudo bem, Luciana. Essas sensações são normais após um período prolongado de inatividade. Vamos trabalhar juntos para ajudá-la a se recuperar.

Luciana assente lentamente, confiando nas palavras do médico. 

CENA 08: INT. SALA DE ESTAR. APARTAMENTO DE VIRGINIA. DIA

A sala é silenciosa e levemente iluminada pela luz suave que entra pelas janelas. Serginho e Marlene estão sentados no sofá, ambos com expressões de preocupação e tristeza. Eles falam em voz baixa, quase como se temessem que alguém pudesse ouvir.

SERGINHO: (olhando para as mãos) Nós temos que contar pra Luciana. Ela merece saber a verdade.

MARLENE: (suspira, olhos cheios de lágrimas) Eu sei, mas... como a gente vai fazer isso, Serginho? Ela acabou de acordar do coma. Ela ainda está tão frágil.

SERGINHO: (olhando para Marlene, sério) Não dá mais pra adiar, mãe. A Lu, precisa saber o que houve com o filho dela. 

Marlene limpa as lágrimas com as costas das mãos. Do outro lado da sala, escondida parcialmente pela porta entreaberta, Virginia escuta cada palavra. Ela fecha os olhos, tomando uma decisão firme.

VIRGINIA: (para si mesma, sussurrando) Eu vou acabar com essa mentira de uma vez por todas.

Serginho e Marlene não percebem a presença de Virginia. Eles continuam a discutir, tentando encontrar coragem para contar a verdade.

MARLENE: (baixando a cabeça) Eu não sei se consigo. Ver a dor nos olhos dela... vai ser insuportável.

SERGINHO: (segurando a mão de Marlene) Nós vamos passar por isso juntos. Não importa o quão difícil seja, Luciana merece saber a verdade.

Virginia, ainda na sombra, abre os olhos com determinação. Ela dá um passo para trás, silenciosamente saindo da sala, decidida a revelar a verdade.


BUENOS AIRES. ARGENTINA.

CENA 08: CIDADE DE BUENOS AIRES. EXT. 

[TRILHA ON: Perhaps, Perhaps, Perhaps]

Em Buenos Aires, o dia amanhece dourado, com o aroma de café e medialunas enchendo as ruas. Na Avenida 9 de Julio, o obelisco se destaca enquanto carros e pessoas se movimentam. Em San Telmo, o mercado de antiguidades atrai visitantes e artistas de tango animam o ambiente. Palermo é repleto de árvores, cafés, murais vibrantes e lojas elegantes. Na Plaza de Mayo, pombos e pessoas se reúnem perto da Casa Rosada. O cheiro de asado argentino preenche o ar, prometendo refeições animadas. Buenos Aires mistura tradição e modernidade com uma energia cativante.

CORTA PARA: 

CENA 09: INT. CAFETERIA. DIA


Iná, elegantemente vestida, adentra o café com graciosidade. Seus olhos brilham com curiosidade enquanto ela observa o ambiente. Ela é abordada por Héctor, um garçom argentino com um sorriso irresistível.


HÉCTOR: (com um sotaque argentino encantador) Buenas tardes, señorita. Permita-me guiá-la para um lugar onde sua beleza possa brilhar ainda mais.


INÁ: (sorrindo, envolvida pela gentileza) Buenas tardes. Gracias, caballero. Estaría encantada de seguirle.


Héctor conduz Iná até uma mesa estrategicamente posicionada, com vista para a movimentada rua.


HÉCTOR: Aquí estamos, em um rincón donde el sol acaricia tu rostro como un poeta enamorado.


INÁ: (ri, cativada pela poesia improvisada) Qué lindo, señor. Me hace sentir como si estuviera en un cuento de hadas.


Héctor se inclina ligeiramente, seus olhos brilhando com admiração.


HÉCTOR: O que la señorita vai pedir?


Iná cora levemente, tocada pela doçura das palavras de Héctor.


INÁ: Me diga, ¿qué delicias ofrece este lugar para satisfacer mi paladar?


HÉCTOR: Aqui estamos, em um cantinho onde o sol acaricia seu rosto como um poeta apaixonado.


INÁ: (ri, cativada pela poesia improvisada) Que bonito, senhor. Me faz sentir como se estivesse em um conto de fadas.


Héctor se inclina ligeiramente, seus olhos brilhando com admiração.


HÉCTOR: Na sua presença, cada momento parece um conto de amor esperando ser escrito.


Iná cora levemente, tocada pela doçura das palavras de Héctor.


HÉCTOR: Ah, senhorita, temos uma variedade de iguarias que farão sua língua dançar. Mas nada supera a doçura dos seus lábios, não acha?


Iná ri, sentindo-se lisonjeada pela galanteria de Héctor.


INÁ: (brincando) Oh, que perigoso você é com suas palavras, cavalheiro. Poderia fazer uma dama esquecer o motivo de sua visita.


HÉCTOR: (com um brilho travesso nos olhos) Então, vamos deixar que o café e o encanto da sua companhia nos guiem nesta jornada, o que você acha?



CORTA PARA: 

CENA 10: INT. QUARTO DE HOTEL LUXUOSO - NOITE

[ TRILHA ON: Tango Argentino

Um quarto de hotel luxuoso em Buenos Aires. Luz suave e amarelada emana dos lustres de cristal, iluminando o ambiente requintado. Cortinas de seda fina balançam suavemente com a brisa noturna que entra pela janela entreaberta. A suíte é decorada com móveis elegantes e uma cama king-size coberta por lençóis de linho impecáveis.

Iná, está de pé perto da janela, usando um robe de seda bordado que revela suas curvas elegantes. Ela observa a cidade lá embaixo com um sorriso que esconde um fogo interior.

Hector, entra na suíte segurando uma garrafa de Malbec premium e duas taças de cristal. Seus passos são confiantes enquanto se aproxima de Iná.

HECTOR: (com sotaque argentino, voz sedutora) Traje un poco del mejor Malbec para nosotros. Pensé que sería perfecto para esta noche.

Iná se vira para ele, seus olhos capturando a intensidade do momento. Ela se aproxima com um sorriso travesso.

INÁ: (voz baixa) Siempre sabes cómo hacer que cada momento sea especial.

Hector serve o vinho, os olhares dos dois se encontram e uma faísca de desejo parece dançar entre eles. Ele entrega a taça para Iná, seus dedos se roçando delicadamente.

HECTOR: Para nosotros, y para esta noche que será inolvidable.

Eles brindam e tomam um gole do vinho, saboreando o sabor rico e profundo enquanto a música de um tango argentino começa a ecoar suavemente no ambiente.

Iná coloca a taça de lado, deslizando suavemente para os braços de Hector. Ele a puxa para mais perto, guiando-a com maestria na dança sensual do tango. Seus corpos se movem em perfeita sincronia, cada passo e movimento carregado de paixão contida.

INÁ: (sussurrando, olhando nos olhos dele) Nunca imaginei que poderia sentir algo assim...

HECTOR: (sussurrando de volta, mãos firmes em sua cintura) Sos mía, Iná. Y yo soy tuyo, para siempre.

A dança se intensifica, suas respirações se misturando enquanto o tango os envolve em sua sedução implacável. Eles se entregam ao ritmo ardente, cada movimento aumentando a tensão entre eles.

A câmera captura os momentos de intimidade enquanto eles dançam, seus rostos próximos, os olhos transbordando de desejo e amor. O tango os guia até a cama, onde caem juntos, envolvidos pela música e pela promessa do que está por vir.

A música continua a tocar suavemente enquanto a câmera se afasta lentamente, deixando-os perdidos em sua própria paixão e desejo.


RIO DE JANEIRO. BRASIL. 


CENA 11: INT. QUARTO. HOSPITAL VITAL ROSSI. DIA 


O quarto está silencioso, apenas o som leve do monitor cardíaco de Luciana quebrando o silêncio. Ela está deitada na cama do hospital, os olhos cansados fixos no teto.

Heloísa entra com passos decididos, segurando um bebê nos braços. Seu rosto exibe um sorriso cruel e um brilho estranho nos olhos.


HELOÍSA: Olá, Luciana.


Luciana vira a cabeça lentamente para olhar Heloísa, uma expressão de confusão e fraqueza.


LUCIANA: Quem é você?

HELOÍSA: (com um sorriso sádico) Adivinha quem eu trouxe para te visitar?


Heloísa se aproxima da cama, balançando o bebê nos braços. Luciana observa o bebê com uma mistura de curiosidade e perplexidade.


LUCIANA: Um bebê...

HELOÍSA: (zombeteira) Surpresa! Você não esperava uma visita tão... inocente?


Luciana franze a testa, uma sensação de desconforto crescendo.


LUCIANA:  Por que você está fazendo isso?

HELOÍSA: (com um olhar penetrante) Oh, Luciana, não percebe? Este pequeno ser é a lembrança do que você perdeu... e do que nunca terá.


Luciana olha para Heloísa, os olhos se enchendo de lágrimas enquanto ela tenta processar o que está acontecendo.


LUCIANA: Desculpa, você está brincando comigo? Quem é você? Esse bebê?

HELOÍSA:  (com um riso sinistro) Brincando? Oh, não, Luciana. Eu nunca brinco com coisas tão sérias.


Heloísa coloca o bebê mais perto do rosto de Luciana, provocando-a.


HELOÍSA: (continuando) Veja bem, este é o futuro que você nunca terá. Uma família... uma vida feliz. Mas olha, como ele é parecido com.. Não importa!


Luciana olha para o bebê novamente, uma mistura de dor e raiva borbulhando dentro dela.


LUCIANA: (com voz trêmula) Estou tentando lembrar! (fraca) Por favor, pare com isso...

HELOÍSA: (com um sorriso cortante) É melhor você se acostumar com isso, Luciana. Porque eu vou garantir que essa lembrança vá embora para sempre. 


Heloísa se afasta da cama carregando seu filho. A câmera foca no rosto de Luciana, seu olhar perdido em pensamentos tumultuados.


CENA 12: INT. HOSPITAL - CORREDOR - DIA

Heloísa caminha pelos corredores do hospital, segurando a mão de seu filho. Ela parece preocupada e perdida em seus pensamentos.Virginia, observa a cena com uma expressão de surpresa e preocupação ao ver Heloísa com a criança.

VIRGINIA: (surpresa) Heloísa? O que está acontecendo?

Heloísa olha para Virginia, seu rosto revelando uma mistura de emoções intensas.

HELOÍSA: (com urgência) Virginia, precisamos conversar. Agora.

Virginia assente, abrindo a porta de seu consultório. Elas entram, Heloísa ainda segurando firme a mão do menino. Heloísa olha para o filho com carinho enquanto ele brinca com alguns brinquedos.

HELOÍSA: (com admiração) Ele é tão especial, não é?

VIRGINIA: (com cautela) Heloísa, precisamos falar sobre isso. Ele não é seu filho.

Heloísa se vira abruptamente para encarar Virginia, seus olhos se estreitando.

HELOÍSA: (furiosa) O que você quer dizer com isso?

VIRGINIA: (com firmeza) Você sabe muito bem do que estou falando. Ele é filho da Luciana que estava em coma no andar de cima. Você o comprou ilegalmente!

Heloísa fica chocada, incapaz de acreditar no que está ouvindo.

HELOÍSA: (com raiva contida) Isso é absurdo! Ele é meu filho!

VIRGINIA: (séria) Heloísa, essa mentira precisa acabar. Você não pode continuar com isso.

Heloísa olha para o bisturi sobre a mesa de Virginia, sua respiração se tornando mais rápida enquanto uma expressão de desespero cruza seu rosto. Ela pega o bisturi com determinação.

HELOÍSA: (com voz tensa, apontando) Você não vai tirá-lo de mim. Ele é meu filho!

Virginia recua instintivamente diante da intensidade de Heloísa.

VIRGINIA: (tentando acalmar) Heloísa, pense no que está fazendo. Isso não vai resolver nada.

HELOÍSA: (com os olhos cheios de lágrimas) Eu não vou deixar você ou qualquer um levar meu filho de mim!

Heloísa avança alguns passos em direção a Virginia, o bisturi brilhando perigosamente na luz do consultório.

HELOÍSA: (com desespero) Eu só queria ser mãe...

Ela deixa o bisturi cair no chão e se vira para sair do consultório, agarrando seu filho pela mão.

HELOÍSA: (com amargura) Você não sabe o que é isso, Virginia. Nunca vai entender.

Virginia observa Heloísa sair, seu rosto mostrando preocupação e tristeza pela situação.

VIRGINIA: (sussurrando para si mesma) Isso acabou, Helô! 

O consultório fica em silêncio, apenas o som dos passos apressados de Heloísa ecoando pelo corredor.


CENA 13: RIO DE JANEIRO - TAKES COM BUENOS AIRES E PETRÓPOLIS. 


[TRILHA ON: Samba De Verão]


DIAS DEPOIS… 


Os dias se passaram rapidamente desde que a cidade se tingiu com os primeiros sinais de natal. Débora arruma a casa, meticulosa. Heloísa e Guilherme montam a árvore com o filho pequeno. Marlene e Serginho decoram o quarto de Luciana no hospital. Iná e Hector escolhem roupas em uma loja de grifes na Argentina. Otavio e Rubi enfeitam seu apartamento. Dias se passam até que chega a véspera de Natal, onde cada ambiente brilha com a preparação cuidadosa para a celebração.


CENA 14: CASA DE DÉBORA. INT. PETRÓPOLIS. TARDE


Débora, está na cozinha, finalizando os preparativos para a ceia de Natal. Ela arruma os pratos na mesa, cuidadosamente decorada com enfeites natalinos. Há um clima de alegria e expectativa no ar. Batidas na porta. Débora vai atender e se surpreende ao ver Arnaldo, segurando alguns presentes.

DÉBORA: (incrédula) Arnaldo? O que você está fazendo aqui?

ARNALDO: (sorrindo) Surpresa! Feliz Natal, Débora! Trouxe alguns presentes para você, para o pequeno Pedrinho e para sua mãe.

Débora fica visivelmente emocionada, mas tenta manter a compostura.

DÉBORA: (aceitando os presentes) Arnaldo, é muito gentil da sua parte, mas não precisava se preocupar.

ARNALDO: (noticia o ambiente festivo) Como eu poderia faltar à ceia de Natal da minha amiga querida? Posso entrar?

Débora hesita por um momento, mas depois abre a porta completamente, convidando Arnaldo para dentro.

DÉBORA: (um pouco desconfortável) Claro, entre.

Arnaldo entra na casa, observando os detalhes da decoração natalina. Joana, a mãe de Débora, aparece na sala.

JOANA: (alegre) Arnaldo! Que surpresa boa! Venha cá, meu querido.

Joana se aproxima de Arnaldo e o abraça calorosamente. Em seguida, pega o pequeno Pedro no colo.

JOANA: (sorrindo para Arnaldo) Olha só quem veio nos visitar, Pedro! É o tio Arnaldo!

Joana se afasta um pouco, dando espaço para Débora e Arnaldo.

JOANA: (à Débora) Vou levar o Pedro para a sala de estar, deixando vocês à vontade.

Joana sai da cozinha com Pedro, deixando Débora e Arnaldo a sós. Débora se vira para Arnaldo, um tanto nervosa. Ele a beija.

DÉBORA: (seriamente) Arnaldo, não podemos fazer isso.

ARNALDO: (confuso) Fazer o quê?

DÉBORA: (olhando nos olhos dele) Você sabe muito bem, Arnaldo. Você é amigo do Otávio, meu marido. Não podemos... isso não é certo.

Arnaldo parece surpreso com a reação de Débora, mas depois seu rosto se suaviza em compreensão.

ARNALDO: (desculpando-se) Débora, eu não quis te deixar desconfortável. Eu só queria... estar aqui com você, nesse momento especial.

DÉBORA: (comovida, mas firme) Eu sei, Arnaldo. Mas somos amigos. E eu sou casada com o seu amigo.

ARNALDO: (entendendo) Entendo. Desculpe-me se eu causei algum desconforto. Eu valorizo muito nossa amizade, Débora.

Débora sorri suavemente, tocada pela compreensão de Arnaldo.

DÉBORA: (obrigada) Eu também valorizo, Arnaldo. Muito obrigada pelos presentes. E por estar aqui.

Os dois sorriem um para o outro, reconhecendo a amizade que têm. Arnaldo respira fundo e muda o tom, tentando mudar o assunto.

ARNALDO: (buscando leveza) Então, vamos ajudar a terminar essa ceia de Natal? Acho que você vai precisar de mim na cozinha.

Débora ri suavemente, aliviada pela mudança de assunto.

DÉBORA: (com gratidão) Claro, Arnaldo. Vamos lá.

Os dois começam a arrumar os últimos detalhes da ceia de Natal juntos, enquanto o ambiente se enche novamente de um clima festivo e caloroso.


CENA 15: APARTAMENTO DE RUBI. INT. 


Rubi está sentada no sofá da sala, decorada com luzes de Natal. Ela está olhando pela janela, contemplativa fumando um cigarro. Otávio entra na sala carregando uma sacola de compras.


OTÁVIO: (sorrindo) Ei, amor, olha só o que eu trouxe. Algumas coisinhas para o nosso jantar de Natal.


RUBI: (sorri, mas parece preocupada) Otávio...


OTÁVIO: (percebendo a expressão dela) O que foi, Rubi? Você parece preocupada.


RUBI: (respira fundo) Eu sei das suas condições com o seu filho, e como obrigação você ver ele hoje. Eu sei que é difícil para você estar aqui comigo nesta época do ano.


OTÁVIO: (coloca a sacola de compras de lado e se senta ao lado dela) Rubi, eu...


RUBI: (levanta a mão, interrompendo-o) Não precisa explicar. Eu entendo. Mas há algo que eu quero te pedir.


OTÁVIO: O que é?


RUBI: Prometa que você virá aqui esta noite. Prometa que você passará o Natal comigo.


Otávio olha nos olhos dela, vendo a sinceridade em seu rosto.


OTÁVIO: (comovido) Eu prometo, Rubi. Eu estarei aqui esta noite. Nada vai me impedir.


Rubi sorri, aliviada, e abraça Otávio com força.


RUBI: Obrigada, Otávio. Isso significa muito para mim. Vou preparar o melhor jantar para o nosso natal! 


Os dois se abraçam por um momento.


CENA 16: INT. HOSPITAL VITAL ROSSI - SALA DE CONFRATERNIZAÇÃO - DIA


Os funcionários do hospital estão reunidos em uma sala decorada modestamente para o Natal. Uma mesa está repleta de presentes enquanto todos riem e conversam animadamente. Heloísa e Guilherme, com seu filho pequeno estão abrindo presentes juntos, com sorrisos calorosos.


GUILHERME: (sorrindo) Olha só, papai Noel chegou mais cedo este ano!


Enquanto isso, Virginia observa a cena de longe, segurando uma xícara de café. Ela parece distante, perdida em pensamentos. Guilherme percebe Virginia e decide se aproximar, preocupado com sua expressão solitária.*


GUILHERME: (gentil) Virginia, está tudo bem?


VIRGINIA: (nervosa e tímida) Ah, Guilherme... Você vai precisar me perdoar um dia.


GUILHERME: (surpreso) Perdoar? Por quê?


VIRGINIA: (abaixando o olhar) Eu... não posso dizer agora. Mas vai chegar o dia em que você vai entender.


Guilherme parece confuso, mas antes que possa perguntar mais, Virginia se afasta rapidamente, deixando-o perplexo.


GUILHERME: (para si mesmo) O que será que ela quis dizer com isso?


Ele volta sua atenção para Heloisa e o filho, tentando afastar o pensamento da estranha conversa com Virginia.


HELOISA: (sorrindo) Vamos abrir mais presentes, amor!


A câmera se afasta enquanto a festa continua ao redor, deixando um clima de mistério pairando.



BUENOS AIRES. ARGENTINA. 



CENA 17: RESTAURANTE ARGENTINO. INT. MAIS TARDE


Iná, está admirando a decoração natalina do restaurante em Buenos Aires. Hector, seu namorado argentino aparece segurando duas taças de vinho tinto. Ele se aproxima dela com um brilho nos olhos.


HECTOR: (iniciando nervoso) Iná, mi amor, há algo que eu quero te dizer esta noite...


Iná olha para ele, percebendo o nervosismo incomum em seu rosto.


INÁ: (sorrindo )O que é, Hector? Você está agindo de forma estranha hoje.


HECTOR: (pegando a mão dela com carinho) Desde que nos conhecemos, minha vida mudou de tantas maneiras maravilhosas. Você trouxe uma luz para os meus dias, um sorriso que aquece meu coração... Iná, eu não consigo imaginar minha vida sem você.


Iná, agora percebendo para onde isso está indo, olha para ele com os olhos marejados.


INÁ: (suavemente) Hector...


HECTOR: (ajoelhando-se diante dela) Iná, você aceita fazer de mim o homem mais feliz do mundo? Aceita se casar comigo?


Iná cobre a boca com a mão, lágrimas de alegria rolando pelo rosto enquanto Hector tira do bolso uma pequena caixa de veludo. Ele abre a caixa, revelando um lindo anel de diamante.


INÁ: (emocionada) Sim, sim, mil vezes sim!


Hector coloca o anel no dedo dela enquanto os dois se abraçam, celebrando o momento especial.


HECTOR: (sorrindo, emocionado) Feliz Natal, mi amor.


INÁ: (abraçando-o com força) Feliz Natal, Hector. Eu te amo tanto.


Eles se beijam ternamente, o ambiente iluminado pela árvore de Natal e pela certeza de um futuro brilhante juntos.



CORTA PARA:


Uma vista da janela, mostrando a cidade de Buenos Aires coberta por luzes natalinas, enquanto a neve começa a cair lá fora.



CENA 18: NOITE DE NATAL NO RIO DE JANEIRO


Na véspera de Natal, o Rio de Janeiro se iluminava com festividades únicas. Na praia de Copacabana, famílias reunidas sob guarda-sóis coloridos compartilhavam petiscos e risadas, ao som de música ao vivo. Luzes natalinas decoravam a Avenida Atlântica e os morros, onde comunidades celebravam com samba e ritmos festivos. No alto do Morro do Corcovado, o Cristo Redentor abençoava a cidade iluminada, enquanto na histórica Igreja da Candelária, velas brilhavam na Missa do Galo. Assim, entre abraços e sorrisos, o Rio celebrava o Natal em uma atmosfera de união e esperança. A cena passea pelos cenários de todos os núcleos. Mansão Rossi, Iná com Hector na Argentina. Serginho e Marlene com Luciana no hospital. Leona e Tigre na boate dando um baile de Natal. E Rubi, sentada na janela sozinha olhando para a rua, esperando por Otávio.


CENA 19: CASA DE DÉBORA. PETRÓPOLIS. INT. NOITE


Otávio, entra pela porta da sala carregando uma mala. Ele parece cansado, mas animado por estar de volta para o Natal. Débora, Joana e Pedrinho, seu filho pequeno, estão na sala, decorada com luzes natalinas.


DÉBORA: (sorrindo) Amor, você finalmente chegou! Estávamos te esperando.


Otávio sorri, abraça Débora e dá um beijo em Pedrinho.


OTÁVIO: (carinhoso) Oi, meu amor. Oi, Pedrinho! (olha para Joana) Sogra, como vai?


JOANA: (sorrindo) Ah, Otávio, que bom que você chegou. Está tudo pronto para o Natal.


Otávio olha ao redor e percebe Arnaldo, sentado confortavelmente no sofá, conversando com Débora.


OTÁVIO: (surpreso) Arnaldo... você por aqui?


Arnaldo se levanta, cumprimenta Otávio com um sorriso amigável.


ARNALDO: (amigável) Otávio, meu amigo! Não poderia perder o Natal com essa família maravilhosa.


Débora intervém, notando a expressão de surpresa de Otávio.


DÉBORA: (gentil) Amor, o Arnaldo nos avisou que viria. Ele quis nos ajudar com os preparativos.


Otávio tenta disfarçar seu desconforto inicial, forçando um sorriso.


OTÁVIO: (tentando parecer tranquilo) Ah, claro, que ótimo... Arnaldo, que bom te ver por aqui.


ARNALDO: (colocando a mão no ombro de Otávio) Desculpe se te peguei de surpresa, cara. Não quis atrapalhar.


OTÁVIO: (sincero) Imagina, não é nada. (olha para Débora) Só não esperava.


DÉBORA: (afetuosa) Fica tranquilo, amor. O Arnaldo e você são amigos há tanto tempo, ele é como da família.


Joana sorri, apoiando a explicação de Débora. Otávio suspira, percebendo que não pode fazer muito além de aceitar a presença de Arnaldo.


JOANA: (brincalhona) É, Otávio, você devia estar contente! Mais um para as trocas de presente.


Todos riem, e Otávio, ainda um pouco desconcertado, se junta à risada.


OTÁVIO: (tentando relaxar) É verdade, parece que tenho um presentes extra, esse ano.




CENA 22: INT. APARTAMENTO DE RUBI. NOITE

[TRILHA SONORA: Sandra De Sá - Solidão (Áudio Oficial)]


Na cozinha, uma mesa está posta com uma ceia preparada com carinho: velas acesas, pratos arrumados. Rubi. está visivelmente furiosa e triste ao mesmo tempo. Ela olha para a mesa com olhos marejados e um cigarro aceso. Ela apaga o cigarro com raiva. 

Ela fecha os olhos por um momento, tentando conter as lágrimas. Com passos rápidos, ela vai até a geladeira, pega todos os pratos de comida e os joga na pia com força, fazendo um barulho alto de cerâmica quebrando.

Os olhos de Rubi se enchem de lágrimas, e ela agarra os pratos restantes na mesa, jogando-os na lixeira com raiva. O som dos pratos quebrando é ecoado pela sala vazia.

RUBI: (gritando para o vazio) Ele não merece isso! Ninguém merece...

Ela respira fundo, tentando se acalmar. O silêncio do apartamento parece ensurdecedor. Com um último olhar para a mesa desarrumada, Rubi se vira e vai em direção ao quarto.


CORTA PARA:

CENA 23: INT. QUARTO DE RUBI - CONTÍNUO

Rubi está de pé diante do espelho, olhando para si mesma com determinação. Ela tira sua roupa com uma mistura de frustração e resignação, revelando uma lingerie sensual por baixo. Com movimentos rápidos e precisos, ela pega um vestido curto, desliza-o pelo corpo e o ajusta perfeitamente.

Ela olha para seu reflexo, ajusta o cabelo e respira fundo, tentando encontrar um pouco de força para o que vem a seguir. Com um último toque no batom vermelho, Rubi sai do quarto e fecha a porta com firmeza, deixando para trás a cena de devastação na cozinha.


CENA 24:  BOATE DE LEONA. INT. 


[ TRILHA ON: Mariah Carey - All I Want for Christmas Is You (Make My Wish Come True Edition)


A boate está radiante com decorações de Natal extravagantes. Luzes coloridas piscam ao ritmo da música eletrônica vibrante, enquanto neve artificial cai suavemente sobre a multidão diversificada de dançarinos. Otto e Sandy, entram pela porta principal.


SANDY: (gritando sobre a música alta) Otto, olha só esse lugar! É incrível, né?


Do outro lado da boate, Rubi, adentra com uma expressão reservada. Leona e Tigre com um olhar compassivo, correm para cumprimentá-la.


LEONA: (com ternura) Rubi, que bom que você veio.


TIGRE: (com um sorriso gentil) Trouxe algo para você. (entrega um pequeno pacote envolto em papel brilhante)


Rubi aceita o presente com gratidão, mas sua expressão permanece distante.


RUBI: Obrigada, Leona. Obrigada, Tigre.


Enquanto isso, na pista de dança, Sandy e Otto se destacam com sua energia contagiante. Rubi os observa por um momento antes de decidir se juntar a eles.


SANDY: (animada) Rubi, você aqui irmã!


OTTO: (com um sorriso caloroso) Prazer em te conhecer, Rubi!


RUBI: (com uma frieza calculada) Oi, Otto. Sandy falou bastante sobre você.


Os três começam a dançar, mas Rubi mantém uma postura distante, como se estivesse observando de longe.


Enquanto a noite avança e a atmosfera se aquece, Sandy discretamente oferece a Rubi um estojo de cocaína.


SANDY: (com um sorriso travesso) Vamos tornar essa noite ainda mais interessante?


Rubi olha para o estojo por um momento, seu olhar indecifrável.


RUBI: (em tom desafiador) Por que não? Vamos lá.


Ela aceita o estojo com uma inclinação de cabeça.

SANDY: (com um sorriso satisfeito) É Natal, afinal. Vamos aproveitar.


A câmera se afasta enquanto os três se misturam à multidão, dançando sob a neve artificial que continua a cair, criando um contraste entre a beleza festiva e a intensidade emocional da noite.



CENA 25: QUARTO DE LUCIANA. HOSPITAL VITAL ROSSI. INT. 

O quarto está iluminado suavemente por luzes de Natal, criando uma atmosfera acolhedora e serena. Uma pequena árvore decorada em um canto adiciona um toque festivo ao ambiente onde Luciana, de semblante frágil mas com olhos cheios de vida, repousa na cama. Ela observa com ternura Serginho e Marlene, que seguram suas mãos com cuidado e amor.


LUCIANA: (sussurrando com dificuldade) Obrigada por estarem aqui...

SERGINHO: (com um sorriso amoroso) Não poderíamos deixar você sozinha nesta noite especial, Lu.

MARLENE: (com os olhos marejados) Você nos assustou tanto.

Luciana assente suavemente, sua expressão misturando gratidão e uma melancolia suave. Serginho segura uma pequena caixa de madeira delicadamente decorada.

SERGINHO: (com ternura) Lu, trouxe algo para você.

Ele abre a caixa, revelando uma coleção de fotografias antigas. Luciana observa as fotos, um brilho de reconhecimento gradual iluminando seu rosto.

LUCIANA: (com um suspiro) Esses momentos... eu lembro deles.

SERGINHO: (com um nó na garganta) São lembranças preciosas que temos juntos desde a infância.

Luciana sorri levemente, seus olhos capturando a nostalgia das imagens. Então, um olhar de perplexidade atravessa seu rosto.

LUCIANA: (com uma voz trêmula) Uma mulher esteve aqui hoje... com um bebê.

Serginho e Marlene trocam olhares significativos, seus corações batendo mais rápido.

MARLENE: (com um suspiro) Lu...

SERGINHO: (com cautela) Quando você teve o acidente... estava grávida.

Luciana parece absorver a informação, seus pensamentos se movendo rapidamente enquanto uma intuição incerta começa a se formar em sua mente.

LUCIANA: (com um sussurro) Meu filho...

MARLENE: (com a voz embargada) Ele... não resistiu, Lu. Partiu algumas semanas após o nascimento.

Luciana fecha os olhos, uma mistura de tristeza e aceitação atravessando seu rosto. Ela sente algo profundo dentro de si, como se uma parte de seu filho ainda estivesse próxima.

LUCIANA: (com voz frágil) Isso não pode ser verdade! Eu sinto... como se ele estivesse aqui, de alguma forma.

Serginho e Marlene a cercam com carinho, compartilhando a dor e a esperança que enchem o quarto naquela noite de Natal. Luzes piscando na árvore, o suave respirar de Luciana e o calor do amor duradouro entre amigos criam um momento de conexão e consolo.

SERGINHO: (com ternura) Ele está sempre perto de você, Lu. Sempre.

O silêncio que segue é preenchido pela presença calorosa uns dos outros, enquanto o espírito do Natal envolve o quarto com uma promessa de paz e lembranças que nunca se desvanecem.

Enquanto todos se abraçam em silêncio, o olhar de Luciana se volta para a porta do quarto, onde uma figura feminina está parada, observando com um sorriso terno. O olhar de Luciana se fixa nela por um momento.


FIM DO CAPÍTULO.



PARTICIPAÇÃO ESPECIAL DO ATOR ARGENTINO PABLO BELLINI como Hector





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