Type Here to Get Search Results !

Entrelaçados - Capítulo 24



CAPÍTULO  24


Criada e Escrita por ANDIE ARAÚJO 


Diretor de Núcleo DENNIS CARVALHO 


CENA 01.SALA DE ESTAR/ MANSÃO LIRA MUNIZ. INT. DIA.

Continuação da cena final, do capítulo anterior. 

OLAVO: Aquele pé de cana quase matou meu sobrinho, Paula. O menino estava no apartamento que pegou fogo ontem! Eu acabo com a vida daquele homem! O menino não pode mais conviver com esse homem, Paula!

Olavo irritado, Paula indignada.

PAULA: Isso é verdade, Elisa?

ELISA: Pior que sim. Saiu nos noticiários e tudo!

PAULA: Eu gosto muito do Mauro, mas infelizmente você terá que acionar a Justiça, querido.

OLAVO: É. A tutela do Lucca será minha.

Olavo olha para o horizonte, bem confiante, com um sorriso satisfeito.

Corta para:


CENA 02. FLAT DE STELLA. INT. DIA.

Stella vem com taças e um espumante em mãos. Olavo deitado na cama.

OLAVO zomba: Não precisei de nada, nenhum esforço, acredita? O bebum caiu sozinho!

STELLA: À fortuna! À nossa fortuna.

Stella enche a taça e serve Olavo.

STELLA: Já falou com o advogado?

OLAVO: Já! Estou cuidando de tudo, minha loira. A guarda será minha! É incontestável! Escândalo público, aquele vexame da audiência da empregadinha drogada; É manchete nos principais jornais do país; e quase matou o próprio filho por irresponsabilidade. Quer mais?

Os dois riem enquanto degustam do espumante.

Corta para:

CENA 03. SALA DE ESTAR/ APART. DE MÔNICA. INT. DIA.

Mauro cabisbaixo. Judite se aproxima com uma xícara de café.

JUDITE: E agora, Mauro? Sem casa, sem nada? A sorte é que não aconteceu nada de grave com o Lucca.

MAURO: Eu não sei o que fazer, Judite.

Mauro aflito, coça a cabeça. Começa a andar de um lado para o outro.

JUDITE: Temos que pensar!

Batidas na porta. Judite vai atender. Porteiro e um oficial de Justiça.

PORTEIRO: OI, Dona Judite. Oi, Seu  Mauro. Então, Esse oficial de Justiça queria falar com o Seu Mauro.

MAURO: Oficial?

Mauro se levanta e vai cumprimentar o Oficial.

OFICIAL: O Seu cunhado, Olavo Ferraz, entrou com um processo de guarda do menor, Lucca Ferraz Santana.

MAURO: Ele quer a guarda do Lucca? Não, não pode ser. Ele vai me tirar o que é mais precioso, Judite?

O Oficial de Justiça e o porteiro saem. Mauro senta no sofá, angustiado, dilacerado.

MAURO: Ele vai me tirar o meu filho!

JUDITE: Calma, Mauro, eu estou aqui e vamos tentar fazer algo, ok?

Mauro ali aflito, Judite segura sua mão.

CENA 04. SALA DE ESTAR/ CASA DE DO CARMO. INT. DIA.

Marcos vendo um vídeo no celular. Do Carmo vindo do quarto. Manu estudando sentada à  mesa.

MARCOS: Mãe, esse aqui não é o cara para quem você trabalha?

Marcos mostra o vídeo do incêndio. 

DO CARMO: Meu Deus! É o Mauro, sim. Incêndio? E o Lucca, meu Deus?

MARCOS: Tá dando em tudo qualquer lugar. O cara esqueceu o filho no apartamento. Foi tragédia!

DO CARMO: O Lucca não merecia isso…

Foca em Manu, ela no celular.

MANU (CEL): Ok, Pedro! Levo sim o livro. Pode deixar!

Manu pega o livro e se prepara para sair.

MANU: Tô indo, gente! Beijos.

Manu sai. Do Carmo ali ainda impactada pela tragédia.

Corta para:


CENA 05. QUARTO/HOSPITAL. INT. DIA.

Lucca deitado na cama hospitalar. Mauro ali.

MAURO: Filho… te amo tanto!

LUCCA: Pai… me perdoa? Eu não podia ter acendido a vela.

MAURO: Eu que tenho que pedir perdão para você, filho. Eu fui errado. Deixei você para ir beber. Não deveria ter feito isso. Perdoa seu pai?

LUCCA: Sim. Tá perdoado, papai. Promete que nada mais vai separar a gente?

MAURO: Eu prometo…

Batidas na porta. Paula adentra, ela preocupada, fria com Mauro.

PAULA: Olá. Vim ver meu sobrinho! Seu tio mandou lembranças, meu amor, ele está resolvendo algumas coisas.

Mauro sente a indireta. Ele se afasta do filho. Paula beija e abraça o menino. Um clima nada amigável entre ela e Mauro.

Corta para:


CENA 06. SALA DE ESTAR/ CASA DE ROSA. INT. DIA.

Janaína e Rosa ali. As duas conversam.

JANAÍNA: Me conta em detalhes a noite de ontem, amiga?

ROSA começa a chorar de modo engraçado: Foi horrível, Jana. Eu passei a noite na emergência de um hospital.

JANAÍNA: Conta!

ROSA: Ai, foi a pior noite da minha vida. O tal do espumante me deu soluços! A cada palavra que eu falava, eu soluçava. Foi uma desgraça! Deve ter sido praga daquela  franga, só pode!

JANAÍNA: Mas desistiu?

ROSA: Desistir jamais! Eu vou reconquistar o Marinho, eu juro!

JANAÍNA: Eu te ajudo, hein.

Janaína abraça a amiga.

Corta para:


CENA 07. RIO DE JANEIRO. EXT. DIA. NOITE.

Transição Ágil como se os dias passassem correndo… Pessoas caminhando pela rua, o engarrafamento das vias expressas, Lojas abrindo durante o dia. Transeuntes passando.

Lojas fechando a medida que o sol se põe.

UMA SEMANA DEPOIS…


CENA 08. SALA DE ESTAR/ CASA DE JERÔNIMO. INT. DIA.

Campainha tocando. Sala está vazia. Miguel vem do interior do imóvel. Barba por fazer.

MIGUEL: Já vai! Pera um minuto, pô.

Tilintar de chaves. Ele abre a porta. Revela Jasmin.

JASMIN: Oi.

MIGUEL: Você? Por favor…

Ele tenta fechar a porta, mas ela impede. Ela entra.

MIGUEL apontando para a porta: Por favor?

JASMIN: Ainda não  conversamos direito, Miguel! Vamos conversar?

MIGUEL grosseiro: Não tem o que conversar, garota. Vaza daqui!

JASMIN: Você precisa me ouvir, já se passou uma semana, Miguel!

MIGUEL: Me deixa em paz, Jasmin. O melhor pra gente é ficar um longe do outro! Some daqui e não apareça em minha frente. E se me vê na rua, muda de calçada, que eu farei o mesmo.

Jasmin percebe que Miguel está muito relutante e não insiste. Ela dá meia-volta e sai. Miguel fecha a porta. Ele tenta ser forte, mas desaba em choro.

Corta para:


CENA 09. BANCA DE JORNAL. EXT. DIA.

Jerônimo ali. Vê Jasmin saindo de sua casa. Ela abalada, passa pelas pessoas, que cochicham sobre ela. Uma senhora está na Banca comprando jornal.

SENHORA: Essa moça deveria ter vergonha de ir lá na sua casa perturbar seu filho, Seu Jerônimo.

JERÔNIMO com raiva: Essa vagaba deveria ter sido queimada em praça pública!

Margarido e Gardênia passam com sacolas de compras. Margarido ouve o xingamento. Margarido se aproxima indo arranjar confusão.

MARGARIDO: Repita suas palavras, Jerônimo?

JERÔNIMO: Sua filha é uma vagabunda! Uma sirigaita!

Margarido fica possesso e dispara um soco no amigo. 

MARGARIDO: Seu filho é um bocó, um frouxo, sentimentalista.

Gardênia se aproxima assim como outros transeuntes curiosos.

GARDÊNIA: Parem já com isso! Vocês não podem deixar que uma amizade de anos como a nossa termine desse jeito, por causa dos nossos filhos!

JERÔNIMO: Tu acha que vou andar com quem fez meu filho sofrer, a sua querida filha chifrou o meu filho!

GARDÊNIA: Eu sei que o que ela fez foi horrível, não tem perdão, mas vocês dois, dois velhos brigando é ridículo! Chega, hein?

MARGARIDO: Babaca!

JERÔNIMO: Idiota!

Jerônimo vai para um lado, Margarido por outro.

Corta para:


CENA 10. SALA DE TERESA/ CLÍNICA. INT. DIA.

Teresa e Stella estão ali conversando. Teresa entrega um papel.

STELLA: É nesse restaurante mesmo?

TERESA: Sim. O Leandro comentou que é aí mesmo. O Leonardo levará a Lia nesse restaurante.

STELLA: Ok. Já vou ligar para minha querida amiga Dora. (Risos)

TERESA: Tem que dar certo! Quem fica de vulgaridade uma vez, fica sempre.

Em segundo plano, Stella ao celular, termina o telefonema.

STELLA: Foi! Tá combinado. Amanhã tenho um almoço familiar com uns amigos.

Stella e Teresa riem.

Corta para:


CENA 11. SALA DE ESTAR/ CASA DE DO CARMO. INT. DIA.

Do Carmo ali faxinando a casa. Marcos deitado no celular.

DO CARMO: Você deveria ajudar, hein? Eu lavo, passo, cozinho. Ajuda, meu filho!

MARCOS: Por favor, mãe. Tô me recuperando de uma dengue, tá?

DO CARMO: Pare de ser cara de pau, Marcos! Já tá bom faz dias!

O telefone fixo toca.

MARCOS: Ainda tem isso aqui em casa? Isso é velharia!

DO CARMO: Não enche.

Do Carmo se aproxima do aparelho e atende.

DO CARMO (tel): Alô!

MARINHO (em off): Alô, Dona Maria do Carmo?

Assustada, Do Carmo larga o telefone.

MARCOS: Que foi, mãe?

Do Carmo fica gélida.

Corta para:


CENA 12. FÓRUM. INT. DIA.

Mauro e Judite ali.

MAURO: Eu… eu tô nervoso! É hoje que o juiz vai decidir a guarda do Lucca. Eu tô com medo, Judite.

JUDITE: Calma, meu amigo. Tô aqui. Vamos manter a calma, pensar positivo.

Olavo e Paula chegam junto do advogado. Olavo se aproxima de Mauro.

OLAVO: Que vença o melhor, desculpa, que seja feito o melhor para o bem-estar de meu querido sobrinho, Lucca.

Mauro e Olavo se fuzilam com olhares de ódio.

A cena congela, um esfumaçado azul, como se fosse uma neblina.

FIM DO CAPÍTULO



Postar um comentário

0 Comentários
* Please Don't Spam Here. All the Comments are Reviewed by Admin.