Inferno Urbano
WEB-NOVELA
CAPÍTULO #013
CRIADA & ESCRITA POR:
WANDERSON ALBUQUERQUE
CENA 01. RUA QUALQUER. EXT. NOITE.
SONOPLASTIA
ON: BRASIL – GAL COSTA
Renato desce do carro e caminha lentamente em direção ao corpo
de Samira. Ele se agacha ao lado dela, observando o sangue misturar-se com o
chão.
RENATO (FRIO) - Isso, Samira, não tinha como terminar de outro
jeito.
Ele levanta-se e sorri. Renato cospe no corpo de Samira. Ele
entra novamente no carro e dá a partida e sai.
CENA 02. CASA. JARDIM. EXT. NOITE.
Lopes está parado observando algumas rosas que nascem ao lado de
um coqueiro. Lucilia chega por trás dele e o abraça.
LUCILIA – Parece tenso, meu amor. Aconteceu alguma coisa que não
estou sabendo?
LOPES – Ah, todas as coisas possíveis acontecem na prefeitura.
Por incrível que pareça, está tudo na maior normalidade.
LUCILIA – Então, não estou entendendo, Lopes. Você exonerou o
secretário, então até o momento não tem nenhum nome, como isso pode estar na
maior normalidade?
LOPES – Lucilia, eu simplesmente não sei quem indicar. A minha
primeira opção era o Capitão Vasconcelos, mas ele rejeitou a minha proposta.
LUCILIA – Acho que deveria procurar alguém que tenha um renome,
de fato.
Lopes vira-se para sua esposa e coloca as mãos na cintura de
Lucilia. Ele beija a testa dela.
LOPES – Eu te respeito muito, meu amor, mas por favor, não se
intrometa no meu trabalho.
Lopes sai e Lucilia engole em seco.
CENA 03. AVENIDAS DO RIO DE JANEIRO. EXT. DIA.
SONOPLASTIA
ON: IDEOLOGIA - CAZUZA
As LUZES DOS POSTES ainda estão acesas, mas começam a se apagar
conforme a luz do dia se fortalece. CORREDORES e CICLISTAS aproveitam as
primeiras horas da manhã, movendo-se ao longo do calçadão. Funcionários da
limpeza urbana terminam de varrer, enquanto os caminhões de coleta se movem
lentamente.
CENA 04. CALÇADÃO. EXT. DIA
A Sonoplastia continua.
Um carro preto com vidros escuros passa lentamente pelo
calçadão. O veículo para brevemente, e uma mão surge da janela, entregando um envelope
a um homem, que põe dentro da calça e sai correndo.
CENA 05. APARTAMENTO. COZINHA. INT. DIA.
Patrícia está em frente ao fogão preparando ovos mexidos. A
porta da sala abre e o Capitão Vasconcelos surge. Ele vai em direção a Patrícia
e a beija, ela é fria com ele.
CAP. VASCONCELOS (ESTRANHA) – Está tudo bem?
PATRÍCIA (FRIA) – Claro.
CAP. VASCONCELOS – Tem certeza? Você parece tão estranha.
PATRÍCIA (FRIA) – Está tudo ótimo, Diogo. Você vai dormir ou vai
tomar o café da manhã?
CAP. VASCONCELOS – Eu vou tomar um banho primeiro, porque estou
sentindo que estou podre. O plantão no batalhão foi barra pesada. Recebemos uma
denúncia de tráfico, além disso, parece que mataram uma investigadora da
polícia atropelada.
PATRÍCIA – Então, preciso ir correndo para o jornal.
CAP. VASCONCELOS – Mas você já tomou seu café da manhã?
PATRÍCIA – Eu como qualquer coisa no caminho.
Patrícia pega sua bolsa e sai.
CENA 06. TEATRO. AUDITÓRIO. INT. DIA.
Há um intenso movimento no local. Atrás do pódio, uma enorme
tela de LED exibia imagens alternadas de Dandara. Ela e Guilherme andam pelo
palco do auditório.
DANDARA (MARAVILHADA) – Meu Deus! Não posso acreditar que eu
realmente vou entrar nessa.
GUILHERME – E pode ter certeza que vai sair com a vitória,
Dandara. Olha, não quero te dar expectativas, mas as pessoas estão criando uma
comoção enorme em volta do seu nome.
DANDARA – Isso por um lado é ótimo, mas confesso que estou
nervosa e sem saber o que posso fazer.
GUILHERME – Não se preocupe, vai dar tudo certo. Por ser uma
candidatura de última hora, será um evento apenas para figuras dos partidos e
também da legenda. Lá em cima (APONTA PARA A PLATEIA) ficará destinado à
imprensa.
DANDARA – Não consigo acreditar nisso, Guilherme. Meu corpo está
todo arrepiado, mas não irei fugir da luta, não faz parte do meu show.
Guilherme sorri e vai em direção a um sofá enorme que está no
palco e senta.
GUILHERME – Dandara, a partir de hoje, você será uma candidata
politica e com isso, você vai incomodar bastante. A sua candidatura é a aposta
do nosso partido, então, provavelmente virá ataques de todos os lados e não
queremos que seja passiva, tá?
DANDARA (SORRI) – Eu jamais vou aceitar ser desrespeitada por
ninguém. O Desalento precisa de mim, não só ele, mas também as outras
comunidades do Rio. Hoje, começa um novo tempo.
CENA 07. AGS NEGÓCIOS. SEDE. FACHADA EXT. DIA
Mostra-se um prédio moderno enorme. A logo da empresa é fina e
padrão.
CENA 08. AGS NEGÓCIOS. SEDE. ESCRITÓRIO. INT. DIA.
Victória abre a porta do escritório principal. Ela retira os
óculos do rosto e um homem de cerca de 40 anos a segue.
VICTÓRIA – Essa aqui é a sala da presidência? Por Deus! Não
acredito que a minha irmã tenha um péssimo gosto para decoração.
ERNESTO – Senhora, Victória, essa sala foi a Alice quem
desenhou. Ela pediu para que fizesse um design moderno e que combinasse com o
estilo dela.
VICTÓRIA (RI) – Está me dizendo que a Alice trabalhava aqui? Não
pode ser real. Então, quer dizer que realmente o nepotismo aqui funciona e
colocaram uma garota totalmente instável em um cargo como o de vice
presidência?
Victória põe a bolsa em um sofá bege ao lado da porta. Ela vai
direção a uma cadeira de couro e deslumbra toda a visão da cidade do Rio de
Janeiro.
ERNESTO – Posso ajudar a senhora em alguma coisa?
VICTÓRIA – Claro que pode. Marque imediatamente uma reunião com
o conselho e peça para que a contabilidade prepare o livro caixa da empresa e
me entregue até o fim do dia. Ah, quero que você me dê o balanço semestral dos
últimos três anos na minha mesa até o fim do dia.
ERNESTO – Mas senhora... Esses dados são praticamente
impossíveis de conseguir até o fim do dia.
VICTÓRIA (RISPIDA) – Parece que eu não fui clara. Eu não quero
saber o que pensa, quero que dê um jeito e resolva o que acabei de dizer. Quero
todos os relatórios na minha mesa até o final do dia.
ERNESTO (CABISBAIXO) – Sim, senhora.
VICTÓRIA – Ah, só mais uma coisa. Pode avisar que Victoria
Agostini voltou.
Victoria vira-se novamente para a vista e Ernesto balança a
cabeça em afirmação e sai da sala.
CENA 09. RIO EM AÇÃO. ESCRITÓRIO. INT. DIA.
Telefones não param de tocar. Patrícia aparece e vai até a mesa
de Juca digita em seu notebook freneticamente.
PATRÍCIA – Que história é essa que assassinaram a investigadora
da polícia?
JUCA – Menina, um verdadeiro babado. Parece que encontraram o
corpo dela em uma rua lá na zona norte, o que deixa tudo muito estranho, porque
ela foi lá sozinha e foi deixada para morrer.
PATRÍCIA – Mas a perícia já afirmou alguma coisa?
JUCA – Pelo que se sabe, ela foi atropelada uma vez, não houve
uma outra tentativa, sabe?
PATRÍCIA – Essa história está muito estranha, Juca.
JUCA – Sim, sim. Só que a gente não pode prever o que seja.
Patrícia olha para os lados e vê a sala de Felipe com as
persianas fechadas.
PATRÍCIA – O Felipe está com alguém?
JUCA (SÉRIO) – Adivinha? O Deputado Renato está aí.
PATRÍCIA (SURPRESA) – Não acredito. Esse canalha ainda teve a
coragem de voltar pra cá depois do que fez.
JUCA – Quer um conselho? Não se mete nessa história. Eles são
amigos de longa data, foi um erro a gente ter entrado nisso. Esse deputado aí
não é flor que se cheire, então o melhor que a gente faz é ficar longe de
qualquer coisa dele.
PATRÍCIA – Não, Juca. Esse homem fede a sujeira, eu posso sentir
de longe e eu não estou nem brincando.
Nesse momento, a porta da sala de Felipe abre. O Jornalista e
Renato dão um aperto de mão. Renato cumprimenta brevemente os jornalistas do
escritório. Patrícia o ignora.
FELIPE – Patrícia, você pode vir na minha sala rapidinho?
Patrícia assente e vai até a sala.
CENA 10. RIO EM AÇÃO. SALA. INT. DIA.
Patrícia fecha a porta e Felipe está sentado na sua cadeira.
FELIPE – Não vai sentar?
PATRÍCIA – Não. Creio que o assunto será rápido.
FELIPE (RI) – Bom, preciso ser franco com você, Patrícia. Sei
que a pré-candidata a deputada estadual é a sua amiga, mas não podemos fazer a
cobertura do evento.
PATRÍCIA (SURPRESA) – O quê? Mas por qual razão?
FELIPE – Bom, é que o Renato é um amigo de longa data e a sua
amiga é candidata de um partido que é rival declarado ao dele, então, não
podemos publicar nenhuma matéria sobre.
PATRÍCIA – Felipe, com todo respeito que eu tenho a sua figura
profissional, principalmente, porque sei que é um jornalista sério, mas não
posso fazer isso. Ela é a minha amiga e também meus ideais são parecidos com os
dela, não posso acreditar que você está tentando censurar a campanha dela.
FELIPE – Não estou censurando, Patrícia. Apenas não podemos
publicar nada relacionada a campanha dela.
PATRÍCIA (INCOFORMADA) – Felipe, isso já é um tipo de censura e
não posso acreditar que prefere dar ouvidos as conversas de um homem como
aquele deputado. Ele é sujo, posso não saber o que ele faz ainda, mas ouça bem
o que disse... Ainda! Eu ainda vou fazer questão de descobrir o que esse cara
faz por baixo das coxas.
FELIPE (SÉRIO) – Sinto muito, Patrícia, mas só se for em outro
jornal, porque aqui não posso permitir que faça isso.
PATRÍCIA – Você pode até me demitir, Felipe, mas veja bem, para
um cara que sempre participou de protestos estudantis, está se saindo um
tremendo conservador.
FELIPE (SUSPIRA) – Tudo bem, Patrícia. Mas a matéria será
revisada por mim. Não quero que sirva de trampolim para a campanha dela.
PATRÍCIA (COMEMORA) – Muito obrigada, Felipe.
CENA 11. IML. NECROTÉRIO. INT. DIA.
Miguel se aproximou da maca lentamente. Ele se inclina
ligeiramente, observando atentamente o rosto de Samira. Um legista que está de
jaleco branco, cerca de 50 anos está ao seu lado.
MIGUEL – Doutor, eu preciso descobrir quem fez isso com ela.
Dr. Rubens levanta o lençol um pouco mais, expondo as marcas no
corpo de Samira. Ele aponta para um conjunto de hematomas nos braços e pernas
dela.
DR. RUBENS - Esses ferimentos indicam que ela estava correndo
quando foi atingida. As fraturas nas pernas são consistentes com um
atropelamento em alta velocidade.
MIGUEL (SURPRESO) – Correndo?
DR. RUBENS – Sim. O padrão de fraturas e a direção das lesões
mostram que ela foi atingida enquanto corria.
O rosto de Miguel está em uma expressão séria.
MIGUEL (SÉRIO) – Então não foi uma fatalidade.
DR. RUBENS – É difícil afirmar que ela poderia estar sendo
perseguida por alguém, mas pelos ferimentos é possível que seja uma
possibilidade a ser seguida.
Dr. Rubens e Miguel se entreolham seriamente.
CENA 12. BATALHÃO DO BOPE. SALA. INT. DIA.
Major Ramalho está fumando um charuto e Capitão Vasconcelos adentra
a sala. Ele bate continência e fica de frente ao Major.
CAP. VASCONCELOS – Major, o senhor mandou me chamar?
MAJ. RAMALHO – Sim, mandei. Sente-se. Fico agoniado conversar
com pessoas em pé.
Capitão Vasconcelos senta-se em uma cadeira em frente a mesa do
Major Ramalho.
MAJ. RAMALHO – A Madre Célia me ligou e disse que você a
procurou, é verdade?
CAP. VASCONCELOS (SECO) – Sim.
MAJ. RAMALHO – Diogo, veja bem... Eu praticamente fui seu pai
durante o tempo que ficou comigo após você sair do orfanato, então acredito que
tenho toda liberdade para falar com você, certo?
CAP. VASCONCELOS – Mas é claro.
MAJ. RAMALHO – Acho que você deveria saber quem é sua mãe biológica.
Capitão Vasconcelos balança a cabeça negativamente e solta um
suspiro.
CAP.VASCONCELOS (FRIO) – Não há motivos para que eu me aproxime
dessa mulher, seja por qual motivo for. Entendo que o senhor deve estar
pensando no melhor para mim, mas acredite, eu não quero ver essa mulher.
MAJ. RAMALHO – Diogo... É uma boa oportunidade para você se conectar
com a sua família e principalmente raízes.
CAP. VASCONCELOS – No momento, minhas raízes são a Madre Célia,
o senhor e a minha esposa. Algo que for além disso é miragem.
MAJ. RAMALHO – Tudo bem, não vou mais insistir, prometo.
Capitão Vasconcelos suspira novamente.
CENA 13. APARTAMENTO DE LUXO. SALA. INT. DIA.
A Família Gomes está jantando à mesa. Auzira percebe que Pitaya
está apenas mexendo na comida.
AUZIRA – Não gostou da comida, minha querida?
PITAYA – Não é isso, vó, só não estou com fome mesmo.
CARMEM (RÍSPIDA) – Tanta gente passando fome nesse país e essa menina
fazendo charme. Desse jeito vai acabar ficando anêmica.
PITAYA (DEBOCHA) – Eu entendo meus privilégios, mãe, não se
preocupe com isso.
MILTON – Vocês não vão brigar durante o jantar, né? Poxa, uma
comida deliciosa dessas e vocês querendo baixar o astral, pô!
PITAYA – Relaxa, pai. A mãe está com a moral dela dúbia, já que o
dinheiro do jogo do bicho é bom o suficiente para sustenta-la, mas quando vai em
contramão aos supostos princípios dela, ela resolve atacar.
CACAU (REPREENDE) – Pitaya...
CARMEM – Deixa, minha filha. Sua filha está querendo brincar de máfia,
mas ela se esquece que a realidade é totalmente diferente.
MILTON (GRITA) – CHEGA!
Todos na mesa se assustam com o grito e dão um pulo.
MILTON (IRRITADO) – Porra! Eu não quero ouvir briga aqui dentro
da minha casa, principalmente durante o jantar. Querem se atracar? Vão fazer
isso lá fora, porque aqui dentro não vou permitir.
Pitaya levanta-se e joga um pano na mesa. Carmem baixa a cabeça
e volta a comer.
CACAU – Pô, mãe, a senhora também poderia maneirar, né?
CARMEM (INCRÉDULA) – Agora a culpa é minha?
Milton balança a cabeça e Auzira começa a orar.
CENA 14. COMPLEXO DO DESALENTO. BAR DA GEANE. INT.
DIA.
SONOPLASTIA ON:CANTO DAS
TRÊS RAÇAS – CLARA NUNES
O bar da Geane está cheio. Jhonatan vai levando alguns pratos
nas mesas e Geane parece inquieta. Solange surge.
SOLANGE (IMPRESSIONADA) – Menina, parece que depois que o
Jhonatan veio trabalhar aqui isso aqui deu uma melhorada, né?
GEANE – Esse menino é muito esperto, entende muito de negócios. Solange,
olha só, você não pode me ajudar não? Eu pago a hora trabalhada, mas tô
precisando de uma ajuda na cozinha. Eu e o Jhonatan não estamos dando conta de
tanta demanda.
SOLANGE – Ih... Se você não fosse tão mão de vaca, teria funcionários
aqui.
GEANE – Vai me ajudar ou não?
SOLANGE – Me dá o avental!
Geane entrega um avental a Solange que vai para detrás do balcão.
GEANE – Você fica aqui, tá? Eu vou ficar lá na cozinha
preparando os pratos.
Solange assente e Geane vai em direção a cozinha.
CENA 15. COMPLEXO DO DESALENTO. CASA. INT. DIA.
Açucena está passando ferro em umas roupas. A porta da sala abre
e Dandara aparece e vai até a sua mãe e dá um beijo na sua bochecha.
DANDARA – Mãe, a senhora não vai acreditar! O teatro está
ficando lindo. Tem retrato meu por toda parte. Dá pra acreditar?
AÇUCENA – Você está feliz mesmo, minha filha?
DANDARA – Estou sim, mãe. Eu sei que a senhora está preocupada,
mas pode ficar tranquila, eu realmente estou amando tudo e esse povo precisa de
mim, não é?
AÇUCENA – Você tem razão... Eu preciso passar ferro no seu
vestido e também no meu. A gente vai de ônibus?
DANDARA – Não! O partido fretou uma minivan para que a gente
possa ir até o teatro. Mãe, hoje a minha voz vai ser ouvida por todo esse
Brasilzão.
AÇUCENA – Estarei com você, minha filha. Eu estou feliz em ver
uma mulher preta chegar tão longe.
DANDARA – Quero chegar lá por todas essas meninas pretas da comunidade
que acham que não vão ser ninguém, mas elas podem ser alguém e se depender de
mim, eu vou fazer de tudo para garantir um futuro para elas.
O rosto de Dandara é sereno e de confiança. Sua mãe está com os
olhos marejados.
CENA 16. RIO DE JANEIRO. EXT. NOITE.
O sol começa a descer no horizonte. O céu está pintado de
laranja e roxo, com nuvens finas espalhadas que refletem os últimos raios de
luz. O som das
ondas mistura-se com risos distantes e o burburinho das conversas. As luzes da
cidade começam a acender
CENA 17. PRAIA DE COPACABANA. EXT. NOITE.
SONOPLASTIA
ON: COMO NOSSOS PAIS – ELIS REGINA
Patrícia caminha lentamente pelas areias da praia de Copacabana.
Ela senta-se na areia, tira a sua bolsa do seu corpo e deixa ao seu lado. Ela
começa a contemplar as ondas e o barulho do mar. Seu rosto é de preocupação.
PATRÍCIA (P/SI) – Talvez...
Obrigado pelo seu comentário!