O TROCO
ÚLTIMO CAPÍTULO
UMA PRODUÇÃO RANABLE WEBS
Criada e escrita por: EZEL LEMOS
Direção artística: WANDERSON ALBUQUERQUE
PARTICIPAM DESTE CAPÍTULO
BRUNA MARQUEZINE - MAYA/ LIS
CAIO PADUAN - RODOLFO
SÉRGIO MALHEIROS - ANTHONY
CLAUDIA RAIA - ELVIRA
ALEXANDRE BORGES - CÍCERO
FERNANDO PAVÃO - WALTER
SOPHIA ABRAHÃO - KÁTIA
MAURÍCIO DESTRI - KAÍQUE
ADRIANA LESSA - GRACINHA
SILVIA PFEIFFER - CASSANDRA DHEMERSSON
JUAN ALBA - HERMES DHEMERSSON
JULIANA PAIVA - DAFNE DHEMERSSON
ANA BEATRIZ NOGUEIRA - NEIVA
THAIS MELCHIOR - PÂMELA
CACO CIOCLER - SAMIR
ANGELA FIGUEIREDO - BILONE
RODRIGO SIMAS - MAX
DANIEL ROCHA - DARLISSON
CENA 1 - EXT. CEMITÉRIO ABANDONADO/ TARDE
Rodolfo está com muita raiva segurando uma arma, apontando-a para Maya. Enquanto ela está desesperada com a situação, diante da cova que acabou de cavar. Lágrimas descem de olhos apavorados.
RODOLFO (irritado) - Vai! Deita na cova!
MAYA (chorando) - Não Rodolfo, não!
RODOLFO (irritado) - Não achou bom me empurrar daquele helicóptero, fazendo eu cair na água. Sabia que tive que pagar caro pra fugir de uma corja de criminosos no local?
MAYA (chorando) - Você mereceu, Rodolfo! Não esqueça que me empurrou de cima de uma ponte e ainda roubou metade dos meus bens.
RODOLFO - Eu estava precisando. A empresa da minha família estava no buraco e quando o Samir apareceu com a proposta…
MAYA (surpresa) - Samir? Meu tio?
RODOLFO - É claro sua idiota! O Samir me contratou para te dar o golpe. É claro que adorei a ideia, até porque não era a primeira vez que eu fazia aquilo.
MAYA (chorando) - Seu Desgraçado! Você e o meu tio acabaram com minha vida.
RODOLFO (irritado) Eu não acabei. Vou acabar agora!
Rodolfo olha com muita raiva, pressiona o gatilho da arma apontando-a para Maya, deixando-a em pânico.
CENA 2 - INT. MANSÃO DE MAYA / FACHADA
Neiva, Dafne e Tamara se aproximam lentamente assustadas ao ver a porta da casa aberta. Elas chegam na porta da residência. Ambas estão preocupadas após ouvirem o barulho dos tiros.
NEIVA - O que será que aconteceu aqui?
DAFNE - Os tiros devem ter vindo daqui.
TAMARA - Sim, eu tenho certeza. Eu passava aqui próximo quando ouvi.
NEIVA - Tomara que a Maya esteja bem.
DAFNE - Eu também não quero o mal dela, mesmo depois do que ela fez.
As três entram na casa e logo ficam assustadas ao se depararem com os corpos de Darlisson e Anthony sobre o chão, com ferimentos de bala.
DAFNE (apavorada) - É o Darlisson, Neiva!
NEIVA (apavorada) - Meu sobrinho, não! Oh, céus, o Anthony também está aqui!
DAFNE - Tamara, liga e pede uma ambulância, por favor!
TAMARA - Eu vou ligar!
Tamara pega o celular rapidamente e se afasta. Darlisson mexe a cabeça para o lado e olha para Neiva, lhe causando um susto. Enquanto isso, Tamara liga para pedir uma ambulância.
DARLISSON (voz embargando) - Tia. Eu preciso… falar… O Rodolfo…
DAFNE (surpresa) - Foi o Rodolfo?
NEIVA (surpresa) - Ele sobreviveu!
DARLISSON (voz embargando) - Rodolfo… O filho… Precisa falar… Maya…
Neste momento, Darlisson perde os sentidos. Neiva se apavora e chora.
CENA 3 - INT. HOSPITAL NO RIO DE JANEIRO / QUARTO
Samir está no leito do hospital em estado gravíssimo. É possível ver vários hematomas por sua face. O mesmo respira com muita dificuldade. Elvira e Cícero estão ao lado da cama falando com o enfermo.
CÍCERO (exaltado) - O que tanto você quer falar da minha mulher?
ELVIRA - Calma, Cícero, se não te colocam pra fora. Ele tá morrendo.
SAMIR (voz embargando) - A Gra… Gracinha… foi… minha amante.
CÍCERO (exaltado) - O quê? Cê tá mentindo cabra safado!
ELVIRA - Cícero!
A enfermeira entra no quarto, indignada com as vozes que ouve.
ENFERMEIRA - Desculpem, mas precisam de retirar!
ELVIRA - Doutora, por favor…
ENFERMEIRA - Eu sou enfermeira.
ELVIRA - Pois bem, mulher. Meu irmão tá morrendo, deixa só ele contar os segredinhos de família que guardou por tanto tempo.
ENFERMEIRA - É que…
ELVIRA - É que ele precisa ir em paz!
ENFERMEIRA - Eu farei alguns minutos, mas ficarei aqui fora aguardando.
ELVIRA - Vai tomar um café, boba.
A enfermeira sai do quarto. Cicero olha atentamente para Samir, que fala com dificuldade.
SAMIR (embargando a voz) - É verdade. Ela foi minha… amante! Tivemos um… filho.
Cícero fica incrédulo sem conseguir acreditar nas palavras de Samir.
SAMIR (embargando a voz) - Mas… eu não quis assumir.
CÍCERO (irritado) - Desgraçado! Como ousa dizer que o Anthony e seu filho?
SAMIR - É meu… filho, sim. Pergunte a… Gracinha. Ainda tem.
CÍCERO - Eu não vou ouvir mais mentiras!
ELVIRA - Espera, Cícero!
SAMIR - Antes… de ela ir trabalhar lá na casa… dos meus… dos meus pais… ela era prostituta…
CÍCERO (irritado) - Eu vou sair ou eu vou matar ele com minhas próprias mãos!
Cícero fica indignado com o que descobre de Gracinha, Elvira tenta acalmar ele e enquanto isso, Samir vira a cabeça e falece. Ambos percebem que ele morreu e ficam tristes com a situação.
ELVIRA - Ele se foi. Acabou Samir Montana.
CENA 4 - INT. PRAIA DO PECADO / MACAÉ
Em meio ao lindo pôr do sol na praia do pecado, Kaique e Walter estão andando às margens do mar, ambos seguram sandálias na mão e vão felizes, conversando.
KAIQUE - Você me chamou aqui para a gente caminhar na beira do mar?
WALTER - Eu te chamei para me desculpar por ter omitido que a sua prima estava viva.
KAIQUE - Eu fiquei muito chateado por você não ter falado nada.
WALTER - Mas você vai me perdoar, não vai?
Walter e Kaique param um na frente do outro e se olham intensamente.
KAIQUE - Eu não deveria, mas você é tão gato que eu não resistiria ficar longe de você.
WALTER - Ah, sério? Você realmente me acha gato?
KAIQUE - O mais gato de todos!
WALTER - Eu te amo.
KAIQUE - Eu também te amo.
Os dois começam a se beijar e ambos deitam na areia da praia. Kaique senta em cima de Walter e tira a camisa.
CENA 5 - INT. CEMITÉRIO ABANDONADO.
Rodolfo está apertando o gatilho da arma que aponta para Maya, enquanto ela olha apavorada segurando a pá.
RODOLFO (irritado) - Agora que terminou, se prepare para se despedir desse mundo. Você foi longe demais, Lis. Achou mesmo que poderia me vencer? Eu sou Rodolfo Dhemerson! Rodolfo Dhemerson!.
Rodolfo aperta o gatilho e neste momento Maya rapidamente o acerta com a pazada na cabeça, fazendo-o cair ferido e com a testa sangrando. Maya se apavora ao ver que acertou a cabeça de Rodolfo, que inclusive sangra muito.
MAYA (apavorada, chorando) - Ahhhhh! Socorro! Socorro! Não, não! Eu não posso ter feito isso!
Maya senta no chão despertada, vendo Rodolfo desacordado, ela está transtornada ao ver que ponto chegou sua vingança.
CENA 6 - INT. HOSPITAL / RIO DE JANEIRO
Neiva e Dafne estão esperando notícias de Darlisson e Anthony na recepção do hospital.
DAFNE - Você ouviu o Darlisson falar alguma coisa do filho de Rodolfo?
NEIVA - Não. Que filho?
DAFNE - Sei lá. Achei que tinha falado algo assim.
Os médicos passam pelo local e Dafne está cada vez mais ansiosa por notícias.
DAFNE - O que será que tá acontecendo?
NEIVA - Eles devem passar por cirurgia. Então, demora mesmo a dar notícias.
DAFNE - O Darlisson não pode morrer. Nem o outro.
NEIVA - Ele é ex da Maya, pelo que ela falou.
DAFNE - E por falar nela, o que o Rodolfo terá feito com ela?
NEIVA - Ou ela com ele. Porque aqueles dois, eles querem matar um ao outro.
DAFNE - A Maya é louca, não deveria procurar vingança.
NEIVA - Eu não a julgo, minha filha. Todos os anos que sofri na prisão, não pensei em outra coisa. Mas no meu caso, eu não tive como me vingar, porque não tinha apoio e recursos para isso.
Max chega até a recepção e vê Dafne no local.
MAX - Dafne!
DAFNE - Max! O que você faz aqui?
MAX - Você soube? O Rodolfo atirou na Pâmela?
DAFNE - O quê?
NEIVA - Meu pai do céu! Ele não tem limites!
MAX - Ele não tá para brincadeira!
CENA 7 - INT. CEMITÉRIO ABANDONADO
Vários policiais armados chegam ao cemitério onde Maya está sentada no chão chorando e Rodolfo desacordado com a cabeça sangrando.
POLICIAL HOMEM 1: O que aconteceu aqui?
O policial homem 2 avança e checa o pulso de Rodolfo.
POLICIAL HOMEM 2: Ele tá mal. Pede uma ambulância!
POLICIAL MULHER: Pede você! Eu preciso dar atenção à mulher.
POLICIAL HOMEM 1: Vamos! Fale o que aconteceu? Você matou ele? Fala!
POLICIAL MULHER: Ela tá em choque! Não vai falar nada!
POLICIAL HOMEM 2: Com certeza foi ela.
Maya levanta assustada com a situação, ela olha em pânico para Rodolfo no chão e muda rapidamente o olhar.
MAYA - Eu o matei! Eu o matei!
POLICIAL HOMEM 1 (fala alto): Ele não morreu! Mas você precisa me acompanhar.
Maya levanta, mas parece não ouvir nada do que o policial fala e continua abalada. Os policiais se olham, o policial 1 algema Maya que estira os braços. Maya é levada presa, ela anda entre as catatumbas transtornada com o momento desastroso que vive. Maya observa os paramédicos passando com a maca para pegar Rodolfo. Ela olha para trás.
CENA 8 - CASA DE GRACINHA E CÍCERO / SALA
Elvira e Cícero entram apressados na casa e ambos vão entrando nos outros cômodos. Eles chegam até o quarto onde encontram Elvira desacordada ao lado, com pote de medicamentos na mão. Eles ficam assustados com a possibilidade dela estar morta. Cícero logo trata de ajoelhar e checar se a esposa está viva.
CÍCERO - Gracinha! Gracinha!
A carta deixada por Gracinha está em cima da cômoda e Elvira bate com a mão, fazendo-a cair atrás do móvel.
CENA 9 - INT. DELEGACIA / CELA
Maya está sentada no chão da cela, ao lado de outras detentas. Ela ainda chora, traumatizada com toda a situação que viveu.
CENA 10 - INT. HOSPITAL / RIO DE JANEIRO
Darlisson e Rodolfo estão na sala de cirurgia, vários médicos e enfermeiros da equipe realizam o procedimento cirúrgico.
CENA 11 - INT. CASA DE GRACINHA / QUARTO
Os paramédicos estão checando os sinais vitais de Gracinha. Eles a levam na cama. O celular de Cícero toca e ele atende.
CÍCERO - Alô! O Anthony?
Cícero desliga a ligação e fica em choque, Elvira nota a sua mudança após a ligação.
ELVIRA - O que houve, Cícero?
CÍCERO - O Anthony. Está entre a vida e a morte no Rio de Janeiro.
Elvira fica em choque ao saber o que aconteceu.
CÍCERO (emocionado) - Meu filho não pode morrer. Eu preciso acompanhar a Gracinha, agora. Mas amanhã pretendo ir ver meu filho. Tomara que não seja tarde demais.
ELVIRA - Claro.
CENA 12 - EXT. PENSÃO / QUARTO
Cassandra está sentada em uma calma bem pequena, ela assiste a notícia na televisão, onde mostra na legenda que Rodolfo morreu. Ela fica em choque com a notícia.
CASSANDRA - Não, não, não! Meu filho não! Não é justo! Não!
Cassandra chora com muita tristeza no coração, ela deita na cama e coloca a cara no travesseiro, chorando desesperada.
CENA 13 - INT. CASA DA OFICINA
Kátia em frente a Elvira, surpresa ao saber do que aconteceu com Anthony.
KÁTIA - Meu Deus! Não acredito que aconteceu isso.
ELVIRA - O que deu ele ir atrás dela.
KÁTIA - Não fala assim, mãe.
ELVIRA - Amanhã o Cícero vai ao Rio, você não vai ver o Anthony.
KÁTIA - Eu não sei, mãe. Estou com medo de perder ele.
ELVIRA - O Cícero disse que o estado dele é grave.
KÁTIA - Não me assusta, mãe!
CENA 14 - EXT. RIO DE JANEIRO
As imagens das lindas paisagens do Rio de Janeiro, as praias e suas ondas gigantes, bem como o fluxo de pessoas nas ruas, exalam a rotina da cidade maravilhosa.
CENA 15 - INT. FUNERÁRIA RIO DE JANEIRO
Dois caixões são velados, várias pessoas estão velando os corpos. A tristeza reside no lugar, evidenciando a emoção da perda das duas pessoas que ali estão sendo veladas.
CENA 16 - INT. HOSPITAL / QUARTO
Pâmela está na cama do hospital, ela observa um jarro com flores ao lado de sua cama. Max entra no quarto, deixando-a feliz com a sua presença.
PÂMELA - Max, você veio.
MAX - Eu já vim mais cedo, mas você estava dormindo.
PÂMELA - Você que deixou as flores?
MAX - Sim.
PÂMELA - Obrigado. Eu te agradeço por tanto carinho comigo.
MAX - Eu te amo.
PÂMELA - Eu nunca tinha sido tratada assim.
Max se aproxima de Pâmela, que a olha em seus olhos. Ele a beija por um tempo. Logo em seguida eles se olham e sorriem.
MAX - Você está bem. O médico falou que logo terá alta.
PÂMELA - Que bom. Eu preciso recomeçar minha vida.
MAX - Eu estarei aqui para te apoiar.
PÂMELA - E o Rodolfo? Alguma notícia daquele maldito?
MAX - Ele… O Rodolfo morreu.
PÂMELA (surpresa) - Morreu?
MAX - Sim, a Maya matou ele. Está alegando que foi legítima defesa. Mas tá presa.
PÂMELA - Coitada.
MAX - Você tá falando sério?.
PÂMELA - Sim. A Neiva veio aqui no meu quarto e ela me falou tudo que ele fez para ela.
MAX - Meu amigo sempre foi tão louco. Ela realmente não tinha sentimentos. Fez o que fez o filho, não teve menor remorso.
PÂMELA (surpresa) - Filho!
MAX - Eu não lembrei que você não sabe.
PÂMELA - Que história é essa?
MAX - Eu vou te contar. Mas quase ninguém sabe disso.
CENA 17 - INT. DELEGACIA DE POLÍCIA DO RJ
Maya está em frente ao delegado, ela dá seu depoimento na presença de Walter.
MAYA - Tudo começou em Macaé, quando eu ia saindo do restaurante e veio um homem e me segurou. [...]
CENA 18 - EXT. MACAÉ
As nuvens do céu na praia do pecado transmitem a tranquilidade do local e se movimentam de lugar conforme o tempo passa.
CENA 19 - INT. HOSPITAL / MACAÉ
Gracinha está na cama do hospital, ela observa o quarto, pensativa. Cícero entra mal humorado no local, Gracinha vira a cabeça, pois não quer vê-lo.
CÍCERO - Não que me ver. Tá com vergonha?
GRACINHA - Vai embora, Cícero.
CÍCERO - Nesse mundo, o que sempre prevalece é a ignorância. A falta de compreensão e humanidade é devastadora. Eu já vi muitos casos de homens que traíram as esposas e as mesmas perdoaram. Mas conta-se nos dedos os casos de homens que foram traídos e perdoaram suas mulheres.
GRACINHA - Não quero me perdoe por pena. Ou por eu fiz isso.
CÍCERO - Gracinha, eu sempre fiz questão de te falar que eu te amo.
GRACINHA - Desde que a Elvira chegou lá na casa dos fundos eu não tive mais paz.
CÍCERO - Eu nunca tive nada com a Elvira. E jamais teria. Nós não temos nada haver. Você criou isso na sua cabeça. Algo que não existe.
GRACINHA - Não acredito.
CÍCERO - Acredite se quiser. Agora eu tenho que ir. Preciso resolver uma coisa no Rio de Janeiro.
GRACINHA - No Rio?
CÍCERO - Sim. E não se atreva a desconfiar de mim. Nunca dei motivos para isso.
CENA 20 - INT. MANSÃO DE NEIVA E DAFNE
Neiva e Dafne almoçam juntas na mesa. As duas estão felizes por estarem nesse momento.
DAFNE - Parece mentira que o Rodolfo morreu.
NEIVA - Seu primo foi criado de forma muito errada. A Cassandra foi a responsável por estragar ele. Conhecendo ela, sei que foi ela que o alimentou com esse mal caratismo dele.
DAFNE - Não sei. Acho que a pessoa nasce assim. Já tem seu destino traçado.
NEIVA - E tentei visitar a Maya, mas o delegado não deixou. Disse que ela não tava recebendo visita para não atrapalhar a investigação.
DAFNE - Você não deveria ver ela. Ela matou o Rodolfo.
NEIVA - Dafne, eu tenho certeza que foi legítima defesa. A Maya é uma pessoa boa, ela foi a única que me empregou quando eu batalhava para pegar um emprego. Em partes ela me contratou por interesse, mas eu convivi com ela e sei que ela é boa.
DAFNE - Eu não sei. Ela não é nenhuma santa. Me enganou.
NEIVA - Você deveria perdoá-la.
DAFNE - Você acha, mãe?
NEIVA (feliz, emocionada) - Você me chamou de quê?
DAFNE (sorridente) - Mãe.
Neiva levanta e vai até a Dafne, ambas se abraçam em um momento de emoção. O celular de Neiva toca e vai ver.
NEIVA - É uma mensagem da Cassandra. Um áudio.
DAFNE - Coloca, pra gente ouvir.
CASSANDRA (off) - Neiva, eu sei que não poderia está lhe pedindo nada. Mas por favor, eu te imploro que faça esse favor para mim. O Rodolfo… ele é pai de um menino, a gente não quis a criança na época, pois nasceu com uma deficiência. Eu queria que você fizesse todos os meses uma doação para orfanato onde ele você, assim como eu fazia. Mas agora eu não vou mais poder. O endereço do orfanato está abaixo.
Neiva e Dafne se olham surpresas e chocadas com a história que Cassandra relata.
DAFNE - Que história é essa que eu nunca soube?
NEIVA - Eu tô pasmem. Quanto podres essa família tem.
DAFNE - Eu tô enojada com o Rodolfo, com a minha mãe, a Cassandra. Que horror!
NEIVA - Coitada dessa criança. E a mãe dele, quem será?
DAFNE - Quem sabe. Rodolfo tinha muitas namoradas quando eu era mais nova. Eu nunca soube dessa história.
CENA 21 - EXT. RIO DE JANEIRO
Entre um trânsito caótico, com vários veículos lotando as pistas da cidade, alguns motociclistas se arriscam a ultrapassar. O movimento de pedestres nas ruas, assim como as avenidas vazias, indicam o passar do tempo.
LETREIRO: MÊS DEPOIS
CENA 22 - INT. DELEGACIA DE POLÍCIA / FACHADA
Maya sai da delegacia e Walter e Kaique esperam próximos do veículo. Maya não deixa de olhar para Kaique e esclarecer as coisas com o primo.
MAYA - Kaique!
KAIQUE - Maya, minha prima. Eu estou aqui para te dizer que estou do seu lado.
MAYA - Obrigado, Kaique. Seu apoio é muito importante para mim.
Kaique e Maya se abraçam.
WALTER - Precisamos ir. Vamos Maya, eu vou deixar você na mansão.
MAYA - E o Anthony, como ele está?
KAIQUE - Ele ainda está no hospital. Mas deve tá recebendo alta por esses dias.
MAYA - O Darlisson acabou não tendo essa chance.
KAIQUE - Infelizmente esse foi embora.
MAYA - Eu vou em casa tomar um banho e vou ao hospital ver ele.
CENA 23 - INT. APARTAMENTO DE MAX / SALA
Pâmela e Max tomam café da manhã na mesa. Ambos estão sentados à mesa, que dispõe de vários alimentos.
PÂMELA - Que mesa linda você preparou. Vai me acostumar mal.
MAX - Você merece, minha gata. Depois de tudo que viveu.
PÂMELA - Eu recebi um presente lindo do universo. Esse presente foi você.
Max vai até Pâmela e beija Max. Ambos se beijam apaixonados.
CENA 24 - INT. PENSÃO / CASA
Cassandra é empurrada para fora da casa por uma senhora que joga suas malas.
SENHORA - Vai embora! Pega o beco sua veiaca!
CASSANDRA (triste) - Tenha piedade! Eu não tenho para onde ir.
SENHORA - Piedade? Aqui não é casa de caridade não.
CASSANDRA (triste) - Por favor!
A senhora fecha a porta, deixando Cassandra desesperada. Chorando, ela pega sua mala e vai andando pela rua.
CENA 25 - MANSÃO DE MAYA / SALA
Maya desce a escada de roupão e vai até a porta, onde abre e vê Neiva.
MAYA - Neiva! Entra!
Neiva entra e as duas sentam no sofá.
NEIVA - Maya, eu preciso falar uma coisa, que eu acho que fará você se sentir menos culpada. Quando eu fui lhe visitar na delegacia, eu não quis falar porque não queria ter que espalhar um assunto de família. Mas eu vendo que você se culpava por matar o meu sobrinho, eu pensei melhor.
MAYA - Eu tô me sentindo melhor, agora Neiva.
NEIVA - Fico feliz por você. Mas a história é sobre o filho do Rodolfo.
MAYA - Filho?
NEIVA - Ele teve um filho e abandonou porque nasceu com deficiência.
Maya vai em lágrimas e não consegue se controlar. Neiva fica assustada com a reação dela.
NEIVA - O que foi? Porque você tá assim?
Mata continua chorando em silêncio e Neiva se preocupa cada vez mais.
NEIVA - Fala, Maya! Porque tá assim?
MAYA - Porque… essa história é a mesma que a minha.
Neiva fica em choque com o que ouve. Maya limpa as lágrimas e tenta se controlar.
MAYA - Eu também fui abandonada porque era deficiente. No meu caso eu não enxergava. Meus pais nunca me falaram, mas uma vez eu ouvi a tia Elvira comentando.
NEIVA - Nossa! Que situação!
Neiva abraça Maya a confortando, Maya está emocionada.
MAYA - Eu tomei uma decisão, Neiva.
Neiva olha em dúvida para Maya.
CENA 26 - HOSPITAL NO RIO DE JANEIRO / QUARTO
Anthony está na cama do hospital falando Kátia e Maya entra pela porta, causando um certo clima no ambiente.
MAYA - Desculpem, eu não queria incomodar.
KÁTIA - Não incomoda, prima.
Kátia olha para Maya e a abraça, ambas se emocionam.
KÁTIA - Eu vou deixar vocês a sós para conversar.
Kátia sai do quarto e Maya se aproxima de Anthony, que está aparentemente recuperado.
MAYA - Que bom te ver assim. Fiquei com muito medo de você morrer por minha culpa.
ANTHONY - Eu também fico feliz em te ver em liberdade.
MAYA - Ainda vai ter o julgamento. Mas eu estou com esperança.
ANTHONY - Estarei torcendo por você. E disposto a testemunhar a seu favor.
MAYA - Obrigada.
ANTHONY - Quanto a nós dois, eu não posso dizer o mesmo.
MAYA - O que você quer dizer?
ANTHONY - Maya, você escolheu o caminho da vingança, podendo ter me procurado e vivido o amor que diz sentir por mim.
MAYA - Eu sei, eu errei.
ANTHONY - Pois todos os nossos atos têm consequências e essa sua vingança, você sabe que trouxe muitas consequências para você.
MAYA - Eu entendo, Anthony. Eu já esperava que você fosse ficar com a Kátia e eu respeito. Desejo que vocês sejam muito felizes.
ANTHONY - Obrigado.
Maya pega na mão de Rodolfo e ambos se olham felizes.
CENA 27 - INT. ORFANATO / PÁTIO
Maya chega na ONG e observa as crianças correndo, entre elas, um menino fica no meio dos outros enquanto as demais crianças correm. A diretora do local chega até Maya.
DIRETORA - Tem certeza que é esse menino que vai querer?
MAYA - Sim.
DIRETORA - Talvez eu deva alertar sobre…
MAYA - Não precisa. Eu fui rejeitada por meus pais de sangue, exatamente pelo mesmo motivo, deficiência. E eu encontrei quem me adotassem. Agora eu sinto que devo fazer o mesmo. Eu preciso fazer isso. Esse menino merece, depois de tudo que viveu.
DIRETORA - Tudo bem.
CENA 28 - INT. FACHADA DO TRIBUNAL / RIO DE JANEIRO
Maya vai chegando ao local com Walter, Kaique e Bilone. Dafne e Neiva também chegam ao local.
BILONE - Eu tenho certeza que você vai sair bem desse julgamento menina.
MAYA - Deus te ouça, Bilone.
Dafne se aproxima de Maya, deixando-a surpresa.
DAFNE - Maya!
MAYA - Dafne!
DAFNE - Vai dar tudo certo, tá!
MAYA - Obrigada!
As duas se abraçam em um momento de reconciliação. Neiva fica feliz que a filha tenha perdoado a amiga.
CENA 29 - INT. MANSÃO DE MAYA / SALA
Maya chega em casa com Walter e Kaique, ambos estão felizes.
MAYA - Eu consegui.
WALTER - Você tá livre!
KAIQUE - Agora você pode retomar sua vida. Não vá aprontar dessa vez, viu.
MAYA - Não, primo. Dessa vez eu vou fazer tudo direitinho.
Elvira entra na casa e chega na sala, causando surpresa.
KAIQUE - Mãe!
ELVIRA - Desculpa, eu entrar sem tocar a campainha, mas vi que a porta estava quase aberta.
MAYA - Eu não esperava você aqui.
Elvira pega sua bolsa, abre-a e tira as jóias de Maya.
ELVIRA - Eu vim trazer suas jóias. O Samir morreu e deixou tudo que era dele para mim.
MAYA - Não acredito que ele ainda tinha essas jóias.
Elvira entrega nas mãos de Maya, que fica feliz.
ELVIRA - Eu roubei e agora tô devolvendo para você. Sei que é o certo a fazer. Também tem as ações que ele comprou com os dólares.
MAYA - Você não quer ficar com elas?
ELVIRA - Não. É melhor não. Agora se me quiser dá um dinheiro para eu investir em uma loja, aceito.
MAYA - Tá bom. Eu dou sim.
ELVIRA - Eu também aceito uma viagem para a França em primeira classe.
Todos riem e Elvira abraça a sobrinha.
CENA 30 - EXT. PRAIA DO PECADO / MACAÉ
Anthony e Kátia se beijam ao ar livre, curtindo o encanto das águas do mar na paisagem linda que cerca a praia do pecado.
ANTHONY - Eu te amo, minha linda.
KÁTIA - Você é meu grande amor. Amo, amo, amo!
Os dois correm para a água em meio ao movimento das ondas.
CENA 31 - INT. LOJA DE ELVIRA
Elvira inaugura sua loja no bairro e o local está lotado de pessoas. Gracinha se aproxima das roupas e Elvira vai até ela.
ELVIRA - Eu achei que você não gostava das minhas roupas. Não tem vergonha, depois de tudo que fez ainda vir aqui?
GRACINHA - Eu serei sua cliente, espero que me trate bem. Quer saber, sua loja tá linda demais. Eu vou gastar todo meu décimo terceiro.
Elvira se aproxima de Cícero e ambos olham Gracinha escolhendo as roupas.
ELVIRA - Sua mulher tá diferente.
CÍCERO - Depois que você saiu de lá e alugou uma casa, tudo mudou.
ELVIRA - Você contou para ela o que o Samir disse?
CÍCERO - Não. Eu não me importo com o que já passou.
ELVIRA - Você é um homem de ouro, Cícero. Só não te dou um beijo no rosto com medo dela tá ar fogo na minha loja.
Cícero ri e Elvira vai atender outras pessoas que chegam.
CENA 32 - INT. ORFANATO / FACHADA
Maya vai levar o seu filho adotivo para casa e está muito feliz com a oportunidade de adotar o menino.
MAYA - Vamos, amor.
MENINO - Vamos.
MAYA - Você vai ser um menino do bem. Vai respeitar as mulheres.
MENINO - Sim.
MAYA - Ainda bem que aprendi a dirigir nesses meses.
Os dois entram no veículo e o carro sai.
CENA 33 - INT. RUA
Maya vai no caminho em seu carro e vê Cassandra na porta de uma lanchonete pedindo esmolas. Ela entrega um bolo de dinheiro ao menino e pede que ele entregue para ela. O menino vai até lá e entrega o dinheiro. Cassandra abraça o menino e ele volta para o carro. Cassandra olha e vê Maya, ela se emociona.
CENA 34 - EXT. PRAIA DE COPACABANA / RIO DE JANEIRO
Maya está na praia com o filho adotivo e os dois se divertem no local que está cercado por pessoas. O menino faz um castelo na areia e Maya observa emocionada.
MAYA - Que herança boa aquele maldito me deixou. Eu não poderia deixar de adotar esse menino, depois de tanto amar o Rodolfo. O Rodolfo foi o meu verdadeiro amor, foi sim. Já não existe mais nenhuma mágoa em meu coração. Não quero mais alimentar o ódio dentro de mim. Ódio esse que me fez tanto mal. Eu quase morri por causa desse sentimento e nunca jamais eis de senti-lo.
Rodolfo olha para Maya e sorri.
MAYA - Vai cair, Rodolfo!
RODOLFO - Vai não!.
MAYA - Vai sim!
Maya pega o menino no colo e o beija, deixando-o muito feliz.
MAYA - Eu te amo, meu menino.
RODOLFO - Eu também te amo, mamãe.
Dafne aparece no local, deixando Maya surpresa.
DAFNE - Não me convidaram?
RODOLFO - Tia!
Os três correm próximo a água da praia e se divertem muito.
A história termina com os três brincando na areia da praia.
Obrigado pelo seu comentário!