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Uma Prova de Fogo - Capítulo 07

 

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UMA PROVA DE FOGO 




ORIGINAL RANABLE WEBS 


















NOVELA DE

EZEL LEMOS E ANDER XYMMER 














CAPÍTULO 06


Cena 01 - INT. Tarde, Mansão Bergamal, sala - Rio de janeiro


Todos estão na sala, alguns sentados e outros de pé.

Álvaro está sentado em um sofá e ao lado, em outro sofá estão Sulamita, Arlete e Hortência.

Deodora, Riana, Juliete, Louise, Henry, Daniela e Alessandra estão espalhados pela sala, de pé.


Sulamita: Não sei porque investigar essa besteira! Não roubaram nada mesmo. 

Hortência: Teodoro mereceu o que fizeram. Ele enganou todos nós!


Arlete levanta do sofá.


Arlete: Eu não concordo com vocês!

Henry: Eu também não concordo. Até porque vandalismo é crime.

Hortência: Ah, Henry! Você quer dar lição de moral pra mim? Logo você?


Henry se mostra chateado.


CORTA PARA:

Gonzaga chega bêbado e drogado na sala, deixando todos surpresos.

Close em Sulamita surpresa.


Gonzaga: E aí família! Vocês estão muito ansioso pela grana, né? tudo interesseiro aí!


Germano entra e fica envergonhado com o estado do irmão.

Sulamita fica em choque olhando para Germano.

Germano também olha para Sulamita, sem saber o que falar e fazer.


Arlete: (irritada) Quem é esse delinquente? O que ele faz aqui neste estado deplorável? 

Sulamita: (chateada) Você não abra a boca pra falar do meu do meu filho! 


Arlete olha imensamente irritada, olhando para Sulamita.


Arlete: Ah, mas só poderia ser da família da nordestina mesmo!


Sulamita parte para cima de Arlete e dá-lhe um tapa na cara.

Arlete fica em choque com a mão no rosto e com muita raiva.


Sulamita: Isso é pra você aprender a respeitar o meu nordeste! 


Sulamita pega Gonzaga pelo braço e vai com ele em direção  a escada.


Sulamita: Vamos pro teu canto, que tu só apronta!


Todos olham os dois subindo a escada.

Riana e Louise se aproximam de Germano e Juliete.


Riana: Nosso irmão não tem gente.

Juliete: Esse vício ainda o mata!

Louise: Coitado! Vocês não procuraram tratamento para ele?

Germano: Não ainda buscar tratamento para quem não quer.


MESES DEPOIS


Cena 02 -  INT. Manhã, Metalúrgica Bergamal, sala de reunião - Rio de janeiro


Os oito filhos de Teodoro estão sentados em uma mesa redonda em uma sala ampla da empresa.


Acácio, Deodora, Germano, Gonzaga, Henry, Juliete, Louise e Riana estão apreensivos no local, é possível ver que em cada lugar que estão há um tablet.

Álvaro chega no local e senta na mesa onde tem um notebook e algumas pastas.


Álvaro: Bom dia a todos!

Todos os irmãos: Bom dia!

Álvaro: Bem, vocês sabem por que estão aqui, então vou ser rápido.

Álvaro: Cada um de vocês receberá um milhão de reais hoje. Todos por favor acessem aí a conta de vocês, no tablet que se encontra aí à mesa, no lugar de cada um. 

Germano: Que prático, isso!


Germano digita no notebook.


Álvaro: Vai abrir uma página aí para vocês preencher, vão colocar em qual ramo vocês irão investir o dinheiro. Preencher aí no formulário todas informações da  empresa que vocês vão criar. Alguns eu sei que até já criaram.

Germano: Eu já criei. Todo mundo já sabe que é um restaurante.


Todos digitam nos seus aparelhos.


Álvaro: Como vocês sabem, terão um ano para investir ao máximo esse montante. E ao fim do prazo, o que mais lugar vai ficar com a herança do pai. Lembrando que a cada três meses nos encontraremos para vocês fazerem a prestação de conta.

Louise: Álvaro, nós somos obrigados a investir esse dinheiro em algo?

Juliete: Eu também quero saber.

Álvaro: São obrigados a investir em algo, isso quer dizer, fazer o uso do dinheiro… Agora com o que vão gastar, isso não importa. O importante é a movimentação dele.

Germano: Quem vai ser burro para gastar esse dinheiro e não investir.

Deodora: Eu vou comprar umas coisinhas com ele.

Álvaro: Lembre-se dos comprovantes, é preciso prestar conta de toda a movimentação do dinheiro. Eu desejo um bom investimento a todos.


Cena 03 - INT . Manhã, Mansão Bergamal, jardim - RJ 


As crianças, Pavel, Kaique e Biel jogam bola no jardim por alguns minutos, em seguida todos param e sentam na grama.


Pavel: Vocês jogam muito mal.

Kaique: Ah, mas eu fiz dois gols.

Biel: Eu não fiz porque essa trave improvisada é muito pequena. 

Pavel: Vocês estão cheio de desculpa. Mas parece que…


Pavel olha para algo no jardim.

CORTA:

Tomáz e Serafina estão agarrados se beijando ao lado de uma árvore.

A imagem volta a focar em Pavel surpreso.


Biel: Que foi, Pavel?

Kaique: Ele tá sempre olhando pra lá.


Kaique e Biel olham e veem Tomáz e Serafina abraçados se beijando.


Pavel: Olhem lá…

Kaique: Eles estão namorando!

Pavel: Ficando, Kaique.

Biel: Ele não entende muito disso.


Cena 04 - INT. Manhã, Restaurante do Germano - Santa Teresa - RJ


Sulamita lava o salão do restaurante com a ajuda de Daniela. Elas param um pouco e seguram o rôdo.


Daniela: Esse ponto é bom, Germano teve sorte.

Sulamita: O Germano sempre teve o dom para os negócios. 

Daniela: Deve ter puxado o pai.


Sulamita começa a espalhar a água.


Sulamita: Ah, como você se atreve falar daquele canalha?


Daniela começa a espalhar a água outra vez.


Daniela: Desculpa, sogrinha!


CORTA: 

Gleice vai passando em frente ao local e para na fachada onde vê Sulamita e Daniela explanando água com o rôdo.


Gleice: Olá! 


Sulamita e Daniela param um pouco.


Sulamita: Oi, como vai?

Gleice: Eu sou vizinha aqui. Vai ser um restaurante?

Sulamita: Sim! Prazer em conhecê-la, meu nome é Sulamita e essa é minha nora Daniela!

Gleice: Eu me chamo Gleice!


Daniela esplana a água com o rôdo.


Gleice: Se forem contratar cozinheira me falem, eu sou confeiteira, mas faço de tudo.

Sulamita: Eu vou ver com meu filho e qualquer coisa lhe falo.

Gleice: Tá bom, agradeço.


Cena 05 - EXT. Manhã, Trânsito Rio Janeiro


Arlete e Deodora vão em um carro. Arlete vai ao volante.


Deodora: Um milhão na minha conta, mãe. Parece mentira!

Arlete: Você só não esqueça que tem bilhões te esperando.

Deodora: Eu sei! Mas eu vou fazer de tudo para ganhar esse dinheiro, mamãe! 

Arlete: E eu vou te ajudar no que você precisar! 


Arlete para o carro, pois o sinal está fechado.


Arlete: Nós já sabemos o que seus irmãos vão fazer. No que eles vão investir!

Deodora: Sabemos mais ou menos, porque alguns ainda não sabem bem.

Arlete: Mas já é o suficiente! 

Deodora: Uma coisa é certa, aquele drogado do Gonzaga não ganha!

Arlete: Em compensação o Germano pode ser um grande empecilho pra você! Temos que eliminar! 

Deodora: (confusa) Eliminar?


O sinal abre e o veículo continua a rodar no trânsito.


Arlete: Eliminar as chances dele ganhar. Temos que barrar o crescimento dele.

Deodora: Isso significa que se o restaurante dele estiver fazendo sucesso, vamos lá e colocamos tudo a perder.

Arlete: (rindo) Exatamente.


Ambas riem sarcasticamente.


Cena 06 - INT. Tarde, Mansão Bergamal, sala de jantar - RJ


Hortência e Alessandra estão na mesa almoçando.


Hortência: Achei que eles fossem chegar antes do meio-dia.

Alessandra: Eu também achei.

Hortência: Cadê as crianças em? Você toma cuidado em deixar elas soltas!

Alessandra: Tem muita gente nessa casa. Precisa se preocupar não.

Hortência: Hum, sei! Agora você, Alessandra, não vá se meter nos negócios do Henry não! Deixa o menino ganhar dinheiro. Ele precisa vencer essa maldita disputa!

Alessandra: A senhora fala assim… E a Louise, não quer que ela vença?

Hortência: A Louise, minha fia, não tem a menor chance! Ruim pros negócios do jeito que é!


Louise e Henry chegam na sala de jantar, ambos felizes.

Hortência olha feliz.


Hortência: Meus filhos, vocês chegaram! 

Alessandra: E como foi, vocês já receberam?

Henry: (gritando feliz) Um milhão na conta, mamãe! 

Hortência: (feliz) Que maravilha meu amor.


Hortência levanta e abraça Henry. 

Alessandra está chateada.

Louise olha triste para a mãe dando mais atenção ao irmão.


Alessandra: E você, Lou? Tá feliz?

Louise: (fria) Não muito, cunhada. Eu não sei bem em que vou investir esse dinheiro.


Henry e Hortência sentam à mesa.


Henry: Pode deixar comigo mana, eu vou ganhar essa herança para nós, beleza?


Pavel e Kaique chegam à mesa.


Kaique: Mamãe, Pavel tá brigando comigo!


Henry fica irritado.


Henry: Vocês não venham tirar minha alegria!


A cena mostra Kaique e Pavel tristes.


Cena 07 - INT. Tarde, Mansão Bergamal, cozinha - RJ


Glauce, Tomáz, Marivalda, Serafina e Dalila almoçam na mesa da cozinha.


Tomáz: Ainda vai haver muita briga nessa família. 

Dalila: É muito dinheiro envolvido.

Marivalda: Bilhões, bilhões…

Glauce: Quem não quer ganhar um dinheiro assim… Eles vão fazer de tudo para ganhar! A briga vai ser de gigante.

Serafina: As pessoas se deixam levar pela ganância. Esse dinheiro era pra ser divido para todos. O patrão devia tá louco quando inventou isso!

Glauce: Você tem razão Serafina! 


Dalila e Tomáz trocam olhares e Glauce repara.

Serafina e Tomáz trocam olhares e Marivalda sente o clima.


Glauce: Tô sentindo um clima de romance aqui!

Marivalda: Eu também, tia!

Glauce: Já disse para não me chamar de tia! Cê parece minha irmã, vai tá me chamando assim!


Todos riem.

Glauce olha séria.


Cena 08 - INT. Tarde, Restaurante do Germano - Santa Teresa - RJ


Sulamita, Daniela e os herdeiros Riana, Germano e Juliete brindam com as taças, todos felizes.


Germano: Somos milionários!

Riana: Vamos ganhar esses bilhões! 

Juliete: Mas como é, quem vai ganhar? Porque é só um!

Germano: Eu ganho e divido com vocês!


Todos riem muito.


Sulamita: Calma aí! Vamos escutar a mãe aqui! Vocês têm que fazer um acordo.

Daniela: Isso sogrinha! Tem toda razão!

Sulamita: Peraí que não acabei! Vocês fazem acordo, unem os milhões de vocês e deixam na mão de um, no final esse vai ganhar, com certeza, e assim esse que ganhar vai dividir os bilhões com todos.

Riana: E que seria essa pessoa que ficaria responsável, mamãe?

Juliete: Quem seria, Riana? Quem você acha que a mãe, confia?

Germano: Euzinho aqui! 

Daniela: (Feliz) Ah, eu confio no meu amorzinho! 


Daniela beija Germano.


Sulamita: Então, vocês vão concordar com isso?


Riana e Juliete se olham e dúvida.

Germano está feliz com um sorriso estampado na cara.


Cena 09 -  INT. Tarde, Mansão Bergamal, quarto - RJ.


Henry está de toalha em seu quarto, falando ao celular.


Henry: Não, não! Essa carga aí vai ficar aqui mesmo no Rio! 


Henry olha sério.


Henry: Não, pesado, calma aí, não vai sair vendendo para qualquer pessoa não! Você sabe bem como funciona o negócio! Tem que chegar nesses caras de posses, tem muito playboy que topa pagar caro por essas paradas, cara! 


Henry passeia um pouco pelo quarto enquanto ouve.


Henry: Eu tô com boa grana para investir. Logo vamos ter muita variedade para o pessoal aí de Santa teresa.

 

CORTA PARA:

Alessandra entra no quarto e Henry se assusta.

Henry fica surpreso.

Alessandra olha para o marido.


Cena 10 - INT. Tarde, Hospital Dituan, quarto - RJ


Acácio vai andando no corredor e chega em uma porta e entra, logo ele vê Cleia sentada na cama tomando um copo de suco com biscoito.

Cleia fica surpresa ao vê-lo.


Acácio: Oi, eu vim nesse quarto porque me falaram que a Clara ia está aqui.

Cleia: A minha irmã, ela vem já.

Acácio: (surpreso) Você é irmã dela?

Cleia: Sim. E você é namorado dela? Não precisa dizer, eu vejo em seus olhos o brilho quando fala dela.

Acácio: Bem, na verdade, eu vou…

Cleia: (interrompendo-o) Eu sei que você tá apaixonado por ela, não adianta negar. E sabe eu fico muito feliz, porque eu vou morrer ela precisa está bem e com alguém para cuidar dela. Ela sonha em ter filhos, sabe…

 

Acácio fica sério e vai se aproximando até dá close na cara dele que está em choque com o que ouviu.


CORTA PARA:

Clara entra no quarto com um frasco cheio de medicamentos.

Acácio se vira e Clara fica surpresa.


Acácio não sabe como reagir diante da amada.


Clara: (surpresa) Você aqui?


Acácio e Clara se olham surpresos.


Cena 11 - INT. Tarde, Mansão Bergamal, quarto - RJ


Henry está de toalha com o celular na mão, enquanto Alessandra o olha revoltada.


Alessandra: Se você estiver metido com coisa errada outra vez eu vou me separar de você.


Henry pega no queixo de Alessandra chateado.


Henry: (chateado) É, e você vai viver de que em? Porque você não sabe trabalhar em nada. Nem pra atriz pornô você serve!


Alessandra se revolta e dá um tapa na cara de Henry, que fica com muita raiva.

Henry devolve o tapa em Alessandra e ela cai no chão.


Henry: (irritado) Você sabe quem manda aqui! 


Alessandra está sentada no chão com a mão no rosto e chorando.

Henry vai para o banheiro.

Alessandra olha com muita raiva.


Alessandra: Eu não vou tolerar isso!


Cena 12 - INT. Tarde, Hospital Dituan, quarto - RJ


Acácio está cara a cara com Clara. Ambos se olham paralisados por alguns segundos.


Clara: (surpresa) Você aqui?


Acácio olha surpreso e pensa por um momento.


FLASHBACK:

Acácio está sentado em um escritório médico, frente ao médico que está olhando um papel.

Médico: Sinto muito Acácio, mas você não pode ter filhos.

Close em Acácio sério.

Acácio levanta da cadeira chateado, coloca as mãos na cabeça e se revolta.

Acácio: Porque isso, doutor? Porque eu quero tanto me casar, construir uma família…

Médico: Acácio, nada te impede de fazer isso. Você e sua esposa podem adotar uma criança.

Acácio: Eu não sei, doutor! Isso me parece muito estranho, eu não vou colocar descendentes no mundo, entende a gravidade disso?

Médico: Acácio, laços de sangue não quer dizer nada.

Close em Acácio arrasado.

FADE IN…

Em uma praia, estão Acácio e Álida conversando, ambos de pé, sérios.

A câmera foca em Álida (Bruna Hamu) surpresa.

Álida: (irritada) O que cê tá me dizendo, seu idiota! 

Close em Acácio triste.

Acácio: O doutor disse que podemos adotar.

Álida: Ah, foi? O doutor falou isso? E o que você acha? Que vou ficar com um cara que não pode ter filhos? 

Acácio abaixa a cabeça triste.

Álida: está tudo terminado entre nós.

Álida vai embora dali e Acácio se ajoelha chorando na areia da praia.

FIM DO FLASHBACK.


Estão Clara e Acácio frente a frente no quarto do hospital.

Acácio está parado olhando para ela.


Clara: Acácio! Oie!

Acácio: Oi, desculpa, eu tava distraído pensando em uma coisa.

Clara: Então?

Acácio: Então…

Clara: O que você veio fazer aqui?


Acácio continua indeciso, sem saber o que falar.


Estão Clara e Acácio frente a frente no quarto do hospital.

Acácio está parado olhando para ela.


Acácio: Então, eu vim chamar você para sair qualquer dia.

Clara: Ah, me desculpe, mas eu trabalho muito, não tenho tempo para sair.


Da sua cama, Cleia tossi.


Cleia: Clara! Para com isso, você tem que tirar tempo para se divertir um pouco minha irmã. Não vai ficar presa aqui nesse hospital, não.


Clara olha séria para Cleia.


Acácio: Então, você aceita?

Cleia: Ela aceita sim, Acácio. Me passa seu telefone que anoto para ela.


Cleia pega o celular ao lado na cama.


Clara: Cleia! 

Cleia: Tô cuidando de você. Você já cuida muito de mim. E além do mais eu vou morrer logo, você sabe.


Clara fica chateada com a atitude da irmã.


Clara: Para com isso, Cleia! 

Cleia: Tô sendo realista, minha irmãzinha!

Acácio: Você tá doente de quê?

Cleia: Leucemia. E o tratamento você deve imaginar, uma fortuna. Para quem é pobre como a gente isso significa um atestado de óbito. Tratamento custa muito caro.


Clara fica emocionada.


Acácio: (animado) Eu posso ajudar vocês!


Clara fica surpresa.


Clara: Como assim?

Cleia: Eu também quero saber? Você não parece ser rico com essas suas vestimentas.

Acácio: Eu recebi uma herança recentemente. Um milhão de reais.

Clara: Peraí, mas você sabe como são caro os tratamentos!

Acácio: Bem, mas já dá para começar. Além de tudo eu vou investir parte desse dinheiro. E o objetivo é que eu lucre com esse investimento.

Cleia: Eu não posso aceitar, Acácio. Não teríamos como te pegar esse dinheiro.


Clara olha triste para Acácio.


Clara: (triste) Eu bem que queria meio milhão de reais, mas acho que nunca poderia pagar para você.


Acácio se dirige a Clara.


Acácio: E se você se casasse comigo?


Clara fica imensamente surpresa e desconfia da proposta do potiguar.


Clara: (surpresa) Como é? Eu mal te conheço. Você tá pensando o quê? Eu não esse tipo de pessoa que você tá pensando! 


Cleia se mostra feliz com a proposta e acha que pode ser uma boa solução deixar a irmã casada.


Cleia: Ótima ideia.


Clara e Acácio se encaram, ambos sérios.


Cena 13 -  INT. Tarde, Mansão Bergamal, cozinha - RJ


Sulamita, Daniela e os irmãos Germano, Riana e Juliete chegam a cozinha, onde estão os funcionários Glauce, Marivalda e Tomáz.

Riana e Tomáz se olham.


Sulamita: Oh Glauce, faz um lanchinho aí pra nós, por favor.

Glauce: É com você Marivalda. 

Sulamita: Ah desculpa, você é o que mesmo nessa casa? Eu ainda não aprendi tudo.

Glauce: Eu sou governanta.

Sulamita: Ah, tá bom. Não sei direito o que é isso, mas beleza.


Sulamita, Daniela e os filhos sentam à mesa.


Glauce: Dona Sulamita, essa mesa é dos empregados, se quiser ir pra sala nós vamos deixar lá o lanche.

Sulamita: Não, eu vou ficar aqui mesmo. Essa mesa é bonita, gosto dela. Minha fia, eu não tenho besteira com empregado, não. São tudo gente, igual a mim, mesmo material.


Daniela e os filhos de Sulamita riem.


Riana: E o Gonzaga, tá em casa? Você sabe dizer Glauce?

Tomáz: Eu tava por aqui o tempo todo e num vi ele chegar não.

Glauce: Nem ele, nem o Acácio.

Juliete: Onde esses dois se meteram?

Germano: O Acácio foi ver uma enfermeira no hospital.


Cena 14 - INT. Tarde, Alam mídias e notícias - RJ


Vários funcionários estão em seus computadores trabalhando na empresa.


Alanzinho e Melina estão de pé próximos a mesa dele.


Alanzinho: Faz três meses que publicamos a notícia do vandalismo no túmulo do empresário e até hoje nenhuma novidade.

Melina: A investigação não deu em nada. Mas sabe o que acho, Alanzinho, que foi as esposas dele.

Alanzinho: Sério?

Melina: Sim, elas deviam estar morrendo de raiva do homem. As coitadas foram enganadas por ele durante anos.

Alanzinho: Você tem razão. 

Melina: Até hoje não saiu em nenhum veículo a notícia que homem era casado com as três.

Alanzinho: Talvez seja hora de publicarmos isso.

Melina: Minha mãe vai me matar, mas eu sou jornalista, não posso desperdiçar os furos.


Cena 15 - INT. Tarde, Hospital Dituan, lanchonete - RJ


Acácio e Clara estão sentados em uma mesa da lanchonete.


Clara: Acácio, eu não tô entendendo o que você quer na verdade. Porque você quis vim conversar aqui. Eu não te conheço, você não sabe quem eu sou e me faz essa proposta? 

Acácio: Sabe o que é Clara… Para ganhar a herança do meu pai eu vou precisar estar casado.


Clara fica séria.


Clara: Entendi, então quer dizer que esse papinho de nós casarmos não tem nada haver com você gostar de mim, né isso?


Acácio fica pensativo.


Acácio: Bem, eu gosto de você. Você é uma linda mulher. 


Clara fica tímida, Acácio olha sério.


Acácio: Mas a proposta que eu quero fazer é nos casarmos como um acordo.

 

Clara se mostra desanimada, achando que seu amor por ele não é correspondido.


Acácio: Eu pago o tratamento da sua irmã e você faz o papel de esposa para eu conseguir receber esse dinheiro.

Clara: (triste) Entendi.

Acácio: Você aceita?


Clara olha chateada, se sentindo um objeto, mas pensa na doença da irmã e toma uma atitude.


Clara: Aceito sim!


Acácio olha sorridente, enquanto Clara baixa a cabeça em sinal de desagrado.


Cena 16 - INT. Tarde, Mansão Bergamal, sala - RJ


Arlete e Deodora chegam com algumas sacolas de compras e são recebidas por Glauce, a quem entrega as sacolas.


Arlete: Glauce, tem mais sacolas lá no carro. Pegue todas e leve para o meu quarto.


As duas sentam na sala.


Deodora: Tô cansada, andei naquele shopping todo.

Arlete: Me diverti muito.


Acácio chega na sala, sorri para Deodora, que também sorri, ele sobe a escada.


Deodora: Idiota, acha que gosto dele.

Arlete: Mas você tem que fingir, fingir gostar muito.


Cena 17 - INT. Noite, Casa de Clara, banheiro - Santa Teresa - RJ


Clara toma banho e chora, durante alguns minutos, enquanto está embaixo do chuveiro. Seus seios são mostrados na cena.


Clara: Eu pensando que ele poderia tá gostando de mim.


Clara continua tomando banho. Na sequência ela desliga o chuveiro, pega a toalha e a enrola no corpo.


Clara: Vamos para esse casamento de fachada! Seja o que Deus quiser!


Cena 18 -INT. Noite, Mansão Bergamal, quarto - RJ


Acácio toma banho, é possível ver o bumbum dele enquanto a água corre pelo seu corpo.


Ele desliga o chuveiro por um momento e fica pensativo.


Acácio: Eu amo a Clara. Mas ela nunca ia me aceitar, sendo estéril como eu sou. Iria fazer igual a Álida fez. Pelo menos, com o casamento de mentira eu vou estar próximo dela. Mesmo que a gente não tenha nada.


Acácio pega a toalha e enrola-a na cintura.


Cena 19 - INT. Noite, Rua de Santa Teresa - RJ


Gonzaga anda desorientado pela rua, ele está com aparência de cansado e bêbado.


Gonzaga: (fala embargando) Eu não vou conseguir vencer essa disputa, não vou.

A cena termina em Gonzaga perambulando pela cidade.

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