Entre Vidas - Capítulo 01 - Estréia
Cena 01: Manhã - Cidade de Pedra Azul - 1920 - Casa da família Hoffmann
Na cidade de Pedra Azul vivem pessoas de diferentes hábitos e maneiras,
mas ninguém é tão doce e puro com a jovem Lua, uma mulher de caráter e bom
coração.Ela vive com seus pais Orlando e Marta. Eles têm uma vida financeira
muito boa, mas nem todo o dinheiro do mundo pode salvar a vida de Orlando que
está com uma grave doença. Ele resolve chamar a esposa e filha para dar um
último abraço antes de partir.
Orlando: Vocês duas são as grandes felicidades da minha vida, eu sempre amarei
vocês.
Marta: Nós também te amamos meu amor.
Lua: Não se desespere papai o senhor há de ficar bom.
Orlando: Não tenho muito tempo aqui, então hei de explicar a vocês uma coisa.
Marta: Explicar o que?
Orlando: Eu guardei por anos alguns diamantes que prometi dar a minha filha quando
ela se casasse, mas como eu não estarei aqui para ver isto acontecer resolvi
entregar agora. Já as coloquei dentro do cofre da família, são todas suas minha
filha.
Lua: Papai muito obrigado, mas se esforce em ficar bem.
Marta (chorando): Você sempre foi tão bom meu velho, lute para ficar
aqui por nós.
Orlando: Só tome cuidado minha filha, para não se casar com um aproveitador como
o seu noivo César, eu não gosto nem um pouco dele.
Lua: Papai…
Orlando dá um abraço em Lua e Marta e morre em sua cama sorrindo,
percebendo que cumpriu sua missão de cuidar de sua esposa e filha.
Cena 02: Tarde - Cidade de Pedra Azul - 1920 - Velório
Como a cidade de Pedra Azul não tinha muitos habitantes quase todos se
conheciam e então a cidade quase por completa foi prestar condolências a
família Hoffmann pela perda. César noivo de Lua, Adriana sua prima, Branca irmã
de Marta também estavam no velório e se mostravam tristes pela morte de
Orlando.
Branca: Minha irmã, meus sentimentos. Orlando era um grande homem.
Marta: Obrigado minha irmã.
Branca: Mamãe deve estar vindo para cá, ela decidiu voltar assim que soube da
notícia.
As duas irmãs se abraçam. Lua está de frente para o caixão de seu pai, o
olhando e chorando sua morte, quando seu noivo César e sua prima Adriana chegam
e a abraçam.
Adriana: Minha prima meus pêsames, o titio era uma ótima pessoa.
Lua: Obrigada minha prima.
César: Meu amor saiba que pode contar comigo sempre.
César e Adriana ficam abraçados por alguns instantes. Um pouco mais
tarde acontece o enterro de Orlando e a avó de Lua, Dona Rosa chega e fica com
a família neste momento difícil.
1 semana depois…
Cena 03: Tarde - Cidade de Pedra Azul - 1920 - Apartamento
Adriana está em sua casa com sua mãe e ambas conversam sobre a morte de
Orlando.
Adriana: Titia e minha priminha Lua, devem ter se dado muito bem com a morte do
tio Orlando.
Branca: Como assim?
Adriana: Imagine a herança que ele deve ter deixado para ambas.
Branca: Além de uma linda casa, deve ter deixado muito dinheiro e propriedades.
Adriana: Em pensar que estamos vivendo neste heles apartamento.
Branca: Iremos sair dessa um dia.
Adriana: Tudo isso é culpa sua mamãe, que não soube escolher um marido rico.
Branca: Não fale assim. Seu pai roubou todo o dinheiro que eu tinha e fugiu. Não
se esqueça que eu já tive muito dinheiro que herdei de meu primeiro marido que
descansa em paz.
Adriana: E para quê? Perder tudo em pouco tempo com um homem que nunca te amou.
Branca: Chega de falar assim comigo, me respeite que sou sua mãe.
Adriana: Está na hora de pôr meu plano em ação.
Branca: Que plano?
Adriana: Um plano que irá nos deixar ricas.
Neste instante a campainha toca, era César.
Branca: Quem será?
Adriana: A solução de nossos problemas.
César entra no apartamento e beija Adriana.
Branca (espantada): Por que está beijando minha filha?
César: Não vai contar a ela?
Adriana: Eu e César somos amantes. O Plano é o seguinte César irá se casar com
Lua e roubar todo o dinheiro dela, depois iremos fugir os três juntos.
Branca: Acha que será fácil assim?
César: Lua acabou de perder o pai por isto está frágil, irei casar-me com ela o
mais rápido possível.
Adriana: Assim ficaremos todos muito ricos e poderemos viver longe daqui.
Os três ficam rindo e comemoram abrindo um vinho.
Cena 04: Noite - Cidade de Pedra Azul - 1920 - Casa da família Hoffmann
Lua está em sua casa com sua mãe e sua avó. Ela está muito indecisa em
relação à continuação de seu noivado, pois percebe que não ama verdadeiramente
seu noivo.
Lua: Vovó estou tão indecisa sobre meu noivado, acho que não amo César.
Rosa: Minha querida você só deve se casar se amar de verdade esse homem, não
se case como se fosse uma obrigação.
Lua: Estou tão indecisa vovó.
Rosa: Vá a igreja minha neta, converse com Deus, ele vai lhe dar uma direção
certa.
Lua: Obrigado vovó.
Lua então resolve ir a igreja.
Cena 05: Noite - Cidade de Pedra Azul - 1920 - Igreja Nossa Senhora
Fátima
Lua chega à igreja, e se ajoelha em frente ao altar rezando e pedindo a
Deus que ele lhe dê uma direção.
Lua: Meu Deus, o senhor que é misericordioso me ajude neste momento tão
difícil de minha vida, meu pai que era quem me dava os melhores conselhos foi
habitar em teu reino.
Lua se levanta e quando está saindo da igreja tropeça em um cesto, e ao
cair é segurada por um rapaz, chamado Miguel.
Miguel: Está bem moça?
Lua: Estou sim. Muito obrigada pela ajuda.
Miguel: Não foi nada.
Lua: Eu nunca vi o senhor na cidade. É daqui?
Miguel: Chame-me de você, eu acabei de me mudar para a cidade.
Lua: Entendo.
Miguel: Você vem sempre à igreja?
Lua: Venho sim.
Miguel: Espero encontrá-la mais vezes então.
Lua: É certo que nos encontraremos.
Lua e Miguel ficam se olhando por um tempo, rindo um para o outro, como
dois adolescentes descobrindo o amor.
Cena 06: Manhã - Cidade de Pedra Azul - 1920 - Casa da família Hoffmann
Na manhã seguinte Adriana e Branca resolvem visitar os Hoffmann.
Adriana: Titia, priminha como estão?
Marta: Estamos tentando superar
Lua: Temos que aceitar os planos de Deus.
Branca: E onde está a mamãe?
Marta: Está se banhando, ela deve descer em instantes.
Depois de alguns minutos Rosa desce e fica conversando com as filhas e
Lua chama Adriana para conversar em seu quarto.
Cena 07: Manhã - Cidade de Pedra Azul - 1920 - Quarto de Lua
Lua: Você sabe que te considero como uma irmã, não sabe?
Adriana: Sei. Eu também sinto o mesmo por você.
Lua: Por isso quero mostrar a você algo que ganhei de meu pai antes dele
falecer.
Adriana: O que é?
Lua abre o cofre que está em seu quarto escondido atrás de um quadro e
mostra a sua prima uma caixa com lindos diamantes.
Adriana: São lindas.
Naquele momento os olhos de Adriana brilham de inveja da prima.
Lua: Guardarei as mesmas como lembrança de meu pai e pretendo usar o dinheiro
que ele me deixou para ajudar pessoas.
Adriana: Você sempre teve um coração tão bom.
Branca e Adriana se despedem de todos e voltam para seu apartamento, no
único prédio da cidade.
Cena 08: Manhã - Cidade de Pedra Azul - 1920 - Casa da família Hoffmann
Lua comunica a mãe e a avó que dará um de seus diamantes a sua prima.
Rosa: Tem certeza minha neta é uma herança de seu pai.
Lua: Tenho sim vovó, sei que ela ficará muito feliz.
Marta: Você sempre foi tão boa minha filha.
Lua então parte pega um táxi e parte para a casa de sua prima.
Cena 09: Tarde - Cidade de Pedra Azul - 1920 - Apartamento
Branca e Adriana entram na casa e percebem que a porta está semi aberta.
Branca: Quem está aí?
César: Sou eu, o César.
Adriana: Que susto que nos deu.
César: A porta estava aberta e então resolvi entrar.
Adriana: Vocês não vão acreditar o que descobri!
Branca: Diga logo minha filha.
Adriana: A idiota da Lua ganhou de seu pai vários diamantes antes de morrer.
César: Não posso acreditar.
Branca: Temos que roubá-los.
Adriana: Quero que você os roube assim que se casarem, eu quero tudo o que é
dela, sua vida, seu dinheiro e seu homem.
Adriana e César se beijam e neste instante Lua chega ao apartamento da
prima, como a porta não está trancada ela entra e se depara com sua prima e seu
noivo aos beijos. Lágrimas escorrem de seu rosto.
Continua...


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