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Débora - Capítulo 38 (Últimas Semanas)


Débora
CAPÍTULO 38
Últimas Semanas

uma novela de
FELIPE LIMA BORGES

escrita por
FELIPE LIMA BORGES

baseada nos capítulos 3 a 5 do livro de Juízes

CENA 1: EXT. CAMPO – PALMEIRA – DIA
O dia se passa, também a noite e vem o outro dia.
Pérola pasta próxima à tenda de Débora, que termina de atender um hebreu, despede-o e, não tendo mais ninguém naquele momento, recebe Jaziel e Lapidote. Percebe que o amigo está vestido para sair e com sacos de pano pendurados nos ombros.
DÉBORA
Mas o que significa isso?
LAPIDOTE
Jaziel resolveu partir. Vai para Quedes.
DÉBORA
Quê?
JAZIEL
É isso mesmo, Débora. Está na hora de voltar para aquela cidade e terminar de cumprir minha missão.
DÉBORA
Sua missão, ahn? Que missão é essa que te leva a se afundar nas bebidas?
JAZIEL
Dessa vez será diferente.
DÉBORA
Por que eu acho que sua decisão tem a ver com a partida de minha prima Sama hoje cedo?
JAZIEL
Não estou indo por Sama!...
DÉBORA
Então por que Quedes?
JAZIEL
Porque é a mais importante cidade de Israel. Talvez agora perca para Betel, a mais próxima aqui da sua tenda, mas... Quem sabe não seja a minha oportunidade de achar uma boa serva do Senhor? Já está mais do que na hora...
DÉBORA
Hum. Pois tome cuidado. Cuide-se, meu amigo... meu irmão. E que o Senhor te proteja e te ilumine.
Jaziel sorri.
JAZIEL
Irmãzinha...
LAPIDOTE
Vou acompanha-lo.
DÉBORA
Vou deixar um servo na tenda e os acompanharei também. O movimento agora deu uma diminuída... Vamos.
E eles vão.

CENA 2: EXT. DESERTO – DIA
Jaziel, montado em um cavalo, acena para Débora e Lapidote, abraçados, e parte...



CENA 3: EXT. HAROSETE – BECO – DIA
ALGUMAS SEMANAS DEPOIS
Na menor das barracas, a mais escondida daquele beco escuro, Darda, com a cabeça coberta, observa a vendedora adicionar diferentes líquidos num frasco minúsculo e, depois, chacoalha-lo com força.
VENDEDORA
Uma gota. Apenas uma é o suficiente. Adicione-a à bebida do sentenciado... e espere. Em instantes o veneno surtirá efeito.
Darda estende a mão para pegar o frasco, mas a vendedora o retém. Entendendo, Darda pega algumas moedas, paga e, depois da contagem, pega o frasco.
VENDEDORA
Nós nunca nos vimos.
DARDA
Pode ter certeza disso.
Darda vira e sai.

CENA 4: INT. PAKÁCIO – QUARTO – DIA
Darda entra em seu quarto e fecha a porta. Quando ouve um barulho, lá fora na sala, ela volta para a porta e a abre uma frestinha.
Vê Najara vindo de outro cômodo.
DARDA
(murmurando) Aproveite os momentos que lhe restam, sua assassina maldita. As últimas palavras que ouvirá serão os nomes dos meus pais.
E sorri minimamente...

CENA 5: EXT. QUEDES – RUA – DIA
Jaziel passa pelo portão e entra na cidade de Quedes. Para e, por um momento, observa a movimentação das ruas.
JAZIEL
Sem soldados... Sem hazoritas... Isso é que é paz.
Sorri e vira para outros lados.
Então o sorriso diminui e ele respira fundo.
JAZIEL
Agora você, Sama... Onde estará?...
Não vendo nada que associe a Sama, ele bate as rédeas e o cavalo avança pela cidade.

CENA 6: INT. PALÁCIO – CASA – SALA – DIA
Najara, sentada à mesa, come os biscoitos que estão ali.
NAJARA
Serva! Serva!!! Cadê o leite?!
A porta do quarto se abre e Darda sai apressada.
DARDA
Senhor Najara, perdão... Acredito que algo tenha acontecido com a serva e ela não pôde ouvi-la. Mas não se preocupe, eu a sirvo.
NAJARA
Rum. Aquela lerda está precisando de uma lição... Bem, bem... Então vamos, sirva-me rápido.
DARDA
Agora mesmo, senhora.
Darda corre para uma mesa ali perto onde está o jarro com o leite. Sem que Najara possa ver, pois elas estão uma de costa para a outra, Darda enfia a mão na veste, pega o frasco, abre-o e despeja uma, duas, três gostas dentro da taça vazia. Rapidamente guarda o frasco, pega o jarro e despeja o leite na mesma taça. Dá uma leve balançada e leva apressada para Najara.
DARDA
Aqui está, senhora. Leite de cabra, como é do seu gosto.
NAJARA
Hum... Não é sua função, mas está atenta aos gostos de sua senhora... Meus parabéns.
DARDA
É uma honra para mim, senhora Najara.
Najara então morde um biscoito e pega a taça. Darda se afasta e a observa bem parada; toda sua ansiedade e tensão estão acumuladas em seu olhar.
Najara segura a taça enquanto mastiga. Então leva-a para a boca, e Darda prende a respiração... Mas ela para. Franze a testa e olha para a serva.
NAJARA
Darda...
DARDA
Sim?...
NAJARA
Onde estão Eloá e Danilo?
DARDA
Ahn, eles foram receber um carregamentos de legumes, senhora. Faz pouco tempo que saíram.
NAJARA
Ah... Está explicado.
Então Najara finalmente leva a taça aos lábios e bebe do leite. Um bom gole...
Ao terminar, coloca a taça na mesa e limpa os beiços com a língua.
NAJARA
Perfeito...
Darda observa com apreensão, alguns de seus músculos faciais tremem. Najara pega outro biscoito e morde... Vai mordendo... e comendo... Até que parece engasgar... Limpa a garganta... Tosse... Tosse forte!
Já com um olhar frio, Darda se aproxima da mesa e para ao lado de Najara. Essa, com o rosto avermelhado e sofrendo com a garganta, olha para a serva esperando por ajuda! No olhar hipnotizado de Darda, IMAGEM CONGELA
CONTINUA...
FADE OUT:


No próximo capítulo: As emoções dos últimos capítulos.




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