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Julia - Capitulo 09



Júlia
Capítulo 09
Novela criada e escrita por Ramon Fernandes









CENA 01. FLAT DE JÚLIA. SALA. INTERIOR. NOITE
Continuação imediata do capítulo anterior.
JÚLIA ABRE PASSAGEM E DAVI ENTRA NA SALA, ELE SE ENCOSTA EM UM MÓVEL, UM POUCO EMBRIAGADO. JÚLIA OLHA PARA ELE, PREOCUPADA.
JÚLIA    — Davi, o que você veio fazer aqui? Eu acho melhor você ir embora.
DAVI    — Júlia, eu vim conversar. Eu tô pirando com essa situação toda, essa sua volta/
JÚLIA    — (Por cima) Por favor, vai embora. 
DAVI    — (Encara) Eu não vou! Eu não vou antes de falar o que eu vim falar com você. Não é justo você voltar e não me dar nenhuma explicação.
JÚLIA    — Que explicação você acha que eu te devo, Davi?
DAVI    — (Exaltado) Você foi embora a seis anos, sem mais nem menos, sem dar nenhuma explicação, Júlia! E pra quê? Pra ir atrás de um curso em Paris, foi isso?
JÚLIA    — Não foi isso! Você não sabe o que houve pra eu ter ido embora assim, como você diz, sem mais nem menos. Eu tive os meus motivos!
DAVI    — Quais, hein, Júlia? Você abandonou o que nós tínhamos pra correr atrás de dinheiro?
JÚLIA RI, NERVOSA. PASSA A MÃO NO ROSTO. ENCARA DAVI.
JÚLIA    — Dinheiro? Você não sabe o que tá falando, Davi!
DAVI    — Não sei! Não sei mesmo! Você sumiu no mundo, sem ao menos me procurar, me dar alguma explicação. Você foi egoísta, só pensou em você!
JÚLIA    — Egoísta, eu?! Você que continua sendo o mesmo garoto mimado, egocêntrico que eu conheci. Uma pena saber que algumas pessoas não evoluem com o passar dos anos!
DAVI    — (Tom alto/ Acusador) Você nunca se importou comigo, ou com o seu pai, que você também deixou pra trás a anos.
JÚLIA    — Não coloca o meu pai no meio do seu ressentimento, do seu rancor. Essa história é minha e sua/
DAVI    — (Corta) Não, Júlia! Essa história é só sua! Nunca teve espaço pra mim. Quer saber? Eu acho que você nunca me amou de verdade.
JÚLIA    — (Berra) Eu amei! Eu amei muito!
DAVI    — (Chora) Eu ainda te amo.
JÚLIA MUITO NERVOSA. DAVI SE APROXIMA DELA, ELA DÁ UM PASSO PARA TRÁS.
JÚLIA    — Vai embora, Davi. Você tá bêbado. Eu vou pedir um Uber pra você/
QUANDO JÚLIA VAI PEGAR O CELULAR, DAVI SE APROXIMA DELA E A ABRAÇA. 
MÚSICA: “Here Without You” – Boyce Avenue
JÚLIA    — Davi, por favor, não faz isso.
DAVI    — (A encara próximo) Eu te amo, Júlia. Eu te amo muito.
JÚLIA    — Davi/
MAS JÚLIA NÃO FALA NADA. DAVI SE APROXIMA. OS DOIS SE OLHANDO MUITO PRÓXIMOS. ROSTOS COLADOS... E ACONTECE UM BEIJO ENTRE ELES. VÁRIOS ÂNGULOS DO BEIJO TÃO ESPERADO POR ANOS DO CASAL. OS DOIS ALI ENTREGUES AO SENTIMENTO. CÂM SAI POR CIMA.
CORTA PARA 

CENA 02. PRÉDIO DE HELENA E NICOLAS. FRENTE. EXTERIOR. NOITE
JULIANO SAI DO CARRO, DÁ A VOLTA E ABRE A PORTA PARA HELENA. ELA DESCE. ELES SORRIEM UM PARA O OUTRO.
HELENA    — Obrigada. (Ri) Ainda existem cavalheiros no Rio de Janeiro.
JULIANO    — Ah, com certeza. Prazer, Juliano!
OS DOIS RIEM. FICAM SE OLHANDO. CLIMA ENTRE OS DOIS. ELE SE APROXIMA DELA.
JULIANO    — Desde que eu te conheci, eu fiquei muito impressionado com você, sabia?
HELENA    — Eu também. Eu quero muito te conhecer mais... Mais... Mais...
OS DOIS RIEM. JULIANO VAI SE APROXIMANDO DELA. ELA FECHA OS OLHOS E O BEIJO ACONTECE. 
CORTA PARA

CENA 03. FLAT DE JÚLIA. SALA. INTERIOR. NOITE
Continuação imediata da cena 01.
JÚLIA AFASTA DAVI, QUE FICA TONTO, QUASE CAI.
JÚLIA    — Chega, Davi! Eu preciso que você vá embora.
DAVI    — Você não sente nada por mim, Júlia? Nada!
JÚLIA SE VIRA DE COSTAS. DAVI, EM SEGUNDO PLANO.
DAVI    — Dói saber que o meu pai sempre teve razão. 
JÚLIA SE VIRA, EXPRESSÃO DE REVOLTA.
DAVI    — Você é uma interesseira! Só queria se aproximar de mim por dinheiro. Porque cresceu na nossa casa, viu o que nós tínhamos. 
JÚLIA    — (Tom/ Dedo na cara) Cala a boca! Nada te dá o direito de me ofender desse jeito! Nada!
DAVI    — (Berra) Interesseira!
JÚLIA DÁ UM TAPÃO NA CARA DE DAVI, QUE A ENCARA COM OS OLHOS MAREJADOS. JÚLIA MUITO ABALADA, VAI PARA O INTERIOR DO FLAT.
CORTA RAPIDAMENTE PARA

CENA 04. FLAT DE JÚLIA. SUÍTE. INTERIOR. NOITE
JÚLIA ENTRA CHORANDO NA SUÍTE. ELA PEGA SEU CELULAR, DISCA. MUTO ABALADA.
JÚLIA    — (Cel.) Pai, eu preciso que o senhor me ajude. (Pausa) O Davi apareceu aqui em casa, ele tá caindo de bêbado, não fala coisa com coisa. Eu preciso que o senhor peça ajuda pra tirar ele daqui. Por favor.
NELA.
CORTA RAPIDAMENTE PARA

CENA 05. FLAT DE JÚLIA. SALA. INTERIOR. NOITE
JÚLIA ABRE A PORTA. FELIPE E LEANDRO ESTÃO ALI.
JÚLIA    — (Surpresa) Leandro?!
LEANDRO    — Oi, Júlia.
FELIPE    — Filha, eu pedi pro Leandro me acompanhar pra poder levar o Davi embora.
LEANDRO    — O Davi e o carro. Pra ele não ir dirigindo.
JÚLIA ABRE CAMINHO. OS DOIS ENTRAM.
JÚLIA    — Ele tava caindo de bêbado e tá ali no sofá. Tá dormindo. Fiquei com medo de deixar ele dirigir desse jeito. Tava muito nervoso, falava umas coisas desconexas. (Abalada) Umas coisas sem sentido.
LEANDRO    — Obrigado, Júlia. Eu tenho só a te agradecer por apesar de tudo, você ainda ter pena do meu irmão.
JÚLIA CONCORDA, TÍMIDA. FELIPE E LEANDRO PEGAM DAVI PELOS DOIS BRAÇOS. DAVI MEIO QUE ACORDA, SONOLENTO, AINDA EMBRIAGADO.
DAVI    — (Fala enrolada) Júlia, por favor. Fica comigo, Júlia. Eu te amo!
JÚLIA VAI PARA PERTO DA VARANDA. DEIXA UMA LÁGRIMA ROLAR PELO ROSTO, MUITO ATORDOADA COM A SITUAÇÃO.
FELIPE    — Filha, depois nós conversamos, tá bem?
JÚLIA SÓ ACENA COM A CABEÇA.
LEANDRO    — Mais uma vez obrigado, Júlia.
OS DOIS SAEM CARREGANDO DAVI, QUE AINDA RELUTA EM IR EMBORA. JÚLIA FECHA A PORTA.
MÚSICA: “Spending My Time” – Roxette
JÚLIA CHORA COPIOSAMENTE. VAI DEIXANDO SEU CORPO ESCORREGAR PELA PORTA, ENQUANTO SENTE COM A SITUAÇÃO, COM AS PALAVRAS DE DAVI, E, PRINCIPALMENTE, COM O BEIJO ENTRE OS DOIS. ELA FECHA OS OLHOS LENTAMENTE.
FADE OUT/

FADE IN/
CENA 06. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. DIA
AMANHECER NA CAPITAL. MÚSICA OFF. ÚLTIMO TAKE NA FACHADA DA CONSTRUTORA ASSUNÇÃO.
CORTA PARA

CENA 07. CONSTRUTORA ASSUNÇÃO. SALA DE ROBERTO. INTERIOR. DIA
ROBERTO EM SUA MESA, DIGITA ALGO NO COMPUTADOR. BATIDAS NA PORTA. A SECRETÁRIA, A QUEM CHAMAREMOS DE VERA, ENTRA NA SALA.
VERA    — Doutor Roberto, com licença.
ROBERTO    — O que há, dona Vera? Estou ocupado no momento.
VERA    — Prometo que vai ser breve. Eu vim apresentar a moça que foi contratada para ser sua nova assistente.
ROBERTO VOLTA SUA ATENÇÃO A ELA. VERA ABRE CAMINHO E CAROL ENTRA.
MÚSICA: “Cupim de Ferro” – Lenine
ROBERTO FICA ENCANTADO POR ELA, MAS DISFARÇA. CAROL SORRIDENTE.
CAROL    — Doutor Roberto, bom dia. (Estica o braço) Caroline.
ROBERTO    — (Sorri) Prazer, Caroline. Mas, por favor, já que será minha nova assistente e vai ter contato direto comigo, vamos retirar o "doutor" dessa frase. 
CAROL    — Claro, como quiser.
ROBERTO    — Dona Vera, providencie dois cafés pra sala. Eu vou conversar um pouco com a Carol, posso chamar de Carol, né?
CAROL    — Todo mundo me chama assim.
ROBERTO    — Ótimo então. Vamos conversar. Quero te conhecer melhor, Carol. Dona Vera?
VERA    — O senhor disse que estava ocupado e/
ROBERTO    — (Tom) Qual foi a letra da frase de "Providencie dois cafés", que a senhora não entendeu? Saia!
VERA    — Sim, senhor.
VERA SAI. ROBERTO SENTA EM FRENTE A CAROL. ELE SORRI.  ELA TÍMIDA.
CORTA PARA

CENA 08. CASA DE BRUNO. SALA. INTERIOR. DIA
MÚSICA OFF. BATIDAS NA PORTA. BRUNO VEM DO INTERIOR DA CASA E ATENDE. CÂM REVELA GABY.
BRUNO    — Oi, Gaby. Você veio mesmo.
GABY    — Você me ligou, fiquei preocupada com a sua mãe. Eu trouxe umas flores pra ela. Será que ela gosta?
BRUNO    — (Sorri) Você é um anjo mesmo. Vem. Ela tá no quarto.
GABY CONCORDA. OS DOIS VÃO.
CORTA RAPIDAMENTE PARA

CENA 09. CASA DE BRUNO. QUARTO DE TEREZA. INTERIOR. DIA
TEREZA DEITADA NA CAMA, MUITO ENFRAQUECIDA. BRUNO ABRE A PORTA E ENTRA COM GABY.
BRUNO    — Mãe, tem visita pra senhora.
TEREZA OLHA EM DIREÇÃO A PORTA E VÊ A GAROTA. A ANALISA.
TEREZA    — Quem é você, menina?
BRUNO E GABY SE ENTREOLHAM. CLOSES ALTERNADOS. EM TEREZA, COM CARA DE POUCOS AMIGOS.
CORTA PARA

CENA 10. CONSTRUTORA ASSUNÇÃO. SALA DE ROBERTO. INTERIOR. DIA
Continuação não imediata da cena 07.
ROBERTO E CAROL TOMAM CAFÉ, ENQUANTO CONVERSAM.
ROBERTO    — Então, você é mineirinha. Coisa boa, Carol. Mineiro tem esse sotaque todo bonitinho. Eu acho uma graça. 
CAROL FICA TÍMIDA, BAIXA OS OLHOS. ROBERTO RI.
ROBERTO    — Tô vendo que não é difícil te deixar tímida. Peço desculpas.
CAROL    — Imagina, dout/ (Se corrige) Roberto.
ROBERTO    — Ótimo, então. Carol, eu preciso te perguntar algumas coisas da sua vida íntima, já que agora você vai conhecer a fundo a minha vida pessoal e profissional. Então, é necessário, tá bem?
CAROL    — Tudo bem. Pode perguntar.
ROBERTO    — Bem, não sei se foi passado a você, mas eu sou um homem que vivo tendo compromissos, seja aqui na construtora, como fora. Eu tenho reuniões com investidores, acionistas, Conselho.
CAROL    — Sim, claro.
ROBERTO    — Então, essas reuniões nem sempre ocorrem no escritório, como eu já falei. Elas podem acontecer em lugares mais leves, com ambientes mais informais, justamente, porque estamos negociando com pessoas. O assunto é sério, é trabalho, mas nem todo mundo gosta de escritório fechado, essa coisa maçante.
CAROL    — Concordo. Mas o que isso tem exatamente a ver sobre a minha vida íntima?
ROBERTO    — A minha pergunta será muito objetiva, Carol. Você tem namorado?
CAROL TOMA UM BAQUE COM A OBJETIVIDADE DE ROBERTO. AFIRMA COM A CABEÇA.
CAROL    — Eu namoro a dois anos, e estamos pensando em nos casarmos.
ROBERTO    — Hum, sim. É porque como disse, você será minha assistente, muitas ocasiões, terá que me acompanhar a essas reuniões. Pergunto se você namora, justamente, porque já tive problemas com garotas que namoravam. Com namorados ciumentos, maridos que se metiam no profissional, qu não entendiam a minha política profissional, e elas acabavam me deixando na mão. Eu não quero repetir erros, você me entende?
CAROL    — Claro, Roberto. E eu namorar não implica no meu trabalho. O meu profissional sempre estará ligado ao meu comprometimento. Meu namorado não tem ciúme disso, e sempre entendeu que a minha profissão sempre foi prioridade. Eu estou aqui para fazer o possível e o impossível para realizar da melhor forma o meu trabalho.
ROBERTO SORRI, TOCA NA MÃO DELA, SOBRE A MESA. CAROL INCOMODADA, MAS NÃO DEMONSTRA.
ROBERTO    — Fico feliz em ouvir isso. Seu compromisso daqui pra frente é se dedicar a minha agenda... E a mim.
CAROL SORRI AMARELO, DE CANTO. ROBERTO NEM DISFARÇA O ENCANTAMENTO PELA GAROTA. EM CAROL, NERVOSA.
CORTA PARA

CENA 11. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. DIA
MÚSICA: “A Rua” – Jão
TAKES DO RIO. MOVIMENTAÇÃO COTIDIANA DA CIDADE. ÚLTIMO TAKE NA FACHADA DO GRAND BISTRÔ.
CORTA PARA

CENA 12. GRAND BISTRÔ. SALÃO. INTERIOR. DIA
MÚSICA CONTINUA VINDO DO SOM AMBIENTE. HORA DO ALMOÇO, MESAS SENDO SERVIDAS, GARÇONS CIRCULANDO E ANOTANDO PEDIDOS, SERVINDO BEBIDAS. EM UM CANTO, ESTÁ JULIANO. ELE CONVERSA COM UM GARÇOM. UM PAR DE MÃOS FEMININAS LHE COBREM OS OLHOS. ELE SORRI.
HELENA    — Adivinha?
JULIANO    — Olha, eu não sei. Mas pela delicadeza das mãos, só pode ser uma fada.
HELENA DESTAMPA OS OLHOS DELE. OS DOIS TROCAM UM BEIJO.
HELENA    — Bobo.
JULIANO    — Surpresa boa em te ver aqui. Veio almoçar?
HELENA    — Não. Eu já comi, na verdade. Eu vim te trazer um convite.
JULIANO    — Olha, um convite. E o que é?
HELENA TIRA DA BOLSA UM ENVELOPE PRATA. ENTREGA PARA ELE.
HELENA    — Meu convite de formatura. Vai ser amanhã a noite.
JULIANO    — O seu convite de formatura? Nossa, muito obrigado.
HELENA    — Imagina. Eu quero muito que você vá.
JULIANO    — (Reticente) Eu agradeço, Helena, mas... E o seu irmão?
HELENA    — O que tem o Nicolas?
JULIANO    — Você me disse que tem ciúmes de mim, de nós dois juntos. Será que ele não vai ficar bravo?
HELENA RI, O ENCARA.
HELENA    — E agora eu vou deixar de convidar quem eu quero, porque meu irmão sente um ciúme sem propósito algum? Claro que não, Juliano. E eu quero que você vá. Eu faço questão!
JULIANO CONCORDA, SORRI PARA ELA. OS DOIS TROCAM MAIS ALGUNS BEIJOS. CÂM DESVIA DO CASAL, E VAI BUSCAR EM UMA DAS MESAS, SENTADOS ESTÃO JÚLIA E FELIPE. CONVERSAM ENQUANTO ALMOÇAM.
FELIPE    — Nunca vim em um lugar assim chique, Júlia.
JÚLIA    — Bobagem, pai. A comida aqui é ótima, por isso trouxe o senhor. Mas ser chique ou não, nem importa tanto.
FELIPE    — Eu fiquei assustado com o que aconteceu ontem a noite, com o Davi.
JÚLIA    — Eu também, pai. E eu estive pensando, não dá mais pro senhor continuar naquela casa, trabalhando pra família Assunção.
FELIPE    — Júlia, eu já disse que meu emprego é sagrado. Fora que é meu sustento. E foi seu sustento durante muitos anos também.
JÚLIA    — Foi, paizinho! Não é mais! Eu estou bem financeiramente, e eu também preciso do senhor do meu lado. Quero sua ajuda pra me organizar no estúdio, que tá quase abrindo. Preciso do senhor do meu lado. E não quero mais contato com a família Assunção. É fato.
FELIPE PENSATIVO.
FELIPE    — Talvez você tenha razão. É melhor que nesse momento, eu me afaste daquela casa. Vai ser difícil, foram décadas, quase uma vida inteira fazendo a mesma coisa.
JÚLIA    — Taí mais um motivo pra mudar. Fazer algo diferente é sempre uma experiência que vale a pena. Vai por mim. O senhor vai se sentir outra pessoa, seu Felipe.
FELIPE CONCORDA, SORRI PARA ELA.
JÚLIA    — E também quero que o senhor vá morar comigo e com o Vinícius no flat.
FELIPE    — Ah, isso não, filha. Um flat é muito informal. Não é aconchegante.
JÚLIA    — É algo provisório, pai. Logo, logo, eu quero procurar um apartamento maior pra gente. Mas se o senhor for pedir demissão daquela casa, é claro que vai precisar morar em outro lugar. Nada melhor que morar com a sua filha e o seu neto. Por favor, pai.
FELIPE RETICENTE. JÚLIA FAZ CARA DE CACHORRO ABANDONADO
FELIPE    — (Convencido) Tá bom, tá bom!
JÚLIA    — (Comemora) Oba!
JÚLIA ABRAÇA O PAI. OS DOIS RIEM.
CORTA PARA

CENA 13. MANSÃO ASSUNÇÃO. ESCRITÓRIO. INTERIOR. DIA
JÁ ABRE CENA EM ROBERTO NERVOSO. LEANDRO E EDUARDA ESTÃO ALI COM ELE.
ROBERTO    — O seu irmão passa de todos os limites.
LEANDRO    — Pai, ele nem sabe mais o que são limites.
M. EDUARDA    — Bem, mas e agora? Porque esses dois já se encontraram, tiveram uma conversa. O seu irmão voltou de novo a procurar essa garota, a se dizer apaixonado.
ROBERTO    — E o noivado com a Vitória, o casamento, mais uma vez esquecido no churrasco. Que tanto problema, meu Deus! Tanto problema!
LEANDRO    — Calma, pai. Foi por isso mesmo que eu chamei vocês aqui. Eu acho que eu tenho a solução, por hora, dos nossos problemas.
MARIA EDUARDA INTRIGADA. ROBERTO ENCARA LEANDRO.
ROBERTO    — Como assim? Que solução seria essa?
LEANDRO    — Eu estive pensando, e depois dessa noite, eu acho que sei como afastar de vez a Júlia e o Davi. Não deixar que eles retomem esse namoro de juventude.
M. EDUARDA    — E como pretende fazer isso, meu filho? Mágica?
LEANDRO    — Algo bem mais simples, mãe. Uma coisa que as pessoas fazem desde que o mundo é mundo.
ROBERTO    — O quê?
LEANDRO    — Eu vou me aproximar da Júlia. Eu vou conquistar a Júlia e fazer ela esquecer o meu irmão.
M. EDUARDA    — (Baque) Como é que é? Que loucura é essa, Leandro?
CLOSES ALTERNADOS. CLOSE FINAL EM LEANDRO DECIDIDO.
CORTA PARA

FIM DO CAPÍTULO 09

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