Capítulo
13
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No capítulo anterior:
ALBERTO:
Eu tomei algumas decisões e já começamos a investigar o
paradeiro do Cadu, logo descobriremos onde ele está.
CAROLINA:
E você quer que eu faça o que? Te aplauda? Logo o seu irmão
vai aparecer, vai nos colocar na cadeia e não veremos a cor da
fortuna dele.
ALBERTO:
E o que é que você quer que eu faça?
CAROLINA:
Não adianta, nada do que você me diga ou faça vai me fazer
acreditar em você de novo. Tínhamos um plano, você falhou e mentiu
para mim.
ALBERTO:
Do que você está falando?
CAROLINA:
Que a partir de agora é cada um por si para salvar a sua pele,
eu também já comecei a mexer os meus pauzinhos. Como diz o ditado,
cada qual que salve a sua própria pele. Boa noite! (Carolina deixa o
escritório).
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LUIZA:
Verdade, acho que a última vez que o senhor veio até aqui foi
na festa de aniversário de dezoito anos da Beatriz, já se passaram
mais de dez anos, quanto tempo, não?
BENEDITO:
Pois é, velhos tempos... As vezes tenho a impressão de que a
vida está passando rápido demais. Mas me... (Benedito fica calado
ao avistar um porta-retrato com uma foto em que Beatriz está
acompanhada de um homem).
LUIZA:
Esse daí é o meu falecido genro, digo genro porque a Beatriz é
como se fosse a minha filha, ele era o marido dela. Morreu faz alguns
meses, foi uma verdadeira tragédia, espero que um dia possamos nos
recuperar. (Responde após perceber o olhar de Benedito fixado ao
porta-retrato).
BENEDITO:
(Pega o porta-retrato e reconhece Orlando na fotografia) Então,
você disse que esse era o marido da Beatriz que faleceu?
Cena 01 – Casa de
Luiza [Interna/Manhã]
(Benedito
impressionada-se com a descoberta que acabara de fazer).
LUIZA:
O que houve Benedito? Está passando mal?
BENEDITO:
Não, não... Só lembrei de algumas coisas do passado, nada
demais.
LUIZA:
Tem certeza? O senhor ficou tão abatido de repente. Quer que eu
chame a Clarissa?
BENEDITO:
Não, não. De verdade, eu estou bem. Vamos tomar o café que
você ia preparar ou não vamos?
LUIZA:
(Sorri) Vamos sim, me acompanhe até a cozinha, enquanto preparo
vamos colocando a conversa em dia.
BENEDITO:
E onde estão a Beatriz e aquele rapaz que está morando aqui?
LUIZA:
O Beto? Ah, os dois foram até a cidade. A Bia tinha consulta
hoje, parece que nesse exame que ela irá fazer vai dar para ver o
sexo do bebê, vamos descobrir se é menino ou menina.
BENEDITO:
Ah que maravilha, sabe que eu não consigo me acostumar com essas
modernidades? No meu tempo só se descobria se era menino ou menina
quando o bebê nascia...
(Benedito
consegue disfarçar e Luiza não percebe sua inquietação, os dois
seguem para a cozinha conversando).
Cena 02 –
Consultório Médico (Recife) [Interna/Manhã]
(A
obstreta observa atentamente as imagens no monitor enquanto faz uma
ultrassonografia na barriga de Beatriz que está acompanhada de
Beto).
BEATRIZ:
E então Doutora Cecília, como vão as coisas? O bebê está
bem?
DRA.
CECÍLIA: Ah, está tudo ótimo. 16 semanas, seu bebê cresce
forte e saudável, está se desenvolvendo muito bem.
BEATRIZ:
E já dá para saber o sexo do bebê? Eu quero muito saber,
gostaria de ser como essas mulheres que só querem saber quando
nascem, mas eu sou extremamente ansiosa.
DRA.
CECÍLIA: Estou vendo uma coisa...
BEATRIZ:
O que? O que a senhora está vendo?
DRA.
CECÍLIA: Você será mãe de uma menina, parabéns!
(Orlando
observa a cena e comemora).
ORLANDO:
Uma menina, minha filha!
BEATRIZ:
E pensar que há tempos atrás eu não queria ter um filho, não
consigo descrever o que estou sentindo agora, estou muito feliz.
(Beatriz segura a mão de Beto).
BETO:
(Olha para a mão de Beatriz e em seguida a aperta levemente).
ORLANDO:
(Percebe o clima que está pairando entre Beatriz e Beto, mudando
seu semblante em seguida para um ar sombrio).
Cena 03 – Haras Ferraz [Interna/Manhã]
(Na
cozinha, Marilda prepara o almoço enquanto Severino e Israel tomam
café).
SEVERINO:
Juro que não sei como você aguenta passar tanto tempo aqui
dentro, Marilda. Essa cozinha está fazendo um calor insuportável,
muito abafado...
MARILDA:
Eu já estou acostumada, meu filho. São tantos anos aqui,
comecei a trabalhar nessa fazenda quando o Tobias era um menino
ainda, seus falecidos pais eram maravilhosos.
ISRAEL:
Então você deve saber porque o patrão é assim...
SEVERINO:
Assim como, cabra?
ISRAEL:
Não se façam de doidos, todo mundo aqui sabe por alto dessa
história e se tem alguém que sabe melhor do que ninguém, esse
alguém é a Marilda, nós chegamos aqui quando a poeira já estava
baixando... Conta pra gente Marilda, quem foi a mulher que esteve a
ponto de destruir o Tobias?
MARILDA:
Eu não gosto de falar dessa história, o passado está
enterrado. Além disso, essa história mexe muito com ele, então ele
não gostaria que estivesse na boca dos empregados.
SEVERINO:
Eu concordo com a Marilda, além disso, se não sabemos dessa
história é porque ele não quer nos ver comentando a respeito.
(Tobias
surge na cozinha com um semblante fechado).
TOBIAS:
Terminem o café e vamos até o estábulo, quero checar todos os
cavalos agora mesmo, preciso saber se o remédio para carrapatos foi
eficaz. (Deixa a cozinha após comunicar a tarefa aos dois peões).
SEVERINO:
Manda quem pode e obedece quem tem juízo, ao trabalho.
ISRAEL:
Ao trabalho! (Israel e Severino deixam a cozinha pelas portas dos
fundos).
MARILDA:
Ah esses dois não tem jeito! (Vira-se para o fogão e começa a
mexer na panela sem perceber que está sendo observada).
CORUJA:
Essa é a minha oportunidade, perdoa pai do céu, mas eu estou
com fome... (Coruja se aproxima da mesa sem ser visto e rouba alguns
pães e uma caixa de leite, fugindo logo em seguida sem chamar
atenção).
MARILDA:
(Cantarola enquanto cozinha. Minutos depois, ao desligar o fogão,
nota que os alimentos sumiram da mesa) Ué, cadê a comida que estava
aqui?
Cena 04 – Ruas de
Recife [Externa/Manhã]
(Beatriz
e Beto caminham pelas ruas de Recife enquanto conversam).
BETO:
Eu posso fazer uma pergunta?
BEATRIZ:
Claro, pode perguntar.
BETO:
Porque quis que eu te acompanhasse na consulta?
BEATRIZ:
Ah, eu acho que você também sente a mesma coisa que eu. É tão
estranha essa ligação que existe entre nós, não sei se existem
essas coisas de outras vidas, mas parece que eu te conheço. Me sinto
tão próxima de você, segura... É algo que não dá pra explicar.
Eu me sinto em paz na sua presença e sinto que isso faz bem para o
bebê e também para mim.
BETO:
Eu sei bem como é, tenho a impressão de que te conheço, de que
já andei por aqui, que nossos destinos já haviam se cruzado, é
como se você já fizesse parte da minha vida há muito tempo, sinto
uma coisa estranha aqui no peito... Queria lembrar do meu passado,
talvez isso ajude a resolver todas essas questões. Eu quero muito
bem a você e o bebê, sinto como se houvesse uma estranha
necessidade de protegê-las.
BEATRIZ:
Você vai lembrar... Bem, chegamos a Divina! Que saudade do meu
trabalho. Vamos entrar? (Diz ao parar diante ao prédio que é sede
da Divina).
BETO:
(Estende o braço) Primeiro as jornalistas bem sucedidas!
BEATRIZ:
Não seja palhaço, vamos subir...
BETO:
Vamos! (Após alguns passos, Beto olha para trás).
BEATRIZ:
O que foi? Porque parou?
BETO:
Nada, só tive uma louca impressão de que estávamos sendo
observados.
BEATRIZ:
Homem, deixe de bobagens... Vamos subir! (Puxa Beto pelo braço e
os dois adentram no prédio).
(De
longe e com seu carro parado, Carolina os observa).
CAROLINA:
Bingo! Agora você não me escapa. Ah Carolina, além de linda
você é invencível. Boa garota, excelente.
Cena
05 – Ruas de Recife [Externa/Manhã]
CAROLINA:
(Desce do carro e dispara o alarme) Vamos lá, que comecem os
trabalhos! (Fala consigo mesma).
MULHER:
Meu Deus, Carol Montenegro... É você mesma? (Fala com
Carolina).
CAROLINA:
Sim, sou eu mesma. Agora eu tenho que ir...
MULHER:
Eu sou sua fã, te sigo nas redes sociais. Posso tirar uma foto
com você?
CAROLINA:
Claro, mas tem que ser rapidinho... Eu estou com pressa!
MULHER:
(Tira o celular do bolso e faz algumas selfies com Carolina)
Deixe-me ver como ficaram... Ah, ficaram tremidas, um pouco
embaçada... Podemos tirar outra?
CAROLINA:
Aí o problema já nao é meu, querida. Da próxima compre um
celular melhor e passa num especialista para checar esse seu mal de
parkinson, rainha da tremedeira. Eu hein, tchau! (Carolina atravessa a rua e deixa sua fã chocada).
MULHER:
Sua estúpida, eu vou contar tudo nas redes sociais, como você
é! (Grita).
CAROLINA:
(Grita do outro lado da rua) Ninguém liga pra você! (Mostra o
dedo).
(Carolina
se aproxima da portaria da revista).
PORTEIRO:
Bom dia senhora, posso ajudar?
CAROLINA:
Bom dia lindo, tudo bem? Gostei do seu uniforme, estiloso...
Então, eu estava passando ali do outro lado e tive a impressão de
ver uma amiga minha que eu não encontro há muitos anos entrar nesse
prédio.
PORTEIRO:
Amiga? Como ela é?
CAROLINA:
Ah, eu vou te descrevê-la. Ela tem mais ou menos essa altura
(mostra com as mãos). Está grávida e entrou acompanhada de um
homem de jeans e camisa xadrez.
PORTEIRO:
Ah, você está falando da Beatriz Grimaldi! Ela trabalha aqui há
muitos anos, é uma jornalista muito premiada e editora da revista.
CAROLINA:
Exatamente, minha grande amiga... Beatriz Grimaldi, a jornalista.
PORTEIRO:
A senhora vai subir? A quem devo anunciar?
CAROLINA:
Não, não... Eu lembrei que tenho um compromisso urgente agora e
tenho que ir. Tchau lindo! (Vai embora apressada).
PORTEIRO:
Eu, hein... Mulher mais estranha! (Fala sozinho).
Cena
06 – Casa de Carina [Interna/Manhã]
Música
da cena: A Gente Samba – Gabriel Nandes
(A
Inspetora Carina termina de se vestir para ir trabalhar quando é
surpreendida por uma visita inesperada).
INSPETORA
CARINA: Ué, quem será? Eu não estou esperando ninguém...
(Fala consigo mesma após ouvir a campainha tocar. Ao abrir a porta,
Carina fica perplexa). Mãe?
LUCIANA:
Surpresa! Será que eu posso entrar?
Cena
07 – Casa de Luiza [Interna/Manhã]
(Luiza
e Benedito conversam enquanto tomam um café na cozinha).
BENEDITO:
Tinha esquecido o quanto seu café era tão bom...
LUIZA:
Não precisa mentir, assim eu vou acabar ficando convencida.
BENEDITO:
Escuta Luiza, eu sei que não gosta de falar muito sobre isso,
mas está estampado nos seus olhos, você andou chorando não foi?
LUIZA:
(Respira fundo) Eu sei que posso confiar em você e que é de
confiança... Sim, eu andei chorando. Acho que preciso falar a
respeito, se não eu vou acabar explodindo.
BENEDITO:
É sobre ela, não é? Você nunca mais soube dela?
LUIZA:
Na verdade aquela miseravel escreveu durante anos, só que eu
nunca tive condições de abrir nenhuma das cartas. Durante anos o
meu peito carrega amargura e ressentimento, estão engasgados aqui
dentro...
BENEDITO:
Você não conversa com a Beatriz sobre ela?
LUIZA:
Não, nunca... Eu amo a Beatriz como se ela tivesse saído de
dentro de mim, além disso o que ela diria em saber a verdade? Que a
mãe dela é uma sórdida, uma qualquer!
Flashback:
25
ANOS ANTES...
(Todos
estão na igreja, o casamento de Luiza e Humberto está prestes a
acontecer).
LUIZA:
Não aguento mais esperar nessa sacristia, porque o Humberto não
chega? (Fala consigo mesma enquanto anda de um lado para o outro).
PADRE
FERNANDO: (Entra na sacristia) Eu não sei como dizer isso, mas
não tem outra forma que não seja assim, minha filha.
LUIZA:
O que foi, padre? Aconteceu alguma coisa com o Humberto?
PADRE
FERNANDO: Não haverá mais casamento, Luiza!
LUIZA:
Não haverá? Como assim não haverá? A igreja está cheia,
enfeitada com flores de cima abaixo, no salão de festas tem um bolo
e eu estou aqui, vestida de noiva esperando, como não vai haver
casamento? (Desespera-se).
PADRE
FERNANDO: O Humberto não virá, acabo de saber que ele está
prestes a fugir da cidade com outra mulher.
LUIZA:
Outra mulher? Não, ele não pode fazer isso comigo, isso só
pode ser um engano. Quem te disse isso? Quem é essa mulher? Me diga
padre, eu preciso saber...
PADRE
FERNANDO: Ele está fugindo com a sua irmã, a mãe da Beatriz. Luciana vai embora com o seu noivo!
LUIZA:
Minha irmã? Não, isso não pode ser verdade... (Luiza deixa a
sacristia completamente transtornada).
(Luiza
corre pela igreja, entre os convidados vestida de noiva e
completamente fora de si. Na sua, ela avista um cavalo de um peão
que está conversando nas proximidades da igreja e sem que ele veja,
ela o monta e sai em disparada pela cidade. Ao chegar em casa, ela
corre desesperada em busca da irmã, porém não a encontra. Seu
armário está vazio, toda a roupa fora retirada, só restavam os cabides e Beatriz está dormindo no berço. Na mesa da
cozinha, ela encontra uma carta).
“Minha
querida irmã, a essa altura você já deve ter entendido o que
aconteceu. Saiba que nada foi premeditado, eu e o Humberto nos
apaixonamos e não queríamos te magoar, por isso resolvemos começar
a nossa vida longe de tudo e dessa cidade para que você não siga
sofrendo.
Resolvi
deixar a Beatriz, pois não quero que ela carregue esse peso nas
costas ou me considere indigna no futuro, sei que tudo isso parece
absurdo, mas eu também sei que você é mais que tia e madrinha da
minha filha, você também é como mãe dela. Sem mais delongas, eu
espero do fundo do meu coração que você possa me perdoar, eu juro
que jamais quis te magoar.
Sua
irmã, Luciana.”
LUIZA:
(Amassa a carta e a joga longe) Vocês não vão brincar comigo,
não vão!
(Luiza
vai até seu quarto e revira uma das gavetas até encontrar um antigo revólver que pertencera ao seu pai, em seguida ela vai até o lado
de fora de casa, monta no mesmo cavalo e segue em rumo a casa de
Humberto. Ainda na estrada que daria acesso ao pequeno sítio onde
Humberto morava, ela avista seu noivo fugir de carro com a própria
irmã).
LUIZA:
Humberto seu desgraçado, você não vai fugir... (Grita).
Luciana, você não pode fazer isso comigo, sua própria irmã!
(Luiza atira diversas vezes contra o carro de Humberto, porém como
ele já se afastara, nenhum dos disparos atinge o veículo).
(No
salão de festas do Clube da cidade, tudo estava pronto para receber
a festa de casamento de Luiza e Humberto, alguns funcionários do
local ainda finalizam a arrumação do espaço, quando Luiza
adentrara no espaço completamente transtornada, suja e despenteada.
Em seguida num acesso de fúria, começara a destruir tudo a sua
volta).
LUIZA:
Eu não vou perdoar nenhum dos dois nunca, nunca! (Grita).
PADRE
FERNANDO: (Segura Luiza) Acalme-se minha filha, eu sei o quanto
isso é díficil, mas você precisa ser forte...
LUIZA:
(Chora).
Fim
do Flashback
LUIZA:
E então, como sempre fui muito discreta, as pessoas passaram a
não comentar sobre o assunto, pelo menos não na minha presença e
nem na da Beatriz, pelo menos dessa dor a minha sobrinha foi poupada.
Eu espero que os dois estejam queimando no inferno! Essaa história
terminou há mais de duas décadas.
BENEDITO:
Não, eu temo que essa história ainda não terminou, Luiza.
LUIZA:
E o que quer dizer com isso?
BENEDITO:
Que um dia a sua irmã pode reaparecer arrependida e querer
recuperar o tempo perdido com a filha.
LUIZA:
Isso nunca Benedito, nunca!
Cena
08 – Divina [Interna/Manhã]
(Vera
comemora a visita de sua editora-chefe e grande amiga).
VERA:
Beatriz, que surpresa boa!
BEATRIZ:
Quem é vivo sempre aparece, não é assim que dizem? (As duas se
abraçam).
VERA:
Sentem-se! O que estão fazendo aqui?
BEATRIZ:
Eu vim fazer uma consulta com a minha obstreta e antes de voltar
para a cidade, não resisti e vim visitar vocês... Que saudades
desse lugar, desse cheiro, dessas pessoas... Vejo que nada mudou por
aqui.
VERA:
Não mudou e pode ficar tranquila, que a sua vaga é mais que
garantida. Beatriz Grimaldi é insubstituível. Vocês tomam um café?
Vou buscar e não demoro, temos tantas coisas para falar. (Vera sai
para buscar um café para ela, Beatriz e Beto).
Cena
09 – Casa de Carina [Interna/Tarde]
(Carina
e Luciana conversam)
LUCIANA:
Desculpe chegar assim de repente, eu não queria interferir na
sua rotina ou te atrapalhar, se você quiser, eu posso ficar em um
hotel.
INSPETORA
CARINA: Mas é claro que não, eu jamais deixaria a minha mãe
ficar num hotel. Eu só não entendo o motivo de você não ter me
contado que estava no Brasil. Quando você chegou?
LUCIANA:
Já tem alguns dias, mas eu passei primeiro em São Paulo para
resolver alguns negócios do seu pai e agora estou aqui.
INSPETORA
CARINA: Você deveria ter me falado, eu teria ido te buscar no
aeroporto, teria feito até umas comprinhas, tipo aquelas comidas que
a senhora gosta.
LUCIANA:
Não precisa se preocupar, filha... Você sabe que eu não ligo
para essas coisas.
INSPETORA
CARINA: E pretende ficar muito tempo no Brasil dessa vez?
LUCIANA:
O tempo suficiente para reparar todos os meus erros.
Cena
10 – Ruas de Recife [Externa/Tarde]
(Beatriz
e Beto deixam a Divina).
BEATRIZ:
Seu não me levanto, a Vera até agora estaria arrumando assunto.
Ela gosta muito de conversar, é uma mulher encantadora, não é?
BETO:
Eu percebi, vocês duas se gostam muito e a Vera me pareceu ser
extraordinária, que classe, que elegância, né? Um exemplo de
mulher.
BEATRIZ:
Exatamente... O carro está ali, vamos!
(Beatriz
e Beto entram no carro e seguem de volta para Correntes).
CAROLINA:
(Observa de seu carro) Bem, agora vamos descobrir onde é que
você está se escondendo meu querido maridinho.
A
câmera foca em Carolina com as mãos no volante, a cena congela e o
capítulo encerra com o a tela azul da cor do céu.
Trilha
Sonora Oficial, clique aqui.
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