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Amor Astral - Capítulo 15



Capítulo 15

    - No capítulo anterior:

BEATRIZ: Na verdade eu estou bem indecisa sobre nomes, tinha pensado para menino, mas para menina eu estou na dúvida.

BETO: Se me permite, eu tenho uma sugestão!

BEATRIZ: Tem? E qual seria a sugestão?

BETO: Alice, como no país das maravilhas.

BEATRIZ: (Surpreende-se).

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MULHER: Escuta aqui você, sua pilantra. Eu já me cansei de você tentar me fazer de burra, ouviu? Eu quero meu dinheiro até amanhã, vou te passar o endereço de onde você vai entregar a encomenda... Anota aí!

CAROLINA: Você só pode está ficando louca, eu não tenho como conseguir tanto dinheiro assim da noite para o dia.

MULHER: Eu não quero saber, se vira! Ou você me paga amanhã a noite ou sua história suja vai estampar tudo que é noticiário de fofoca, sua cretina. Anota logo a droga do endereço! (grita).

CAROLINA: (Anota o endereço que a mulher informa).

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Carolina desce a escada apressadamente e vai até a biblioteca).

CAROLINA: Eu preciso resolver isso, essa mulher não pode abrir o bico! (Carolina abre o cofre, em seu interior pode-se ver muitos maços em dinheiro, alguns estojos de jóias e um revólver. Carolina então retira o revólver do interior do cofre). Eu vou te calar, só não disse como!

    - Fique agora com o capítulo de hoje!

Cena 01 – Cobertura Montenegro [Interna/Noite]
(Carolina retira alguns maços de dinheiro do cofre e guarda consigo, além de levar o révolver).

CAROLINA: Eu vou calar a sua boca, imunda do inferno... Ah se vou! (Fala consigo mesma e em seguida deixa a biblioteca).

(Na sala, Carolina dá de cara com Rangel e se assusta).

CAROLINA: Que susto criatura, parecendo uma alma penada essa hora pela casa. Quer me matar, é?

RANGEL: Perdão, senhora. Estava apenas apagando as luzes da casa. Precisa de alguma coisa?

CAROLINA: Eu preciso sim, que você suma da minha frente com essa sua cara deformada, suma! (Carolina sobe a escada rapidamente e vai para seu quarto).

RANGEL: Megera! (Fala sozinho e em seguida faz gesto de banana com os braços para Carolina).


Cena 02 – Escola Municipal [Interna/Manhã]
Música da cena: Garganta – Antônio Villeroy
(O dia amanhece, as pessoas caminham pelas ruas de correntes. Clarissa está sozinha em sala de aula enquanto organiza seus materiais para dar a aula naquela manhã, sendo surpreendida por uma visita).

BEATRIZ: Posso entrar, professora? (Pergunta parada na porta).

CLARISSA: Bia! Claro que pode, entra.

BEATRIZ: Eu não estou atrapalhando, estou?

CLARISSA: Não, geralmente eu sempre chego um pouco antes da aula começar para poder adiantar algumas coisas, mas... Que cara é essa? Aconteceu alguma coisa?

BEATRIZ: Eu descobri ontem que serei mãe de uma menina!

CLARISSA: Que notícia maravilhosa! Você não está feliz?

BEATRIZ: Não é isso... Quer dizer, não é apenas isso. Nos últimos meses minha vida tem sido um verdadeiro furação, tudo tem dado voltas e mais voltas. Eu não pretendia ser mãe, mas aconteceu e hoje eu vejo tudo isso com uma ótica diferente, já consigo me imaginar com a minha filha, traçando planos para o futuro, não abandoná-la, dar tudo o que eu não tive...

CLARISSA: Eu já sei o que está faltando, é o Orlando, não é?

BEATRIZ: Aí é que tá! É e não é...

CLARISSA: Eu estou começando a ficar confusa!

BEATRIZ: O Beto sugeriu o nome da minha filha ontem.

CLARISSA: Certo e o que é que tem isso? Foi uma boa sugestão?

BEATRIZ: Foi! Acontece que foi o mesmo nome que o Orlando queria dar para uma filha se um dia tivéssemos uma.

CLARISSA: (Espanta-se) Nossa, que coincidência...

BEATRIZ: Essa é o “X” da questão, eu não acho que seja uma simples coincidência. Você acredita que seria possível uma pessoa voltar depois de morta?

CLARISSA: Reencarnar, você quer dizer!

BEATRIZ: Eu acho que... Vou parecer uma louca falando, mas lá vai! Eu acho que o Orlando está reencarnado no Beto.

Cena 03 – Casa de Carina [Interna/Manhã]
Música da cena: Encantada – Rafael Cortez e Sabrina Parlatore.
(Imagens de Recife são mostradas até surgir a fachada da casa da Inspetora Carina).

CARINA: Mãe, a porta estava aberta, vim avisar que já estou... (Carina entra no quarto de Luciana rapidamente e a surpreende com uma boneca antiga).

LUCIANA: (Disfarça que estava chorando) Oi filha, já está indo para a delegacia?

CARINA: Mãe, o motivo da senhora ter voltado ao Brasil tem a ver com a filha que abandonou no passado, não tem?

LUCIANA: Eu não posso mentir, Carina... Tem sim, eu gostaria de me reaproximar dela e conseguir seu perdão!

CARINA: Mas mãe, já se passaram tantos anos... Reaparecer agora, assim... Não tem medo de que ela não te perdoe?

LUCIANA: Medo? Medo eu tenho de morrer sem rever a minha filha e sem que ela me perdoe, só isso.

Cena 04 – Escola Municipal [Interna/Manhã]

CLARISSA: Vamos ver se eu entendi... Você acha que o Orlando e o Beto são a mesma pessoa? Isso é uma loucura, Beatriz!

BEATRIZ: E como explicar tantas coincidências? Os gostos? São tão parecidos, ele gosta de cozinhar as mesmas coisas, das mesmas músicas, sugerir o mesmo nome e as vezes eu sinto a presença dele, é tão forte. Parece que estou ficando louca, mas eu não consigo tirar o Beto dos meus pensamentos, principalmente depois que a gente se beijou...

CLARISSA: Vocês se beijaram? Isso não está mais me parecendo loucura, pelo contrário. Me parece uma coisa bem diferente!

BEATRIZ: O que? Me diz!

CLARISSA: Me parece que você está apaixonada por ele.



Cena 05 – Escola Municipal [Interna/Manhã]

BEATRIZ: Apaixonada? Eu? Agora você que está ficando maluca... Isso é impossível, eu não estou apaixonada por ele, ninguém se apaixona assim, tão de repente... Isso só acontece nos filmes e nas novelas!

CLARISSA: Pois eu acho que estou diante de um caso da vida real! Você está realmente apaixonada, primeiro tentou ver traços do Orlando nele e agora está colocando na cabeça que ele e o Beto são a mesma pessoa. Bia, o Orlando se foi... De onde quer que ele esteja, ele gostaria que você seguisse a sua vida e fosse feliz.

BEATRIZ: Você não acredita em mim, não é?

CLARISSA: Não é isso amiga, é claro que eu acredito em você. Inclusive você está parecendo o meu avô falando sobre esses assuntos, mas uma coisa é inegável... Seus olhos brilham de um jeito especial quando você fala no Beto, só você não percebe isso, ou está evitando pensar nessa possibilidade!

(As crianças entram na sala correndo e fazendo muito barulho. Beatriz logo percebe que o horário da aula chegou).

BEATRIZ: Vejo que já está no horário da sua aula, eu já vou. Obrigada por me ouvir, outra hora nos falamos... (Beatriz e Clarissa se despedem).

CLARISSA: Me procure lá em casa depois para continuarmos essa conversa, está bem?

BEATRIZ: Está bem, até logo!

(Beatriz sai da sala de aula e caminha até o lado de fora da escola).
Música da cena: How Deep Is Your Love – Maria Augusta

BEATRIZ: (Destrava o alarme do carro e entra. No interior do veículo, ela reflete sobre o que Clarissa acabara de falar).

Flashback:

CLARISSA: Não é isso amiga, é claro que eu acredito em você. Inclusive você está parecendo o meu avô falando sobre esses assuntos, mas uma coisa é inegável... Seus olhos brilham de um jeito especial quando você fala no Beto, só você não percebe isso, ou está evitando pensar nessa possibilidade!

Fim do flashback.

BEATRIZ: Será? Será que eu estou realmente apaixonada pelo Beto? (Se pergunta). Ora, que bobagem... Ela que ficou doida, isso sim! (Beatriz liga o carro e vai embora).

Cena 06 – Cobertura Montenegro [Interna/Tarde]
(Alberto chega mais cedo em casa do escritório e logo é recebido por Rangel).

RANGEL: Senhor, que bom que chegou!

ALBERTO: Aconteceu alguma coisa, Rangel?

RANGEL: Sim, senhor. Tivemos uma despesa extra com o conserto do encanamento da lavanderia, por isso estou sem dinheiro para pagar a passadeira essa semana, precisamos repor o valor em dinheiro.

ALBERTO: E porque não pediu a Carolina? Ela também sabe o segredo do cofre, poderia muito bem ter te dado esse dinheiro em espécie.

RANGEL: Eu sei, senhor... Só que hoje ela amanheceu com um humor terrível e disse que não quer ser incomodada de jeito nenhum, nem se a Rainha Elizabeth quisesse gravar uma live com ela.

ALBERTO: (Ri da resposta) Patética! Venha comigo até a biblioteca, vou te dar o dinheiro.

(Alberto e Rangel vão até a biblioteca. Logo Alberto vai até o cofre retirar a quantia de dinheiro que Rangel precisa, porém nota que algo está diferente assim que o abre).

ALBERTO: (Percebe que o revólver não está no cofre. Em seguida retira algumas cédulas em dinheiro e entrega para Rangel) Aqui está, é suficiente?

RANGEL: Sim senhor, muito obrigado. Vou agora mesmo fazer o pagamento!

ALBERTO: Escuta Rangel, você viu se alguém esteve aqui hoje?

RANGEL: Na biblioteca? Hoje não senhor, só ontem. Eu vi a Dona Carolina saindo daqui ontem à noite.

ALBERTO: Está bem, pode voltar ao trabalho.

RANGEL: Sim senhor, com licença! (Deixa a biblioteca).

ALBERTO: E agora, o que será que essa cachorra está aprontando? Vou descobrir! (Pensa).

Cena 07 – Mercearia de Laurinha [Interna/Tarde]
(Eulália e Laurinha estão conversando no balcão da mercearia quando chega um cliente no estabelecimento).

SEVERINO: Boa tarde!

LAURINHA: Boa tarde! (Responde e após aguardar um breve instante, percebe que Eulália não o responde). Posso ajudar?

SEVERINO: Eu vim buscar uns aviamentos que a Marilda lá do haras encomendou...

LAURINHA: Ah sim, eu sei. Chegou tem dois dias, eu vou buscar, só um instante! (Laurinha vai até o depósito).

SEVERINO: Então quer dizer que você além de beata é mal educada? Não me ouviu cumprimentar?

EULÁLIA: Eu respondo quem eu quero e não me chame de beata, seu grosseirão! Está pensando que eu sou uma qualquer como as do Cabaré da Cissa que você não sai de lá? Eu sou uma mulher de Deus, respeitada!

SEVERINO: E você anda me espionando, é?

EULÁLIA: Eu não, que culpa eu tenho se a janela do meu quarto tem uma visão ampla do centro da cidade? O único sujo aqui é você, como se não bastasse viver na fornicação, ainda sai mostrando as partes por aí, por toda a cidade. Não tem medo de ir para o inferno não?

SEVERINO: Eu não, não me arrependo de nada do que eu fiz nessa vida. Sou um homem solteiro! No dia que eu casar e ter uma mulher pra ficar ao meu lado, aí eu me ajeito. Já a senhora, vai ter que se contentar olhando as partes dos outros e sem conseguir tirar da cabeça!

EULÁLIA: Ora, seu... (Eulália não conclui o que ia dizer, pois é interrompida por sua mãe que volta do depósito).

LAURINHA: Pronto, aqui está meu filho.

SEVERINO: E quanto eu lhe devo?

LAURINHA: Nada não, a Marilda já havia deixado tudo acertado.

SEVERINO: Bom, sendo assim até mais ver. Tchau “Lalinha”. (Vai embora).

EULÁLIA: (Eulália fica visivelmente irritada).

LAURINHA: (Se vira para a filha surpresa com a cena) Lalinha?

EULÁLIA: Até a senhora? (Eulália vai para casa furiosa).

LAURINHA: Sei não viu? Aí tem!


Cena 08 – Cobertura Montenegro [Interna/Noite]
(Carolina desce a escada rapidamente vestida de preto e usando luvas enquanto organiza alguns itens em sua bolsa, ela não percebe que está sendo observada).

CAROLINA: (Sai de casa e fecha a porta).

ALBERTO: (Abre a porta biblioteca em seguida) Vamos ver o que você está aprontando Carolzinha... (Alberto pega as chaves do carro e em seguida também sai de casa).

Cena 09 – Casa de Luiza [Interna/Noite]
(Beatriz reúne Beto e Luiza na sala para fazer um comunicado).

LUIZA: Vai menina, que eu não me aguento... Fala logo de uma vez!

BETO: É Bia, o que está acontecendo?

BEATRIZ: Calma gente! Não é nada de grave, eu só reuni vocês aqui para fazer um comunicado. Eu já decidi qual será o nome da minha filha. Ela irá se chamar Alice, como o Beto sugeriu!

ORLANDO: (Cerra o punho) O nome da minha filha, que eu sugeri e não esse desgraçado!


Cena 10 – Construção Abandonada [Externa/Noite]
(Carolina identifica que por fim chegou no local marcado para o encontro, então desliga o carro e desce em seguida).

CAROLINA: (Anda pela construção).

(Do lado de fora e com os faróis desligados, Alberto estaciona seu carro).

ALBERTO: (Estranha) Que lugar é esse? O que essa doida está fazendo aqui?

(No interior da construção, Carolina não demora muito para ser surpreendida).

CAROLINA: Então aí está você, do jeitinho que eu imaginei... Candi, uma chantagista barata!

CANDELÁRIA: Nossa, que maneira é essa de falar com uma velha amiga? Ou eu devo me referir a você como Cacau?

CAROLINA: Você não muda, não é mesmo sua velha porca? Deveria ter ficado na sua, eu já tinha te dado uma boa quantia de dinheiro no passado, onde você deveria está!

CANDELÁRIA: Ah, você sabe como são as coisas, não é? Hoje em dia, tudo com o preço lá em cima, o dinheiro acabou e eu preciso de mais. É nessas horas que contamos com as velhas amigas!

CAROLINA: Eu jamais seria sua amiga, velha nojenta.

CANDELÁRIA: Agora eu sou nojenta, não é? Mas no passado eu lhe fui bem útil, vejo que sofre de uma amnésia bem conveniente, não é?
(Alberto se aproxima e se esconde atrás de uma pilastra).

ALBERTO: Do que será que essa velha está falando? (Questiona a si mesmo em voz baixa).

CAROLINA: Cala essa boca! (Grita).

CANDELÁRIA: Você não passa de uma histérica, uma maluca! Agora você grita, me xinga... Mas quando saiu do esgoto e me apareceu grávida, eu era útil não era?

CAROLINA: Eu não quero continuar te ouvindo! (cobre os ouvidos com as mãos).

CANDELÁRIA: Mãe nenhuma faria o que você fez, nem uma cachorra de rua... Entregar um recém nascido como se fosse um saco de lixo. Não vai perguntar como está o seu filho? Ou também já se esqueceu do Gael?

CAROLINA: Onde ele está? O que você fez com ele sua velha asquerosa?

CANDELÁRIA: Eu nada, moleque mais chato ele... Acho que sei a quem ele puxou! Eu mandei ele embora, não me servia para nada. Ele é tão inútil quanto você.

CAROLINA: Você jogou o meu filho na rua?

ALBERTO: (Sussurra perplexo) Filho?

CANDELÁRIA: Eu sei muito bem quem é você, não precisa bancar a mãe zelosa, isso você nunca foi e nós duas sabemos disso. Agora vamos ao que interessa, cadê minha grana?

CAROLINA: Está aqui, só que eu não trouxe dinheiro!

CANDELÁRIA: Como assim você não trouxe dinheiro? Não me diga que trouxe em jóias? Sua maldita, é muito trabalhoso vender jóia, vão achar que eu roubei.

CAROLINA: Não, eu não trouxe jóias... Trouxe outra coisa bem diferente!

CANDELÁRIA: O que? Ouro em barra? Não sabia que os negócios iam tão bem. 

CAROLINA: Não, eu trouxe isso daqui... (Carolina tira o revólver da bolsa).

CANDELÁRIA: (Cai na gargalhada ao ver Carolina lhe apontar uma arma) O que você pensou? Que iria me assustar com esse revólver? Você não passa de uma vagabunda que eu ajudei a sair do esgoto. Você não tem coragem de nada, nem de criar um filho, imagina de matar! Eu quero minha grana sua cretina. (Esbraveja).

CAROLINA: (Continua com a arma apontada para Candelária em silêncio).

CANDELÁRIA: Eu quero meu dinheiro, sua safada! Está vendo? É como eu disse, você é uma fraca, não tem coragem de nada, não deve nem saber como funciona uma arma. Você é uma cadela, uma desnaturada, uma vadia, golpista... Eu vou sair daqui e vou colocar a minha boca no trombone, amanhã você estará de volta a sarjeta e eu vou acabar com você!

CAROLINA: (Grita e atira em Candelária três vezes, que cai no chão em seguida. Logo após, Carolina se aproxima dela). Dizem que tiro dói, é verdade? Uma pena você não poder me responder, não é? Ainda não existe uma forma de chantagear do inferno, que é pra onde você foi com passagem só de ida, velha porca!

ALBERTO: (Fica impressionado com o assassinato que acabara de presenciar).

A câmera foca em Carolina próxima ao corpo de Candelária, a cena congela e o capítulo encerra com o a tela azul da cor do céu.

Trilha Sonora Oficial, clique aqui.



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