JÚLIA
Uma novela criada e escrita por
RAMON FERNANDES
CAPÍTULO 20
CENA 01. ASSUNÇÃO ENGENHARIA. ANTESSALA DE ROBERTO. INTERIOR. DIA
Continuação imediata do capítulo anterior.
WILLIAM SE DEBATE, TENTANDO SE SOLTAR DOS SEGURANÇAS. ROBERTO MUITO ZONZO, FERIDO.
WILLIAM — (Furioso) Eu vou te matar, Roberto Assunção! Você é um monstro! Você não é gente! Não merece viver!
ROBERTO — (Berra) Coloquem esse cara pra fora! Joguem ele na rua!
OS SEGURANÇAS VÃO LEVANDO WILLIAM, QUE SAI BERRANDO CONTRA ROBERTO. O EMPRESÁRIO ALI, NA ANTESSALA, TODO ARREBENTADO. VERA O ENCARANDO. ELE ENTRA EM SUA SALA.
VERA — Meu Deus, será que o doutor Roberto foi capaz de fazer isso mesmo? Será que ele estuprou a Carol?
NELA PENSATIVA.
CORTA PARA
CENA 02. CALEIDOSCÓPIO. SALA DE JÚLIA. INTERIOR. DIA
Continuação imediata da cena 08/ capítulo 19.
JÚLIA PEGA NA MÃO DE LEANDRO, ELE PASSA A OUTRA MÃO PELO ROSTO, NERVOSO.
LEANDRO — Você tá querendo me dizer que/
JÚLIA — (Por cima) Não tô querendo. Eu tô dizendo, Leandro. Quando eu saí daqui a seis anos, eu fui embora grávida de um filho do seu irmão. O Davi é pai do Vinícius.
LEANDRO — Porque você nunca falou, Júlia? Porque você foi embora sem contar isso pra ele, ou pra alguém? O seu pai sabia disso?
JÚLIA — Sim, o meu pai sempre soube de tudo. E você sabe de tudo o que aconteceu comigo, de como o seu pai foi um canalha comigo, Leandro. Eu fiquei sem saber o que fazer. Eu só me vi com essa saída, de ir embora do Brasil, de tentar ter o meu filho sozinha, sem precisar de pai, sem precisar desse pai, em específico. E eu consegui durante todos esses anos, mas o Vinícius tem o direito de saber que tem um pai. O Davi precisa também saber que tem um filho.
LEANDRO — Eu entendo, Júlia. Infelizmente, o que aconteceu com você, foi algo impensável mesmo. Incabível. Mas o Davi tinha direito de saber.
JÚLIA — Eu sei. Eu quero corrigir o que eu fiz a anos atrás. Eu quero limpar o que houve.
LEANDRO — Você tá pretendendo fazer o que?
JÚLIA — Eu vou procurar o Davi. Eu vou contar sobre o Vinícius. Eu quero que o meu filho conviva com o pai dele. Eu sei que a família paterna do Vinícius, provavelmente não vou poder contar, e nem quero, meu filho não precisa de nada que venha da família Assunção, mas o meu filho precisa conviver com o pai dele. É o justo!
LEANDRO CONCORDA. SEGURA A MÃO DE JÚLIA.
LEANDRO — Ele também vai ter o tio por perto.
JÚLIA — (Sorri) Obrigada.
LEANDRO — Eu te falei uma vez, e vou te falar sempre. Conta comigo pra qualquer coisa, Júlia. Eu gosto de você, de verdade. E eu tô aqui, te apoio em qualquer decisão que você tenha.
JÚLIA ABRAÇA LEANDRO. ELE A ENCARA. A PUXA PARA SI. OS DOIS SE BEIJAM. ELE FAZENDO CARINHO NO ROSTO DELA.
CORTA PARA
CENA 03. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. NOITE
MÚSICA: "Complicado" - Vitão e Anitta
PAISAGENS NOTURNAS DO RIO SENDO MOSTRADAS EM SEQUÊNCIA. ÚLTIMO TAKE NA FACHADA DA MANSÃO ASSUNÇÃO.
CORTA PARA
CENA 04. MANSÃO ASSUNÇÃO. SALA. INTERIOR. NOITE
MARIA EDUARDA DESCENDO AS ESCADAS. UMA EMPREGADA AOS PÉS DA ESCADA, OLHA PARA OUTRO PONTO DO AMBIENTE. MÚSICA OFF.
M. EDUARDA — Você disse que tem alguém me esperando?
A EMPREGADA INDICA COM UM GESTO. MARIA EDUARDA OLHA PARA O PONTO E A CÂM REVELA BRUNO E GABY, ESPERANDO.
M. EDUARDA — (Se aproxima) Boa noite. Vocês...
GABY — Dona Maria Eduarda, a senhora lembra de mim? (Sorri/ Cumprimenta) Gabriela Bacelar. Sou irmã da Vitória.
M. EDUARDA — (Sorri) É claro, meu bem. Que cabeça a minha!
MARIA EDUARDA A ABRAÇA, CUMPRIMENTA. BRUNO DESCONFORTÁVEL.
M. EDUARDA — E como você tá? Quase nunca aparece por aqui. Uma surpresa!
GABY — Eu tô bem, mas não foi sobre mim que eu vim procurar a senhora. (Olha Bruno) Esse aqui é o Bruno.
BRUNO — (Cumprimenta) Prazer, dona Maria Eduarda.
M. EDUARDA — (Cumprimenta) Prazer, Bruno. Mas o que seria então, Gaby?
GABY — É sobre o Bruno, dona Eduarda.
BRUNO — Desculpa invadir a sua casa assim, mas é porque eu realmente precisava conversar com a senhora, ou com o seu marido. Doutor Roberto, né?
M. EDUARDA — Entendi, mas Roberto ainda está na construtora. Mas se eu puder ajudar...
GABY — O assunto é um pouco delicado, e eu nem sei como a senhora vai reagir.
BRUNO — Dona Maria Eduarda, eu sou filho de uma antiga empregada da sua família. Não sei se você vai lembrar dela, mas o nome dela é Tereza Rodrigues.
A EXPRESSÃO DE MARIA EDUARDA MUDA NESSE MOMENTO. ELA COLOCA A MÃO NO ROSTO, MUITO NERVOSA. BRUNO E GABY SE ENTREOLHAM, NÃO ENTENDENDO.
M. EDUARDA — (Balbucia) Tereza...
BRUNO — A senhora lembra da minha mãe?
M. EDUARDA — (Encarando) Claro. Eu lembro da sua mãe. O seu nome mesmo?
BRUNO — Bruno.
GABY — Dona Eduarda, a mãe do Bruno acabou de morrer. Ela morreu de câncer.
M. EDUARDA — Eu sinto muito, Bruno. Meus pesâmes.
BRUNO — Obrigado. Bom, antes de morrer, a minha mãe teve uma conversa comigo, uma espécie de mea culpa.
M. EDUARDA — Uma conversa?
BRUNO — Minha mãe me contou que ela trabalhou pro seu marido a mais de vinte anos. Dona Maria Eduarda, eu vou ser direto, eu não sei como anestesiar essa conversa.
MARIA EDUARDA ENGOLE SECO, JÁ PREVENDO QUAL SEJA O ASSUNTO.
BRUNO — Ela disse que o patrão dela, o seu Roberto Assunção, ele teve um caso com ela. Ela disse que eu sou filho dele.
M. EDUARDA — Filho?!
MARIA EDUARDA SENTA NO SOFÁ. GABY APREENSIVA.
GABY — Dona Eduarda, o Bruno ficou pensativo se deveria ter vindo aqui ou não. É difícil pra ele também.
BRUNO — Talvez a senhora nem acredite nessa história, talvez por me achar só mais um cara querendo o dinheiro de vocês, mas não é isso. Eu não quero dinheiro!
M. EDUARDA — Calma! Eu não disse disso! (Pensativa) Eu...
BRUNO — (Por cima) Eu só quero reconhecimento. Só quero ter a chance de olhar pra ele, de tentar ver alguma coisa nele que me identifique com o meu pai. A senhora entende?
MARIA EDUARDA PENSA POR ALGUNS INSTANTES. LEVANTA E ENCARA BRUNO.
M. EDUARDA — Eu acredito em você, Bruno.
BRUNO — (Surpreso) Acredita?
GABY — Claro que o Bruno vai fazer um teste de DNA com o doutor Roberto, mas ele só quer conhecer o pai, dona Eduarda.
M. EDUARDA — Eu entendo. Bruno, posso só te pedir uma coisa?
BRUNO ENTREOLHA-SE COM GABY E ENCARA EDUARDA. FAZ QUE SIM COM A CABEÇA.
M. EDUARDA — Antes de você falar com o Roberto, deixa que eu fale com ele primeiro?
BRUNO — Como assim?
M. EDUARDA — Eu conheço o meu marido. Deixa com que eu fale com ele primeiro sobre o assunto, sobre isso tudo que você me contou. Tá bem? Por favor.
BRUNO OLHA GABY, ELA FAZ QUE SIM COM A CABEÇA. BRUNO OLHA EDUARDA E TAMBÉM CONCORDA. ELA SORRI, AINDA NERVOSA.
M. EDUARDA — Deixa seu contato comigo. Eu vou falar com o Roberto.
EM BRUNO CONCORDANDO.
CORTA RAPIDAMENTE PARA
CENA 05. MANSÃO ASSUNÇÃO. SUÍTE DE ROBERTO E EDUARDA. INTERIOR. NOITE
JÁ ABRE NA REAÇÃO EXPLOSIVA DE ROBERTO.
ROBERTO — Nunca! Eu nunca vou assumir esse filho, Maria Eduarda! Ele pra mim não existe!
M. EDUARDA — (Espantada) Roberto, ele é seu filho!
ROBERTO — Não é! Ele não é meu filho! Ele foi um erro, de um casinho com uma empregada.
MARIA EDUARDA ABALADA. ENCARANDO ROBERTO.
M. EDUARDA — Você ainda não me falou o que foram esses cortes no seu rosto. O que aconteceu, Roberto? Pode me dizer?
ROBERTO — (Respira fundo) Eu me meti em uma briga... De trânsito. Foi algo que já foi resolvido.
MARIA EDUARDA O OLHANDO SEM ACREDITAR MUITO. ROBERTO ACENDE UM CIGARRO, PRÓXIMO A JANELA.
M. EDUARDA — Esse menino, o Bruno/
ROBERTO — (Por cima) Esse menino não existe, Maria Eduarda! Pelo menos, não pra mim!
M. EDUARDA — (Incisiva) Ele existe! Ele estava na sala hoje, reclamando por um pai! Reclamando por ser reconhecido por um pai!
ROBERTO IGNORA, DÁ DE OMBROS. MARIA EDUARDA BALANÇA A CABEÇA NEGATIVAMENTE.
M. EDUARDA — Não é possível que você seja assim tão frio, Roberto. É seu filho!
ROBERTO — (Berra) É um bastardo!
ROBERTO PASSA A MÃO PELA CABEÇA, NERVOSO.
ROBERTO — (Tom mais ameno) Eu não entendo. Você não gosta de empregadinhos, da filha do motorista e, agora tá se importando com esse bastardinho? Qual é a tua, hein, Eduarda?
M. EDUARDA — Talvez eu tenha errado, Roberto. Talvez eu viva errando!
ROBERTO A ENCARA. EDUARDA SAI DO QUARTO. EM ROBERTO, BUFANDO DE ÓDIO.
CORTA PARA
CENA 06. MANSÃO ASSUNÇÃO. JARDIM. EXTERIOR. NOITE
DAVI VEM VINDO POR ALI. ELE CHEGA PRÓXIMO DA ÁREA DA PISCINA.
DO SEU PV: UMA MULHER DE COSTAS. ELE FICA PARADO, PENSATIVO POR ALGUNS INSTANTES.
DAVI — (Tom) Júlia!
JÚLIA SE VIRA. OS DOIS SE ENCARAM. ELE SE APROXIMA.
DAVI — A Paulina falou que você tava no jardim, que queria falar comigo. Eu tô surpreso, confesso!
JÚLIA — Eu preciso conversar com você, Davi. É um assunto sério.
CLOSES ALTERNADOS. DAVI CURIOSO.
CORTA PARA
CENA 07. MANSÃO ASSUNÇÃO. SALA. INTERIOR. NOITE
A PORTA SE ABRE E VITÓRIA ENTRA. PAULINA VINDO DA COZINHA.
VITÓRIA — Paulina, o Davi está?
PAULINA — Boa noite, também, Vitória. Tudo bom?
VITÓRIA — Deixa de conversa fiada, empregada. Cadê o Davi?
PAULINA — Pela ignorância, eu não deveria responder, mas como eu não gosto de mentir pra ninguém. Não posso deixar você sendo passada pra trás.
VITÓRIA — Do que você tá falando, criatura?
PAULINA SORRI, DEBOCHADA.
PAULINA — Seu noivinho tá lá no jardim.
VITÓRIA A IGNORA E SEGUE ENTÃO PARA O JARDIM. PAULINA SORRI, EM SEGUNDO PLANO.
PAULINA — (Tom) Com a Júlia. A amada dele!
VITÓRIA — (Se vira) O que?!
EM VITÓRIA FURIOSA.
CORTA PARA
CENA 08. MANSÃO ASSUNÇÃO. JARDIM. EXTERIOR. NOITE
JÚLIA ENCARANDO DAVI. ELE NERVOSO.
DAVI — Fala, Júlia. Tá me deixando nervoso.
JÚLIA — Davi, eu espero que você entenda. Eu vim falar sobre tudo o que aconteceu com a gente, sobre o que me fez sair daqui e o que isso me levou a fazer.
DAVI — (Sorri) Você quer voltar comigo, é isso? Júlia, eu quero que você saiba que eu sempre te amei. Eu nunca te esqueci/
JÚLIA — (Por cima) Davi, Davi, escuta! Não é isso!
DAVI — (Decepcionado) Não?
JÚLIA — Não! Não foi pra voltar alguma coisa, retomar alguma história que eu te procurei. Não é nada disso. Você tá entendendo errado!
DAVI SENTA EM UMA ESPREGUIÇADEIRA.
DAVI — (Sem muito ânimo) Então?
JÚLIA — Davi, quando eu fui embora dessa casa, eu/
VITÓRIA — (OFF) Ei, o que tá acontecendo aqui, hein? Posso saber?
JÚLIA OLHA EM DIREÇÃO A VITÓRIA, QUE VEM RÁPIDA NA DIREÇÃO DELES. DAVI SE LEVANTA.
VITÓRIA — Que palhaçada é essa que tá acontecendo aqui? Alguém pode me explicar?
EM VITÓRIA, ENFURECIDA.
CORTA PARA
CENA 09. APARTAMENTO DE WILLIAM E CAROL. QUARTO CASAL. INTERIOR. NOITE
WILLIAM ABRE A PORTA, CAROL ENTRA, AINDA MUITO DEPRIMIDA E CABISBAIXA. ELE ARRUMA A CAMA PARA ELA DEITAR.
WILLIAM — Tá bom a cama assim, amor?
CAROL BALANÇA A CABEÇA, ACENA QUE SIM. WILLIAM SENTA AO SEU LADO.
WILLIAM — Tá precisando de alguma coisa?
CAROL — Não.
WILLIAM — Carol, agora que nós já viemos do hospital, que nós conversamos com a doutora Marta, você quer falar comigo sobre o que houve?
CAROL O ENCARA. BALANÇA A CABEÇA NEGATIVAMENTE. WILLIAM LEVANTA-SE.
WILLIAM — Tudo bem. Eu vou te respeitar então. Mas eu quero que você me veja como seu companheiro. Eu tô aqui pra tudo, Carol. Sou seu companheiro até o fim.
WILLIAM VAI SAIR. CAROL O ENCARA.
CAROL — William.
WILLIAM SE VIRA.
CAROL — (Chorando) Eu vou matar aquele desgraçado!
BAQUE. WILLIAM VAI ATÉ CAROL. A ABRAÇA. CAROL CHORANDO.
CAROL — Eu juro, William. Eu vou matar o Roberto. Vou matar aquele monstro!
WILLIAM — A gente vai dar um jeito nisso tudo, meu amor. Confia em mim!
OS DOIS ABRAÇADOS. CAROL CHORA NO OMBRO DO NAMORADO.
CORTA PARA
CENA 10. MANSÃO ASSUNÇÃO. JARDIM. EXTERIOR. NOITE
Continuação imediata da cena 08.
VITÓRIA SE APROXIMA DE JÚLIA. DAVI SE COLOCA NO MEIO DAS DUAS.
JÚLIA — Vitória, eu não tô afim de brigar com você hoje, ok? Sem tempo pras suas loucuras!
VITÓRIA — (Ri) Loucura? Você vai ver quem é a louca aqui, querida!
DAVI — (Tom) Vitória, menos! A Júlia me procurou pra conversar um assunto importante. Vai embora, por favor.
VITÓRIA — (Exulta) O quê, Davi? Ir embora? Você tá me zuando, né?
DAVI — Vitória, por favor.
VITÓRIA — (Bate o pé) Eu não vou, Davi!
JÚLIA PEGA SUA BOLSA, QUE ESTAVA SOB A ESPREGUIÇADEIRA.
JÚLIA — Então vou eu, que não sou obrigada a ficar aguentando chilique de patricinha enjoada.
VITÓRIA — (Berra) Sua lambisgóia!
JÚLIA VIRA OS OLHOS, VAI SAINDO. DAVI FAZ MENÇÃO DE IR ATRÁS.
DAVI — Júlia, e a nossa conversa?
JÚLIA — Fica pra uma outra hora, Davi!
VITÓRIA — Fica pra hora nenhuma! Nunca que essa conversa vai existir, ouviu, sua vadia?!
JÚLIA VAI INDO. DAVI SOLTA VITÓRIA E BUFA DE RAIVA.
VITÓRIA — Que é, hein, Davi? Vai atrás agora da ex-pobretona, filha do motorista? Me poupe, Davi! Com um mulherão desses, um boeing desses, você se contentar com aquele teco-teco!
DAVI A ENCARA. FAZ NEGATIVA COM A CABEÇA E VAI SAINDO. VITÓRIA CORRE ATRÁS DELE.
VITÓRIA — Volta aqui, meu amor! Volta que eu não terminei de falar, Davi!
NELA INDO ATRÁS DELE.
CORTA PARA
CENA 11. CARRO DE JÚLIA. INTERIOR. NOITE
MÚSICA: “Velha Infância” - Melim
JÚLIA ESTÁ AO VOLANTE, PERDIDA EM SEUS PENSAMENTOS.
FLASHES DE SEU ROMANCE COM DAVI VEM À CABEÇA. ELA DEIXA ALGUMAS LÁGRIMAS CAÍREM.
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FLASHES DE SEUS MOMENTOS AGORA COM LEANDRO. ELA PENSATIVA. PERDIDA EM SEUS PENSAMENTOS.
JÚLIA — Me ajuda, meu Deus. Eu preciso dar um rumo novo pra minha vida. Eu não quero mais viver de passado. Me ajuda!
O SINAL FECHA. O CARRO DELA PARA. JÚLIA FECHA OS OLHOS RAPIDAMENTE.
FADE OUT/
FADE IN/
CENA 12. CLIPE
A MÚSICA ANTERIOR SEGUE, ENQUANTO UM CLIPE COM VÁRIAS SEQUÊNCIAS DE CENAS VÃO APARECENDO:
01 - PARQUE/ EXTERIOR/ DIA:
JÚLIA E LEANDRO PASSEANDO POR UM PARQUE. PRÓXIMO DALI, ESTÃO VINÍCIUS NO PARQUINHO. FELIPE BRINCA COM O NETO. JÚLIA E LEANDRO EM CLIMA DE ROMANCE, TROCAM BEIJOS.
CORTA PARA JÚLIA E LEANDRO BRINCANDO COM VINÍCIUS. CLIMA DE HARMONIA.
02 - CONSULTÓRIO PSICÓLOGA/ INTERIOR/ DIA:
WILLIAM E CAROL DIANTE DA PSICÓLOGA MARTA. CAROL VAI FALANDO EM OFF, CHORA EM ALGUNS MOMENTOS. WILLIAM ABRAÇA A NAMORADA. OS DOIS SAEM DO CONSULTÓRIO DE MÃOS DADAS.
03 - MANSÃO ASSUNÇÃO/ SALA/ INTERIOR/ DIA:
EDUARDA E ROBERTO DISCUTEM FORTEMENTE. ELA FALA SOBRE BRUNO, ELE A DEIXA FALANDO SOZINHA. MARIA EDUARDA SE JOGA NO SOFÁ, CHORA ABANDONADA.
04 - SÃO DE FESTAS/ INTERIOR/ DIA:
VITÓRIA E INGRID ESTÃO ALI OLHANDO VÁRIAS COISAS PARA O CASAMENTO. CUIDAM DA DECORAÇÃO, ARRANJO DE FLORES E BUFFET. DE CANTO, ESTÁ DAVI. ELE NÃO ESTÁ NADA ANIMADO, APENAS MARCA PRESENÇA, QUANDO VITÓRIA O PUXA PARA VER ALGUM DETALHE, ELE FAZ QUE NÃO E FICA EMBURRADO EM UM CANTO. VITÓRIA NEM SE ABALA, CONTINUA VERIFICANDO TODOS OS DETALHES PARA O GRANDE DIA.
05 - MANSÃO BACELAR/ SUÍTE DE ARTHUR E INGRID/ INTERIOR/ NOITE:
INGRID LENDO UM PAPEL, COM EXPRESSÃO MUITO PREOCUPADA. ELA FICA FURIOSA E RASGA O PAPEL NO MEIO. CÂM DETALHA: INTIMAÇÃO JUDICAL SOBRE A ABERTURA DO PROCESSO DE INJÚRIA RACIAL, MOVIDO POR BRUNO.
06 - ASSUNÇÃO ENGENHARIA/ SALA DA PRESIDÊNCIA/ INTERIOR/ DIA:
REUNIÃO DO CONSELHO ROLANDO. TODOS OS ACIONISTAS ESTÃO PRESENTES. NA CABECEIRA DA MESA, ESTÁ ARTHUR. PODEROSO, PRESIDINDO A REUNIÃO. A PORTA SE ABRE, ROBERTO ENTRA COM UMA BANDEJA DE CAFÉS. ARTHUR FAZ ROBERTO SERVIR CAFEZINHO PARA ELE E PARA OS DEMAIS ACIONISTAS. ROBERTO COM UMA CARA NADA AMIGÁVEL. HUMILHADO POR ARTHUR, QUE SORRI, SATISFEITO, VENDO O INIMIGO DERROTADO.
07 - LOJA DE NOIVAS/ INTERIOR/ DIA:
HELENA PROVANDO VESTIDOS DE NOIVA. ELA SAI DO PROVADOR COM UM VESTIDO LINDÍSSIMO. VÉU NA CABEÇA. UM MODELO MAIS CLÁSSICO. NICOLAS ESTÁ COM ELA. ELE SE EMOCIONA, MAS FINGE NÃO SE IMPORTAR PARA NÃO DAR O BRAÇO A TORCER. HELENA ABRAÇA O IRMÃO, QUE DEIXA UMA LÁGRIMA CAIR. ELA RI. HELENA SE OLHA NO ESPELHO.
CORTA PARA
CENA 13. RIO DE JANEIRO. EXTERIOR. DIA
MÚSICA CONTINUA. UM RIO DE JANEIRO AMANHECENDO, LUMINOSO, LINDO. O COTIDIANO DA CIDADE INICIANDO UM FINAL DE SEMANA JÁ REVELANDO BANHISTAS E SURFISTAS NAS PRINCIPAIS PRAIAS DA CIDADE.
LEGENDA: DIAS DEPOIS
ÚLTIMO TAKE NA FACHADA DA MANSÃO ASSUNÇÃO.
CORTA PARA
CENA 14. MANSÃO ASSUNÇÃO. QUARTO DE HÓSPEDES. INTERIOR. DIA
ABRE NO REFLEXO DE VITÓRIA, VESTIDA DE NOIVA, DIANTE DE UM ESPELHO DE CORPO INTEIRO. ELA SORRI, ESTÁ PRONTA PARA O GRANDE DIA. CÂM ABRE IMAGEM E REVELA INGRID, EM UM BELÍSSIMO VESTIDO LONGO DE FESTA, VAI AJEITANDO O VÉU DA FILHA. VITÓRIA SE VIRA, SORRINDO.
VITÓRIA — Eu tô pronta mãe! Finalmente o melhor dia da minha vida!
CLOSES ALTERNADOS. EM VITÓRIA, RADIANTE.
CORTA PARA
FIM DO CAPÍTULO 20
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