Capítulo 35 (Últimas Semanas)
- No capítulo anterior:
BEATRIZ:
E então, vai demorar? Estou curiosa!
(Questiona encostada na porta).
CLARISSA:
(Abre a porta do banheiro e sai) Eu
não tive coragem de olhar, toma! (entrega o teste).
BEATRIZ:
É, não resta mais dúvida... Você e o
Tobias terão um filho! (Diz ao olhar o teste).
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(No escritório, Tobias organiza uma papelada em sua mesa
quando é surpreendido).
TOBIAS: (Percebe a presença de alguém e ao levantar a cabeça, se
depara com Carolina) Mas o que significa isso? O que você está fazendo aqui?
CAROLINA: Você não se faça de santo, eu já sei muito bem onde você
pretende chegar e o que está fazendo. Onde ele está? Quero vê-lo, eu também
tenho direitos!
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DONA CISSA: (Interrompe com um grito) Chega! Eu que não admito que
você continue debaixo do meu teto me fazendo de idiota e a mercê da polícia
baixar aqui e acabar com o que eu demorei anos para construir. Acho que é
melhor você bater asas daqui!
IARA: O que quer dizer com isso? A senhora está me expulsando
daqui?
DONA CISSA: Eu te dou meia hora para desaparecer do meu cabaré! Não
vou abrigar uma bandida aqui dentro. E um conselho, tome muito cuidado, pessoas
como você não costumam ter um bom final. (Sai do quarto em seguida).
IARA: A senhora está muito enganada, o meu final será
grandioso. Pode apostar! (Fala sozinha).
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CAROLINA:
Eu era muito jovem, estava com medo.
Um filho iria atrapalhar os meus planos, eu não queria um filho, tinha aversão
a ele quando chorava, por isso eu quis fazer um aborto, mas não consegui. Não
conseguia gostar dele quando vi aquela criança nos meus braços, então eu o
abandonei!
(Ouve-se um barulho nesse instante, são bolinhas de gude que
caem no piso de madeira lentamente e que Coruja segurava. O menino acabara de
ouvir toda a confusão parado na porta).
CLARISSA:
Gael!
TOBIAS:
Vem cá, meu filho... A gente precisa
conversar, tenho tanta coisa para te dizer.
CAROLINA:
É ele? O meu filho? (Carolina
impressiona-se ao rever o filho depois de tantos anos e tenta se aproximar
dele, porém o menino corre).
CLARISSA:
Gael, volta aqui... Gael! (Clarissa
corre atrás do menino).
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(Aos prantos, Gael corre pela mata após descobrir que a
mãe não gostava dele e por isso o abandonou. Clarissa cavalga em alta
velocidade, enquanto chama pelo o menino que não responde. Um close na cela do
cavalo revela que o assento está se soltando).
CLARISSA:
Vamos Quixote, mais rápido, mais
rápido... (Diz enquanto balança as rédeas do cavalo).
(A cela do cavalo se desprende completamente, Clarissa
cai do cavalo e fica inconsciente no meio da mata).
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Fique agora com o capítulo de hoje!
Cena 01 – Haras Ferraz [Externa/Tarde]
(A cavalo, Tobias, Severino, Israel e Sérgio buscam por
Gael e Clarissa na mata).
TOBIAS:
Eu acho que é melhor nos separarmos,
desse jeito não vamos encontrá-los nunca. Eu e o Israel vamos para esse lado!
(Aponta).
SÉRGIO:
Eu e o Severino vamos pelo outro
lado então, nos reencontramos aqui!
(Os quatro se dividem em duplas para encontrarem Clarissa
e Gael perdidos na mata enquanto o anoitecer se aproxima. No haras, Cadu
confronta Carolina).
CADU:
Como você pode ser capaz de fazer
tamanha monstruosidade dessas?
CAROLINA:
(Finge chorar para ludibriar o
marido) Tente me entender, eu era muito jovem, estava apavorada com a
maternidade, tive medo de não ser boa o bastante para ele e por isso eu dei o
menino.
CADU:
Eu sinceramente acho até bom estar
com amnésia esse momento, teria vergonha em descobrir esse seu passado sujo!
CAROLINA:
Por favor, não me julgue! Eu estou
arrependida, quero o meu filho de volta.
CADU:
Isso só reforça o meu desejo de que
é melhor para nós dois o divórcio!
CAROLINA:
Como se atreve a se aproveitar desse
momento de fragilidade para falar em divórcio? Saiba que eu não vou deixar você
se juntar com aquela sequestradora. Você sabia que ela foi em nossa casa me
agredir?
CADU:
Eu não acredito mais em você,
Carolina! Peça a Deus que nada aconteça a esse menino, peça a Deus!
(Na mata, Sérgio e Severino encontram o cavalo de
Clarissa sem ela e sem usar a cela de montar).
SÉRGIO:
Veja, aquele foi o cavalo que a
Clarissa saiu!
SEVERINO:
Se o cavalo está aqui, onde será que
a professora está?
(Ouve-se um barulho de galhos quebrando-se ao serem
pisoteados).
SÉRGIO:
(Ilumina com uma lanterna em direção
as árvores e percebe que Gael se aproxima).
SEVERINO:
Menino, que susto você nos deu...
Todos estão te procurando, sobe aqui, vou te levar para casa!
GAEL:
(Sem dizer nenhuma palavra e com os
olhos inchados, Gael monta no cavalo de Severino).
(Do outro lado da mata, Tobias e Israel continuam
buscando por Clarissa).
ISRAEL:
(Observa um certo ponto da mata e
desce do cavalo) Acho que vi algo ali... (Israel aponta com a lanterna e
encontra Clarissa caída e inconsciente). Patrão, eu a encontrei, ela está
aqui... (Grita).
TOBIAS:
(Ao ouvir os gritos de Israel,
rapidamente ele se aproxima, desce do cavalo e vai ao encontro do peão e a
professora) Clarissa, meu amor... Fala comigo, o que você tem, responde por
favor... (Fala inclinado perto do corpo de Clarissa, que segue desmaiada). Vai
buscar ajuda Israel, volte até o haras e chame uma ambulância, não podemos
removê-la daqui, ela pode ter quebrado alguma coisa, é muito perigoso. Vá e eu
fico com ela, depressa! (Ordena).
ISRAEL:
(Seguindo as ordens de Tobias,
rapidamente Israel monta de volta em seu cavalo e vai até o haras buscar
ajuda).
Cena 02 – Casa de Luiza [Externa/Tarde]
Música da cena: Abrázame - Camila
(Orlando brinca com a filha que consegue notar sua
presença enquanto Luiza dobra umas roupinhas da menina).
LUIZA:
Está sorrindo meu anjinho? (Diz ao
perceber que a menina se mexe e sorri como se estivesse brincando).
(A campainha toca).
LUIZA:
Será que a mamãe voltou? Vou abrir e
porta e já volto! (Vai até a porta e a abre em seguida). Você? O que faz aqui,
veio ver a Beatriz?
OTTO:
Não, apenas vim lhe fazer uma visita
de cortesia. Me convida para entrar?
LUIZA:
Claro, entre por favor...
OTTO:
Conversamos tão pouco das vezes que
nos vimos, gostaria de me aproximar mais de você.
LUIZA:
De mim? Eu não entendo o motivo, não
preciso de um advogado.
OTTO:
Não estou aqui como advogado, estou
aqui como amigo!
Cena 03 – Mata [Externa/Noite]
(Com ajuda de Israel, a ambulância consegue chegar ao
local do acidente).
TOBIAS: (Observa Clarissa ser imobilizada cautelosamente pela
equipe de emergência enquanto está numa maca).
CORUJA: Foi tudo culpa minha, se eu não tivesse corrido, a
professora não teria vindo atrás de mim e caído do cavalo. (Diz entristecido).
TOBIAS: (Se aproxima do menino e se agacha de frente para ele)
Uma criança do seu tamanho não pode carregar uma culpa desse tamanho, meu
filho. Foi uma fatalidade, um acidente. Infelizmente essas coisas acontecem, o
importante é que o socorro chegou e que ela ficará bem. Agora preciso que você
vá para casa com o Severino e se comporte, prometo que assim que tiver notícias
eu te avisarei. Posso contar com você?
CORUJA: Pode!
PARAMÉDICO: Ela está pronta, podemos seguir. (Avisa após colocar a
maca no interior da ambulância).
TOBIAS: Eu vou com vocês! (Tobias entra na ambulância e segura a
mão de Clarissa que continua desacordada).
(Sérgio, Severino, Israel e Gael observam a ambulância
partir rumo ao hospital).
Cena 04 – Hospital de Correntes [Interna/Noite]
(Completamente lúcida e sem os tubos de ventilação, após
ser examinada, Luciana conversa com as filhas).
INSPETORA
CARINA: E então doutor, como a minha mãe está?
MÉDICO: Bem, ela será transferida para o quarto e se as coisas
continuarem progredindo bem assim, logo terá alta.
LUCIANA: Eu estou bem minha filha, pode acreditar!
INSPETORA CARINA: Agora a senhora diz isso, mas antes quase me matou de
susto. A senhora quase morreu, sabia?
BEATRIZ: Eu fico feliz que esteja se recuperando.
LUCIANA: Eu que fico ainda mais feliz em saber que você se
preocupa comigo e veio me ver. Obrigada! (Estende a mão para Beatriz).
BEATRIZ: (Segura a mão de Luciana) Bem, agora eu preciso ir para
casa. A Alice ficou com a minha tia e daqui a pouco é hora de amamentar, sabe
como é...
LUCIANA: Eu entendo sim, pode ir minha filha. Espero que venha me
visitar mais vezes!
BEATRIZ: Claro, eu voltarei em breve.
(Pensativa após deixar o quarto, Beatriz caminha pelo
corredor e ao cruzar a recepção, ela encontra com pessoas conhecidas).
BEATRIZ:
Ué, o que estão fazendo aqui? Vieram
visitar a Luciana?
CADU:
(Levanta-se da poltrona em que
estava sentado ao lado de Tobias) Infelizmente não...
BEATRIZ:
Não? Então o que foi que aconteceu e
porque o Tobias também está aqui?
TOBIAS:
A Clarissa... (Engole seco).
BEATRIZ:
A Clarissa está ótima, eu encontrei
com ela mais cedo e ela tinha ido até o haras te dar uma notícia. A propósito
parabéns!
TOBIAS:
Eu não estou entendendo, do que você
está falando?
BEATRIZ: Ela não te contou? (Beatriz observa melhor e percebe a
cara tensa de Tobias e Cadu). O que está acontecendo? Eu estou começando a
ficar assustada...
(Benedito entra na recepção rapidamente).
BENEDITO:
Onde está a minha neta? Onde ela
está? Eu quero vê-la!
TOBIAS: Calma, Seu Benedito! Ela está lá dentro, os médicos ainda
não vieram nos comunicar qual o quadro dela.
BEATRIZ: Gente, alguém pode me explicar o que está acontecendo
aqui? O que houve com a minha amiga?
CADU: A Clarissa sofreu um acidente, ela caiu do cavalo...
MÉDICA: Os familiares de Clarissa de Oliveira!
TOBIAS: Aqui, nós estamos aqui... Como ela está?
MÉDICA: (Observa a todos com um semblante fechado).
Cena 05 – Hospital de Correntes [Interna/Noite]
BENEDITO:
Fale de uma vez doutora, como a
minha neta está!
MÉDICA:
Felizmente fora de perigo! Ela não
teve nenhuma fratura ou lesão cerebral.
TOBIAS:
Graças a Deus!
MÉDICO:
Só que com a queda, infelizmente ela
perdeu o bebê.
TOBIAS:
Bebê? Que bebê? (Estranha).
MÉDICA: A paciente estava com aproximadamente quatro semanas de
gestação. Com a queda, o saco gestacional se deslocou e desprendeu
completamente, era impossível não perder o bebê. Peço que deem bastante apoio a
ela, pois ela está muito fragilizada com o que aconteceu, por mais que a
gestação estivesse no comecinho, é sempre muito triste perder um bebê. Ela está
no quarto 8, daqui há 15 minutos estará pronta para receber visitas, somente
uma pessoa por vez. Com licença! (Se retira em seguida).
TOBIAS: Eu não consigo entender...
BEATRIZ: Ela tinha descoberto hoje de manhã, fizemos um teste de
farmácia e ela estava indo te dar a notícia... Eu sinto muito! (Diz com lágrima
nos olhos).
(No quarto, Clarissa está abatida e com os olhos inchados
depois de chorar muito com a notícia sobre o bebê. Tobias é o primeiro ao
entrar).
CLARISSA: Eu quero ficar sozinha, não quero falar com ninguém
agora... (Começa a chorar).
TOBIAS: (Sem dizer nenhuma palavra, vai até a cama, deita ao lado
de Clarissa e abraça) Eu não vou te deixar sozinha, essa dor é nossa! Eu não
vou mais te deixar sozinha, eu prometo.
Cena 06 – Cobertura Montenegro [Interna/Tarde]
Música da cena: Cremosa – Banda Uó
(Na sala e sozinha, Doralice novamente faz uma live, mas
ninguém a assiste).
DORALICE: Oi Dodôfãs, como vocês estão? Por aqui está tudo ótimo,
hoje meu dia foi incrível, eu faxinei, fiz almoço e agora vamos fazer um
tutorial, eu vou ensinar para vocês.
CAROLINA: (Abre a porta e corre em direção ao quarto sem falar
nada).
DORALICE: Vai jantar senhora? Senhora? Surucucu... Aposto que deve
ter comido sua presa na rua, nojenta! Poxa... ninguém viu minha live.
(Carolina entra em seu quarto bruscamente).
CAROLINA:
(Se olha no espelho e lembra do
rosto de Gael) Meu filho... Eu preciso recuperar o meu filho! (Diz para si
própria).
Cena 07 – Ruas de Correntes [Interna/Noite]
(Com o carro estacionado em uma das ruas da cidade de
Correntes, Alberto fuma seu cigarro frustrado por não ter conseguido eliminar o
irmão).
ALBERTO:
Desgraçado, parece que adivinha
quando algo vai acontecer. Queria saber quem tanto protege esse maldito!
(Alberto se cala quando ouve a porta do lado do passageiro se abrir).
IARA: Eu sabia que era você, te reconheci de longe... Que
carrão, hein? (Diz ao sentar no banco do passageiro e fechar a porta).
ALBERTO: Era só o que me faltava, a amiguinha da Carolina...
IARA: Carolina não, Cacau do Pandeiro... Aquela ali tem o passado
mais sujo do que pau de galinheiro.
ALBERTO: E vocês se conhecem há muito tempo, eu imagino.
IARA: Sim, tem pra lá de quinze anos. Conheci aquela vaca
quando ela era bem jovem, mas e você, vai ficar aí parado me fazendo pergunta
ou vai me levar para dar uma volta?
ALBERTO: Oi? Ficou doida?
IARA: Eu vou te mostrar do que uma doida é capaz de fazer...
(Iara parte para cima de Alberto e o beija intensamente).
Cena 08 – Casa da Família Grimaldi [Externa/Tarde]
Atenção leitor(a): A partir
de agora faremos uma viagem no tempo e regressaremos algumas décadas e vidas
passadas, as próximas cenas serão ambientadas na década de 50.
Correntes, 1953
Música da cena: Que Será –
Dalva de Oliveira
(Beatriz observa seu reflexo no espelho e percebe que sua
barriga está cada vez mais em evidência).
BEATRIZ: Meu
bebê, como eu gostaria que o seu pai estivesse aqui... Tenho certeza de que ele
estaria extremamente feliz se você estivesse aqui. (Diz enquanto acaricia a
barriga).
ORLANDO:
Eu posso entrar? (Pergunta com a
porta entreaberta).
BEATRIZ:
Se eu disser que não, você entraria
do mesmo jeito.
ORLANDO:
Sua mãe e sua tia já foram? (Diz ao
entrar).
BEATRIZ:
Sim, a essa altura elas já devem
estar perto da nossa chácara. Minha mãe sente-se melhor com o ar de lá, eu
gostava muito de ir para lá quando era criança. Enfim, se me permite, eu
gostaria de ficar sozinho.
ORLANDO:
Até quando vai me tratar assim? Eu
amo você, Beatriz!
BEATRIZ:
Mas eu não! O nosso casamento é
apenas um acordo por conveniência, você sabe que fui praticamente obrigada,
para prezar esse maldito sobrenome. Eu não vou te amar nunca, nunca! (Diz
irredutível).
Cena 09 – Clube de Lazer da cidade de Correntes
[Externa/Tarde]
(Sentadas em cadeiras próxima a piscina, Carolina e Iara
tomam sol enquanto tomam um coquetel).
IARA:
Que bom que você saiu, fazia tempo
que não saia de casa, estava virando um móvel.
CAROLINA:
Sair para que? Aqui todo mundo fica
mal falado, vivemos em boca de Matilde, bando de fofoqueiros.
(Sem perceber que Carolina está no clube, Orlando toma
banho na piscina olímpica, trajando apenas calção de banho e ao sair, chama
atenção devido o seu corpo em forma).
CAROLINA:
(Observa fixamente Orlando sair da
piscina).
IARA:
(Nota o olhar indiscreto de Carolina
e alfineta) É impressão minha ou você está secando o marido da sua prima?
CAROLINA:
Melhor você cuidar da sua vida e
ficar quietinha, amiga! (Disfarça).
Atualmente, 2020.
(No plano astral, Orlando e Adelaide continuam
conversando sobre vidas passadas).
ORLANDO:
Quanto mais você me fala de vidas
passadas, menos eu entendo essa história de ligações.
ADELAIDE:
Na realidade tudo está bem claro, só
você não percebeu.
ORLANDO:
Mas do que você está falando?
ADELAIDE:
Sua missão agora é proteger o Cadu
nessa vida, cabe a você permitir que ele tenha uma vida feliz agora.
ORLANDO:
(Olha para Adelaide surpreso com o
que acabara de ouvir).
Cena 10 – Cidade de Correntes [Externa/Tarde]
Música da cena: Anjo – Roupa Nova
(Os dias anoitecem e amanhecem rapidamente, uma passagem
de tempo começa).
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Beatriz e Cadu cuidam de Alice.
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Luciana tem alta do hospital.
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Carolina observa Gael escondida.
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Tobias cuida de Clarissa e a ajuda a se recuperar.
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Severino e Eulália brigam como cão e gato.
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Iara e Alberto continuam se encontrando em motéis.
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Almeida interroga Beatriz e Cadu novamente sobre seu desaparecimento.
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Laurinha discute com o Padre Fernando sobre o casamento de Eulália.
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Otto visita Luiza novamente e dessa vez traz flores.
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Beatriz visita Luciana com Alice.
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Adelaide continua com seus ensinamentos de vidas passadas para Orlando,
enquanto Bonifácio os observa.
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Doralice continua insistindo em lives, porém Rangel debocha dela.
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Serena dança no poledance para Israel no cabaré.
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Gael e Tobias levam café na cama para Clarissa.
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Daniel continua cuidando de Guilherme que segue em coma.
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Beatriz evita contar o que sabe para reunir provas mais concretas sobre
Carolina.
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A pasta que revela que Cadu recebeu o coração de Orlando continua em cima da
cômoda, esquecida.
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Eulália prova o vestido de noiva as turras com a mãe.
UM MÊS DEPOIS...
Cena 11 – Igreja Nossa Senhora da Conceição
[Externa/Manhã]
(Chega o dia do casamento de Eulália e Severino. Todos
estão reunidos na igreja, no altar, Severino espera com bastante ansiedade. Do
lado de fora, o carro estaciona com Laurinha e Eulália).
EULÁLIA:
Nem por um decreto eu desço desse
carro, não vou casar com o domador de jumentos.
LAURINHA:
(Furiosa, desce do carro e abre a
porta do lado de Eulália violentamente) Ah, mas você desce! Você vai entrar
nessa igreja, nem que eu saia te arrastando pelo véu, desce do carro Eulália,
eu estou mandando!
(A marcha nupcial começa e Eulália entra na igreja
acompanhada da mãe, que a leva até o altar e a entrega para Severino).
PADRE
FERNANDO: Estamos aqui reunidos para celebrar
a união em matrimônio entre esses dois jovens, Eulália Pedrosa e Severino
Bezerra.
(A cerimônia prossegue, os moradores da cidade assistem
atentamente ao casamento. Padre Fernando abençoa as alianças com água benta).
PADRE FERNANDO: Severino Bezerra, você aceita Eulália Pedrosa como sua
esposa, para amá-la e respeitá-la, na alegria e na tristeza, na saúde e na
doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe?
SEVERINO: Sim padre, eu aceito.
PADRE FERNANDO: Eulália Pedrosa, você aceita Severino Bezerra como seu
esposo, para amá-lo e respeitá-lo, na alegria e na tristeza, na saúde e na
doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe?
EULÁLIA: (Fica em silêncio).
(Diante do silêncio de Eulália, começa um burburinho na
igreja).
DONA
CISSA: Agora danou, a vara-pau perdeu a
língua!
SERENA:
Ela não é nem doida de perder essa
chance, o Severino é um pedaço de mal caminho, mas também foi o único doido a
querer se casar com essa doida, se ela não casar hoje, morre encalhada...
LAURINHA:
Minha filha, o padre falou com você,
faça o favor de responder.
SEVERINO:
Além de Maria Mijona, você ficou
surda? Nem se atreva a me deixar plantado no altar que aqui não é novela, eu
vou te buscar onde você tiver e você casa.
PADRE FERNANDO: Vou repetir... Eulália Pedrosa, você aceita
Severino Bezerra como seu esposo, para amá-lo e respeitá-lo, na alegria e na
tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os
separe?
EULÁLIA: (Olha para a mãe, para o padre e para Severino, em
seguida responde a contra gosto) Sim, eu aceito.
(Pode se ouvir um suspiro de alívio de todos os
convidados).
PADRE FERNANDO: Então, o que Deus uniu, o homem não poderá separar. Eu
vos declaro, marido e mulher. O noivo pode beijar a noiva!
Música da cena: Quem Me Dera – Márcia Fellipe e Jerry
Smith
EULÁLIA: (Levanta-se arrumando o vestido) Até parece que vou
beijar um homem que fede a jumento!
SEVERINO:
Só espero que você não se mije de
novo... Se você não beija, eu beijo! (Severino curva Eulália e a beija
ardentemente sobre aplausos de todos na igreja).
Cena 12 – Clube da
Cidade [Interna/Tarde]
(Uma banda toca músicas românticas na recepção do
casamento de Eulália e Severino).
CLARISSA:
(Segura Alice no colo) Vem cá com a
dinda, vem princesa!
TOBIAS:
É uma linda criança, não é?
CORUJA:
(Corre de volta até a mesa) Quero
bolo.
TOBIAS:
Não seja esfomeado... Daqui a pouco
eles irão servir, cuidado para não cair e não esbarrar em ninguém enquanto
corre.
SEVERINO:
(Conversa com Eulália enquanto dança
com ela na pista) Sabe o que eu acho?
EULÁLIA:
O que?
SEVERINO:
Que a gente deveria fugir daqui e
adiantar a nossa noite de núpcias...
EULÁLIA:
Noite de núpcias?
SEVERINO:
Vai dizer que não sabe o que
acontece na noite de núpcias? (Questiona sem perceber que deixara Eulália
apreensiva).
(A banda da festa começa a tocar a música tema de Beatriz
e Cadu).
Música da cena: How Deep Is Your Love
BEATRIZ:
Sabe que olhando tantos casais
dançando, deu inveja? (Comenta com Cadu).
CADU:
Não seja por isso! (Levanta-se e
estende a mão para Beatriz). Senhora, me concede esta dança?
CLARISSA:
Vai lá, eu fico com a minha
afilhada...
BEATRIZ:
(Segura na mão de Cadu e os dois
caminham até a pista de dança).
(Em meio aos outros casais, Beatriz e Cadu dançam
abraçados. De repente, Cadu sente uma forte dor na cabeça e flashes começam a
surgir, transitando entre o passado e o presente).
BEATRIZ:
Cadu, tá tudo bem? (Fala ao perceber
a expressão estranha de Cadu, porém ele não a ouve, por mais que esteja olhando
diretamente para ela).
CADU: (Uma mistura de imagens começa a percorrer seus
pensamentos. Flashes de outra vida revelam ele dançando com Beatriz exatamente
a mesma música que os dois estavam dançando naquele momento. Vozes começam a
surgir em sua cabeça. Ele então recorda o dia em que sofreu um acidente, do
sequestro arquitetado pelo próprio irmão e que ele tentou matá-lo, recuperando
finalmente a memória).
A câmera foca no rosto de Cadu
atordoado, a cena congela e o capítulo encerra com o a tela azul da cor do céu.
Trilha Sonora Oficial, clique aqui.
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