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Alto Mar - Capítulo 14 (Últimos Capitulos)



ALTO MAR

GÊNERO WEBSÉRIE

ESCRITA POR GABRIEL PRETTO

REALIZAÇÃO RANABLE WEBS

CAPÍTULO 14

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CENA 1: Quarto 72/Hotel La Sirena/Manhã/

 

Vinicio está tomando café da manhã com Andrés. Ambos estão quietos e apreensivos. 

                   

Vinicio (sonolento): Então, como você dormiu essa noite?

Andres: É...mais ou menos...acordei duas vezes essa madrugada. E quanto á você?

Vinicio (sonolento): Bem...eu tente dormir...não consegui. Tinha uma sensação ruim, sabe...como se...tivesse um aperto no meu peito, como se algo terrível aconteceu. Mas eu tenho quase certeza que não aconteceu nada.

Andrés: Será que...você não quer tentar tirar um cochilo agora?

Vinicio: Não. Não precisa. Nada que um café não responda.

Andrés: E...você tem alguma idéia do que pode estar te incomodando?

Vinicio: Mal sei. É um pressentimento que...saiu do nada. 

 

Alguém bate na porta.

 

Andrés: Eu atendo.

Vinicio (sussurrando): NÃO! 

 

Os dois ficam quietos

 

Andrés (sussurrando): O quê? Qual foi?

Vinicio: Fica aqui.

 

Vinicio abre as gavetas da pia e pega uma faca. Lentamente ele vai se aproximando da porta com todo cuidado para não ser ouvido. Ao chegar na porta, ele esconde a faca no bolso e abre a porta. Ao abrir, ele se depara com Lorenzo cheio de hematomas no rosto.

 

Lorenzo: Bom dia.

Vinicio (em choque): Lorenzo? M...meu deus...onde você tava? Você não me deu notícias. O que aconteceu com você.

Lorenzo: Eu posso entrar? Assim eu consigo explicar com mais calma.

Vinicio: Claro. Entre, por favor.

 

Lorenzo entra no quarto e Vinicio fecha a porta.

 

Cena 2: Farmácia 24 horas/Manhã/

 

Keylor está procurando a mãe passando de estabelecimento em estabelecimento com uma foto da mãe. Ele entra numa farmácia e vai até a recepção.

 

Keylor: Am...bom dia. 

Recepcionista: O que deseja?

Keylor: É...por acaso você não viu essa mulher ontem a noite? Ela é minha mãe. Ela está desaparecida desde ontem. Você a reconhece?

 

Keylor mostra uma foto da mãe. A recepcionista inspeciona a foto por alguns segundos.

 

Recepcionista: Olha, eu não sei se era ela, mas uma mulher muito parecida com essa passou aqui durante a madrugada.

Keylor: E você pode me falar o que ela fez aqui?

Recepcionista: Ela comprou um teste de gravidez. Ela parecia estar nervosa e com pressa.

Keylor: E pra onde ela foi?

Recepcionista: Isso eu não tenho como dizer moço. Me desculpe.

Keylor: Ta...muito obrigado. Isso vai ajudar muito.

Recepcionista: Não precisa agradecer.

 

Cena 3: Quarto 867-B/Hospital de Puerto Limon/

 

Carlos está deitado em uma maca. Ele está desacordado e se recuperando da cirurgia. Ele pode ser visto por uma janela de vidro. Lá fora, Ludim observa o pai com lágrimas em seus olhos. Constância se aproxima do neto.

 

Constância: Você vai ficar aqui ainda? Eu vou voltar pra casa.

Ludim: O que a gente vai fazer vó? 800 mil colons. Como a gente vai conseguir esse dinheiro?

Constância: A gente vai dar um jeito. Eu...posso até vender o borde-

Ludim: Não! Você não vai vender aquele lugar. É o seu estabelecimento que você lutou para construir com o seu suor. A gente pode vender casa, carro, qualquer coisa. Mas o seu bordel, que te sustenta até hoje, isso você não vai vender coisíssima nenhuma.

 

Cena 4: Quarto 210/Hotel Caribe/Manhã/

 

Laerte está sentado na cama com os olhos preocupados. Ele também parece estar sonolento e cansado.

 

Laerte imagina cenas do acidente em sua mente. Ele começa a ficar ofegante. Podemos ouvir ao fundo o som da batida em forma de eco. Ele grita.

 

Laerte: Não! NÃO! NÃO! NÃO!

 

Ele respira rapidamente.

 

Laerte (sussurando): Você não vai me assombrar pro resto da vida. Pode me assombrar lá no inferno. Mas enquanto eu estiver de pés juntos, eu não vou permitir que você me atormente, seu pobre fedorento.

 

Cena 5: Quarta 72/Hotel La Sirena/Manhã

 

Andrés, Lorenzo e Vinicio estão sentados na mesa.

 

Andrés (chocado): Ele descobriu tudo?

Lorenzo: Eu não sabia o que fazer. Ele...ele ia me matar se eu negasse. Eu tinha que ter escondido melhor aquela merda daquele papel. Certeza que foi aquela merda daquela secretária dele que achou aquela porra.

Vinicio: Tá, mas agora não interessa saber quem foi ou quem não foi. O que interessa é o que a gente vai fazer. Eu ia sugerir a gente planejar como a gente vai desmascarar ele em público e colocar ele na cadeia.

Lorenzo: Você precisa fazer isso realmente?

Vinicio: Isso é o mínimo que ele merece depois do que ele fez.

Lorenzo: Eu ouvi dizer que acharam o Atena naufragado, provavelmente logo teremos algum tipo de inquérito que aponte falhas na estrutura que tenha levado ao naufrágio.

Vinicio: Mas ai a coisa vai complicar pra você! Você era sócio dele quando o Atena afundou. Com certeza você vai ter que encarar algum tipo de processo. Você precisa de um advogado!
Lorenzo: É. E isso é uma boa chance de você se pronunciar sobre outros crimes que o Laerte fez. Talvez levar o caso do Deméter a julgamento seria uma boa sacada. Se a gente conseguir achar algum tipo de prova que ele planejou o atentado contra o Deméter, ai ele vai pra cadeia com certeza. E vai apodrecer lá.

 

Cena 6: Hotel Caribe/Quarto 210/Manhã/

 

Laerte está deitado na cama quando Alina entra no quarto e senta na cama.

 

Alina: Não vai tomar café, meu doce de mel?

Laerte: Me deixa quieto. Eu só quero dormir.

Alina (erótica): Tem alguma coisa que eu posso te fazer para lhe alegrar?

Laerte: Sim, tem sim. Eu preciso que você consiga as fitas de vigilância do dia que o documento do Atena for roubado. Eu quero ver esse ladrão.

Alina (desapontada): Tá...tá bom. Vou ver o que posso fazer.

 

Cena 7: Bordel de Constância/Manhã/

Constância está sentada no balcão tomando uísque.

Constância (sonolenta): Ai! Me...vê mais um ai.

Balconista: Dona Constância, saia disso. Você não é desse jeito. Você é uma mulher guerreira. O Carlos também é um homem forte! Ele vai sair disso!
Constância: É fácil falar quando NÃO é seu filho. Vamos! Me passa mais um que eu to mandando!

Balconista: Constância...me desculpe, mas eu não posso oferecer mais um. Você está exausta. Vá pra casa descansar. Tire um cochilo, escute o rádio. Não precisa vir hoje a noite. Eu aviso o pesso-

Constância (Irritada e Chorando): Vocês só pensam em ‘’ajudar’’, né!? Mas no fundo só acabam piorando! O Carlos NUNCA vai sair disso. NUNCA! Eu perdi meu único filho que eu não tratei bem e agora eu preciso ver com isso na minha cabeça pro resto dessa vida! E vocês acham que só um conselho resolve! Tô cansada disso. Eu mereço sofrer mesmo. Isso deve ser castigo divino. Ele ta cobrando pela péssima mãe que eu fui.

 

Cena 8: Corredores do Hospital/Puerto Limon/Manhã/

 

Paola acaba de receber alta do hospital e está caminhando pelos corredores abalada. Ao dobrar o corredor, ela acaba esbarrando em um homem. Ela acaba caindo no chão.

 

Ludim (constrangido): Ai...me desculpa...me desculpa mesmo. Deixa eu te ajudar a levan...

 

Ludim percebe que é Paola. Os dois se olham com surpresa

 

Ludim: V-você?

Paola: O que você ta fazendo aqui? Como andam as coisas?

Ludim: Terríveis.

Paola: Pra mim também...olha, quem sabe a gente não vai ali na cafeteria e pega alguma coisa pra comer. Ai a gente pode se conversar melhor.

Ludim: Boa idéia. Não comi nada ainda. Estou com bastante fome

 

Cena 9: Casa de Constância/Manhã/

 

Constância acaba de acordar de um cochilo de meia hora. Ela desce as escadas toda destruída. Ela vai até o seu altar de Nossa senhora e acende uma vela. A música ‘’Onde Estará o meu amor’’ de Maria Betânia começa a tocar. Ela se ajoelha em frente a estátua chorando e cruza as mãos

 

Constância (rezando e chorando): Minha mãe, eu sei que eu pequei com ele. Eu pequei sim. Pequei bem mais do que o senhor pode me perdoar. Eu mereço tudo o que está acontecendo com a minha casa, com o meu emprego, com a minha saúde. Mas...o Carlos é um homem bom. Ele é um homem bom SIM! Ele só está perdido! Por favor minha mãe, por favor, eu imploro. Ajude meu filho a sair desse labirinto que muitos chamam de perdição. Ajude-o a levá-lo para mim. Você...você pode levar a mim. Sim, pode sim! Mas por favor, se um dia você resolver me levar para fora dessa terra, que pelo menos antes não deixe o Carlos sofrer. Se precisar, leve-o. Eu deixo. É terrível da minha parte desejar isso, mas...em sua situação...eu sei que a melhor deixá-lo ir embora. Mas antes de você levá-lo, perdoe ele. Perdoe a mim também. Perdoe a meu filho antes de qualquer coisa, depois a senhora pode recorrer a mim, minha mãe. Mas...eu sei que cabe a sua vontade e a sua misericórdia decidir o que fazer. Mas por favor, não deixe meu filho sofrer.

 

Constância faz o sinal da cruz e se levanta lentamente. Ela fica parada, olhando para o chão enquanto chora silenciosamente por alguns segundos. Ela beija a sua mão e toca na figura de nossa senhora.

 

Cena 10: Quarto 210/Hotel Caribe/Meio Dia/

 

Laerte acaba de voltar do almoço. Ele entra no quarto furioso acompanhado de Alina.

 

Laerte (Furioso): Você também não me avisou né? Por quê? Por que você não me avisou antes que o Lorenzo estava falando pelas minhas costas sua incompetente? CADE AS MINHAS FITAS?

Alina: Elas chegarão pela noite. Não ia fazer diferença se eu falasse ou não. Você acaba com ele do mesmo jeito, não é?

Laerte: MAS É PRA ACABAR COM ELE ANTES QUE ELE POSSA PASSAR A INFORMAÇÃO PRA MAIS ALGUEM OU RECORRA AO VINICIO. EU PODIA SAIR NA RUA ARMADO PRA PROCURAR ELE NESSE MONTE DE LIXO! MAS COMO EU VOU SABER ONDE ELE TÁ? ELE NÃO VAI TAR NAQUELE BAR NEM A PAU!

Alina (se aproximando de Laerte): Calma, calma. Você precisa relaxar.

 

Alina beija os lábios de Laerte, que empurra a secretária para trás e acerta um tapa nela.

 

Laerte (Furioso): Você não vem me seduzir com essas suas nojeiras! Não vem! Tá achando que tudo que eu só quero na vida é enrabar? Vai pro bordel, vai! Eu não vou descansar antes de ver esse Lorenzo de cara na chão, de preferência morto que nem eu fiz com o Lauro! Agora vê se faz algo de útil e SAI DAQUI! SAI! ME DEIXA SOZINHO! DESINFETA!

Alina sai do quarto, muito desapontada por não ter seus fetiches atendidos. Laerte senta na cama e leva as mãos ao rosto.

 

Cena 11: Cafeteria/Hospital de Puerto Limon/Manhã/

 

Ludim e Paola estão fazendo um lanche e conversando.

 

Paola (chocada): Sério isso?

Ludim: Sim. Não pode andar, não pode correr, não pode fazer nada. Eu...gostaria de poder ter feito alguma coisa. Talvez se eu tivesse ido junto com ele eu podia ter ajudado ele.

Paola: Eu sinto muito, Ludim. Muito mesmo. E não seja duro com você mesmo. Você não tinha como saber que isso ia acontecer.

Ludim: E você? Como tem andado as coisas?

 

Paola suspira

 

Paola (cansada): De ponta cabeça. Eu...eu não sei como eu vou contar isso pros meus filhos. Eu já tava desconfiada mas eu queria testar pra ter certeza.

Ludim: Contar o que?

Paola: Eu...eu...

Ludim: Se você não se sente confortável para falar disso, não se sin-

Paola: Eu to grávida.

 

Ludim fica surpreso.

 

Ludim: Grávida? Isso é...muito legal. Veja só, você ainda tem algo do Diego. Um filho. Você...pode pedir o DNA da criança quando a criança nascer pra confirmar que o filho é dele e conseguir algum abono em dinh-

Paola: Ludim, esse filho não é do Diego.

 

Ludim fica pasmo

 

Ludim (pasmo): Como assim? De...de quem é esse filho?

Paola: Eu não sei nem por onde começar. Eu acho que esse filho...é do...é do Gallego. Eu acho...

Ludim: Você teve relações com ele?

Paola: Não foi bem isso...ele...ele...

Ludim: Pode falar, não estou aqui para jul-

Paola (nervosa): Ele me estuprou!

 

Ludim fica em silencio sem saber o que dizer.

 

Ludim: Tá...você diz que ele te estuprou...você...contou para alguém alem de mim?

Paola: Não, não contei. E...eu preciso de dinheiro se eu quiser sustentar essa criança. Se não a gente vai pra rua. O que eu faço?

Ludim: Olha...eu não sei o que a gente vai fazer ainda, mas eu vou te ajudar nessa. Todos que saíram dali precisam receber algum tipo de abono ou indenização. A gente vai se ajudar nessa.

 

Ludim encosta na mão de Paola.

 

Ludim: Tudo bem?

Paola (chorando e tremendo): Sim

Paola segura a mão de Ludim.

 

Cena 12: Quarto 210/Hotel Caribe/Manhã/

 

Laerte está olhando a fita de segurança na televisão de seu quarto. Ele está visivelmente ansioso e excitado para saber a real identidade do ladrão.

 

Laerte (maléfico): Agora sim! Agora sim! Agora sim! Agora você me paga Vinicio. Você me paga. Você me paga de verda-

 

Laerte observa o momento em que Andrés sai do prédio da Coimbra. Ele fica em choque e começa a respirar muito fundo.

 

Flashback On

 

A imagem mostra Lorenzo e Laerte chegando ao Aeroporto de Puerto Limon de madrugada.

 

 

Lorenzo (sonolento): Ainda bem que chegamos.

Laerte: Ainda bem digo eu. Estou exausto.

Lorenzo: É...até que não é tão feio como imaginávamos, não é?

Laerte:...é...eu acho que...

 

Laerte observa ao longe um homem de óculos escuros olhando ele. Esse homem é o mesmo que aparece nas imagens. Laerte começa a estranhar o homem.

 

Lorenzo (chamando Laerte ao longe): Ei! Você não vem?

 

Ele olha para Lorenzo e retorna os olhos em direção ao homem e vê que ele desapareceu em meio a multidão.

 

Laerte (confuso): Sim...sim, to indo.

 

Ele segue o sócio.

 

Flashback Off.

 

Laerte está visivelmente nervoso

 

Laerte (furioso): Não pode ser!

 

Tira a fita do vídeo cassete e pisa nela várias vezes até quebrar.

 

Laerte: Não! Não! Não! Não ele não pode ter me seguido todo esse tempo! Não pode! Não pode! NÃO PODE!

 

Cena 12: Hospital de Puerto Limon/Noite/

 

A câmera mostra o rosto de Carlos enfaixado com apenas os olhos descobertos. Ela se aproxima do rosto e ele lentamente abre seus olhos. Ao ver que está num hospital ele começa a gemer por ajuda. Ele tenta olhar para os lados, mas não vê ninguém. Tenta mexer os braços e as pernas, mas não consegue entra em desespero. Uma lágrima começa a escorrer pelo seu olho.

 

Cena 13: Rua/Puerto Limon/Noite/

 

Ludim está levando Paola para casa após ela fazer alguns exames e comprar algumas coisas na farmácia.

 

Paola: Ai Ludim, obrigado pela ajuda. Você quer ficar um pouco lá em casa? Eu deixo. Te faço algo pra comer, te dou uma água.

Ludim: Não, obrigado. Eu vou pegar um táxi e vou voltar pra casa.

 

Enquanto caminha pela calçada, Paola percebe Laerte caminhando na rua. Ele está nervoso e com o rosto vermelho. Ao reconhecê-lo ela fica pasma.

Paola: Aquele é...

Ludim: Hum?

 

Os dois param.

 

Paola: É ele! É ele!

Ludim: Como assim?

 

Paola atravessa a rua e corre até Laerte.

 

Paola (para Laerte): Ei! Ei você! Para! Para!

 

Laerte para o olha para direção do grito. Paola se aproxima na frente dela.

 

Laerte (confuso): ...a senhora...está falando comigo?

Paola: Você é o dono da Coimbra, não é?

Laerte: Quê?

Paola: Você é Laerte Avilles! O dono da Transportadora Coimbra.

Laerte (se afastando): Não sei do que você está falan-

Paola (segurando o braço dele): Não! Não vai embora! Por favor, senhor Avilles, eu não estou aqui para julgá-lo. Eu preciso que você me escute. Eu preciso da sua ajuda.

 

Laerte fica pasmo

 

FIM DO CAPITULO

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