Sede de Vingança
Capítulo 09
Cena 1, Boutique da Renata, interior, Vila Nova, tarde.
Carla chega até a boutique de sua patroa.
Carla: Bom dia, dona Renata!
Renata (sorri): Bom dia, Carla.
Carla: O Tadeu chegou?
Renata: Ainda não, mas daqui a pouquinho ele deve estar chegando.
Mais atentamente, a mãe de Carla aparece na vitrine da boutique.
Carla fica surpresa.
Renata vêm em sua direção.
Renata: Carla, preciso que me ajude na escolha de alguns cosméticos e… quem é ela?
Carla: Não sei patroa… deve ser uma pobre coitada.
Renata: Fique aqui que eu vou ir lá ajudá-la.
Renata vai até a porta de sua loja e conversa com a mulher.
Renata: Bom dia, em que posso ajudar?
Ivone: Eu… queria poder falar com a minha filha.
Renata: Sua filha? Quem é a sua filha, senhora?
Ivone olha pela vitrine Carla fazendo movimentos ameaçadores com a mão e pedindo para a mãe sair.
Ivone: Ninguém… eu só tô fascinada com os produtos da loja.
Renata: Ah mas que bacana! Prazer, eu me chamo Renata, sou a dona da boutique.
Ivone sorri para Renata.
Ivone: Me chamo Ivone, sou florista e vendedora de doces.
Renata: Que trabalho interessante, Ivone! Quer entrar pra ver algum produto?
Ivone: Não, obrigada. Eu já vou indo. Sucesso na sua boutique.
Renata: Obrigada. Sucesso pra você também, Ivone.
Ivone se despede e sai das vistas da boutique. Renata entra e vê Carla nervosa.
Renata: Carla, o que houve?
Carla: Nada patroa, só um mal-estar.
Renata: Bom, eu tenho ali remédio, se quiser.
Carla: Não precisa, já vai passar. Aonde estávamos?
(Tema de mistério).
Cena 2, Gruta, Vila Nova, tarde.
(Batidas de martelos).
Adauto e Canindé estão trabalhando.
Canindé: Oh, Adauto, tem certeza de que nessa gruta tem diamante?
Adauto: Claro que tenho, Canindé, tenho sim. Meu pai quando eu era criança contava histórias de que antigamente, aqui tinha pedras preciosas.
Canindé ri.
Adauto fica encabulado.
Adauto: O que é que você tá rindo aí, hein Canindé?
Canindé: Tu é muito leso, viu Adauto! História de criança, Adauto! Tenha dó né!
Adauto: E se aqui tiver mesmo pedras preciosas?
Canindé: E se não tiver?
Adauto: E se tiver?
Canindé: Bom, se tiver a gente divide o dinheiro entre nós e sai desse fim de mundo.
Adauto: Fechado.
Canindé: E se não?
Adauto: A gente desiste e procura outro trabalho, por quê voltar a trabalhar pros Barreto é o que eu não quero.
Canindé: Safados exploradores… com certeza deram um fim no pobre coitado do Aluísio.
Adauto: Mas tem que provar, Canindé. Não pode se acusar algo sem saber.
Canindé: Verdade.
Adauto: Vamos voltar a trabalhar.
Ambos voltam a martelar.
Cena 3, Casa de Rita Helena, quarto de Lorena, tarde.
Rita Helena bate na porta do quarto da filha.
Rita Helena: Lorena, posso entrar?
Não se escuta resposta.
Rita Helena: Lorena, eu vou entrar hein.
Rita Helena abre a porta e vê a filha desmaiada.
Rita Helena (desesperada): Lorena! O que houve filha? Lorena!
Cleonice e Carlinhos aparecem.
Carlinhos: O que houve com ela, mãe?
Rita Helena: Não sei meu filho, não sei mas sua irmã desmaiou.
Cleonice: Eu vou pegar o álcool.
Cleonice vai até o armário de produtos de limpeza e encontra o álcool.
Ela entrega a Rita Helena que aproxima o produto sob o nariz da filha.
-- Abertura --
-- Voltamos a apresentar --
Cena 4, Casa de Donatella, sala, tarde.
Déa Lúcia está vendo televisão.
Donatella logo chega em casa cansada.
Déa Lúcia: Já chegou irmã?
Donatella: Já sim, irmã. Hoje o trabalho foi corrido.
Déa Lúcia: Oh Telinha, vem cá.
Donatella (rindo): Para de me chamar assim Déa!
Déa Lúcia: Lembro bem quando a mãe colocou esse nome em você. O papai queria que se fosse menino se chamaria Donato, em homenagem ao tio da Itália, e a mãe queria Estela, a tia do México, mas no fim eles juntaram os nomes e deu Donatella.
Donatella: Você ainda lembra dessa história?
Déa Lúcia: Claro que lembro. Dessa e de tantas outras. Mas, esse não é o meu foco no momento.
Donatella: E qual seria o seu foco no momento?
Déa Lúcia: Eu fui até seu quarto hoje, e vi umas roupas bem extravagantes no cabide.
Donatella: Seja mais clara, Déa.
Déa Lúcia: Você voltou a performar naquele pardieiro?
(Tema de mistério).
Cena 5, Empresa Barreto, Rio, tarde.
Igor entra no gabinete principal de seu sogro.
Ele olha a bela vista do horizonte.
Igor: Um dia vou ser dono dessa empresa e desbancar o engomadinho do Luiz Gustavo.
Uma moça entra na sala.
Moça: Luiz eu --
Igor se surpreende com a presença da moça.
Igor: Quem é você?
Moça: Miriam, me chamo Miriam.
Igor: Igor Barreto.
Miriam: Você deve ser casado com a irmã do filho do patrão né?
Igor: Isso mesmo. A sem-sal da Renata é minha esposa.
Miriam: Porquê a chama assim? De sem-sal?
Igor: Isso não é da sua conta, sua enxerida. Saia daqui.
Miriam: Com certeza.
Miriam se retira da sala.
Cena 6, Hospital, Quarto de Carolina, Rio, tarde.
Luiz Gustavo: Bom, seu Diógenes eu já vou indo.
Diógenes: Já, meu rapaz?
Luiz Gustavo: Sim, tenho ainda que resolver uns assuntos lá na empresa e depois vou pra casa.
Diógenes: Tudo bem, até depois.
Luiz Gustavo: Até mais.
Luiz Gustavo sai do quarto e vai embora.
Carolina abre os olhos.
Carolina: Luiz… Luiz…
Diógenes se aproxima da filha.
Diógenes: Filha, como você está meu bem?
Carolina: Estou com dor… aonde estou?
Diógenes: No hospital, mais precisamente.
Carolina: Eu quero ir embora…
Diógenes: Você ainda não pode. Tem que passar um tempo por aqui. Descanse.
Carolina: Tudo bem…
Cena 7, Casa de Bira e Letícia, jardim, Rio, fim de tarde.
Já estava acabando a tarde.
A cena mostra as belezas naturais das cidades e horizontes.
Letícia: Mandei um email para todos os que eu vou convidar.
Bira: Eu também avisei a uns três amigos para virem.
Letícia: Nossa?! Só três?
Bira: Mas é claro, Letícia. Minha casa não é espaço de festas.
Letícia: Sem-graça!
Ana Beatriz: O importante é que vai dar tudo certo, imagino eu.
Bira: Com certeza. Daqui a pouco vamos estar arrumando o local.
Ana Beatriz: Vai dar tudo certo.
Ambos sorriem.
Cena 8, Casa de Carla, sala, noite.
Carla chega em casa.
Seu irmão está fazendo a comida enquanto a mãe está guardando dinheiro.
Carla: Sabe o que eu acho incrível?! A sua capacidade de ir até o meu trabalho!
Ivone: Eu precisava falar com você! E o que você fez? Ficou lá dentro parada enquanto sua patroa veio falar comigo.
Carla: E o que você queria hein?! Me expôr?
Ivone: Queria a sua ajuda, mas parece que recebo o seu desprezo.
Ivone se retira da sala.
Carla: Ridículo isso. Não me conformo!
Girassol: Agora não é hora de achar o que é justo e o que não é, Carla. Você sabe que está errada.
Carla: Lá vem o Girassol, o defensor dos pobres e oprimidos!
Girassol (debocha): Lá vem a Carla, a interesseira de Vila Nova.
Carla estapeia Girassol.
(Tema de tensão).
-- Fim de Capítulo --
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