CAPÍTULO 08
uma produção Web Mundi
novela criada e escrita por
FELIPE ROCHA
Na tribo, cada um com seu par, dançam juntos, aproveitando a festa de despedida de Serena. A música é ao som do coral da igreja do local. Lucas dança com Serena enquanto conversa com a futura noiva.
LUCAS — E aí, tá gostando?
SERENA — Tô adorando... Até que você dança bem, né?
LUCAS — Eu sou profissional. Tava pensando que eu fosse o quê? Mole, é?... É ruim, hein?
SERENA — Achei que você não sabia dançar, mas agora dá para eu tirar minhas dúvidas... Onde aprendeu?
LUCAS — Lá na minha cidade tem um salão de dança, aprendi lá. Eu ia lá todas à noites para divertir um pouco.
SERENA — Hum... Então quer dizer que os encontros românticos do meu amor aconteciam no salão de dança?
LUCAS — Digamos que sim, né?
SERENA — Eu ainda quero ir nesse salão de dança.
Eles continuam a dançar.
Cadore os observa, sentado, solitário, próximo ao matagal.
Anahí chega trazendo duas amoras e senta-se ao lado do marido. Em seguida, dá uma amora para ele.
ANAHÍ — Tá sozinho aí por quê? Cansou de dançar, é?
CADORE — Eu tô só observando como o Lucas dança bem, né Anahí?
ANAHÍ — É mesmo. Você viu a nossa filha tá toda feliz... Graças a Deus, viu? Você sabe o quanto eu rezei para ela encontrar um rapaz certo... Mas olha aí... Eu acho que meu pedido já foi atendido. Os dois se amam, disso eu não tenho nenhuma dúvida, meu amor... Nenhuma dúvida!
CADORE — Quê isso né Anahí? Não é pra tanto.
ANAHÍ — Eu já falei para você parar com esse ciúme besta... Quê que é? Vai ficar tratando o Lucas como um moleque? Ah seu coração nunca amolece mesmo, né Cadore? Parece que ele tá bem embrulhado sabe? Com um monte de papéis, duro igual pedra... E não venha com essa conversinha que ele não é o rapaz certo para nossa filha, não...
CADORE — Até você Anahí? Até você? Antes estava do meu lado, agora...
ANAHÍ — (corta) É porque eu mudei, quando eu estava do seu lado eu tava cega, cega! Agora eu percebi que o Lucas é um homem bom sim, que tem caráter e digno como um cavalheiro, coisa que você deixou de ser, Cadore! Quer saber?... Eu não vou discutir mais com você não, vou é divertir, viu? Divertir com minha amiga Laksmi, que até me convidou para conversar!
Anahí levanta-se e vai embora, enquanto Cadore tenta impedir.
CADORE — Anahí volta aqui. Não faz isso comigo não... Por favor... Anahí!
Ele desiste.
CADORE — Desisto!
Anahí vai caminhando até Laksmi, que bebe um copo de suco de maracujá. Em seguida, puxa ela pelos braços.
LAKSMI — Ué quê que isso Anahí? Eu tô bebendo suco, isso é jeito de me tratar, é?
ANAHÍ — Esquece esse suco, Laksmi. Agora vamos conversar, vai. Vamos nos divertir como belas amigas! Anda, vai, vai.
LAKSMI — Não tô entendendo mais nada, minha irmã. Você não estava conversando com o Cadore?
ANAHÍ — Estava, Laksmi. Estava... Agora não estou mais.
LAKSMI — Mas por quê? Quê que aconteceu mulher? Cês brigaram de novo, ah não acredito numa coisa dessas. Impossível... Por que foi acontecer isso, São Jorge, por quê?
ANAHÍ — Quanto menos você saber, melhor para evitar confusões, você sabe como é o Cadore né? Agora eu preciso repor as energias, que eu tô tão estressada, mas tão estressada, que você nem imagina. Vamo lá para o pomar, conversar nos particular.
LAKSMI — Calma que eu preciso avisar o Raj.
ANAHÍ — Não vai avisar ninguém, Laksmi. Ninguém, nem Deus e o mundo! Ninguém... Esquece, porque agora é sua irmã que esta acima de tudo, tá? Vamos, vai.
Anahí sai puxando Laksmi pelos braços até o pomar.
Todos continuam a dançar, cada um com o seu par.
Raj procura por Laksmi, desesperado, grita o nome da esposa.
RAJ — Laksmi! Cadê você? Laksmi! Laksmi!
Ele passa por Serena, que dança com Lucas e pede informação.
RAJ — Ô Serena, você viu a Laksmi por aí?
SERENA — Não vi não Raj, ela deve estar com a mamãe.
RAJ — Obrigado.
Ele continua a gritar Laksmi.
RAJ — Laksmi! Laksmi! (impaciente) Ô Meu deus.
Ele passa por Cadore, que está irritado.
RAJ — Cadore, você viu a Laksmi por aí?
Cadore, irritado, dá mal resposta ao amigo.
CADORE — (agressivo, explode) Não. Não vi e nem quero saber.
Raj se estranha com tanta ignorância e constata.
RAJ — Santa Ignorância! Quê que isso? O que deu em você hoje, hein? Credo, fica descontando os problemas na gente. Te contar, viu? É duro, mais muito duro, mesmo... Às vezes a vida é tão injusta.
Raj, preocupado, continua a procurar a esposa.
RAJ — Laksmi! Laksmi! Laksmi! Onde será que meteu essa mulher, hein?
Ele se aproxima do pomar e constata.
RAJ — Talvez a Laksmi pode estar aqui, no pomar. Quem sabe?
Raj entra no pomar, indo pela trilha certa.
Todos, animados, continuam a dançar ao som do coral da igreja, cada um com seu par, juntinhos.
Céu limpo, sol radiante, ilustra a bela festa.
Padre Romão, ao lado de Mestre Cuca.
Os dois conversam.
PADRE ROMÃO — Esta festa tá muito boa. Acho que o esforço que fizemos valeu a pena, viu?
MESTRE CUCA — É mesmo Padre Romão, com certeza foi bom. Olha como estão todos alegres, divertidos.
PADRE ROMÃO — Sim, Mestre. Olha é difícil pensar que a Serena vai embora daqui, né? Vai começar a se aventurar no mundo cedo.
MESTRE CUCA — A Serena já está bem preparada para se lidar sozinha, Padre Romão. Ela tem seus objetivos e é uma menina bem atenciosa às coisas... É triste perder um integrante da nossa tribo, mas fazer o quê né? Olha eu tenho muito orgulho, muito orgulho, da Serena. Espero que nessa nova página que ela começa a escrever na vida dela, seja de muita sorte, porque ela merece!
PADRE ROMÃO — Tá bom para discursar, hein Mestre? Palavras bonitas, também né?
MESTRE CUCA — Obrigado Padre. Espero que aprendam com o Mestre. Porque o próximo vai ser você, em minha morte.
PADRE ROMÃO — Não, não, Mestre. Não diga isso. Para nós você vai ser imortal.
MESTRE CUCA — Então tá bom.
Mestre Cuca dá uma risada.
Eles continuam a observar, todos que dançam, cada um com o seu par.
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 02: HOSPITAL DR. ALBERT EINSTEIN: CORREDOR 3°ANDAR - INTERIOR - DIA
Elisinha, Mariana, Moacir e a família de Apolo chegam no hospital.
MARIANA — Ah, gente, será que o Apolo melhorou? Tô preocupada com ele! Deus me salvou, mas tem que salvar ele também!
DONA AURORA — Meu filho é forte Mariana, ele supera qualquer coisa! Ele vai sair dessa sim! Eu tenho certeza.
SR. GETÚLIO — Vai com calma aí Aurora... Nossa filho é assim... Mas não tem saúde de ferro não. Temos que esperar e aguardar o que o médico disse.
Em seguida, o Doutor Bruno chega com arquivos na mão.
DR. BRUNO — Mariana, Dona Elisinha, seu Moacir e todos os familiares do dependente... Como eu já disse, o caso do Apolo é muito grave, o acidente é fatal e...
MARIANA — (corta) Doutor, deixa eu ver se entendi, então você quer dizer que... O meu noivo bateu as botas, é isso? Fala a verdade!
ELISINHA — (corta) Mariana! Deixa de ser mal educada. Deixe o doutor falar.
DONA AURORA — Calma, Elisinha. Talvez o doutor Bruno pode tá certo.
Todos discutem em voz alta. Até que o Dr Bruno repreende.
DR. BRUNO — (alterado) Chega, chega! Vocês não estão em um parque público. Aqui é um hospital! Respeitem os pacientes doentes.
TODOS — Desculpa, doutor.
DR. BRUNO — Onde já se viu? Vocês não servem para cuidar do Apolo mesmo! São apavorados demais! Tenha dó. Mantenham a calma. Eu nem iria dizer uma notícia negativa.
MARIANA — Não doutor? O senhor tem certeza da sua hipótese?
DR. BRUNO — Contraditório, Mariana... Pelo visto, muito contraditório, não é mesmo? Pelo que eu disse, o acidente afetou os órgãos e afirmei que uma cirurgia precisava ser realizada... Sendo assim, eu comunico aos familiares e parentes que a cirurgia foi bem sucedida. O Apolo está no quarto do 8° andar agora - 830B. A visita já está autorizada, mas há um mínimo de pessoas. Podem pegar o crachá na secretaria!
Todos vibram, comemoram a recuperação de Apolo. O doutor vai embora.
DONA AURORA — Ah minha santinha, minha nossa senhora. Eu rezei tanto! Muito obrigada pela saúde, pela vida do meu filhooo!
Mariana e Dona Aurora se abraçam.
Corta em: Reação de Elisinha à recuperação de Apolo; indignada; boquiaberta; nervosa.
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 03: TRIBO INDÍGENA - EXTERIOR - DIA
Todos reunidos na tribo, olhando para Serena, que, carregando suas malas emocionada, diz.
SERENA — É gente, chegou a hora de eu me despedir de vocês... Mas antes eu queria dizer que nesta mala vou levar todos os momentos bons que eu passei com vocês, todos... E nunca esquecerei do meu povo, de onde eu nasci, porque vocês são muito importantes e especiais para mim. É como se fossem o meu exemplo de vida... Eu amo vocês, mesmo. E hoje eu vou começar uma nova jornada, ao lado do meu namorado Lucas...
Serena, sorri, feliz.
SERENA — E se quiserem me visitar, eu os receberei de braços abertos.
Todos emocionados aplaudem o discurso final da mãe natureza.
Corta para: Após despedir de todos os componentes da tribo, Serena abraça o pai, Cadore.
CADORE — Vai com Deus, filha. Deus te abençoe. Nós vamos sentir muita falta de você. Principalmente eu ec antes de mais nada, desculpa por tudo viu? (chora).
SERENA — Não chora não pai, tá tudo bem, viu?
Serena se aproxima da mãe e dá um abraço.
Emocionadas.
SERENA — Eu te amo mãe.
ANAHÍ — Eu também te amo filha. Boa sorte.
Corta para: Após despedir de todos, Serena esquece só da palavra final.
SERENA — Obrigado pelo todo carinho que vocês me deram, e pode ter certeza que eu vou retribuí-lo. Agora tenho que ir. Beijo.
Serena manda um beijo para o povo da tribo. Anhandí, desolada, chora no ombro de Laksmi. Corre uma lágrima pelo olho de Cadore.
Corta em: Todos acenam para Serena e Lucas, que vão embora da tribo.
LUCAS — E aí, pronta?
SERENA — Prontíssima!
Serena e Lucas vão embora, enquanto todos acenam.
Enquanto isso, Cadore e Anahí choram bastante e os demais também repetem a ação dos protagonistas.
Emoção forte em todos da tribo.
CONTINUA...
Obrigado pelo seu comentário!