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Primeira Impressão com o Senhor X - Crítica "Ovelha Negra" - Programa 13


Saudações, queridos mancebos, sejam muito bem-vindos a mais um programa Primeira Impressão!

E hoje minha passagem será mais rápida, pois meu encontro com o Alto Conselho foi adiada e meu advogado e eu estamos preparando toda a defesa e estratégias para essa semana. Portanto, vamos logo ao que mais interessa.

A crítica de hoje se trata de Ovelha Negra, escrita por Maurício Rosa Silva e exibida na TV Mix. Confira a sinopse:

Uma ilha afastada, uma grande tempestade, onze ovelhas assustadas... Quem será a Ovelha Negra entre nós?”.

O problema mais clássico das webnovelas é a figura da “grande vilã da trama”, geralmente megeras caricatas, histéricas, o retrato moderno das bruxas dos contos de fadas. São tipos que os autores criam se inspirando no que veem nas telenovelas, mexicanas e brasileiras. E ali, nas obras audiovisuais, o resultado não é muito melhor que isso, de fato textos e atrizes não costumam dar uma razão lógica ou um aprofundamento àqueles comportamentos no mínimo inverossímeis. O que já é ruim geralmente consegue ser piorado em algumas obras do Mundo Virtual.

Portanto, confesso que quando, como leitor, fui apresentado a Laura, figura central desse capítulo de estreia intitulado “Álbum de Família”, já imaginei que estava diante de mais um fatídico exemplar da vilã maligna de novela, mas não demorou muito para o meu preconceito cair por terra. Para que entendam, Laura é uma senhora riquíssima, mas que descobriu recentemente que lhe restam poucos meses de vida em decorrência de um câncer que tem. Com relacionamento problemático com a maioria dos filhos, noras, sobrinhos e agregados, ela decide os reunir em sua mansão em uma ilha durante um final de semana, a fim de lhes fazer um grande anúncio; são convidados também dois amigos. Todos vão, apesar de alguns a contragosto, enquanto outros parecem já desconfiar do que se trata o tal anúncio.

Como vocês, mancebos, já podem desconfiar, o que Laura tem a dizer à família e amigos está relacionado à sua doença terminal. Ela mesma abre o capítulo falando ao telefone com alguém não identificado, para quem revela reconhecimento de seus próprios erros, e que quer mudar tudo e viver em paz com a família durante seus últimos dias. Uma personagem em busca de redenção, talvez... Será mesmo? Acontece que quando todos chegam, os primeiros sinais da velha Laura, a odiada pela maioria, já começam a se apresentar. Aqui vale um ponto muito bem dado à cena em que o pessoal se encontra na praia, nos arredores da mansão, e um grupo pergunta ao outro se Laura veio com eles, pois 2 barcos diferentes trouxeram todos. Constatado que ninguém a teve por companhia e após alguém dizer que “aquela vaca” não andaria de barco e outro se perguntar do que então ela viria, um helicóptero surge logo acima e pousa com a “diva” e seu gato de estimação. Inverossímil? Talvez, mas a cena é sagaz, e um belo exemplo de chegada de personagem. E esse é só o início, porque conforme todos vão se acomodando na casa, Laura não deixa de destilar seu veneno contra a nora que não engravida, à outra com quem tem um problema grave do passado e ao sobrinho especial. Talvez tanto o leitor mancebo quanto o leitor da novela pense que está aí uma incongruência na construção da personagem, mas eu não vejo assim.

E para entenderem meu posicionamento temos que chegar ao final do capítulo (que não é muito grande), onde Laura finalmente reúne todos e faz seu anúncio. Entrega a eles 2 envelopes: em um está o resultado de seu exame, e no outro cópias do seu testamento. Antes que eles possam questionar quanto cada um deles receberá de todo o patrimônio de Laura, a mesma já adianta que resolveu beneficiar apenas um deles com tudo o que é seu, e que em caso de recusa ou morte do beneficiado, uma linha de sucessão, formada por todos eles, será seguida, assim sucessivamente conforme forem recusando ou morrendo. E é exatamente aí que tudo muda em relação à megera (agora sim o termo se aplica).

Suas atitudes e suas falas malignas com os membros da família em um momento que ela mesma alegava ser de reconciliação e união nada mais são do que evidências de sua verdadeira intenção: Laura quer ver o circo pegar fogo. Laura quer ver muito sangue e muito fogo por todos os lados. Odeia tanto todos eles (a maioria, pelo menos) que armou um plano genial para vê-los se matar, um a um, usando suas próprias ambições contra eles mesmos, se aproveitando do desejo de alguns de colocar as mãos em sua fortuna para os destruir. Fazer a cobra engolir a própria cauda. A jogada é esperta, digna de uma vilã de respeito. Por vilã, quero dizer vilã mesmo.

A paz que a personagem dizia buscar só poderá ser encontrada assistindo, do alto de seu conforto, seus desafetos armarem uns contra os outros até não sobrar ninguém, e ela poder sair desse mundo tranquila, sabendo que nenhum inimigo seu ficará com sua riqueza. Isso já é minha dedução do que vem nos capítulos seguintes, até porque nem mesmo sabemos se a história do câncer é real. Confesso que prefiro uma versão onde a doença é sim verdadeira, e tudo o que Laura quer é morrer e levar todos consigo.

Quem me acompanha sabe que não sou muito de especular o que vem nos capítulos subsequentes, mas esse capítulo, de todos os que já analisei aqui no programa, foi o que mais me deu vontade de prosseguir leitura. Fato esse que não isenta o mesmo de todos os problemas que possui. A cena em que a família é apresentada nos barcos, já próximos da ilha, é mais um exemplo de como não se introduzir personagens, onde os nomes são simplesmente tacados no texto, sem preocupação alguma em descrever ao menos características básicas e faixa etária. Egídio, o sobrinho especial de Laura, parecia ser um mancebo, mas, segundo os materiais de divulgação da webnovela, já é um homem bem mais velho. E trama nenhuma tem que depender de materiais externos para ser compreendida, ela precisa se sustentar individualmente.

Os diálogos oscilam entre ok e bem bons, e a formatação não apresenta nada de mais, apesar de seguir uma ideia clara de organização. As maiores forças do capítulo são realmente sua protagonista Laura e o absoluto sucesso em apresentar a premissa da novela, em parte por meio de um gancho espetacular. Descobrir quem é a ovelha negra dessa família, se é que há apenas uma, eu infelizmente não vou, mas, ao menos em alguns aspectos, descobri nessa estreia uma “ovelha” igualmente diferenciada, que também se destaca entre a monocromia ao redor.




Novela: Ovelha Negra

Autor: Maurício Rosa Silva

Capítulos: 15

Emissora: TV Mix

Clique aqui para ler o 1° capítulo

Saiba mais sobre a novela


    Então por hoje é isso, queridos. Quero resolver minhas pendências aqui em meu planeta para poder o mais rapidamente possível retornar ao seu lar e preparar nossa tão esperada cerimônia do Troféu Galáxia. Está chegando, é em dezembro!

    Perderam o programa da semana passada, que foi Especial de Halloween? Então clique aqui e confira, está imperdível! O que acharam da crítica e do programa? Digam nos comentários! Torçam por mim e no próximo domingo terei uma notícia melhor para lhes dar quanto ao meu caso aqui. Tenham uma boa semana e até o próximo domingo!

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