Cena 1/ Delegacia / Noite /
Policial - Você precisa contar a verdade, tudo será melhor para um possível julgamento e uma condenação.
Janaina ( Tentando se controlar ) - Condenação? Julgamento? Não pode julgar sem ter provas, eu estudo Direito e sei disso. Se é para abrir um inquérito, vamos abrir. Mas quero a advogada Elaine para cuidar do meu caso, ela sim saberá dirigir tudo.
Nesse momento, André entra na delegacia.
André - Janaina!
Janaina ( Virando - se para trás ) - André!
Janaina levanta da cadeira e vai ao encontro de André.
André ( Acariciando - a ) - Pode ficar tranquila, eu irei ajudar você.
Janaina - Obrigada...
Após Janaina e André se encontrarem, o policial os interrompe.
Policial - Janaina, está na hora de ir para sua cela.
Janaina e André dão um longo beijo , e em seguida ela segue o policial.
Cena 2/ Copacabana / Casa de Douglas / Sala / Noite /
Douglas estava na sala da própria casa, fumando. Ele percebe uma certa preocupação em Gael.
Douglas ( Com um cigarro em mãos ) -Aí Gael... Quer também? Está aí quieto, na sua ...
Gael - Hoje não quero, estou meio preocupado.
Douglas ( Soprando a fumaça ) - Por que não quer? Isso vai te ajudar a relaxar...
Gael ( Pensativo ) - Tenho refletido nesses últimos acontecimentos... Quase fui preso, tive que pedir um advogado, precisei prestar depoimento por causa de um crime que eu nem cometi... ( T) E a minha vida também está parada, não faço nada de novo.
Douglas - Cara... A gente é jovem, tem a vida inteira para frente, isso significa curtição beijar na boca, beber, transar, fumar uns...
Gael - Até drogas estou usando... E esse não é o caminho que pretendia.
Douglas - Mas, o que fez voce ficar assim? Até então você nem ligava para nada.
Gael - Foi o que eu falei antes... Quase fui parar na cadeia, por uma situação que saiu do controle. E você também Douglas, quase foi preso também, e por homicídio, por sorte teve pena alternativa.
Douglas ( Abrindo uma cerveja ) - Isso já aconteceu e foi uma fatalidade. mas não me arrependo. Assim como não me arrependo de usar meius baseados, roubar de vez enquanto... Quero mais é viver minha vida, sem ninguém me importunando.
Gael ( Levantando - se ) - Vou comer alguma coisa que estou com fome...
Douglas ( Colocando os pés no sofá ) - Então vá.
Em seguida, Douglas acende outro cigarro.
Douglas - Quero é curtir minha vida, eu hein?
Dia seguinte...
Cena 3/ Presídio Feminino / Interior / Cela / Manhã
Janaina está em uma cela do presídio, tentando se manter forte. Ela começa a cantar uma música.
🎶 A carne mais barata do mercado não tá mais de graça
O que não valia nada agora vale uma tonelada
A carne mais barata do mercado não tá mais de graça
Não tem bala perdida, tem seu nome, é bala autografada🎶
Em seguida, Janaina deixa escorrer uma lágrima, mas ela a enxuga rapidamente. Nesse momento, ela recebe a visita de Elaine.
Elaine ( Preocupada ) - Janaina, como está?
Janaina - Estou me mantendo tranquila, na medida do possível. Tentando me controlar nesse lugar.
Elaine - Eu conversei com a sua mãe, e serei a advogada do caso, inclusive informei até mesmo ao Delegado. Esse caso ficará unicamente nas minhas mãos.
Janaina ( Um pouco mais animada ) - Não tenho como agradecer... ( T) Me foi dito na delegacia que poderia pegar de 3 a 15 anos por trafico , sendo que ainda nem tem todas as provas. Na hora eu me revoltei, mas procurei me controlar para não causar mais problemas. Mas isso é coisa de quem não gosta de mim...
Elaine ( Apoiando - a ) - Infelizmente penso o mesmo. Mas no momento é necessário ter muita calma, para que nada disso seja usado... Enquanto isso aqui fora eu tentarei conseguir o maximo de provas possíveis a seu favor.
Janaina ( Sentindo - se Aliviada ) - A sua ajuda será mais do que essencial... Agora tenho esperanças de sair daqui...
Elaine ( Decidida ) - E a pessoa que armou isso para você, também sera punida com rigor, pode ter certeza disso.
Janaina - Deus há de querer...
1 semana depois...
Cena 4/ Copacabana / Juizado / Manhã
Gael e Katia estão em uma ultima acareação, a fim de aguardar o veredito final sobre o crime.
Gael ( Ansioso ) - E aí? Já conseguiram todas as provas?
Juiz ( Lendo o veredito ) - Com base em todas as investigações sobre os crimes citados, Gael Barreto, 21 anos,julgado pelos crimes de tentativa de estupro , tipificado no artigo 213, e lesão corporal , tipificada no artigo 129 , é considerado inocente, de todos os crimes.
Gael ( Aliviado ) - Obrigado meu Deus!
Juiz ( Continuando a leitura ) - Katia Menezes, 21 anos, julgada pelo crime de Denunciação caluniosa, foram averiguadas todas as provas e é considerada culpada...
Katia ( Em choque ) - Como assim culpada ?
Juiz - Dando prosseguimento... A ré é considerada culpada pelo crime de Denunciação Caluniosa, tipificada no Artigo 339, condenada a cumprir uma pena de 2 anos em regime aberto.
Katia ( Preocupada ) - Eu não posso ficar 2 anos assim.
Gael - Pensasse antes de dar uma de esperta, se deu mal.
Juiz - A pena se iniciara quando solicitada. Esse caso está encerrado.
Katia ( Com a mão no rosto )- Não acredito que me dei mal...
Enquanto isso, Gael vai embora do juizado.
Cena 5/ Batalhão da Policia Militar / Tarde
André e Wesley vão juntos até o Batalhão da Policia Militar, com o intuito de conseguir informações sobre a prisão de Janaina. Eles dão de cara com Otávio.
Otavio ( Abordando - os ) - Eu posso saber o que vocês fazem aqui?
Andre - Viemos saber qual foi que prendeu a Janaina por trafico de drogas. Como namorado dela, eu exijo saber da verdade.
Wesley - Eu sou irmão da Janaina e sei que ela é trabalhadora, estudando Direito, nunca usou drogas... Então não teria como ela ser presa justamente por trafico.
Otavio - Olha, foi encontrado um papelote na bolsa dela e até que se prive o contrario, ela é culpada.
Wesley ( Enfrentando - o ) - Culpada do crime ou culpada por ser negra? Porque isso me parece um racismo, racismo que presencio todos os dias. Vocês prendem e maltratam negros como eu, enquanto brancos continuam cometendo crimes. (T) 1 ano atrás li sobre o caso de um cara da Zona Sul que agrediu um senhor de idade, o velho morreu e o cara pegou só 1 ano, se fosse alguem como eu, pegaria 20.
Otavio ( Discordando ) - Crime é crime, independente da raça, se ela cometeu um crime, vai ter que pagar. Agora, se for inocente, o caso será fechado e encerrado como vocês querem.
Andre - Não é como a gente quer, queremos que a justiça seja feita. apenas isso. Nós não gostamos de injustiça. ( T ) A Lei Brasileira é fraca, culpam os inocentes e inocentam culpados. É corrupta, e de corrupção o Brasil esta cheio.
Wesley - Já basta os políticos nessa corrupção sem fim.
Otavio - Olha, vocês estão tomando nosso tempo, torço para que a justiça seja feita. Então peço que se retirem, senão chamo as autoridades.
André ( Incomodado ) - A gente pode ir embora, mas vamos lutar por justiça. Até o fim!
André e Wesley vão embora do Batalhão.
Cena 6/ Subúrbio / Casa de Ivana e Katia / Interior / Sala / Tarde/
Katia chega em casa preocupada e Ivana decide falar com ela.
Ivana ( Curiosa ) - E aí, filha? Como foi o julgamento?
Katia ( Colocando a bolsa no sofá ) - Vou ter que cumprir 2 anos em regime aberto, 2 anos... Tudo por culpa do Gael, por sorte vou ter um pouquinho de liberdade.
Ivana - Pelo que sei, quem está em regime semiaberto não pode frequentar certos lugares, tem uma hora certa para estar em casa... Terá que fazer esse comprometimento nesse tempo.
Katia ( Refletindo ) - Talvez não devesse ter tomado essa decisão... Eu achei que , como estamos nessa de empoderamento feminino, isso pudesse estar à meu favor. ( T ) E o dinheiro de uma possível indenização iria nos ajudar muito. Agora ele está livre e eu me dei mal. O Gael só faltou rir na minha cara, aquele mauricinho.
Ivana - Agora temos que conseguir um outro meio de conseguir dinheiro. Não dá para ficamos contando com economias. Pena que tudo esteja dando errado...
Katia ( Apoiando - a ) - Espero que tudo dê certo, enquanto isso temos que nos resguardar.
Enquanto elas conversam, um policial bate à porta.
Policial - É da casa de Ivana Menezes?
Ivana - Sou eu sim.
Policial - Você esta presa por estelionato.
O policial leva Ivana e deixa Katia preocupada.
Katia ( Preocupada ) - Mais essa agora?
Cena 7/ Copacabana / Rua / Tarde/
Wesley e Daniela caminhavam nas ruas de Copacabana. Eles passam por varias pessoas, vendedores ambulantes, entre outros. Durante a caminhada, Daniela percebe uma certa preocupação em Wesley.
Daniela - Tem estado quieto o caminho todo, Wesley. Aconteceu alguma coisa?
Wesley ( Sério ) - Estou preocupado com a minha irmã Janaina. Ela foi presa injustamente...
Daniela ( Surpresa ) - Como assim? Pelo que você disse sobre ela, parecia ser uma pessoa do bem...
Wesley - Pois é... E o que mais me indigna, é que a prenderam por tráfico de drogas sem investigar. Foram lá em casa, diretamente , acharam uns papelotes e a levaram. ( T ) E um tempo atrás li sobre um jovem da Zona Sul, que matou um senhor e cumpriu a pena em casa. Essas leis são muito injustas.
Daniela - Infelizmente sim... As leis valem apenas para uns, e para outros passam a mao.E essas coisas eu nem ouso falar com a Paula, do jeito que é, vai achar que sou doente.
Wesley ( Aconselhando - a ) - Mas você tem que falar, não pode se calar porque a outra pessoa não concorda.
Enquanto eles conversam, Paula aparece.
Paula ( Cínica, batendo palmas ) - Que decadência... Não esperava isso de você, amiga... Não tinha gente melhor?
Daniela ( Fingindo nao entender ) - Oi? Voce esta falando de quem?
Paula - De você com esse favelado... Tanta gente boa e fica logo com um cara fora do seu nivel?
Wesley ( Perdendo a paciência ) - Olha aqui, eu já tô com problemas, com a minha irmã na cadeia, então não enche o meu saco, sua racista!
Daniela ( Enfrentando Paula ) - Voce fala umas coisas que machuca, pra que humilhar?
Wesley - A minha irmã já falou de você, sua racista. A Daniela e eu não apoiamos essas atitudes e já nos cansamos disso.
Paula ( Cínica ) - Ah, é? Decidiram ser superiores a mim? São tão medíocres...
Daniela - Medíocres? Medíocre é quem é racista. ( T). Sabe o que vou fazer?
Daniela da um beijo em Wesley, que corresponde.
Wesley - Nós dois somos felizes, diferente de você, que vive para humilhar os outros.
Paula ( Irritada ) - Quer saber? Vou é me afastar de vocês antes que isso pegue.
Wesley - Vai e não enche o saco!
Furiosa, Paula segue caminho.
Daniela ( Sorrindo ) - Obrigada por me defender...
Wesley - É assim que tem que ser, temos que usar o nosso lugar de fala para lutar por nossos direitos.
Daniela - Vamos seguir caminhando, está muito bom
Wesley - Vamos sim... Estou precisando esfriar a minha cabeça, já que a Paula esquentou...
Cena 8/ Presidio Feminino / Interior / Pátio / Tarde /
Janaina está em seu banho de sol no patio do presídio, quando algumas detentas a abordam.
Detenta 1 - Olha quem temos aqui... Enfim decidiu ficar próxima da gente...
Detenta 2 - Por que está aqui?
Janaina ( Séria ) - Trafico de Drogas, mas sou inocente.
Detenta 1 - Inocente, inocente, é o que todas dizem... Mas todas somos culpadas. Crimes são o que temos nas costas e devemos cumprir nossas penas.
Janaina ouve as palavras em tom de descontentamento.
Detenta 2 - Alem de ser negra, é metida. Gente metida a gente dá logo um jeito.
Detenta 1 - Esse cabelo... Seria ótimo para a gente.
Janaina ( Irritada ) Saiam de perto de mim.
Detenta 1 ( Ameaçando ) - Quer que a gente saia, é? Tá com medo? Desse jeito vai passar muito tempo aqui, sem proteção.
Janaina ( Ameaçando - as ) - Olha aqui, vocês não me conhecem... Eu venho da Rocinha e do Vidigal, lugar onde mora o pessoal da pesada, pior que vocês pensam... Dentro de mim habita uma força que vocês mal vêem. Então, cuidado... Se me incomodarem pode pegar mal para vocês, então, me deixem em paz, se não querem ter problemas.
Detenta 1 ( Debochada ) - Ih... Vamos nessa... Não vamos incomodar ela.
Detenta 2 ( Também debochada ) - Vai que ela mata a gente. Hahaha.
Janaina ( Pensando ) - Isso... Vão rindo... Minha força só aumernta...
Em seguida, Janaina vira as costas e sai andando, deixando o pátio.
Cena 9/ Subúrbio / Delegacia / Interior / Tarde /
Ivana está na delegacia, a ser interrogada pelo crime de estelionato.
Policial - Preciso que me conte tudo o que aconteceu nesse tempo que ocorreu o estelionato.
Ivana ( Tentando se livrar ) - Eu... Eu e minha filha estamos com dificuldades financeiras, fiquei viuva e o único sustento era a aposentadoria do Haroldo, por isso passei para o meu nome.... ( Fingindo uma lagrima ) Quando o Haroldo faleceu, minha única alternativa foi essa... pegar a aposentadoria para continuar recebendo, e não avisei ao INSS , ainda mais que foi tudo inesperado...
Policial - Mesmo assim, o que você cometeu foi um crime. Não teria como arrumar um emprego?
Ivana ( Fingindo ) - Eu era casada... Não tinha emprego... Então não queria ter uma vida difícil... Já tenho minha filha com problemas, mas essa agora não teria como suportar... ( T) Até o meu irmão Regis está contra mim, até ele...
Policial - Como é um crime leve, poderá responder em liberdade, mas terá que comparecer ao julgamento. O estelionato dá uma pena de 1 a 5 anos, e passara por investigação.
Ivana ( Limpando as lagrimas ) - Muito obrigada... Cumprirei tudo direitinho...
Policial - E deverá, se não quiser ter problemas.
Ivana ( Em pensamento ) - Não... Não posso me dar mal.
Cena 10/ Lapa / Bar / Interior / Noite /
Paula e Catarina curtem à noite em um bar da Lapa. É possível ver varias pessoas pelas mesas, garçons e vendedores pelo bar.
Paula ( Com um copo em mãos ) - Ai... Estava sentindo falta de vir até aqui, curtir, apenas com uma amiga. ( T). Se o Juliano não estivesse trabalhando, chamaria ele.
Catarina - E a Daniela, não quis vir? Ela sempre vem aqui?
Paula - Não. Ela esta com o favelado que ela conheceu na faculdade. Aí deixei ela pra lá.
Catarina - Nossa... Ela é nossa amiga... E não vejo problema dela namorar alguém da favela, De repente é um rapaz legal.
Paula ( Arrogante ) - Legal? Ah, tá. Ele quase avançou em mim só porque eu falei a verdade. E essa gente de favela é assim mesmo, tudo sem educação , sem classe, uma coisa horrorosa que até me arrepia... Nós que somos brancas somos muito melhores.
Catarina ( Descontente com o posicionamento da amiga ) - Ai amiga... Voce as vezes fala sem pensar... Num lugar como esse pode ter alguem filmando, ai você que vai se dar mal... Tente ser mais compreensiva e odiar menos.
Paula ( Irritada ) - Eu compreensiva? Por favor... Eu compreendo gente como eu, e só. Gente como esse favelado e a Janaina eu desprezo mesmo, sabe... A nossa cor é muito melhor.
Catarina ( Incomodada ) - Qualquer dia voce vai acabar perdendo amizade. Você às vezes fala uma coisa que machuca, nem a morte da sua mãe tocou você.
Paula ( Fria ) - Só um pouquinho, mas agora não me enche o saco . Ao contrário de vocês que querem dar lição de moral, dessa gente quero distância.
Catarina ( Irritada ) - Ah, é? Estou indo embora. Quando voce estiver sozinha, sem ninguém, aí me avisa.
Catarina levanta e vai embora do bar, deixando Paula sozinha.
Paula ( Cínica ) - Eu, hein? Menos uma não me faz falta.
Cena 11/ Presídio Feminino / Interior / Manhã/
Elaine e Leonor decidem ir até o Presídio a fim de tentar uma libertação para Janaina.
Delegado - O que fazem aqui? A hora de visitas ainda não se iniciou.
Leonor - Viemos aqui para libertar a Janaina, que está presa injustamente, por causa de um crime que ela não cometeu e nunca cometeria.
Delegado ( Indiferente ) - Pois cometeu, foram encontradas drogas e isso caracteriza tráfico.
Elaine - Existe uma coisa chamada prova e não tem nada concreto desse crime, apenas a droga. É necessário abrir uma investigação sobre onde a droga foi comprada e se foi a Janaina que comprou. Embora eu acredite que não tenha sido.
Leonor - A minha filha é inocente, e vocês com o maior descaso a estão mantendo presa... O que acontece com muitos negros que estão na cadeia, presos por injustiças.( T) Além do mais, não teria como minha filha ter ido até um traficante comprar drogas se ela saía do estagio.
Delegado - A Janaina não mora no Vidigal? Ela poderia comprar e traficar à qualquer hora.
Elaine ( Tentando se controlar ) - É por causa de pessoas como você, que tem tantos presos injustamente na cadeia. Segundo uma estatística, 61,7% dos presos são pardos ou negros, e eu como negra não permito que pessoas como eu sejam injustiçadas. ( T) Eu irei elaborar um recurso para libertar a minha cliente por falta de provas, que será enviado até um juiz.
Delegado ( Anotando em um papel ) - Está certo. Iremos avaliar.
Elaine - E espero que a justiça seja feita...
Em seguida, Elaine e Leonor vão embora.
Cena 12 / Subúrbio / Casa de Ivana e Katia / Interior / Manhã/
Após o inquérito de Ivana, Regis decide ir vê-la, mesmo sabendo de tudo que ocorreu.
Regis ( Sarcástico ) - Irmã... Como foi lá no interrogatório? Conseguiu se safar?
Ivana ( Irritada ) - O que faz aqui, Régis? Por sua culpa estou sendo investigada por estelionato, coisa que ninguém sabia antes de você aparecer do nada na minha vida e me entregar. ( T). Porque você não ficou onde estava? Seria muito melhor.
Régis - Do momento que há uma familia, voce não pode pegar tudo para si... Você nem informou a morte do nosso pai, por isso você é uma estelionatária, que só visou o dinheiro.
Ivana - Eu vídeo o dinheiro porque eu precisava, eu e Katia estávamos com dificuldades, quase falidas! Tudo isso foi levado em conta, e quando contamos com a ajuda do Haroldo, tudo se estabilizou, mas aí ele acabou morrendo e não queríamos voltar tudo de novo. Mas aí voce apareceu e cancelou o beneficio. Estou sem dinheiro, eu e Katia agora temos que usar nossas economias.
Regis - Pensasse antes de se tornar uma estelionataria. Logo logo vai vir a condenação, e eu vou assistir, sua ladra.
Ivana ( Furiosa ) - Pois então suma das nossas vidas.
Regis - Eu vou... Mas espero que não cometa mais golpes.
Regis vai embora.
Semanas depois...
Cena 13/ Presídio Feminino / Sala de Visitas / Manhã
O delegado, junto de Elaine, a chamam na sala de visitas para dar mais noticias sobre o inquérito.
Delegado - Viemos aqui pois precisávamos falar com você, sobre o inquérito sobre o crime de trafico de drogas.
Elaine - Eu fui atrás, busquei provas em vários lugares a fim de conseguir algo, e o resultado foi negativo, não consegui nada que te inocentasse, e nem que te culpasse.
Janaina ( Curiosa ) - E o que vai acontecer?
Delegado - Bem, em virtude de tudo, não temos provas suficientes nem para abrir um julgamento, então decidimos que será solta por falta de provas, já que não há nada relacionado ao crime.
Janaina ( Emocionada ) - Graças a Deus poderei sair daqui... Pensei que passaria anos presa, injustamente como muitas pessoas...
Elaine - Quando decidi pegar o caso, a minha missão era provar sua inocência, primeiro que tudo, para que não fosse mais uma estatística. Dia após dia eu lia, buscava fontes,até mesmo conversava com outros advogados, a fim de que tudo fosse resolvido de acordo com a justiça, e consegui. ( T ) A força da mulher negra é capaz de abrir varias barreiras.
Janaina - Não tenho como agradecer... A cada dia presa, eu ganhava mais força. A cada lágrima eu enxugava e pedia para ficar mais forte, não queria que me vissem fragilizada, e sim forte.
Delegado - Desculpe interromper, mas hoje mesmo poderá sair, é só pegar suas coisas.
Janaina ( Sendo educada ) - Muito obrigada. E quero que minha familia me receba.
Elaine ( Sorrindo ) - E assim será.
Horas depois...
Cena 14/Presídio Feminino / Exterior / Manhã
Janaina sai do presidio e observa tudo ao seu redor, em seguida eleva as maos para o céu e começa a agradecer.
Janaina ( Com as mãos para o alto ) - Obrigada meu Deus, por ter me dado forças, muito obrigada...
Enquanto ela agradece,aparecem André, Wesley e Leonor. Carregando flores, André vai em sua direção.
André - Estava te esperando.
GANCHO
Obrigado pelo seu comentário!