Capítulo
42 (últimas semanas)
Cena 01 – Clinica São Lourenço
[Interna/Manhã]
(No interior da clínica, a
recepcionista da ala laboratorial explicava os tramites sobre o exame de DNA).
RECEPCIONISTA: O senhor pode deixar o material aqui e preencher essa ficha!
(Diz entregando um papel e uma caneta para Durant).
DURANT: Claro, preencho sim. Agora me responde uma coisa, de quanto tempo
precisam para avaliar essas amostras?
RECEPCIONISTA: Hoje em dia é bem rápido e super prático, senhor. Em 48 horas
no máximo o senhor já terá o resultado em mãos.
DURANT: 48 horas? (Repete).
RECEPCIONISTA: Isso mesmo senhor, basta preencher a ficha e me informar a
forma de pagamento.
DURANT: Está bem! (Diz começando a preencher o formulário com seus dados
pessoais para a análise laboratorial).
(Pensativo, Durant preenche o
documento e efetua o pagamento pelo exame. Ele mal podia se controlar diante a
possibilidade de sua suspeita se tornasse verdade).
Cena 02 – Mansão Martins de Andrade
[Interna/Manhã]
Música da cena: Rock Roll And Lullaby
– Alexandre Poli
(Em seguida, surge a área externa da
Mansão Martins de Andrade. O jardineiro regava as flores, enquanto um outro
funcionário limpava a piscina. Cada vez mais deprimida, Luiza Helena se
alimentava ainda menos).
EVA: Vai comer sim e nem adianta dizer não. Menina, você vai adoecer desse
jeito! Justo agora nesse momento que você ainda mais ser forte. A sua filha
precisa de você. (Diz ao pousar uma bandeja de café da manhã em cima da mesinha
de canto no quarto de Luiza Helena).
LUIZA HELENA: Eu não vejo a minha filha há semanas, só tenho falado com
ela por telefone. Tudo culpa daquele infeliz!
EVA: Pronto, já arrumei a mesa no quarto. Você não corre o risco de encontrar
com o traste, porque ele já saiu para a revista e a outra alcoviteira ainda não
saiu do quarto. Essa Tamara está me saindo uma bela de uma preguiçosa. Enfim,
levante-se dessa cama e não faça mais desfeita, venha provar o que preparei...
LUIZA HELENA: Está bem, mas só um pouquinho... (Luiza Helena levanta da
cama e ao pegar o hobby para vestir, sente um mal estar).
EVA: (Corre para socorrer Luiza Helena que ficara visivelmente tonta) O que
foi? O que houve?
LUIZA HELENA: Não sei! De repente tudo começou a girar, pensei que fosse
desmaiar. (Diz com a mão no rosto).
EVA: Vem, senta aqui... Também, você não está comendo. Está fraca! (Diz
acomodando Luiza Helena de volta a cama).
LUIZA HELENA: Já está passando.
EVA: Agora sim, você vai comer. Querendo ou não, vai ter que tomar o seu
café!
LUIZA HELENA: Você venceu, eu vou comer um pouco e depois quero tomar um
remédio para dormir um pouco. Minha cabeça dói e eu sinto meu corpo pesado,
preciso relaxar um pouco.
EVA: Sim, mas só depois que você tomar todo o seu café da manhã. Agora você
vai comer tudo!
Cena 03 – Apartamento de Judith
[Interna/Manhã]
(Ao ouvir o som da campainha tocar,
um mordomo caminhou pelo apartamento de Judith que agora estava extremamente
espaçoso e decorado de maneira extravagante).
MORDOMO: Pois não, senhora! (Diz ao abrir a
porta e se deparar com Glória).
GLÓRIA: (Olha para o mordomo e estranha sua
presença ali) E você quem é? Nunca te vi mais gordo por aqui.
MORDOMO: Eu sou o mordomo da família,
senhora. Sirvo ao sheik e a sua esposa, a senhora Judith Naim.
GLÓRIA: Mordomo? (Pergunta completamente
surpresa).
JUDITH: Sim, porque? Não posso ter um,
estrupício? (Questiona ao surgir na sala de estar).
MORDOMO: Deixo-a entrar, senhora?
JUDITH: Deixa, não se preocupe. Cão que
ladra não morde, pode deixar essa criatura entrar.
(O mordomo deixa Glória entrar e em
seguida fecha a porta).
MORDOMO: Com licença, senhora! (Vai para a cozinha).
JUDITH: E então, vai me contar o que está fazendo aí plantada ou vai ficar me
olhando com essa cara de urubu sem asa?
GLÓRIA: Ai, Ju! Eu nem sei com quem você aprende a falar essas coisas. O que eu
vim fazer aqui será muito proveitoso para você. Trata-se de uma proposta
irrecusável!
JUDITH: (Debocha) Você? Uma proposta? E eu posso saber que tipo de proposta é
essa?
GLÓRIA: Claro que pode, Ju. Não é segredo para ninguém que você acabou de entrar
para o high Society. Esse é um universo fabuloso e marcado pelo glamour, não
basta ter apenas dinheiro. Isso depende de muitas coisas, como a forma de
falar, se comportar, se vestir.
JUDITH: Eu não vejo nada de errado com as minhas roupas, pelo contrário. Eu
estou elegantíssima! (Diz ajustando o vestido dourado no corpo).
GLÓRIA: Devo discordar, minha querida amiga. Eu posso te ajudar a conseguir tudo
isso, a falar melhor, se vestir bem, ir aos melhores salões, viajar para os melhores
locais, fazer compras com você. Em outras palavras, posso ser mais que uma
professora de etiqueta, eu posso ser a sua nova personal stylist!
JUDITH: Deixe-me ver se eu entendi! Você veio até a minha casa me pedir um
emprego com palavras bonitas?
GLÓRIA: Eu não diria bem um emprego! Eu vou te oferecer a minha companhia e o
meu bom gosto e você me paga por isso, entendeu? (Questiona).
JUDITH: (Dá uma grande gargalhada) Você veio até aqui me fazer de palhaça uma
hora dessas? Glória, minha querida... Sejamos francas! Todo mundo sabe que você
está completamente falida, não tem onde cair morta. Eu não vou te contratar
para ser a minha personal isso daí que você falou. A vaga que eu tenho para
você é outra!
GLÓRIA: Outra? E qual seria essa outra vaga?
JUDITH: Você será a minha diarista! E então estrupício, é pegar ou largar. Você
vai querer? (Pergunta ao se sentar no sofá).
GLÓRIA: (Fica sem palavras olhando para Judith, completamente sem reação após a
proposta).
Cena 04 – Casa de Durant
[Interna/Manhã]
(Na casa de Durant, Maria Rita,
Betinha e Rafael estavam sentados a mesa enquanto tomavam café da manhã).
BETINHA: Onde está o Durant? Eu ainda não o vi hoje, ele geralmente acorda tão
cedo. (Questiona enquanto toma um pouco de suco).
RAFAEL: Cedo? O meu tio acorda com as galinhas e olha que nem temos animais em
casa.
MARIA RITA: (Serve um pouco de café em sua própria xícara) O Durant
acordou cedo, como de praxe. Acontece que ele saiu e não me deu muita
satisfação, estava tão estranho...
RAFAEL: Estranho? Estranho como, mãe?
MARIA RITA: Sei lá, poucas palavras. Já faz algum tempo que veio notando
algo diferente no Durant, só não sei exatamente o que é.
BETINHA: O motivo disso deve ser a minha irmã. O Durant não superou a Luiza
Helena e talvez nunca supere.
MARIA RITA: Apesar de tudo o que aconteceu e do fato de agora ela estar
casada, não sei porque, mas eu ainda sinto que eles irão ficar juntos.
RAFAEL: Isso é o que mais queremos, mãe. Pode apostar!
MARIA RITA: E por falar em Luiza Helena, você tem visto a sua irmã,
Betinha? Nunca mais ela apareceu na revista, todos estamos achando estranho o
desaparecimento dela.
BETINHA: O que? A minha irmã não está mais indo ao trabalho? (Surpreende-se).
MARIA RITA: Não! Eu pensei que você soubesse.
BETINHA: Com certeza isso deve ser coisa daquele desgraçado! Hoje a tarde sem
falta eu vou até a mansão e tiro isso a limpo. (Conclui).
Cena 05 – Reabilit – Espaço de
Fisioterapia [Interna/Manhã]
Música da cena: Fogo – Karin Hils
(Imagens externas da cidade são
apresentadas. Podemos observar o Beco do Batman, o MASP, o Teatro Municipal e
em seguida surge a fachada da clínica de reabilitação onde Enrico costumava
fazer a sua fisioterapia).
ENRICO: (Entra no consultório de seu fisioterapeuta após mais uma sessão de
fisioterapia) Mandou me chamar, doutor?
FISIOTERAPEUTA: Sim, Enrico! Mandei. (Responde).
ENRICO: (Olha para a mãe e para Lola/Amara que estavam sentadas na mesa em
frente ao médico e já lhe esperavam lá) Que foi? Que caras são essas? Porque
estão me olhando assim? Mamma?
FISIOTERAPEUTA: Calma, fique tranquilo. As notícias que eu trago são muito
boas!
ENRICO: Notícia? Que notícia? (Pergunta).
FISIOTERAPEUTA: Chequei seus exames atualizados e posso afirmar que a
fisioterapia tem surtido muito efeito. O seu edema medular diminuiu
consideravelmente e sua lesão também.
ENRICO: Eu não entendo, o que quer dizer com isso? Significa o que eu estou
pensando?
FISIOTERAPEUTA: Sim, há uma grande probabilidade de que você volta a andar
se continuar se empenhando assim.
ENRICO: (Choca-se com a informação).
FRANCESCA: Você vai voltar a caminhar, bambino! Graças ao mio San
Gennaro e ao doutor. (Diz acariciando o rosto do filho, emocionada).
LOLA/AMARA: Estamos com você não vamos te abandonar nunca. Continuaremos
te dando força e segurando a sua mão, você vai vencer essa batalha! (Diz ao
abraçar Enrico).
FISIOTERAPEUTA: Não será fácil, mas vai valer a pena o esforço. Basta que
tenha muita força de vontade, posso contar com você?
ENRICO: Com toda certeza desse mundo! (Responde com lágrimas nos olhos).
Cena 06 – Mansão Martins de Andrade
[Interna/Tarde]
(Sozinho na sala da mansão, Evandro
aproveitava para se servir um pouco de uísque).
SEGURANÇA 01: Por aqui! (Diz conduzindo Betinha pela sala de estar).
BETINHA: Não precisa se dar ao trabalho, eu conheço perfeitamente o caminho.
(Responde ao entrar na sala de estar da mansão e ficar frente a frente com
Evandro).
EVANDRO: Confesso que fiquei surpreso quando a segurança me avisou que você
estava querendo entrar a todo custo. Eu posso saber o motivo da sua petulância
em voltar aqui, principalmente depois de tudo o que me disse? (Pergunta
enquanto adiciona duas pedras de gelo no copo e depois encarar Betinha).
BETINHA: Que eu saiba, essa também casa também pertence a minha irmã e eu não
devo satisfações. E esse brutamontes, quem é? Nunca o vi aqui antes!
EVANDRO: É um dos novos empregados que contratei! Já pode se retirar, inclusive.
(Diz se referindo ao novo segurança).
SEGURANÇA 01: As ordens, senhor. Com licença! (Diz para em seguida
deixá-los a sós).
BETINHA: Não me diga que contratou novos empregados para vigiar a minha irmã?
EVANDRO: Que foi? Vai inventar uma nova história maluca nessa sua cabecinha
fértil? (Retruca).
BETINHA: Cabecinha fértil? Eu quero ver o que você vai dizer quando a cabecinha
fértil te desmascarar. (Ironiza).
EVANDRO: (Irrita-se com o comentário de Betinha) Me desmascarar? Como assim me
desmascarar? Do que você está falando? Por acaso você descobriu alguma coisa ao
meu respeito? (Questiona).
Cena 07 – Mansão Martins de Andrade
[Interna/Tarde]
(Acuado com a presença de Betinha,
Evandro perdia cada vez mais sua paciência).
BETINHA: Que foi? Ter rabo preso te deixa com medo, não é? Você não perde por
esperar.
EVANDRO: Você não passa de uma fedelha abusada, metida a investigadora. É claro
que você não descobriu nada, até porque não há nada para descobrir. É a sua
palavra contra a minha.
BETINHA: Vai pensando, Evandro. Vai pensando! Em breve você será escorraçado
dessa casa, da empresa e das nossas vidas. Eu tenho nojo de você, isso o que
você está fazendo com a minha irmã tem nome e chama-se cárcere privado!
EVANDRO: (Sorri maliciosamente) Que loucura é essa? A sua irmã está ótima, se ela
não sai é porque não quer. Isso é coisa da sua cabeça, cuidado! Surtada desse jeito,
vão acabar te pedindo um teste toxicológico.
BETINHA: Ri por último, que ri melhor! (Diz enquanto caminha em direção a escada
que dá acesso ao segundo pavimento da casa).
EVANDRO: Onde pensa que vai?
BETINHA: Eu já disse, ver a minha irmã!
EVANDRO: Não, você não vai. Você não é mais bem vinda na minha casa, quero você
fora da minha casa imediatamente.
BETINHA: Você só pode estar ficando louco! Eu vou ver a minha irmã e ninguém vai
me impedir.
EVANDRO: É claro que vou... Seguranças! (Grita).
(Dois dos três seguranças
recém-contratados surgem na sala de estar).
SEGURANÇA
02: Chamou, senhor?
EVANDRO: Chamei sim! Essa garota está indo
embora, podem acompanha-la até a rua. Caso ela resista, podem usar a força.
SEGURANÇA
02: (Segura o braço
de Betinha com violência) O que é isso? Me solta seu covarde. Manda ele me
soltar, seu canalha. Luiza Helena, Luiza Helena! (Começa a gritar por socorro).
(Enquanto Betinha grita, surge o
quarto de Luiza Helena, onde podemos vê-la dormir profundamente após tomar o
comprimido que Eva havia lhe dado para descansar. Já na cozinha, Eva também
ouvia os gritos).
EVA: Essa voz! Eu conheço essa voz, é a
voz da Betinha. (Pensa em voz alta).
(Na sala de estar).
EVANDRO: Eles só vão te soltar no olho da rua, eu não quero mais te ver aqui. Sua
pentelha petulante! Joguem essa cretina na rua. (Ordena).
SEGURANÇA 03: Sim senhor! (Diz enquanto segura o outro braço de Betinha).
(Do lado de fora da mansão, os
seguranças arrastam Betinha para o lado de fora da propriedade e a empurram no
meio da rua).
BETINHA: Canalhas, covardes! (Grita enquanto observa um dos seguranças fechar o
portão). Meu Deus, o que será que está acontecendo aí dentro? Porque a minha
irmã não apareceu? (Se pergunta olhando para a fachada da mansão).
Cena 08 – Casa 1 [Externa/Noite]
Música da cena: Sampa – Caetano
Veloso
(A noite chega e as luzes da cidade
logo se acendem. Ônibus percorrem toda a cidade de São Paulo, enquanto carros
congestionam as ruas de São Paulo. Em seguida, surge a fachada da Casa 1. Enrico
e Thiago se direcionavam até a saída da casa de acolhimento enquanto
conversavam).
PROFESSOR
THIAGO: Mas eu já
disse que não é nenhum incomodo, eu posso te levar até em casa.
ENRICO: Não senhor! Eu não quero abusar,
Thiago. Você não é motorista de táxi, tem sua vida, não precisa ficar se
incomodando comigo. Eu pego um ônibus, tem uma parada aqui na frente, não vai
demorar muito.
(Com dificuldade, Paula caminhava se
segurando pelas paredes ensanguentada).
PROFESSOR
THIAGO: Santo Deus,
o que houve com você?
PAULA: Me ajuda... (Diz sussurrando antes
de desmaiar).
ENRICO: Segura! (Diz ao perceber que Paula
está perdendo os sentidos).
PROFESSOR
THIAGO: (Segura
Paula ao desmaiar, evitando que ela caia no chão).
ENRICO: (Fica nervoso ao observar os
machucados de Paula e se recordar do horror que viveu na noite em que foi
espancado).
Cena 09 – Mansão Martins de Andrade
[Interna/Noite]
(Na cozinha da mansão, Luiza Helena
estava completamente furiosa enquanto conversava com Eva, a governanta).
LUIZA HELENA: Como assim ele expulsou a minha filha daqui? (Questiona
pousando o copo d’água em cima do balcão da cozinha).
EVA: Eu não sei te explicar bem como foi. De repente comecei a ouvir gritos e
reconheci a voz da Betinha. Eles discutiram feio!
LUIZA HELENA: E eu dopada no quarto! Depois disso, o que aconteceu?
EVA: Ele ordenou que os seguranças a colocassem para fora da mansão,
praticamente expulsa.
LUIZA HELENA: Eu não posso acreditar! Como esse desgraçado foi capaz? Ele
passou dos limites, ele não tem esse direito. Onde ele está? Quero dizer umas
boas verdades olhando na cara dele.
EVA: Não é uma boa ideia, menina. Você está muito nervosa e o seu Evandro é
muito perigoso e ele ficando cada vez mais obcecado.
LUIZA HELENA: Ele vai me ouvir! Onde é que ele está, Eva? (Questiona
furiosa).
EVA: Eu o vi caminhando em direção da academia! (Responde).
(Na área externa da mansão, Luiza
Helena caminhava em direção a academia e estranhou as luzes apagadas.
Desconfiada, ela resolveu entrar em silêncio, sem fazer muito barulho).
LUIZA HELENA: (Caminha devagar pela academia enquanto ouve sussurros. Ao
se aproximar da porta da sauna, Luiza Helena viu através do vidro Evandro e
Tamara transando) Meus Deus! (Balbuciou cobrindo a boca. Em seguida, afastou-se
da academia sem ser vista e retornou até a mansão apressadamente).
Cena 10 – Na Boca do Povo, Redação
[Interna/Manhã]
Música da cena: Um Pôr Do Sol Na
Praia – Silva e Ludmilla
(O dia amanhece e as pessoas logo
começam a sair nas ruas para seguir suas rotinas. A produção da revista segue a
todo vapor, enquanto as páginas são impressas no maquinário. Em sua sala,
Evandro instruía Maria Rita).
EVANDRO: Você está anotando tudo? (Pergunta).
MARIA RITA: (Escreve em seu bloquinho de papel) Sim senhor!
EVANDRO: Lembre-se de desmarcar todos meus compromissos amanhã de manhã, eu tenho
uma reunião muito importante com um futuro investidor e talvez isso leve
bastante tempo. Eu vou provar a todo mundo que a minha gestão nessa revista
será a melhor de todas.
MARIA RITA: Pode deixar senhor, farei isso. (Responde olhando para
Evandro).
EVANDRO: Que foi? Porque você está me olhando com essa cara de cachorro que se
perdeu na mudança? (Pergunta ao perceber que Maria Rita o olhava fixamente).
MARIA RITA: Sabe o que é? É que eu vou me casar em poucas semanas e
preciso tirar o dia de folga amanhã, preciso resolver algumas coisas
importantes.
EVANDRO: (Sorri em tom de deboche) É impressionante! Pobre não pode ver uma
brecha que já quer sair do trabalho, você é folgada, sabia?
MARIA RITA: Não é isso, senhor. Eu já tinha avisado antes sobre essa
folga, o senhor não lembra?
EVANDRO: Eu tenho alguma alternativa? Se eu não te der essa folga, você vai me
denunciar ao ministério do trabalho e me acusar de trabalho escravo, eu conheço
essa gentinha. Está bem, dessa vez passa! Não se acostume.
MARIA RITA: Muito obrigada, senhor!
(Do lado de fora e encostada na
parede ao lado da porta, Fernanda ouvia toda a conversa atentamente sem ser
vista).
FERNANDA: Te pegamos, Evandro! (Fala consigo
mesma).
Cena 11 – Imobiliária [Interna/Tarde]
(Sozinha, Lola/Amara esperava em uma
sala no interior da imobiliária).
CORRETOR: (Entra na sala) Peço desculpas pela demora, tive um pequeno imprevisto
com o cartório, mas já consegui sanar a pendência.
LOLA/AMARA: Tudo bem, fico feliz que tenha dado tudo certo. Só quero
assinar a papelada!
CORRETOR: Claro, basta que assine aqui onde eu marquei em todas as páginas.
(Responde orientando onde Lola/Amara deve assinar).
LOLA/AMARA: (Assina em todas as páginas nos locais indicados) Pronto,
aqui está! (Diz entregando os papéis e a caneta).
CORRETOR: (Recolhe os papéis e confere as assinaturas) A senhora acaba de fazer um
excelente negócio. Meus parabéns, a casa é sua! (Responde entregando as chaves
da casa para Lola/Amara).
LOLA/AMARA: (Segura as chaves e as aperta na palma da mão) Eu nem
acredito, minha própria casa. Obrigada meu Deus! (Diz emocionada após comprar a
casa que havia visto no bairro da Mooca).
Cena 12 – Casa de Durant
[Interna/Noite]
Música da cena: Dona de Mim – Iza
(As ruas da Mooca surgem bastante
movimentadas ao anoitecer. Fernanda caminha pela avenida onde Durant mora e em
seguida adentra na propriedade. No interior da casa, ela conta as novidades
para Betinha).
FERNANDA: (Senta no sofá) Conseguimos a oportunidade perfeita para entrarmos na
sala do Ângelo e Evandro sem que ninguém nos veja e será amanhã.
BETINHA: Mal posso acreditar! Amanhã vamos conseguir as evidências que tanto
precisamos para desmascarar o Evandro e fazermos justiça. (Responde sentando-se
ao lado de Fernanda no sofá).
A imagem foca em Fernanda e Betinha
sentadas no sofá. A cena congela e vira uma capa de revista.
Obrigado pelo seu comentário!