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Na Boca Do Povo - Capítulo 47 (Últimos Capítulos)

 

 

Capítulo 47 (últimos capítulos)

Cena 01 – Na Boca Do Povo, Redação [Interna/Noite]

(Mesmo encarando Fernanda completamente furioso, a jornalista não se amedrontou e continuava discutindo com o pai).

 

EVANDRO: O que deu em você, sua pirralha idiota? Quem você pensa que é para me bater? Do que você está falando?

FERNANDA: Meu Deus, meu Deus... Como pode ser tão dissimulado? Você acha mesmo que alguém ainda se deixa ser enganado por você? O cerco está se fechando, abra o jogo, eu já sei que foi você quem provocou aquele acidente. Você queria matar a Betinha e acabou tirando a vida do seu próprio neto, do meu filho.

EVANDRO: (Dá as costas a Fernanda e tenta mudar o rumo da conversa) Eu não faço a menor ideia do que você está falando. A única coisa que percebo é que esse acidente afetou a sua cabeça. Você só pode ter ficado louca!

FERNANDA: (Puxa o braço e Evandro e o segura com força) Não adianta fingir, eu não acredito em você. Eu sei o quanto você é mal caráter e do que você é capaz. Agora você arrumou uma nova inimiga e eu não vou descansar até te ver atrás das grades, a partir de hoje você deixa de ser meu pai, entendeu?

EVANDRO: (Se desvencilha de Fernanda) E você pensa que eu me importo com isso? Eu não estou nem aí para o que você faz e deixa de fazer. Pouco me importa! Agora não pense que vai segurar o seu emprego depois de tamanho atrevimento.

FERNANDA: O que foi? Vai me demitir? Faz tempo que isso daqui deixou de ser o que era, na verdade não é nem mais a sombra do que já foi e isso graças a sua gestão incompetente e manipuladora. Não precisa se dar ao trabalho, eu mesma me demito. Não posso ficar sob o mesmo teto que um assassino! (Diz ao retirar o crachá e jogá-lo em Evandro).

EVANDRO: E você pensa que vai fazer o que depois que sair daqui? Você não é ninguém menina, ninguém te conhece, nem sabe de onde você saiu. Acha mesmo que vai conseguir um emprego decente? Você vai acabar se tornando uma fracassada como a sua mãe e terminar como uma diarista de boteco. (Fala tripudiando).

FERNANDA: (Sorri da fala do pai) Isso, julga... O que é seu está guardado! Em breve você vai ouvir muito falar o meu nome e eu estarei bem aqui para assistir a sua queda, pode escrever. (Vai embora e deixa Evandro sozinho).

EVANDRO: Menina atrevida! Você vai ver o que é bom, vai ver! (Diz ao arremessar um vaso em direção a porta, quebrando-o em vários pedaços).

(Com um sorriso no rosto e se sentindo leve com ar de dever cumprido, Fernanda deixou o prédio onde ficava a redação da revista).

FERNANDA: (Já na rua, Fernanda retira o celular da bolsa e faz uma ligação) César? Oi, tenho novidades. Enfim já tenho uma resposta, eu aceito a vaga para colunista no Diário de Notícias. Quero começar amanhã mesmo!

 

Cena 02 – Delegacia [Interna/Noite]

(Na delegacia, Raquel se surpreendeu com a visita, por não se tratar de nenhum caso para que resolvesse e sim de um convite).

 

DELEGADA RAQUEL: (Lê atentamente o que está escrito no convite de casamento).

MARIA RITA: Você vai, não vai Quel? Você não pode faltar! Você é a única amiga que eu tenho na cidade da época da escola, não pode fazer essa desfeita comigo. (Diz sentada na cadeira em frente à mesa da delegada).

DELEGADA RAQUEL: (Coloca o convite em cima da mesa e estende as mãos para Maria Rita) É claro que eu vou, Rita. Adoro casamentos e faço questão de ir no seu, vou representando o nosso grupinho do colégio. Não se preocupe!

MARIA RITA: (Segura as mãos da amiga, sorridente) Que ótimo, sabia que você não iria recusar. É depois de amanhã, não esqueça.

DELEGADA RAQUEL: E qual será a igreja mesmo? Li tão rápido no convite, que já esqueci.

MARIA RITA: Será na Paróquia de San Gennaro, lá no bairro mesmo. Eu vou te explicar como você faz para chegar, é mais ou menos assim... (Começa a explicar como a Delegada deve fazer para chegar ao endereço e ela ouve atentamente).

 

Cena 03 – Apartamento de Judith [Interna/Noite]

(Glória estava terminando seus afazeres domésticos quando ouviu uma música alta. Era Judith dançando para o marido, aproveitando-se desse momento, ela se aproveitou para entrar no quarto da filha).

 

GLÓRIA: (Segura uma blusa da filha e por um momento, lembra-se de quando Fernanda era apenas uma menina).

(Completamente suada, Judith deixa sua suíte vestida de odalisca e caminha pelo corredor do apartamento para buscar um copo d’água).

JUDITH: (Observa Glória através da porta que está entreaberta) Quando foi que você se perdeu dentro dessa pessoa tão ambiciosa?

GLÓRIA: (Seca uma lágrima que escorreu pelo rosto e tenta disfarçar) Nem vi você chegando, eu estava dobrando essa blusa da Fernanda que lavei hoje cedo.

JUDITH: (Abre a porta e entra no quarto) Porque não me fala a verdade? Apesar de querer aparentar ser tão durona desse jeito, eu sei que você sofre por ter se afastado dela, por não ter conseguido impor limites ao destrambelhado do Thierry e principalmente pelo fato da Fernanda ter tido a coragem e fazer tudo o que exatamente você não teve coragem de fazer. A Fernanda foi a luta, ela não teve medo de ser quem ela quis ser.

GLÓRIA: (Coloca a blusa de Fernanda em um cabide e em seguida dentro do guarda-roupa) Eu não sei do que você está falando. Agora já concluí o meu serviço de hoje, já posso me retirar?

JUDITH: Eu não sei quando e nem porque você criou essa casca, estrupício, mas eu vou te virar do avesso e fazer de você uma pessoa que preste, entendeu? Pode se retirar agora.

GLÓRIA: Com licença! (Diz secamente e em seguida deixa o quarto).

 

Cena 04 – Mansão Martins de Andrade [Interna/Noite]

Música da cena: Sampa – Caetano Veloso

(Imagens noturnas externas mostram a cidade em todo o seu fluxo frenético. Em seguida surge a fachada da mansão. Tarde da noite, Evandro estava na biblioteca entretido com seu notebook).

 

EVANDRO: (Avalia e lê algumas informações no computador sem perceber que está sendo observado).

LUIZA HELENA: (Observa através da porta e fala consigo mesma em pensamento) O que será que esse canalha está verificando? Será que é nesse notebook que eu vou encontrar algo que incrimine esse bandido?

EVANDRO: (Fecha o notebook) Por hoje já chega!

LUIZA HELENA: (Ao perceber que Evandro pode deixar a biblioteca a qualquer momento, Luiza Helena se apressa em subir para que ele não note que ela estava o espionando).

(Demonstrando estar cada vez mais desequilibrado, Evandro arruma os objetos em cima da mesa do escritório minuciosamente e incontáveis vezes, como se nada pudesse ficar desalinhado, fora do lugar).

EVANDRO: Pronto, agora sim. Tudo em seu devido lugar! (Diz enquanto alinha os lápis e os blocos de nota).

 

Cena 05 – Diário de Notícias [Interna/Manhã]

Música da cena: Um Pôr Do Sol Na Praia – Silva e Ludmilla

(Com a transição de cenas, o dia amanhece ensolarado na capital Paulista. Em seguida surge a fachada da redação do jornal Diário de Notícias).

 

CÉSAR: Fernanda, que honra te receber aqui. A minha melhor aluna! (Diz ao receber Fernanda em sua sala).

FERNANDA: César, quanto tempo! Acho que não te vejo desde a formatura. (Responde para em seguida abraçar ao velho conhecido).

CÉSAR: Quanto tempo mesmo, mas por sua causa. Em sempre te ofereci uma vaga no meu jornal, mas você preferiu trabalhar para o seu tio. Mal posso acreditar que enfim você aceitou a minha proposta...

FERNANDA: Pois é! A minha vida deu uma verdadeira volta de 360 graus nos últimos tempos, precisava mesmo viver um novo desafio.

CÉSAR: Senta, você quer um café, uma água, um suco? (Diz ao se sentar em sua cadeira).

FERNANDA: (Senta-se conforme orientação de César) Não precisa, eu estou bem. Na realidade eu estou ansiosa para descobrir um pouco mais desse projeto que você está querendo que eu desenvolva.

CÉSAR: Na verdade não é nada tão glamuroso como o universo que você está ambientada após anos de experiência na revista. É algo mais voltado para o lado social!

FERNANDA: Social? (Repete curiosa).

CÉSAR: Sim, em Guararema. Fica pertinho de São Paulo, é sobre uma unidade de tratamento oncológico infantil que abriu no hospital local e está abrangendo muitas crianças da cidade. Com relação a transporte para ir e vir, podemos te disponibilizar um carro da empresa. Já no que se diz respeito ao salário, a proposta segue de pé conforme nos falamos. Você aceita ou tem alguma proposta? (Questiona).

FERNANDA: Missão dada, é missão cumprida. Eu aceito! Quando posso começar?

CÉSAR: Que ótimo! Por mim, você pode começar amanhã mesmo. Está bom para você?

FERNANDA: Combinado, amanhã eu embarco com tudo para Guararema. (Conclui).

 

Cena 06 – Paróquia de San Gennaro [Interna/Tarde]

(Em um dos bancos na igreja onde irá se casar, Maria Rita aproveitou para agradecer a nova oportunidade que ganhou na vida).

 

MARIA RITA: (Em silêncio, reza em pensamento para São Januário) Meu São Januário, hoje eu não vim te pedir nada, gostaria apenas de te agradecer pela nova oportunidade que me deu. Eu sempre pedi para deixar aquela vida e o senhor me atendeu. Não há nada nesse mundo que me deixe mais feliz do que poder formar a minha própria família e ter alguém que me ame, me respeite assim... Foi por isso que escolhi a sua casa para formalizar a minha união. Muito obrigada por me conceder esse milagre, sei que o senhor olha por mim e que nada há de me faltar. Em nome do pai, do filho e do Espírito Santo, amém. (Conclui a reza e permanece mais alguns instantes observando alguns vitrais da igreja).

 

Cena 07 – Mansão Martins de Andrade [Interna/Manhã]

Música da cena: Fogo – Karin Hils

(O dia anoitece e em seguida amanhece através de imagens externas mostrando a cidade. Em seguida, surge a fachada da mansão).

 

LUIZA HELENA: (Observa através da janela de seu quarto, Evandro ir até seu carro e sair logo em seguida. Ela vai até a cama, pega o celular e liga para Durant) Oi, eu estou ligando para avisar que vou chegar um pouco atrasada no casamento.

DURANT: Como vai se atrasar? O casamento vai começar em poucas horas. Está acontecendo alguma coisa? (Questiona enquanto termina de se vestir para o casamento de Maria Rita).

LUIZA HELENA: Pintou uma oportunidade eu não quero perdê-la, O Evandro acabou de sair e eu preciso encontrar alguma prova no computador dele. Eu vou tentar conseguir alguma coisa e em seguida eu vou ao casamento.

DURANT: Eu não sei... Não acho isso uma boa ideia!

LUIZA HELENA: Fique calmo, eu vou tomar cuidado. Vou tentar encontrar algo agora, enquanto ele não está. Esse é o momento ideal para fazer isso, não podemos perder essa oportunidade. Confie em mim!

DURANT: (Responde após uma pausa em silêncio) Está bem, mas você vai me prometer que se acontecer qualquer problema, mínimo que seja, você vai me ligar, ok?

LUIZA HELENA: Está bem, eu prometo. Até daqui a pouco, beijo, beijo. Eu te amo! (Encerra a ligação).

(Logo após encerrar a ligação, Luiza Helena desce a escada rapidamente e vai até a biblioteca. Lá, ela vai até a mesa do escritório, senta-se a abre o notebook de Evandro).

LUIZA HELENA: (Olha para a tela do notebook) Qual será a senha desse computador? (Questiona a si mesma). 


Cena 08 – Apartamento de Evandro [Interna/Manhã]

(Evandro abriu a porta de seu apartamento e acendeu a luz. Fazia muito tempo que ele não voltava lá, praticamente desde que havia se casado com Luiza Helena).

 

EVANDRO: De volta as origens, mas dessa vez é por uma boa causa! (Diz ao entrar no apartamento com uma mochila).

(Em seguida, Evandro arrasta a mesinha de centro, levanta o tapete e solta uma tábua do piso. Logo após, ele abre a mochila e retira alguns pacotes com muito dinheiro).

EVANDRO: Papai vai abandonar vocês aqui, mas é por pouco tempo. Logo, logo eu venho resgatar vocês. Eu preciso de uma reserva, caso ocorra a necessidade e um plano B. (Diz beijando os pacotes de dinheiro).

(Logo após, Evandro adiciona os pacotes com dinheiro no buraco e o cobre com a madeira. Seguidamente, ele volta a cobrir o piso com o tapete e a mesinha por cima para disfarçar).

 

Cena 09– Paróquia de San Gennaro [Interna/Manhã]

(Aos poucos os convidados vão chegando até a paróquia para o casamento. No altar, Durant e Zeca tentam acalmar Marcelo que aguardava a noiva ansioso).

 

DURANT: Desse jeito, não vai ter casamento. Você vai ter uma síncope antes, está suando feito um porco! (Diz rindo).

ZECA: Durant tem razão, primo. Que agonia é essa? Tu vai ter já é um troço. Pare com esse pantinho, tua noiva chega já homem. (Responde endireitando a gravata de Marcelo).

MARCELO: Eu estou tentando, eu estou tentando! (Responde enquanto respira fundo).

(Sentados em um dos bancos, Betinha termina de arrumar Rafael).

BETINHA: (Alinha o cabelo do namorado) Você tem que ficar ainda mais lindo para trazer a sua mãe até o altar.

RAFAEL: Eu acho que estou começando a ficar nervoso também, essa ansiedade que me mata.

BETINHA: Não senhor! Já basta o noivo, o filho da noiva já é demais. A sua mãe está lindíssima, eu vi o vestido.

RAFAEL: Eu estou tão feliz por ela...

BETINHA: Escuta, eu ainda não vi a Fernanda. Sua mãe não a convidou? (Questiona enquanto procura por Fernanda entre os convidados presentes na igreja).

RAFAEL: Convidou sim, mas eu acho que ela não vem. Pelo o que soube, ela resolveu aceitar uma antiga proposta de trabalho e virou colunista no Diário de Notícias. (Explica).

(Do outro lado da igreja, Francesca estava acomodada junto de toda a sua família).

GIOCONDA: (Se abana com um leque) Será que vai demorar muito? Io vou derreter, está muito quente.

FRANCESCA: Calma mamma, a noiva non deve demorar a chegar. Afinal, ela mora qui pertinho! (Responde).

LOLA/AMARA: (Observa a igreja deslumbrada com a arquitetura antiga) A decoração está linda, vocês não acham? Eu amei as flores!

ANDREINA: (Observa Zeca conversando com o noivo no altar e lamenta) E pensar que io poderia está sporsasi com o Zeca...

FRANCESCA: Non começa, maledetta. Non começa! Quer sentir o peso da minha mão de novo? Aposto que non. (Rebate em tom ameaçador).

(Logo no banco traseiro, Thiago e Enrico conversavam quando foram interrompidos).

ÍTALO: Esse lugar está vago? (Questiona referindo-se ao lugar do lado de Enrico).

ENRICO: (Olha para Ítalo estarrecido) É... Está!

ÍTALO: Ótimo, vou sentar aqui então. (Diz ao se acomodar ao lado de Enrico, atraindo o olhar ciumento de Thiago).

 

Cena 10 – Mansão Martins de Andrade [Interna/Manhã]

(Sozinha na biblioteca, Luiza Helena leu anotações nos blocos de notas de Evandro e tentou desbloquear o notebook várias vezes).

 

LUIZA HELENA: Qual será a senha disso, meu Deus? (Questiona enquanto digita uma possível senha, porém o computador não desbloqueia).

(Luiza Helena procura documentos nas gavetas, mas não encontra nada e acaba se frustrando).

LUIZA HELENA: Mas que droga, que droga! Não é possível que esse canalha não tenha deixado rastro, uma pista, uma prova sequer pelo caminho. Não é possível! (Fala irritada).

 

Cena 11 – Delegacia [Interna/Manhã]

Música: Sampa – Caetano Veloso

(Imagens externas mostram as maiores avenidas da cidade e o fluxo intenso de carro. Transitamos pela Avenida Ipiranga e pela Avenida São João. Em seguida, surge a fachada da delegacia. No interior do local, Eriberto estava sozinho na sala de Raquel analisando alguns inquéritos quando foi surpreendido).

 

INSPETOR ERIBERTO: (Pausa a leitura quando ouve batidas na porta) Pois não, eu posso ajudar? (Questiona ao observar a presença de alguém na porta).

LAÍS: Acredito que sim! Eu me chamo Laís, vim prestar depoimento e contar tudo o que eu sei sobre Suzana de Castro, Demétrio Martins de Andrade e Ângelo Vasconcelos. (Responde).

INSPETOR ERIBERTO: Não pode ser. Você é a...

LAÍS: Melhor amiga da Suzana, que Deus a tenha. Eu soube que a Delegada Raquel é a responsável pela investigação. Eu estive fora da cidade por algum tempo, preferi me afastar por algum tempo, tive medo. Porém, percebi que se continuasse escondida, seria pior, pois o culpado continuaria a solta, ou melhor, os culpados! (Explicou).

INSPETOR ERIBERTO: Nossa, que loucura! Nós te procuramos em todos os lugares, faltou apenas debaixo das pedras.

LAÍS: Eu estava na casa de uns parentes distantes em São Luís do Maranhão, cheguei ontem. Será que eu posso falar com a delegada? Faço questão de falar tudo o que eu sei, não quero mais fugir e nem que os culpados continuem livres.

INSPETOR ERIBERTO: Bom, agora ela não está. Ela foi ao casamento de uma amiga, num bairro aqui pertinho. Não sei a hora que ela retorna e ainda por cima esqueceu o celular aqui! (Diz erguendo o aparelho celular da delegada).

LAÍS: Poxa, que pena! (Diz observando as horas no relógio de pulso).

INSPETOR ERIBERTO: Você está com pressa? (Pergunta ao observá-la).

LAÍS: Mais ou menos, foi meio frustrante dar viagem perdida.

INSPETOR ERIBERTO: (Olha para Laís pensativo) Bom, eu tive uma ideia. Se você não se incomodar, podemos ir até a igreja procurá-la. Duvido muito que ela consiga se manter na igreja depois que souber quem é você.

LAÍS: Ah, por mim tudo bem! Não é incomodo algum e além disso, eu adoro casamentos.

INSPETOR ERIBERTO: Então não se fala mais nisso, vamos até o casamento da amiga da Doutora Raquel! (Conclui).

 

Cena 12 – Mansão Martins de Andrade [Interna/Manhã]

(Após inúmeras tentativas, Luiza Helena desiste momentaneamente de procurar provas contra Evandro e resolve se preparar para o casamento pelo passar das horas).

 

LUIZA HELENA: Meu Deus, nem percebi que já é tão tarde, desse jeito vou chegar só na hora da festa! (Luiza Helena desliga o notebook e o fecha em seguida).

(Em seguida após sair da biblioteca, Luiza Helena sobe a escada e vai até seu quarto. Em cima da cama estava o vestido que ela iria usar na cerimônia do casamento e que Eva havia passado cuidadosamente. Ao entrar no quarto, Luiza Helena vai até a penteadeira e abre a gaveta).

Música da cena: Rock Roll And Lullaby – Alexandre Poli

 

LUIZA HELENA: (Retira um envelope da gaveta com a ultrassonografia que fizera há alguns dias e observa seu bebê em formação) Meu filho! É por você que tenho sido forte nos últimos tempos e tenho a certeza que a sua irmã vai me perdoar! (Fala acariciando o exame. Em seguida, ela o coloca dentro do envelope novamente e o guarda na gaveta, deixando-a entreaberta).

(Logo após, Luiza Helena se levanta e vai até o banheiro dentro de seu quarto para tomar um banho e se vestir para o casamento).

 

Cena 13 – Paróquia San Gennaro [Interna/Manhã]

Música da cena: Marcha Nupcial - Instrumental

(Acompanhada de Rafael, Maria Rita percorre o caminho em direção ao altar enquanto todos assistem emocionados).

 

LAÍS: Que bom que chegamos bem no comecinho, você foi muito rápido! (Comenta sussurrando para não atrapalhar o casamento).

INSPETOR ERIBERTO: Com uma sirene, nós cruzamos toda São Paulo em pouco minutos. (Diz em tom de brincadeira).

LAÍS: Você já conseguiu avistar onde está a delegada?

INSPETOR ERIBERTO: (Procura Raquel com o olhar e logo a avista em uma das primeiras filas) Sim, ela está lá na frente. Vamos fazer o seguinte, vamos sentar aqui atrás para não causar alvoroço no casamento e daqui a pouco falamos com ela, pode ser?

LAÍS: Pode sim! (Em seguida, caminha com Eriberto junto a um banco na última fila).

(Ao chegarem no altar, Rafael beija a testa da mãe e entrega sua mão ao noivo, para que o padre iniciasse a cerimônia. Em seguida, todos os convidados se sentaram em seus respectivos lugares).

PADRE: Estamos aqui reunidos para celebrarmos a união desse casal perante Deus, Maria Rita e Marcelo. Essas duas almas acreditaram no poder do amor e hoje se concretiza o anseio de eternizar esse grande amor.

(Enquanto o padre celebra o casamento, Maria Rita e Marcelo se olham apaixonados).

PADRE: E é perante a esta celebração que eu vos pergunto, Se há alguém que se oponha a concretização dessa união ou tenha algum motivo para que esse casamento não se realize, que fale agora ou cale-se para sempre!

(Ouvem-se passos e pouco a pouco, todos os convidados começam a olhar para trás).

CARUSO: Eu tenho! A noiva é uma mentirosa, não é o que aparenta ser... (Grita).

BETINHA: (Estranha a presença de Caruso) Quem é esse homem, você o conhece?

RAFAEL: Não e também nunca o vi antes! (Responde).

DURANT: Eu vou dar um jeito nesse canalha... (Diz parado no altar, posicionado como padrinho).

MARIA RITA: (Se levanta junto com Marcelo e encara Caruso) O que você está fazendo aqui? Desapareça, seu miserável. (Grita).

MARCELO: Como assim? Você conhece esse homem? (Indaga Maria Rita).

CARUSO: (Se aproxima) Conhece, é claro que conhece! Eu disse que você iria se arrepender, não disse? E sabe de onde é que eu conheço essa vagabunda? Da rua! É isso mesmo, senhoras e senhores... Eu conheço a noiva da noite, da rua! (Grita cada vez mais alto).

(Todos se olham horrorizados ao ouvir o que Caruso está dizendo).

MARCELO: O que esse cretino está dizendo? Eu vou fazer ele engolir o que está dizendo ao seu respeito! (Esbraveja).

CARUSO: Ih, tá bravinho? Não adianta me olhar torto, não irmão. É dela que você tem que cobrar, ou vai dizer que não sabia do segredinho da sua noiva? Se você não sabia, eu vou acabar com o mistério. A noiva, que está casando de branco e como uma mulher honrada é uma biscate. Ela é garota de programa, lá na minha zona!

MARIA RITA: (Chora enquanto é observada por todos na igreja).

LAÍS: (Observa Caruso e acha seu rosto familiar) Engraçado... Eu tenho a impressão de conhecer esse cara de algum lugar. (Comenta baixinho).

 

Cena 14 – Mansão Martins de Andrade [Interna/Manhã]

(Ao chegar na mansão, Evandro estaciona seu carro na garagem e entra na casa logo em seguida. No interior propriedade, ele vai até a biblioteca).

 

EVANDRO: (Ao se aproximar da mesa, nota quase que imediatamente que alguém mexeu em suas coisas. Pois por conta de seus transtornos, havia percebido que seus lápis e blocos estavam desalinhados, coisa que ele não costumava deixar) Alguém esteve, alguém mexeu nas minhas coisas! (Deixa a biblioteca nervoso).

(Ao deixar a biblioteca, Evandro sobe a escada apressado. Logo após, ele surge caminhando pelo corredor do pavimento superior da mansão em direção ao quarto de Luiza Helena).

EVANDRO: Foi essa cretina, eu aposto que foi ela que andou mexendo nas minhas coisas. (Fala consigo mesmo e em seguida entra no quarto de Luiza Helena para confrontá-la, porém ela ainda está dentro banheiro. Decidido a vasculhar a suíte para verificar se Luiza Helena encontrou alguma coisa, Evandro encontra o envelope na penteadeira e se choca quando descobre o conteúdo).

LUIZA HELENA: (Sai do banheiro vestida em um roupão branco e se surpreende ao encontrar com Evandro em seu quarto) Evandro, o que você está fazendo em meu quarto? Eu já disse que não quero você aqui.

EVANDRO: (Encara Luiza Helena com o exame na mão) O que significa isso? Você está grávida?

LUIZA HELENA: (Arranca o exame da mão de Evandro rapidamente) Isso não é da sua conta!

EVANDRO: De quem é esse filho? É do pintor? Porque meu não é, nós nunca tivemos nada. Você foi capaz de me trair, sua vagabunda? (Grita).

LUIZA HELENA: Me respeita! Não existe ninguém mais ordinário nessa história além de você. O que foi? Você não vai me cobrar fidelidade depois de tudo o que aconteceu, vai?

EVANDRO: (Agarra Luiza Helena pelos braços violentamente) Como se atreve a falar assim comigo? Eu sou seu marido! (Grita transtornado e com os olhos arregalados)

LUIZA HELENA: Só no papel! Porque no coração e na cama nunca será. Eu tenho nojo de você, Evandro. Eu jamais teria qualquer tipo de intimidade com você e sabe porquê? Você não é um homem, você é pior do que um rato.

EVANDRO: Vagabunda! (Acerta um tapa na cara de Luiza Helena, derrubando-a no chão).

LUIZA HELENA: (Leva a mão até a boca ao perceber que Evandro cortou seu lábio com o tapa) Não se atreva a chegar perto de mim de novo, seu bandido. Assassino! (Grita).

EVANDRO: Como você pode falar assim comigo? Você ainda não percebeu que eu te amo? Eu sempre estive esperando por você. Eu te desejo, eu sou o homem ideal pra você e não aquele pintor fracassado.

LUIZA HELENA: (Grita) Não fale assim dele! O Durant é muito mais homem do que você jamais pensou ser. Ele é o amor da minha vida e não adianta nada do que você faça para nos separar, ele sempre continuará sendo o meu grande amor e você, sabe o que vai acontecer com você? Você vai apodrecer na cadeia, porque todo mundo já sabe que você é um assassino e em breve teremos provas.

EVANDRO: (Levanta Luiza Helena bruscamente pela gola do roupão) Quer saber? Eu vou te falar a verdade! Matei, matei sim. Mandei matar a vagabunda da secretária, ela era muito enxerida e eu não gosto de gente intrometida. Também mandei matar o advogado, ele queria me denunciar e eu não nasci para terminar em uma penitenciária e tem outro crime, esse é o crime perfeito. Eu provoquei uma overdose no Evandro com os medicamentos do tratamento dele e ninguém percebeu que eu provoquei a morte daquele imbecil! (Diz as gargalhadas).

LUIZA HELENA: (Olha para Evandro completamente horrorizada com a sua confissão) Do que você é feito? Como tem o cinismo de confessar assim, com essa frieza? Assassino! Você vai pagar por tudo o que você fez, eu vou fazer com que você nunca mais tenha liberdade.

EVANDRO: Você não vai fazer coisa nenhuma! Aliás, vai sim... Já que você deitou e se espojou com o pintor feito uma vagabunda, eu também quero consumar o casamento. Vou fazer valer os meus direitos como seu marido! (Joga Luiza Helena em cima da cama e em seguida sobe em cima dela).

LUIZA HELENA: Me solta, me solta... Socorro, alguém me ajuda! (Grita).

EVANDRO: Grita, grita à vontade. Pode gritar o quanto quiser, sua alcoviteira, a velha nojenta da Eva saiu para o supermercado e os seguranças estão lá fora, ninguém vai te ouvir. (Diz enquanto tenta beijar e despir Luiza Helena a força).

LUIZA HELENA: (Olha para o criado mudo e percebe a presença de um vaso. Com muito esforço, ela consegue alcançá-lo e o quebra com força na cabeça de Evandro, fazendo com que ele se afaste dela) Eu nunca serei sua, antes disso eu prefiro a morte!

EVANDRO: Eu vou acabar com você, sua desgraçada. Você vai se arrepender de ter me feito de palhaço! (Responde ainda tonto com a mão na cabeça).

(Em seguida, Luiza Helena sai do quarto correndo e atravessa o corredor rapidamente, porém Evandro consegue alcançá-la e os dois seguem se enfrentando no alto da escada).

EVANDRO: (Segura Luiza Helena pelos braços enquanto a sacode) Que foi? Você acha mesmo que eu vou te dar passe livre para você terminar com o pintor? Isso jamais, você é minha, só minha.

LUIZA HELENA: (Tenta se desvencilhar de Evandro) Me solta, me solta seu assassino, seu bandido. Eu vou acabar com você!

EVANDRO: (Encara Luiza Helena) Está para nascer a pessoa que vai acabar com Evandro Brito! (Grita e em seguida solta Luiza Helena).

LUIZA HELENA: (Com o impulso, a sandália de Luiza Helena escorrega e faz com que ela se desequilibre).

(Após se desequilibrar e não conseguir se segurar, Luiza Helena rola pela escada da mansão).

EVANDRO: (Observa Luiza Helena cair enquanto permanece parado no alto da escada).

 

A imagem foca no corpo de Luiza Helena de bruços ao lado da escada, enquanto ela permanece inconsciente. A cena congela e vira uma capa de revista.



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