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Por que, Pai? - Episódio 10

 

Por que, pai?




Continuação a partir do fim do último episódio: Casa do Pai de Juliano/Exterior/Dia


Juliano procura palavras para explicar.


JULIANO - Então moça, eu sou filho da Marlene.


NATÁLIA - Não conheço.


JULIANO - Não conhece não. Minha mãe teve um relacionamento com o Antônio de Lima muitos anos atrás. E eu sou fruto dessa relação, eu sou filho do Antônio.


Natália se surpreende.


NATÁLIA - Filho do meu pai?



Episódio 10


Cena 01: Casa do Pai de Juliano/Exterior/Dia


JULIANO - O Antônio, é seu pai?


NATÁLIA - Sim, é meu pai.


JULIANO - Então nós somos irmãos.


Natália é seca


NATÁLIA - E por que eu deveria acreditar? Se você é do Rio, quem te passou nosso endereço?


Juliano fala, sem graça


JULIANO - Então, eu tive a curiosidade de conhecer meu pai. Eu comecei a procurar por ele. E em um posto de gasolina, um caminhoneiro disse que conhecia meu pai.


NATÁLIA - E você acha que eu vou acreditar nessa história?


JULIANO - É verdade. Eu e duas amigas minhas fomos em vários postos pra ver se alguém conhecia ele; porque ele já foi caminhoneiro. A minha amiga conseguiu essa informação pra mim.


Natália é ríspida.


NATÁLIA - Olha só! Você pode muito bem ter conseguido essas informações e ter vindo aqui fingir que é filho dele.


Juliano tenta convencer Natália.


JULIANO - Moça, minha amiga conseguiu essa informação pra mim com um caminhoneiro. Ele passou o contato dele, e o nome dele é Ricardo. Ele disse que conhece vocês.


Natália pensa.


NATÁLIA - Deixa eu ver o número de telefone dele, já que você diz que ele passou?


Juliano mostra o número de Ricardo.


Natália pega seu celular e compara o número que ela tem de Ricardo e o número que Juliano mostra.


NATÁLIA - É, eu conheço esse Ricardo.


Natália não gosta da situação.


NATÁLIA - Eu vou lá dentro. Vou ligar para o Ricardo, pra vê se ele confirma essa sua história.


JULIANO - Ok.


NATÁLIA - Enquanto isso, você espera aqui fora.


Natália entra pra dentro de sua casa. Juliano espera do lado de fora.


Juliano fala sozinho.


JULIANO - Que chato, a pessoa desconfiando da gente.


Cena 02: Casa do Pai de Juliano/Sala/Interior/Dia


Natália entra brava e fala com sua mãe.


NATÁLIA - Você ouviu, mãe, o que o menino falou?


ANIVA - Ouvi, minha filha. E eu acho que é verdade o que ele está dizendo.


NATÁLIA - Por que?


ANIVA - Porque seu pai já me contou essa história. Ele me disse que tem um filho no Rio de Janeiro. Qual o nome dele e o da mãe?


NATÁLIA - O nome dele é Juliano, e o da mãe dele é Marlene.


ANIVA - Então, filha, é isso mesmo. Seu pai já tinha me confessado isso.


Natália não gosta.


NATÁLIA - Era só o que me faltava. Me aparecer irmão nessa altura do campeonato.


Aniva tenta acalmá-la.


ANIVA - Minha filha, ele tem direito de conhecer o pai.


NATÁLIA - Eu não tô nem aí. Já que você sabe da história, ele tem quantos anos?


ANIVA - Eu não sei a idade certa. Mas ele é mais novo que você.


Natália se indigna.


NATÁLIA - Então meu pai te traiu? E você ainda aceitou ele de volta?


ANIVA - Se até eu perdoei, você deveria também. Esse menino não tem culpa de nada.


NATÁLIA - Eu não estou nem aí pra esse menino. Se ele quiser ver meu pai, pode ver, problema dele.


ANIVA - Você é enjoada e seca, Natália.


NATÁLIA - Que legal. Não faço questão de agradar ninguém.


Aniva rebate.


ANIVA - Mas não precisa ser assim, você não se esforça para agradar ninguém.


Natália vira os olhos.


NATÁLIA - Vou ligar para o Ricardo.


Natália disca o número de Ricardo e realiza a ligação.


Cena 03: Consultório de Psicologia/Interior/Dia


Regiane conversa com Marcelo.


REGIANE - Essa nossa primeira conversa foi muito boa. Estou começando a te conhecer. Você já falou em assuntos importantes, e pode continuar assim, pode se sentir à vontade pra conversar sobre o que você quiser. Os meus ouvidos e minha atenção nessa hora são totalmente voltados a você.


MARCELO - Eu gostei de ter conversado com você.


REGIANE - É o que mais importa.


Regiane observa Marcelo.


REGIANE - Você me parece preocupado.


MARCELO - É que, a questão da minha orientação sexual parece impossível de que meus pais aceitem, eu tenho esse receio.


REGIANE - Olha, por esse processo você vai ter que passar. Você não vai conseguir viver escondendo isso. Claro que no seu tempo. Você vai precisar contar para seus pais. Vai fazer parte desse processo.


MARCELO - Entendi.


REGIANE - Mas não se preocupe. Eu vou te ajudar para que tudo seja mais fácil.


Regiane sorri e Marcelo responde sorrindo.


REGIANE - Vou abrir a porta pra você.


Regiane se levanta, abre a porta e Marcelo sai da sala para a recepção, onde está Marina.


REGIANE - Tenha uma boa tarde!


MARCELO - Boa tarde!


Marcelo caminha até Marina.


MARINA - Vamos embora!


MARCELO - Vamos!


Eles saem do consultório.


Marcelo se lembra.


MARCELO - Ah, Marina, eu vou na praia agora. Estava até esquecendo que tinha marcado.


Marina fica curiosa.


MARINA - Marcado? Com quem?


Marcelo sorri.


MARCELO - Pra você, eu conto. Eu conheci um carinha na praia outro dia, ele é irmão da Lorena. Aí ele me chamou pra encontrar ele lá, eu aceitei.


MARINA - Huumm, e você está a fim dele? Ele é gay também?


MARCELO - Não sei ainda.


MARINA - Huumm. Eu vou encontrar com a Fernanda.


MARCELO - Tá bom.


MARINA - Aproveita a praia. Nos vemos mais tarde em casa.


Marcelo sorri.


Cena 04: Casa do Pai de Juliano/Exterior/Dia


Aniva e Natália saem pra falar com Juliano.


NATÁLIA - O Ricardo confirmou sua história.


Juliano respira aliviado.


Natália é rude.


NATÁLIA - Mas não é por isso que você é bem-vindo aqui não.


Aniva intervém.


ANIVA - Natália, para de ser assim.


JULIANO - Não precisa brigar com ela não senhora. Eu só quero mesmo conhecer meu pai.


ANIVA - Eu sou Aniva, mulher do Antônio. Ele já tinha me contado sobre você, sobre sua mãe. Você é mais novo que a Natália, ele me traiu com sua mãe.


JULIANO - Desculpa senhora, não quero trazer aborre/


Aniva interrompe.


ANIVA - Não se preocupe com isso. Eu já perdoei seu pai, e você não tem culpa de nada.

Olha, o meu marido não está morando aqui com a gente.


JULIANO - Vocês não estão mais juntos? Onde ele está morando?


Aniva se entristece.


ANIVA - Meu marido… ele começou a usar drogas… ele acabou se viciando, saiu de casa.


Juliano se entristece.


JULIANO - Poxa, eu sinto muito.


ANIVA - Ele fica lá pela Cracolândia. Se você quiser achar ele, ver ele, tem que procurar por lá.


JULIANO - Eu conheço pouco aqui. Mas vou procurar.


Natália interrompe.


NATÁLIA - Já aviso que não vou ajudar em nada. Inclusive, deixa eu entrar que tenho mais com o que me preocupar.


Natália entra.


ANIVA - Se você quiser, meu outro filho te ajuda. O Ernando não está em casa. Mas ele pode te ajudar.


Juliano faz que sim com a cabeça.


ANIVA - Onde você está ficando aqui em São Paulo? Me passa seu endereço que eu falo para o Ernando te procurar. Ele não é igual a Natália não, pode ficar calmo. A Natália é mais desse jeito que você viu mesmo. Ernando vai te apoiar.


JULIANO - Tá bom. Eu fico agradecido.


Juliano passa seu endereço para Aniva.


JULIANO - Muito obrigado pela recepção.


ANIVA - Desculpa, eu nem te convidei para entrar.


Aniva sorri envergonhada.


JULIANO - Sem problemas. Eu agradeço por sua recepção. E se o meu irmão me ajudar, fico grato também.


Juliano e Aniva trocam sorrisos.


JULIANO - Eu vou indo.


ANIVA - Tchau.


Juliano sai e Aniva entra pela porta da casa.


Cena 05: Consultório de Obstetrícia/Interior/Tarde


Lorena está deitada numa cama, realizando uma ultrassonografia, acompanhada por Danilo.


Danilo se emociona.


DANILO - Toda vez que escuto o coraçãozinho dela me emociono.


Lorena responde sorrindo, olhando para a tela de ultrassom.


LORENA - Eu também.


A médica é carinhosa.


MÉDICA - Está tudo certo com a bebê de vocês. Tudo certo também com a mamãe.


LORENA - Ah, que bom.


DANILO - Vai passando a gravidez, vai aumentando a ansiedade.


MÉDICA - É assim mesmo. Só não pode deixar a ansiedade te dominar. Mas é normal ficar ansioso.


A médica termina o ultrassom.


MÉDICA - Pode se levantar, Lorena. Pode se trocar. E depois marca a próxima consulta. É importante seguir a rotina de consultas, de acompanhamentos, e você está seguindo tudo certinho. Parabéns! E parabéns para o papai também, que está sempre aqui com a mamãe, que dá apoio e assistência, isso faz diferença.


LORENA/DANILO - Obrigado!!!


Cena 06: Casa de Fernanda/Quarto de Fernanda/Interior/Tarde


Fernanda e Marina conversam, sentadas na cama.


FERNANDA - Olha aqui, o nome é Diogo Gilberto de Souza.


Fernanda aponta no papel dos extratos bancários.


Marina lê o extrato.


MARINA - E só tem entrada de valores altos na conta da sua mãe né?


FERNANDA - Viu? Só pode ser meu pai né?


MARINA - Tem muita chance. (Risos)


Fernanda se alegra.


MARINA - Vamos procurar o nome dele nas redes sociais? Quem sabe a gente não acha um que se pareça com você? (Risos)


Fernanda ri. Elas pegam o celular, e abrem as redes sociais.


FERNANDA - Vou digitar aqui. Diogo Gilberto de Souza.


Os resultados da busca aparecem na tela.


MARINA - Nossa, quanto Diogo. Qualquer um desses pode ser seu pai.


FERNANDA - Menina, vários né?


MARINA - Vou pesquisar pelo meu celular também. Vai olhando os perfis.


Fernanda desanima.


FERNANDA - Acho que não vai adiantar muito, amiga. A gente tá olhando por olhar né. Porque não rola eu mandar mensagem falando "Oi, acho que você é meu pai", não tem como.


MARINA - É. É verdade. Não rola né?


Simone entra pela porta do quarto. Marina e Fernanda olham pra Simone.


FERNANDA - Oi mãe!


SIMONE - Oi. Quem é essa moça?


FERNANDA - É a Marina.


Marina cumprimenta Simone.


MARINA - Tudo bem?


Simone é antipática.


SIMONE - Tudo. Você é filha da Viviane né?


MARINA - Sim.


SIMONE - Hum.


Silêncio.


SIMONE - Minha filha, acho que tá na hora da sua amiga ir pra casa né?


FERNANDA - Por que, mãe? Ela chegou tem pouco tempo.


SIMONE - Acho melhor filha.


Fernanda fica sem graça pela atitude da mãe.


Marina quebra o gelo.


MARINA - Sua mãe tá certa, Fernanda. Melhor eu ir. Depois a gente se fala.


Marina levanta e caminha na direção da saída do quarto.


MARINA - Tchau, amiga. Tchau, Simone.


SIMONE/FERNANDA - Tchau.


Marina sai do quarto.


FERNANDA - Mãe, você foi muito deselegante. Por que você agiu assim com a Marina? Você não gosta dela?


Simone fecha a cara, sai do quarto e deixa Fernanda sem resposta.


Fernanda não entende a reação de sua mãe.


Cena 07: Praia de Ipanema/Exterior/Tarde


André e Marcelo vêm caminhando saindo do mar.


ANDRÉ - Tão bom né? Amo o mar.


MARCELO - Muito bom. (Risos)


André e Marcelo sentam na areia.


ANDRÉ - E aí? O que me conta de novo?


MARCELO - Eu fiz minha primeira consulta com minha psicóloga hoje.


ANDRÉ - E gostou?


Marcelo sorri.


MARCELO - Gostei bastante. A psicóloga é excelente, atenciosa.


ANDRÉ - Ah, que bom.


André fica curioso.


ANDRÉ - Mas você começou a ir na psicóloga por rotina mesmo, ou está passando por alguma coisa?


Marcelo abaixa a cabeça.


MARCELO - Então, são alguns problemas.


André olha nos olhos de Marcelo.


ANDRÉ - Se você quiser pode desabafar.


MARCELO - É que, às vezes eu fico muito triste com medo dos meus pais não me aceitarem.


ANDRÉ - Tem haver com sua sexualidade?


MARCELO - É, só minha irmã que sabe, e agora você vai saber, eu sou gay.


ANDRÉ - Eu também sou. (Risos)


Marcelo sorri.


MARCELO - Aí eu fico com medo de ser rejeitado pelos meus pais.


ANDRÉ - Entendi.


Marcelo se entristece.


MARCELO - Aí bate uma tristeza, e eu uso drogas como alívio. Mas o que era pra ser alívio, virou vício, difícil de parar. Aí eu estou começando essas sessões com a psicóloga pra mudar isso.


ANDRÉ - Entendi. Espero que você obtenha sucesso. E eu estarei aqui para o que você precisar.


André olha nos olhos de Marcelo.


ANDRÉ - Pode contar comigo. De verdade. Eu gosto muito de você.


Marcelo sorri.


MARCELO - Essa primeira sessão já foi muito significativa pra mim.


ANDRÉ - Fico feliz!


Marcelo sorri.


MARCELO - Obrigado pelo apoio.


Marcelo e André se encaram. André passa, sem querer, a mão suja de areia no rosto.


MARCELO - Sujou o rosto todo.


Marcelo limpa o rosto de André, gerando um clima entre eles. André encara Marcelo e pega em sua mão. André vai se aproximando de Marcelo. Seus rostos ficam bem próximos, pronto para um beijo.


ANDRÉ - Posso?


Marcelo sussurra.


MARCELO - Eu quero.


André e Marcelo vão se aproximando. André e Marcelo se beijam lentamente.


Após o beijo Marcelo sorri para André, ambos demonstram uma paixão intensa.


Cena 08: Pensão/São Paulo/Interior/Noite


Ernando, o irmão de Juliano, chega à pensão onde Juliano está hospedado.


ERNANDO - Boa noite!


RECEPCIONISTA - Boa noite!


ERNANDO - Eu estou procurando pelo Juliano.


RECEPCIONISTA - Juliano?


A recepcionista pensa.


RECEPCIONISTA - Um moço que é do Rio?


ERNANDO - Isso mesmo!


Ernando sorri.


ERNANDO - Ele é meu irmão!


RECEPCIONISTA - Eu vou chamá-lo. Aguarde aqui, por favor.


ERNANDO - Tá bom. Obrigado!


A recepcionista sobe para chamar Juliano.


Enquanto aguarda, Ernando repara a pensão.


3 minutos depois, a recepcionista volta com Juliano.


Juliano questiona Ernando.


JULIANO - Você que está me procurando?


ERNANDO - Sim, eu sou o Ernando. Filho do Antônio.


Juliano se alegra.


JULIANO - Ahh, o Ernando.


Ernando se alegra e abraça Juliano.


ERNANDO - Então você é meu irmão?


JULIANO - Sim. Somos irmãos. Que bom te conhecer.


ERNANDO - O prazer é todo meu.


JULIANO - Fico feliz que está me recebendo bem.


ERNANDO - Imagina.


JULIANO - Sua mãe também, super gente boa. Eu fiquei com receio dela não gostar de mim. Sua irmã que eu acho que não foi muito com a minha cara.


ERNANDO - A Natália é assim mesmo. Liga não. (Risos)


JULIANO - Sua mãe falou.


ERNANDO - Aqui, vamos num barzinho pra gente conversar melhor.


JULIANO - Vamos sim!


ERNANDO - Aí você me conta tudo, de como você achou a gente, sobre sua vida, sobre como e onde você cresceu.


JULIANO - Vamos lá. Eu vi que tem um barzinho aqui perto!


Juliano e Ernando saem a caminho do barzinho.


Cena 09: Barzinho/São Paulo/Exterior/Noite


Ernando e Juliano estão sentados em uma mesa para dois. Juliano já contou sobre sua vida e sobre como conseguiu o endereço da família do seu pai.


ERNANDO - E você procura a muito tempo por nosso pai?


JULIANO - Não. Eu era bem conformado de que meu pai tinha me largado. Foi recentemente que eu comecei a procurar de verdade por ele.


ERNANDO - Entendi. Aí você achou um pai e dois irmãos?


JULIANO - É. Na verdade o pai ainda não achei né. Mas foi bom ter ganhado irmãos, porque até hoje cedo, eu não tinha nenhum, agora tenho dois. (Risos)


ERNANDO - Que legal!


Ernando informa a Juliano.


ERNANDO - Aqui, vamos lá no nosso pai amanhã cedo, pode ser?


Juliano faz que sim com a cabeça.


JULIANO - Claro!


Juliano se anima.


JULIANO - Estou até ansioso pra conhecê-lo.


ERNANDO - O lugar lá não é muito bacana. Minha mãe te falou né?


JULIANO - Falou.


Silêncio.


JULIANO - Vocês já tentaram tirar ele de lá?


ERNANDO - Já, várias vezes. Ele já ficou em clínicas de reabilitação, mas fugiu. Já segurou o vício, mas teve recaída. Quem sabe te conhecendo, ele sinta vontade de se tratar de novo?


JULIANO - Adoraria vê-lo tentando melhorar.


ERNANDO - Eu também, irmão.


Cena 10: Nova Casa de Stéfany/Quarto de Stéfany/Interior/Noite


Stéfany está deitada na cama junto com Kika.

Kika está dormindo, e Stéfany passa a mão nos cabelos da menina.

Stéfany lembra de Conrado.


FLASHBACK:


O homem tira o jornal da frente do rosto. Stéfany se surpreende, pois o homem é Conrado.


STÉFANY - Conrado?


Conrado ironiza.


CONRADO - Oi, meu bem? Sentiu saudades? Eu estava com tanta.


Fim do Flashback


Stéfany fica pensativa.



Takes de imagens da manhã em Vila Isabel e Ipanema, puxando a fachada da Faculdade Local.


Cena 11: Faculdade Local/Entrada/Exterior/Manhã


Gustavo e Lizandra conversam. Lizandra parece triste, e Gustavo se preocupa.


GUSTAVO - Me conta o que tá acontecendo. Eu quero te ajudar. Não gosto de te ver desse jeito.


LIZANDRA - Eu vou contar, porque eu não consigo mais guardar isso pra mim.


Gustavo aponta para um banco.


GUSTAVO - Vamos sentar ali que é mais reservado.


Lizandra e Gustavo caminham até o banco e se assentam.


GUSTAVO - Me conta.


Gustavo pega nas mãos de Lizandra.


LIZANDRA - Eu venho sofrendo com isso, preciso desabafar, preciso do seu apoio.


GUSTAVO - Me conta. Eu imagino que envolva seu padrasto, mas preciso que você confirme.


LIZANDRA - Tem haver com ele. Ele é o principal nisso. Eu venho sofrendo assédio por parte dele.


Lizandra inicia um choro. Gustavo a abraça.


LIZANDRA - Ele tentou me agarrar outro dia. Eu tive que ameaçar ele com um estilete. Ele me segurou com força. Mas eu consegui soltar um braço e peguei o estilete, apontei pra ele, até ele sair do meu quarto.


GUSTAVO - E você contou pra sua mãe?


LIZANDRA - Eu não consigo contar essas coisas pra ela. Ela não merece esse sofrimento.


Gustavo fica nervoso.


GUSTAVO - Eu sabia que a implicância dele com nosso namoro era por ciúmes de você.


LIZANDRA - Teve uma outra vez também. Lembra quando eu queria colocar tranças?


Gustavo faz com a cabeça que sim.


LIZANDRA - Então. Teve um dia que minha mãe trabalhou no período da noite. Ele falou pra eu dormir com ele, que ele me daria o dinheiro pra colocar tranças. Eu corri para o meu quarto, me tranquei e só saí no outro dia.


Lizandra chora. Gustavo se sensibiliza.


GUSTAVO - Me abraça.


Eles se abraçam.


GUSTAVO - Eu vou te ajudar. Eu vou te apoiar. A primeira coisa que você deve fazer, é contar pra sua mãe, ela precisa saber. Eu vou estar junto com você nesse momento.


LIZANDRA - Eu não queria contar. Eu não quero que ela sofra.


GUSTAVO - Mas ela tem que saber. Pensa que ela merece saber. Mesmo que ela sofra, ela vai está se livrando de um homem que não a merece, que não a valoriza.


Lizandra enxuga as lágrimas.


LIZANDRA - Você tá certo. Ela não merece um homem como o Maurício.


GUSTAVO - Ela vive numa falsa felicidade. Ela não vai ser feliz de verdade com ele. Pensa nisso.


Lizandra ergue a cabeça e  dispara decidida.


LIZANDRA - Eu vou contar pra ela. Hoje.


GUSTAVO - Estarei com você.


Cena 12: Empresa de João Vicente/Portaria/Manhã


João Vicente acaba de chegar na empresa.


JOÃO VICENTE - Bom dia!


PORTEIRO - Bom dia, seu João Vicente!


JOÃO VICENTE - Preciso de um serviço seu hoje.


PORTEIRO - Pode me passar, que eu faço!


João Vicente explica o serviço para o porteiro.


Cena 13: Pensão/São Paulo/Recepção/Manhã


Ernando espera por Juliano.


Juliano desce de seu quarto.


JULIANO - Bom dia, Ernando!


ERNANDO - Bom dia, irmão! Vamos?


Juliano se anima.


JULIANO - Vamos!


ERNANDO - Tá ansioso?


JULIANO - Muito!


Ernando e Juliano saem da pensão.


Cena 14: Escola Guedes Tavares/Entrada/Exterior/Manhã


Marcelo recebe uma mensagem de André.


ANDRÉ por mensagem - Passa na praia hoje, depois da escola!!!


Marcelo sorri e responde a mensagem.


MARCELO por mensagem - Ok, passo sim!!!


ANDRÉ por mensagem - Lá virou nosso ponto de encontro.


MARCELO por mensagem - Não poderíamos ter lugar melhor.


ANDRÉ por mensagem - Pois é, com você fica mais lindo!!!


Marcelo sorri.


Cena 15: Cracolândia/São Paulo/Exterior/Manhã


A câmera vem filmando de cima, mostrando a Cracolândia. A câmera se aproxima e filma as ruas, mostrando pessoas andando, outras deitadas no chão, algumas usando drogas. Mostram pessoas de projetos sociais também.


Ernando e Juliano chegam à Cracolândia.


ERNANDO - É aqui que está nosso pai.


JULIANO - Mas onde aqui?


ERNANDO - A gente tem que procurar. Vamos.


Os dois andam pela Cracolândia procurando Antônio.


ERNANDO - Ele não fica em um lugar fixo. Por isso tem que procurar.


Os dois caminham bastante, até que encontram Antônio.


Ernando aponta para Antônio sentado numa calçada, e fala com Juliano.


ERNANDO - Aquele é o nosso pai.


Juliano olha para Antônio e sorri.


JULIANO - Enfim achei meu pai.


A câmera foca em Antônio.


A cena congela


Fim do episódio

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